O secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, Cel. Walter Nyakas Júnior – acompanhado de coordenadores de Defesas Civis Regionais – esteve no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em São José dos Campos, nesta quarta-feira (dia 20), em reunião com o diretor Osvaldo Moraes, com o coordenador-geral de Operações e Modelagens, Marcelo Seluchi e a coordenadora de Relações Institucionais, Regina Alvalá. O encontro definiu as melhores estratégias para dinamizar a comunicação entre as instituições, além de ações conjuntas para o fortalecimento do trabalho de prevenção de risco de desastres junto à população.
A reunião contou com a participação de pesquisadores do Cemaden e gestores da área de Monitoramento e de Desenvolvimento. O pesquisador Rodolfo Mendes apresentou variados pontos dos resultados de trabalhos científicos na área de pesquisa de deslizamentos e movimentos de massa, realizados pelo Cemaden, no Projeto de Monitoramento de Encostas e Prevenção de Deslizamentos. Foram abordadas as questões referentes à intensificação dos riscos provocados por ações humanas, identificadas na pesquisa, além dos componentes dos limiares de risco de deslizamentos.
A pesquisadora do Cemaden, Sílvia Saito e a diretora do Núcleo de Gerenciamento de Emergências de São Paulo, Cap. Fernanda Rafaela Lourenço de Moraes, apresentaram o Plano de Trabalho elaborado para ações a serem desenvolvidas entre Cemaden e Coordenação da Defesa Civil do Estado de São Paulo, no período 2016-2019. Esse plano é composto de cinco metas: Capacitação e treinamento técnico; Estudo de viabilidade – protocolo operacional; Pesquisa; Eventos-Divulgação e Avaliação contínua. Também foi apresentado o balanço das atividades já realizadas, nos últimos anos, com base no Acordo de Cooperação Técnica entre a Casa Civil Militar do Estado e o Cemaden. Está prevista para o segundo semestre, deste ano, a elaboração do novo plano de trabalho.
Na pauta das discussões, constou a apresentação das atividades desenvolvidas pelo Cemaden no monitoramento as áreas de risco no Estado de São Paulo.
“É importante dinamizarmos, ao máximo, a comunicação entre as Salas de Operações do Cemaden e da Defesa Civil de São Paulo, estabelecendo um canal direto, por telefone e videoconferência, para contínua troca de informações.”, afirma o secretário-chefe da Casa Militar, Cel. Nyakas. Ele enfatizou, também, a importância de concentrar o foco no trabalho integrado das instituições para prevenção de risco de desastres socioambientais, junto à população. “Precisamos utilizar todos os meios de comunicação para conscientização dos riscos à população, principalmente, os moradores residentes em áreas vulneráveis.”, complementa o secretário.
O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, apoiou a implementação do canal direto entre Cemaden e Defesas Civis, informando o encontro que teve junto ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), na semana anterior, em Brasília. Nessa reunião foi discutido o fortalecimento da estratégia nacional de gestão de riscos e respostas a desastres, onde definiu-se ampliar a comunicação direta e o trabalho conjunto entre Cemaden e Cenad.
Com relação às ações de prevenção no Estado de São Paulo, o diretor do Cemaden indicou o trabalho conjunto Cemaden- Defesas Civis Municipais na prevenção, utilizando as metodologias do Cemaden Educação, de forma a ampliar o trabalho desenvolvido junto as escolas e Defesas Civis nos municípios mapeados com áreas de risco.
“O alerta emitido é um componente na gestão de risco. A percepção de risco é outro componente e depende do trabalho intensivo e ações conjuntas para a prevenção de risco.”, afirma Moraes.
Atualmente, no Estado de São Paulo, 293 escolas estão em municípios monitorados pelo Cemaden. Nesses municípios, 121 escolas estão localizadas em área de risco geológico (deslizamentos) e 172 escolas em risco hidrológico (inundações e/ou enxurradas). O projeto Cemaden Educação desenvolve metodologias e atividades da ciência cidadã nas escolas, para conscientização das vulnerabilidades e riscos. Essas informações se expandem até as comunidades das áreas de risco.
Na reunião, o coordenador –geral de Operações e Modelagens do Cemaden, Marcelo Seluchi destacou a importância da divulgação ao acesso público dos Boletins de Risco Geo-Hidrológico, publicados, diariamente, no portal do Cemaden, que indicam a previsão de riscos e possíveis impactos de desastres em todas regiões do Brasil. Destacou, também a importância da comunicação direta com as Defesas Civis Municipais, principalmente, com relação ao retorno sobre os alertas emitidos pelo Cemaden, para que haja uma avaliação e aprimoramento do trabalho de monitoramento das áreas de risco.
Após as definições e encaminhamentos das decisões, a comitiva visitou a Sala de Situação do Cemaden, com a apresentação do coordenador-geral, Marcelo Seluchi, abordando o monitoramento dos municípios do Estado de São Paulo, mapeados com áreas de risco.
O diretor Osvaldo Moraes e coordenadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – estiveram em Brasília (DF), no último dia 12 de fevereiro, para reunião com o novo secretário de Proteção e Defesa Civil Nacional, Cel. Alexandre Lucas Alves.
Acampanhados de Lorenzo Justo Júnior – subsecretário das Unidades Vinculadas do MCTIC – os gestores do Cemaden conversaram com o secretário Cel. Lucas e com o diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Augusto Braun, também presente na reunião.
Durante o encontro, discutiram sobre a importância da atuação conjunta entre Cemaden e Cenad, respeitando as competências de cada instituição, para fortalecer a estratégia nacional de gestão de riscos e respostas a desastres.
“De comum acordo entendeu-se a necessidade de uma comunicação direta e menos formal entre os Cemaden e Cenad, restabelecendo as reuniões diárias entre as Salas de Operação das duas instituições.”, destaca o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes.
Durante a reunião, também ficou definido fazer a revisão do Protocolo de Ação de 2011, incluindo o conteúdo dos alertas para atender as peculiaridades regionais e municipais.
Atualmente, o protocolo regulamenta que todo alerta de risco de desastres naturais emitido pelo Cemaden deve ser enviado ao Cenad, para se constituir subsídio fundamental na tomada de ações preventivas de proteção civil. A Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Cenad fazem parte do Ministério de Desenvolvimento Regional, o qual integrou o Ministério da Integração Nacional e o Ministério das Cidades.
Durante o encontro entre Cemaden, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e Cenad, também ficou definido a realização de reuniões periódicas presenciais e conjuntas, visando implementar treinamento e capacitação dos servidores das instituições.
Do Cemaden, além do diretor Osvaldo Moraes, participaram da reunião, em Brasília: o coordenador-geral de Operações e Modelagens, Marcelo Seluchi, o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, José Marengo e a coordenadora de Relações Institucionais, Regina Alvalá.
Aplicando metodologias integradas de geotecnia e geofísica, estudos realizados em área de risco de deslizamentos – no município de Campos do Jordão (região serrana do Estado de São Paulo) – apontam resultados que podem contribuir na prevenção de impactos em edificações construídas em solos vulneráveis a movimentos de massa e deslizamentos. A pesquisa também contribui para os cálculos de edificações de muros de contenção para prevenção de deslizamentos de terra.
Os estudos coordenados pelo pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) , Cassiano Antonio Bortolozo – da área de Pesquisa de Processos Geodinâmicos de Desastres Naturais – utilizaram sondagens geotécnicas e levantamentos geofísicos para levantar o histórico dos impactos e causas de deslocamento de construções, principais estruturas envolvidas no movimento ( entre rochas, argila e sedimentos) e identificação de diversas composições do terreno. Todos esses fatores influenciaram a instabilidade do solo e os processos de deslocamento rotacional do terreno, afetando as construções existentes desde a década de 1940 até as edificações mais recentes, como o da escola, construída em 2002.
Durante os estudos, identificou-se que o muro de contenção de deslizamentos, também construído em 2002, sofreu um deslocamento rotacional sentido norte-sul, servindo como um marcador do movimento do solo na pesquisa. “Em 15 anos, o muro se deslocou oito metros, o que é bastante sério e mostra a grave vulnerabilidade do terreno.”, aponta o pesquisador do Cemaden.
A pesquisa intitulada “
Combined analysis of electrical and electromagnetic methods with geotechnical soundings and soil characterization as applied to a landslide study in Campos do Jordão City, Brazil”
(Análise combinada de métodos elétricos e eletromagnéticos com sondagens geotécnicas e caracterização de solo aplicada a um estudo de deslizamentos de terra na cidade de Campos do Jordão, Brasil), foi divulgada no
Journal of Applied Geophysics,
Volume 161, fevereiro de 2019, páginas 1-14, na plataforma de publicação científica internacional de Ciência Direta da Elsevier.
“Uma das principais contribuições desse trabalho científico está em demonstrar que o uso de diferentes metodologias podem ajudar no planejamento de edifícios e estruturas de contenção. ”, destaca o pesquisador do Cemaden, Cassiano Bortolozo. Ele explica que, especialmente em situações de complexidade geológica e geotécnica, as metodologias integradas colaboram para definir o tipo de estrutura a ser construída na superfície e evitar impactos nas construções provocados pelos movimentos de massa.
Atualmente, Campos do Jordão é uma das áreas piloto utilizada pelo Cemaden para estudos e compreensão do processo de deslizamentos de terra, além da aplicação de técnicas de mitigação e prevenção de risco de movimentos de massa. Todos os anos, especialmente no verão, o Brasil sofre com enchentes e deslizamentos de terra provocados por chuvas intensas. Esses deslizamentos de terra são responsáveis por muitas mortes e perdas materiais que afetam enormemente a população local.
O município de Campos do Jordão, no estado de São Paulo, apresenta uma história de movimentos de massa que resultou em fatalidades e perdas financeiras. Um mapa da avaliação de risco do município mostra que cerca de 32% da população do município vive em áreas de risco.
O trabalho científico foi apresentado pelo pesquisador do Cemaden, Cassiano Bortolozo, na Série de Debates “Ciência, Riscos e Desastres”, na quarta-feira (13), na Sala de Imprensa da instituição, com transmissão simultânea pela internet. O vídeo da apresentação já se encontra disponível no link:
https://www.youtube.com/watch?v=AIznfPochS4e
.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – com sede no Parque Tecnológico, em São José dos Campos (SP), está com inscrições abertas, até o dia 19 deste mês, para duas vagas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), programa de iniciação à pesquisa para estudantes de graduação do ensino superior.
As atividades serão de março até julho de 2019, com possibilidade de renovação.
Temática e descrição das Bolsas :
Bolsa 1
Projeto de pesquisa na temática de mobilidade urbana, visando quantificar no tempo e espaço a exposição de grupos populacionais a alagamentos e inundações urbanas. Desejável conhecimento em Sistemas de Informação Geográfica. Bolsa até julho de 2019 com possibilidade de renovação. Interessados enviar histórico escolar e e-mail de apresentação até o dia 19/02/2019 para o e-mail : leonardo.santos@cemaden.gov.br
Bolsa 2
Projeto de pesquisa na temática de secas e produtividade agrícola no semiárido do Brasil. Desejável conhecimento de programação em Python, R ou Matlab (ou disposição para aprender). Bolsa até julho de 2019 com possibilidade de renovação. Interessados enviar histórico escolar e e-mail de apresentação até o dia 19/02/2019 para o e-mail : marcelo.zeri@cemaden.gov.br.
Mais informações sobre as Bolsas estão disponíveis no portal institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, no endereço : http://www.cnpq.br/
Estudos analisando um conjunto de dados científicos sobre o clima da Amazônia apontam que a seca, desmatamento e incêndios florestais podem ampliar os impactos – em grande escala – causando o colapso do ecossistema da floresta tropical. Associados, todos esses fatores podem influenciar a mudança do clima na região e no regime de chuvas do Caribe e do norte da América do Sul.
A pesquisa coordenada pelo climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – reuniu diversos cientistas nacionais e internacionais para analisar o clima na Amazônia e os prováveis efeitos que podem ocorrer pelo desmatamento em grande escala. O artigo foi divulgado em publicação internacional pelo jornal científico
Frontiers
in Earth Science com o título
“
Changes
in
Climate
and Land Use Over the Amazon Region:
Current
and
Future Variability and Trends”
(
Mudanças no clima e no uso da terra na Amazônia: variações e tendências atuais e futuras).
A revisão científica inclui um panorama geral das informações atualizadas sobre a variabilidade climática e hidrológica e, também, as tendências de aquecimento na Amazônia, que alcançou 0,6 a 0,7 graus centígrados nos últimos 40 anos. O ano de 2016 foi considerado o mais quente desde pelo menos 1950 (0,9° C + 0,3° C).
“Os efeitos combinados da seca e do desmatamento, juntamente com o fogo, podem ampliar os impactos e causar o colapso do ecossistema da floresta tropical.”, afirma o pesquisador José Marengo, do Cemaden.
Redução da floresta, seca e mudança do clima
Os cientistas analisaram os impactos dos fatores combinados na duração da estação seca, o papel da Floresta Amazônica no clima e nos ciclos de carbono, além da resiliência da floresta. Também foram abordados os riscos de incêndios e queima de biomassa, bem como as projeções do potencial de “morte” da Floresta Amazônica, quando superado o denominado “ponto de inflexão”. Na Matemática, “ponto de inflexão” significa uma variação ou mudança da curva no gráfico, para cima ou para baixo, indicando o início crítico de um colapso.
A floresta tropical brasileira existente em 1970 já foi reduzida em cerca de 19%. Um estudo de 2018, sugeriu que o “ponto de inflexão” poderia ser tão baixo quanto 25% de desmatamento.
“Se esse ponto de inflexão for ultrapassado, parte da floresta pode ser convertida em savana”, diz Marengo. “Teria potencialmente impactos em grande escala no clima, biodiversidade e nas pessoas da região.” complementa. O pesquisador explica que também poderiam aumentar os eventos climáticos extremos (como secas, inundações) e mudanças nas estações chuvosas e secas, além do aumento de incêndios florestais.
Os pesquisadores observaram o prolongamento da estação seca sobre o sul da Amazônia, que pode influenciar o risco de incêndio e regime de chuvas. Marengo explica que os impactos do desmatamento são maiores sob condições de seca, pois os incêndios provocados para esse desmatamento e uso da terra podem ficar fora de controle.
“Também é analisado o papel da Amazônia na reciclagem e transporte de umidade, realizando uma revisão do desenvolvimento de modelos matemáticos para projeções de mudanças climáticas na região.”, afirma Marengo.
Os estudos apontam a crescente vulnerabilidade e risco que sustenta a ambição do Acordo de Paris da COP21 em buscar esforços para limitar o aquecimento global a não mais do que dois graus centígrados (2°C) acima dos níveis pré-industriais. Foram aumentados os desafios para se manter o aquecimento global médio abaixo de 1,5 a 2,0°C.
Na recomendação dos cientistas, considera-se fundamental encontrar mecanismos inovadores que promovam compensações financeiras por culturas que busquem reduzir o desmatamento ou promover a conservação florestal. Cita, também, a necessária proteção de florestas secundárias abandonadas, bem como discutir novas áreas para uma região que concilie as dimensões ambiental, social e econômica.
“Precisamos de pesquisa integrada para solução do problema, com ações estratégicas de desenvolvimento econômico, social e ambiental.”, destaca Marengo, indicando a urgente necessidade de programas de desenvolvimento sustentável e inovadores na Amazônia.
O acesso ao artigo científico completo “
Changes in Climate and Land Use Over the Amazon Region: Current and Future Variability and Trends”
está disponível no endereço:
Uma comitiva composta por coordenadores e estudantes das áreas de Ciências, Engenharia e Aeronáutica – integrantes do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, dos Estados Unidos (Massachusetts Institute of Technology-MIT) e do Instituto Alpha Lumen (IAL) – visitou, na manhã desta terça-feira (22), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – no Parque Tecnológico em São José dos Campos (SP). Os visitantes conheceram as atividades de monitoramento, a rede observacional, o desenvolvimento de produtos integrados, a Sala de Operação, além de projetos de pesquisas e de ciência cidadã.
Dentro da programação, o chefe da Divisão de Desenvolvimento de Produtos Integrados do Cemaden, Eduardo Luz, fez a apresentação sobre o funcionamento da rede observacional, o sistema de acesso aos dados de monitoramento de riscos de desastres, além da explicar sobre os produtos integrados desenvolvidos pelo Cemaden.
No projeto participativo com a sociedade, a coordenadora do Projeto Cemaden Educação, pesquisadora Rachel Trajber, mostrou os trabalhos desenvolvidos junto às escolas, universidades e Defesas Civis para a conscientização e prevenção de riscos de desastres, com a participação de estudantes no desenvolvimento de atividades da ciência cidadã. A analista em ciência e tecnologia, Fernanda Aguiar, fez a apresentação institucional do Cemaden, as instituições parceiras e as atividades de pesquisas relacionadas com desastres socioambientais e geo-hidrológicos.
Os estudantes conheceram a Sala de Situação do Cemaden e receberam explicações da tecnologista e meteorologista, Mariana Palotta, sobre o monitoramento nos 958 municípios do território nacional – mapeados com áreas de risco de desastres geo-hidrológicos. Foi mostrado o sistema de emissão de alertas de desastres, no trabalho com equipe de profissionais das áreas de meteorologia, geologia, hidrologia e de desastres naturais.
A programação da visita foi organizada pela analista em ciência e tecnologia, Selma Santos, das Relações Institucionais do Cemaden. Essa visita fez parte da programação de duas semanas em São José dos Campos, desenvolvida pelo projeto MIT International Science & Technology Initiatives (MISTI), pelo programa Laboratórios de Ensino Global (do MIT Brasil) e do Instituto Alpha Lumen. A proposta do projeto é levar estudantes a vários países para compartilhar seus conhecimentos, em parceria com instituições estrangeiras, executando oficinas com atividades práticas relacionadas à ciência e tecnologia.
Além do Cemaden, os estudantes visitaram o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), todas instituições científicas sediadas em São José dos Campos.
Construir planos e redes de proteção do patrimônio cultural brasileiro – cujos sítios históricos estão localizados nas áreas de risco de inundações e deslizamentos – são as propostas apresentadas nos estudos realizados por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em parceria com os pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de São José dos Campos.
O artigo foi publicado pela Revista Patrimônio e Memória – Volume 14- da Unesp, intitulado “Desafios para uma agenda de prevenção de desastres em sítios históricos: o caso de São Luiz do Paraitinga (SP)”, apresentando os resultados das análises em dois períodos. O primeiro, de janeiro de 2010 a junho de 2013, estudou-se o processo de reconstrução e recuperação do município. Foram analisados os impactos principalmente sociais, comportamentais e culturais no município atingido pela grande inundação, ocorrida em 2010, além do processo de recuperação e resistência da população, frente ao desastre no pós-inundação.
No segundo período da pesquisa, de outubro de 2014 a outubro de 2016, os estudos analisaram as ações educativas e de sistemas de alerta, desenvolvidas pelo Projeto Cemaden Educação, com apoio de projetos de extensão do Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp (ICT/Unesp), de São José dos Campos e da escola pública estadual Monsenhor Ignácio Gióia, de São Luiz do Paraitinga. Neste segundo período, o objetivo foi o de fortalecer as capacidades intergeracionais de prevenção de riscos de desastres, aplicando os princípios da ciência cidadã, que envolve cidadãos na coleta e análise de dados para fins científicos.
Utilizando a ciência cidadã, foram desenvolvidas ações que permitiram a interação entre a comunidade escolar, os moradores e a Defesa Civil local, com práticas de monitoramento participativo, mapeamento, história e tradição oral. Nessa etapa, os estudantes do ensino médio identificaram memórias sobre desastres, conhecimento de vulnerabilidades, percepções sobre mudanças climáticas e riscos em seus territórios.
“Conhecer o risco é o primeiro eixo fundamental para a criação de um sistema de alerta para o setor.”, explica o pesquisador do Cemaden, sociólogo Victor Marchezini e complementa : “É necessário conhecer esse risco em sítios históricos e envolver o setor no Plano Nacional de Gestão de Risco e Respostas a Desastres (PNGRD).”
Sítios históricos frente aos riscos de desastres
O artigo faz um contexto dos sítios históricos em municípios com áreas de riscos de desastres. Informa que o Brasil possui 5.570 municípios, dos quais 958 são monitorados pelo Cemaden, por terem um histórico de desastres e mapeamento de áreas suscetíveis a processos hidrológicos extremos e/ou a movimentos de massa, com exposição de pessoas e moradias/construções.
Entre os municípios monitorados, 127 são municípios com bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Esses municípios possuem um total de 830 bens tombados, em sua maioria classificados em “edificação e acervo” e “edificação” (33% e 37% dos bens, respectivamente), cuja conservação é de interesse público por seu vínculo a fatos marcantes da história local e do País. Deste conjunto, destacam-se os municípios de Rio de Janeiro e Salvador, caracterizados por sua importância para a história da formação do Brasil e com um número significativo de bens tombados (145 e 102, respectivamente).
“Nos municípios monitorados com bens tombados pelo IPHAN, há necessidade de mapeamentos de risco mais detalhados.”, destaca o pesquisador do Cemaden, sociólogo Victor Marchezini, explicando sobre a necessidade de identificação dos bens patrimoniais e culturais expostos a ameaças e de quais tipos, por exemplo, com riscos de inundações, deslizamentos, erosão costeira, entre outros. “É importante lembrar que esta é uma recomendação do Marco de Ação de Sendai para a Redução de Risco de Desastres 2015-2030, bem como da Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Agenda Habitat III).” , complementa o pesquisador.
Além do pesquisador do Cemaden, Victor Marchezini, participaram dos estudos científicos: a coordenadora do Cemaden Educação, pesquisadora e antropóloga Rachel Trajber; o pesquisador e tecnologista da Sala de Situação do Cemaden, Rodrigo Silva da Conceição; os pesquisadores do ICT/Unesp, Tatiana Sussel G. Mendes e Rogério Galante Negri.
O artigo completo está disponibilizado pelo endereço:
AVISO: Processo de seleção encerrado ou em fase de análise.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – CEMADEN/MCTIC, através do projeto intitulado “Desenvolvimentos Científicos e Tecnológicos para o Monitoramento e Gestão de Efeitos Adversos de Eventos Hidrológicos Críticos” oferece 6 (seis) bolsas nas modalidades DTI-A e EXP-A. O valor das bolsas segue tabela de remuneração do CNPq, R$ 4.000,00.
Prazo de duração de cada bolsa: 36 (trinta e seis) meses.
Local de trabalho: Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – CEMADEN/MCTIC, Parque Tecnológico de São José dos Campos – SP.
Início imediato.
As atividades e requisitos de cada bolsa são:
Bolsa 1
Atividades: Desenvolvimento tecnológico de novos requisitos e funcionalidades para plataforma web de monitoramento e alertas de desastres naturais.
Requisitos: Profissional de nível superior com, no mínimo, 6 (seis) anos de efetiva experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação na área de pesquisa do projeto: desenvolvimento de aplicações web utilizando Java EE e frameworks relacionados; conhecimento de HTML, CSS, Javascript e SQL.
Bolsa 2
Atividades: Desenvolvimento tecnológico e integração de novos produtos em plataforma web de monitoramento e alertas de desastres naturais
Requisitos: Profissional de nível superior com, no mínimo, 6 (seis) anos de efetiva experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação na área de pesquisa do projeto: desenvolvimento de aplicações utilizando linguagem Java; conhecimento de SQL, Python, HTML, CSS e Javascript.
Bolsa 3
Atividades: Pesquisas e desenvolvimento de ferramentas de mapeamento de ameaças de inundação em bacias prioritárias.
Requisitos: Profissional de nível superior com, no mínimo, 6 (seis) anos de efetiva experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação na área de pesquisa do projeto: Hidrologia, com conhecimento em modelagem computacional, sensoriamento remoto, sistema de informações geográficas, estatística e linguagem de programação (Python, Matlab, R ou outras similares).
Bolsa 4
Atividades: Pesquisas, desenvolvimento e aplicações de metodologia para definição de cotas de referência de impactos de inundação para sistemas de alerta em bacias prioritárias.
Requisitos: Profissional de nível superior com, no mínimo, 6 (seis) anos de efetiva experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação na área de pesquisa do projeto: Desastres Naturais, com conhecimento em hidrologia, sensoriamento remoto, sistema de informações geográficas, estatística e linguagem de programação (Python, Matlab, R ou outras similares).
Bolsa 6
Atividades: Pesquisas e desenvolvimento de ferramentas de análise de risco de escassez hídrica em regiões/bacias prioritárias.
Requisitos: Profissional de nível superior com, no mínimo, 6 (seis) anos de efetiva experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação na área de pesquisa do projeto: hidrologia, modelagem hidrológica, estatística, sensoriamento remoto, entre outros, com conhecimento em linguagem de programação (python, Fortran, Grads, e outros).
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), localizado no Parque Tecnológico da cidade de São José dos Campos (SP), lançou edital de licitação na modalidade pregão eletrônico, cujo objeto é a contratação de empresa especializada para prestação de serviços de impressão (outsourcing).
O contrato prevê o fornecimento de equipamentos, sistema de gerenciamento de impressões, manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos, com fornecimento de peças e componentes, suprimentos, insumos /consumíveis (toner, cilindro), exceto papel.
Esses serviços visam atender às necessidades do Cemaden, localizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos/SP. A publicação consta no Diário Oficial da União do dia 18.01.2019.
O Edital do Pregão Eletrônico nº 09/2017 poderá ser retirado a partir do dia 18/01/2019 de 09h00 às 12h00 e de 13h00 às 17h00, no seguinte endereço: Estrada Dr. Altino Bondesan, 500 Cemaden, Distrito de Eugênio de Melo – São José dos Campos – SP ou www.comprasgovernamentais.gov.br.
O Diretor Osvaldo Moraes, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – foi convidado pela Agência Americana dos Oceanos e Atmosfera (NOAA) a participar de evento paralelo à 99ª Reunião Anual da Sociedade Meteorológica Americana (American Meteorological Society -AMS) dos Estados Unidos e proferir palestra abordando o tema “Compreensão e construção da resiliência a eventos extremos de forma interdisciplinar e inclusiva dentro da arena internacional”. A sessão internacional foi coorganizada pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
A reunião da AMS ocorreu na semana passada, entre os dias 6 e 13 de janeiro, na cidade de Phoenix (Arizona), nos Estados Unidos, reunindo cerca de 4 mil pesquisadores, cientistas, profissionais e estudantes da área climática, de ciências atmosféricas e de ciências sociais. Foram mais de 40 conferências e simpósios separados, abrangendo tópicos desde Hidrologia à História, satélites a aplicações sociais.
O objetivo principal da reunião foi aprimorar o entendimento fundamental sobre previsão de eventos extremos, dentro do panorama de mudanças climáticas. O evento chamou a atenção para os prejuízos humanos e materiais crescentes provocados pelos eventos extremos, destacando os vários fatores inter-relacionados que contribuíram para o aumento da vulnerabilidade da população, principalmente a urbana.
“O convite foi justificado pela inovação do Cemaden em adotar abordagem multidisciplinar para o entendimento e previsão dos impactos decorrentes de eventos climáticos extremos, tanto no monitoramento, na emissão de alertas de desastres e nas pesquisas e desenvolvimento de tecnologias.”, destacou o diretor Osvaldo Moraes. “O objetivo de nossa participação foi apresentar, aos outros países, a importância não apenas das chamadas Ciências Básicas mas também das Ciências Sociais no compartilhamento dos conhecimentos para enfrentar os eventos extremos.”, complementa o diretor do Cemaden.
Conexão entre a ciência do sistema terrestre e as ciências sociais para construção da resiliência a eventos extremos
Consideradas prioritárias as abordagens de áreas interdisciplinares e a necessidade de formar uma rede de parcerias para apoio e desenvolvimento da convergência das pesquisas, a reunião focou a abordagem de três tópicos. O primeiro sobre “interdisciplinaridade” das variadas áreas científicas para os estudos científicos e monitoramento de eventos climáticos. Outra prioridade é a “cooperação internacional” para construção de resiliência a eventos extremos, compartilhando os conhecimentos.
Por fim, a abordagem sobre “Inclusão da diversidade multissetorial” na busca de soluções de problemas complexos, incluindo a participação de grupos heterogêneos, envolvendo diversas especialidades das áreas humanas (como por exemplo, psicólogos, sociólogos, economistas e demógrafos). A organização cita um relatório recente da Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina, que faz referência à convergência “formando uma rede de parcerias para apoiar a pesquisa de cruzamento de fronteiras e para traduzir avanços em novos produtos”. Esse relatório demonstra que a participação de diversos grupos sociais ampliam os esforços para a solução do problema causado pelos eventos climáticos. Além disso, os grupos sub-representados de baixa renda são os que mais sofrem durante eventos extremos, como ondas de calor, inundações (especialmente em regiões urbanas).
“A reunião anual da OMM priorizou as discussões sobre a maneira da comunidade internacional garantir o acesso para todos às pesquisas e aplicações tecnológicas referentes ao clima, água e ciências sociais, preparando e superando as vulnerabilidades a eventos extremos no contexto mundial.”, enfatiza o Osvaldo Moraes, do Cemaden.
Pela análise de informações enviadas por vários satélites e de modelos numéricos, uma equipe de pesquisadores franco-brasileira conseguiu estimar a fração de águas subterrâneas da Bacia Amazônica, compreendendo sua relação com as águas superficiais, o que poderá determinar a capacidade de resiliência da bacia durante períodos de seca prolongada.
O estudo foi coordenado pelo pesquisador francês, Fabrice Papa – do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (Institut de Recherche pour le Developpement – IRD), com equipe integrada pelo hidrólogo Javier Tomasella, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações- e de pesquisadores do Laboratório de Geofísica Espacial e Estudos de Oceanografia da França (LEGOS). Contou, também, com a participação de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA e do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
A pesquisa estimou a evolução temporal do armazenamento de águas subterrâneas da Bacia Amazônica no período 2003 até 2010. As análises mostraram as variações sazonais da água estocada na Bacia Amazônica e as relações com o armazenamento de água subterrânea. Foram observadas fortes variações no armazenamento de água subterrânea ao longo dos anos, em resposta a eventos hidrológicos como, por exemplo, a seca extrema que ocorreu em 2005.
“Uma vez que a Bacia Amazônica está sujeita à variações na quantidade de chuva de um ano a outro, reservas de água subterrânea são fundamentais para a regulação hidrológica da bacia.”, afirma o pesquisador Javier Tomasella, do Cemaden, informando que foi utilizado os dados enviados por satélites para estimar as águas superficiais nos rios e nas planícies de inundação.
A quantidade total de água estocada na bacia hidrográfica foi estimada usando o satélite da missão GRACE (Recuperação Gravitacional e Experimento Climático), que tem a participação das missões espaciais da NASA e da Agência Espacial Alemã. “Como os modelos numéricos permitem estimar a umidade contida nos solos, por uma simples subtração, pudemos deduzir a parcela das águas subterrâneas e suas variações mensais, de janeiro de 2003 a setembro de 2010.”, explica o pesquisador francês Fabrice Papa do IRD.
“Pode-se observar que as variações sazonais do armazenamento de água subterrânea representam entre 20 e 35% das variações sazonais do volume de armazenamento de água terrestre da Amazônia.”, aponta Tomasella. Explica que esses cálculos hidrológicos diferem de uma área para outra na Bacia Amazônica e o estoque total das águas terrestres dependem das chuvas.
“Em áreas com menos planícies de inundação, como as bacias do Solimões, Xingu e Tapajós – onde a água superficial tem pouca variação – a água subterrânea é a principal fonte de variabilidade no estoque total de água terrestre.”, destaca Tomasella.
O artigo científico intitulado “A variabilidade espaço-temporal do armazenamento de águas subterrâneas na bacia do rio Amazonas” (The spatio-temporal variability of groundwater storage in the Amazon River Basin), foi divulgado pela Revista IRD (Institut de Recherche pour le Developpement), disponível no endereço:
Conhecer o perfil das nuvens e as características da estrutura de precipitação – analisando os dados do radar e não apenas as imagens – são os pontos principais para o desafio da previsão e monitoramento de tempestades severas, as quais podem resultar em granizo, rajadas de vento, inundações, enchentes, enxurradas, raios e tornados. Essa foi a conclusão do pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), meteorologista Vinicius Banda Sperling, com base nos estudos de tempestades que geraram alagamentos ocorridas no estado de São Paulo no período chuvoso de 2014, 2015 e 2018 e uma tempestade severa ocorrida em Campinas/SP em 2016. Os estudos fazem parte da linha de pesquisa do Cemaden, que trata sobre “Extremos Meteorológicos e Climatológicos Aplicados a Desastres Naturais”.
As tempestades severas estudadas resultaram em alagamentos e enxurradas, deixando regiões intransitáveis, principalmente na Região Metropolitana de São Paulo, causando transtornos não somente na mobilidade urbana, como danos pelas quedas de árvores, impactos nas construções (como destelhamento e inundação) e impactos no sistema de energia elétrica.
“A previsão de tempestades não é resolvida por modelos que conseguem prever apenas os ‘fatores ou ingredientes’ para a formação de tempestades.”, destaca o pesquisador Sperling. Ele explica que a quantificação e precisão da chuva, velocidade do vento e formação de granizo ainda continuam um desafio na previsão meteorológica das tempestades severas. “É importante conhecer as características da estrutura da precipitação para esses eventos de curta duração , de forma a auxiliar os tomadores de decisões.”
Análise da tempestade ocorrida em São Paulo, em março de 2018, e de granizo em Campinas, ocorrido em junho de 2016
Analisando a chuva intensa do dia 20 de março de 2018, na capital de São Paulo, iniciada às 15h30min (horário local), foram registradas as ocorrências de enxurradas e alagamentos na zona norte da cidade de São Paulo, após 40 minutos do início da chuva.
O pesquisador utilizou as imagens do radar meteorológico do DECEA, localizado em São Roque/SP, que cobre uma área de 500 km de diâmetro. Com as oito varreduras volumétricas do radar, entre as 15h30min e 16h40min (horário local), os dados do radar informaram o ciclo dos hidrometeoros dentro das nuvens (como a quantidade integrada de água líquida, a formação de gelo) e, posteriormente, a identificação dos limiares destas variáveis associadas às tempestades que geraram alagamentos. Os “limiares de disparos” para eventos de alagamentos em São Paulo foram baseados na análise do histórico de 12 eventos de alagamentos.
“ Com informações obtidas pelo radar e o conhecimento dos limiares de disparo de eventos de alagamentos, é possível fazer um modelo de sistema de alerta automatizado”, destaca o pesquisador. Informou que com os dados obtidos nesse dia 20 de março, a nuvem de tempestade tinha 120 km² de área e, em 10 minutos, passou a ter 276 km², ou seja, mais que dobrou a área da tempestade em apenas 10 minutos, sugerindo um rápido crescimento da nuvem.
Na análise da tempestade severa ocorrida em Campinas (SP), no dia 5 de junho de 2016, próximo a um shopping da cidade, era meia-noite (horário local), quando os dados do radar registraram um grande disparo de água ascendente e transformação em gelo e, após 10 minutos, a atividade elétrica dentro da tempestade triplicou. Às 00h30min (horário local), ou seja, meia hora após a rápida intensificação da tempestade, já estava caindo granizo e fortes ventos foram observados na cidade, com um registro de 226 raios em apenas 4 minutos.
O pesquisador explica que acompanhando a formação e a evolução das nuvens pelos dados do radar meteorológico, como os perfis de refletividade das imagens desse radar, pode-se obter análises desde a ascensão da água nas nuvens, a transformação em gelo e a ocorrência de descargas elétricas, até o início da chuva na superfície.
“Com a análise dos dados brutos dos radares, é possível trabalhar com uma previsão antecipada, adiantando o alerta de risco de enxurradas e alagamentos, para o caso de alagamento em São Paulo, desde 24 até 46 minutos de antecedência.”, explica o pesquisador Vinícius Sperling e complementa: “Conhecendo as características físicas dos sistemas precipitantes (por meio do radar), podemos utilizar ‘limiares de disparo’ para eventos de alagamentos e enxurradas.” Destacou que, geralmente, os eventos de alagamentos/enxurradas ocorrem em uma janela de tempo entre a iniciação e a maturação das tempestades.
O coordenador-geral de Operações e Modelagens do Cemaden, meteorologista Marcelo Seluchi, que acompanhou o desenvolvimento da pesquisa, considera que essas análises devem ser aprofundadas e discutidas junto aos especialistas de T.I, de modelagens de radar e da Sala de Situação do Cemaden. “ Esses parâmetros analisados são importantes e devem entrar na plataforma SALVAR do Cemaden para aprimorar as decisões de emissão de alertas de riscos hidrológicos.”, afirma Seluchi.
Na última terça-feira (11), ocorreu a cerimônia de lançamento dos seis manuais do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres (Gides), em Brasília (DF). Os manuais foram os resultados da cooperação técnica firmada entre os governos brasileiro e japonês, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – foi representado pelo tecnologista da Sala de Situação, Tulios Dias Nery, que participou com a equipe do Cemaden na elaboração do Volume 2– Manual Técnico para Elaboração, Transmissão e Uso de Alertas de Risco de Movimento de Massa.
Os manuais surgiram como resposta do governo brasileiro após os desastres ocorridos com as enchentes em Santa Catarina no ano de 2008 e com os deslizamentos de terra ocasionado pelas fortes chuvas nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2011. O objetivo é fornecer aos gestores estaduais e municipais o mapeamento de risco e de perigo de possíveis locais onde podem ocorrer os desastres, e planejamento urbano para a prevenção de desastres.
Akira Yamada, embaixador do Japão, participou do evento, ressaltando a efetividade e os frutos do projeto, e desejou que a parceria perdure por mais anos. “Esse trabalho conjunto nipo-brasileiro conquistou reconhecimento internacional, ganhando prêmios da ONU, inclusive, atestando a grandeza do projeto. Os manuais estarão disponíveis para utilização em todo o território nacional, e esperamos que eles contribuam para construção de cidades mais resistentes a desastres naturais. Espero que possamos dar continuidade a cooperação junto ao governo brasileiro”.
Para Aykyo Saito, representante da Jica no Brasil, o lançamento dos seis manuais deve ser comemorado, já que visa dar mais estrutura para evitar desastres naturais no País. “Hoje é um dia para parabenizar a todos pelo empenho e esforço empreendidos para elaboração dos seis manuais. O Brasil vem sofrendo cada vez mais com os desastres naturais, enchentes, deslizamentos de encostas e exatamente por isso o trabalho de todos é de suma importância. Parabéns a todos que colaboraram arduamente para o lançamentos desses manuais. O projeto Gides foi realmente um grande destaque internacional graças ao apoio de todos”.
A série dos manuais de gestão de risco é composta pelos seguintes volumes :
Volume 1
: Manual Técnico para Mapeamento de Perigo e Risco a Movimentos Gravitacionais de Massa – Serviço Geológico do Brasil/Ministério de Minas e Energia;
Volume 2
: Manual Técnico para Elaboração, Transmissão e Uso de Alertas de Risco de Movimento de Massa – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) / Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
Volume 3
: Manual Técnico para Planos de Contingência para Desastres de Movimento de Massa – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil/Ministério da Integração Nacional;
Volume 4
: Manual Técnico para Intervenções Estruturais para Fluxo de Detritos – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil/Ministério da Integração Nacional;
Volume 5:
Manual Técnico para Plano de Intervenção de Ruptura de Encosta – Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano/Ministério das Cidades.
Volume 6
: Manual Técnico para Redução de Riscos de Desastres Aplicado ao Planejamento Urbano – Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano/Ministério das Cidades;
Os links de cada manual estão disponibilizados no Portal do Ministério das Cidades, pelo endereço :
(Fonte: Ascom-Cemaden com Ascom-Ministério das Cidades)
Representantes de equipes de diversos ministérios do governo federal, responsáveis pela elaboração dos manuais do Projeto Gides, presentes no lançamento oficial nesta semana (dia 11), em Brasília.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – recebeu a medalha “Laurita Pedroso de Oliveira”, da Defesa Civil Municipal de Barra Velha, no estado de Santa Catarina, na cerimônia de homenagem às instituições e pessoas que atuaram na valorização da Defesa Civil local, no apoio dos trabalhos de prevenção e assistência à comunidade.
O evento promovido pelo diretor da Defesa Civil de Barra Velha, Elton Cunha, ocorreu dia 6 de dezembro, na Câmara de Vereadores, integrando a comemoração aos sete anos de atividade da Defesa Civil local e aos 57 anos de emancipação político-administrativa do município.
Para o recebimento da homenagem, o Cemaden foi representado pelo analista em ciência e tecnologia, Renato Lacerda, que também recebeu o convite para conhecer a regional do Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD)- localizado no município de Itajaí (SC).
Receberam a Medalha de Defesa Civil Laurita Pedroso de Oliveira e o certificado assinado pelo prefeito de Barra Velha, Valter Marino Zimmermann, as seguintes pessoas do Cemaden: o diretor Osvaldo Moraes; a coordenadora do Projeto Cemaden Educação, Rachel Trajber; as analistas em ciência e tecnologia, Marisa Pulice Mascarenhas e Maria Rosário Orquiza.
A homenagem foi recebida por 38 pessoas que atuam em instituições municipais, estaduais e federais. A cerimônia contou com a participação de autoridades municipais, estaduais e de pessoas da comunidade.
A solenidade de entrega da medalha Laurita Pedroso de Oliveira é realizada há quatro anos, por meio da Lei Municipal 1.215 de 21 de setembro de 2012. “O objetivo deste encontro é homenagear e valorizar as pessoas que contribuem com a comunidade e que trabalham em conjunto com a Defesa Civil. A valorização dessas pessoas abre caminho para novos colaboradores que buscam o bem comum”, destaca o diretor da Defesa Civil Municipal, Elton Cunha.
(Fonte: Ascom-Cemaden com Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Barra Velha)
(Foto: Renato/Cemaden)
Auditório da cerimônia de entrega de Medalha “Laurita Pedroso de Oliveira” em Barra Velha (SC) (Foto: Imprensa PMBV)
Cerimônia de entrega da medalha “Laurita Pedroso de Oliveira”, na Câmara Municipal de Barra Velha (SC), a partir da esquerda : Elton Cunha, diretor municipal de Defesa Civil; Jovani de Andrade, analista ambiental do Instituto de Meio Ambiente de SC; Renato Lacerda, analista em ciência e tecnologia do Cemaden/MCTIC e Fabrício Pereira de Melo, diretor municipal de Defesa Civil do Balneário de Camboriú. (Foto: PMBV).
Auditório da Câmara Municipal de Barra Velha (SC), na cerimônia da entrega da medalha às instituições. (Foto: Imprensa/PMBV)
Visita do Cemaden ao Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD)- localizado no município de Itajaí (SC). (Foto: PMBV)
Visita do Cemaden ao Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CIGERD)- localizado no município de Itajaí (SC).
(Foto:Renato/Cemaden)
Uma comitiva formada por 46 executivos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – representando 15 países da América do Sul, América do Norte e Europa – conheceu os trabalhos e as instalações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), durante o workshop “Integrando Ecossistemas de Inovação”, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), no último dia 6 de dezembro.
No workshop realizado em São José dos Campos, o Cemaden integrou a programação de palestras de instituições que atuam com inovações, apresentando os trabalhos técnico-científicos de monitoramento e emissão de alertas de desastres para os 958 monitorados, em todo o território nacional.
O pesquisador do Cemaden, Carlos Frederico Angelis, apresentou as inovações das ferramentas e plataformas de dados da rede observacional da instituição, bem como as pesquisas direcionadas ao monitoramento e previsão de impactos nos municípios. Mostrou, também, as pesquisas e relatórios geo-hidrológicos e de seca no semiárido, que fornecem informações ao governo para adotar medidas e políticas para subsidiar a população nos municípios afetados, entre outras atividades do Cemaden para redução do risco de desastres.
Após a apresentação sobre inovações por outras instituições tecnológicas instaladas no Parque Tecnológico, a comitiva se dirigiu às instalações do Cemaden e conheceu a Sala de Situação (Operação). O coordenador-geral de Operações e Modelagens, Marcelo Seluchi, recepcionou os visitantes e explicou sobre o tipo de monitoramento e dados recebidos pela rede observacional, sobre emissão de alertas e áreas de risco de desastres, respondendo a diversas perguntas dos visitantes.
O grupo do BID era integrado por profissionais sêniores, especialistas na área internacional, em geral economistas e administradores. Entre eles, o gerente do Cone Sul e o de Conhecimento, Inovação e Comunicação , além dos representantes em cada um dos países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai). Também tinha representantes do BID do Equador, Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia, Costa Rica, Estados Unidos, Itália, Espanha, Inglaterra. A comitiva fez um roteiro conhecendo instituições tecnológicas, além das situadas em São José dos Campos, também na capital de São Paulo e em Campinas (SP), no período compreendido entre o dia 4 a 7 de novembro.
Criado em 1959, o BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e o Caribe. A instituição também realiza projetos de pesquisas e oferece assessoria sobre políticas, assistência técnica e capacitação a clientes públicos e privados. Tem diversas linhas de atuação e de programas, incluindo ciência e tecnologia, além de meio ambiente e desastres naturais.
(Fonte: Ascom/Cemaden)
Comitiva do BID visita o Cemaden. (Foto: Ascom/Cemaden)
Comitiva do BID visita o Cemaden (Foto: Ascom/Cemaden)
Comitiva do BID visita o Cemaden (Foto: Ascom/Cemaden)
Comitiva do BID visita o Cemaden (Foto: Ascom/Cemaden)
Comitiva do BID visita o Cemaden (Foto: Ascom/Cemaden)
Comitiva do BID visita o Cemaden (Foto: Ascom/Cemaden)
Apresentação do Cemaden à comitiva do BID, no workshop “Integrando Ecossistemas de Inovação”, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). (Foto: Ascom/Cemaden)
Apresentação do Cemaden à comitiva do BID, no workshop “Integrando Ecossistemas de Inovação”, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). (Foto:Ascom/Cemaden)
Apresentação do Cemaden à comitiva do BID, no workshop “Integrando Ecossistemas de Inovação”, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). (Foto:Ascom/Cemaden)
Apresentação do Cemaden à comitiva do BID, no workshop “Integrando Ecossistemas de Inovação”, realizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). (Foto:Ascom/Cemaden)
Na próxima terça-feira, dia 11 de dezembro, serão lançados, em Brasília (DF), os seis volumes de manuais sobre gestão de risco de desastres, na área de movimentos de massa. Os manuais foram o resultado dos estudos e cooperação técnico-científica, firmada entre os governos do Brasil e do Japão, por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).
Representantes do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – também participarão do evento de lançamento dos manuais, que será realizado, das 14h30 às 17 horas, no Auditório Rômulo Almeida, do Edifício Celso Furtado (SGAN, 906-Módulo F, Bloco A), em Brasília.
O Volume 2 – Manual Técnico para Elaboração, Transmissão e Uso de Alertas de Risco de Movimento de Massa – foi elaborado com a participação de pesquisadores, de tecnologistas da Sala de Situação (Operação) e de analistas em ciência e tecnologia do Cemaden, em parceria com pesquisadores japoneses.
“Os manuais foram elaborados com o objetivo de auxiliar técnicos e gestores públicos federais, estaduais e municipais na gestão integrada dos riscos de desastres causados por movimentos de massa nas áreas de risco.”, destaque o tecnologista do Cemaden, Tulius Dias Nery, que irá representar o Cemaden, juntamente com o pesquisador Carlos Frederico Angelis.
A elaboração do manual Volume 2 contou com a organização do geólogo Ângelo José Consoni, bem como, com a colaboração de uma equipe técnica: Adenilson Roberto Carvalho, Ângelo José Consoni, Carla Corrêa Prieto, Carlos Frederico de Angelis, Celso Aluísio Graminha, Eduardo Fávero Pacheco da Luz, Graziela Balda Scofield, Harideva Maturano Egas, Klaifer Garcia, Maria Cristina Maciel Lourenço, Marisa Pulice Mascarenhas, Márcio Roberto Magalhães de Andrade, Rodrigo Augusto Stabile, Rodolfo Moreda Mendes, Silvia Midori Saito, Tulius Dias Nery e Vanessa Canavesi. A materialização do manual foi resultante dos intercâmbios científicos, pesquisas de campo, reuniões técnicas ocorridas ao longo do período do projeto (2013 e 2017).
A série dos manuais de gestão de risco é composta pelos seguintes volumes :
Volume 1: Manual Técnico para Mapeamento de Perigo e Risco a Movimentos Gravitacionais de Massa – Serviço Geológico do Brasil/Ministério de Minas e Energia;
Volume 2: Manual Técnico para Elaboração, Transmissão e Uso de Alertas de Risco de Movimento de Massa – Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) / Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
Volume 3: Manual Técnico para Planos de Contingência para Desastres de Movimento de Massa – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil/Ministério da Integração Nacional;
Volume 4: Manual Técnico para Intervenções Estruturais para Fluxo de Detritos – Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil/Ministério da Integração Nacional;
Volume 5: Manual Técnico para Plano de Intervenção de Ruptura de Encosta – Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano/Ministério das Cidades.
Volume 6: Manual Técnico para Redução de Riscos de Desastres Aplicado ao Planejamento Urbano – Secretaria Nacional de Desenvolvimento Urbano/Ministério das Cidades;
Projeto Gides
O Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais (Projeto Gides) decorreu do Termo de Cooperação entre o Brasil e o Japão, firmado em 2013, envolvendo as Agências Brasileira de Cooperação (ABC) e a de Cooperação Internacional do Japão (Jica), os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (por meio do Cemaden/MCTIC), das Cidades, da Integração Nacional e das Minas e Energia do Brasil (por meio do Serviço Geológico do Brasil- CPRM), para o fortalecimento da capacidade brasileira na gestão de riscos de desastres naturais.
As atividades integradas entre os pesquisadores e especialistas japoneses e brasileiros se estenderam até dezembro de 2017, ano em que finalizou a implantação dos novos protocolos Operacionais e de Emissão e Transmissão de Alertas, em forma experimental e de adequação, nas três cidades piloto: Petrópolis e Nova Friburgo (RJ) e Blumenau (SC), concluindo o trabalho desenvolvido desde 2013.
Em maio de 2017, o Projeto Gides recebeu da ONU o Certificado de Distinção no Prêmio Sasakawa, em Cancún (México), durante a o evento internacional para discutir Plataforma Global de Redução de Risco de Desastres.
Com o objetivo de discutir os resultados do “Mapeamento dos Impactos Potenciais associados à Mudança de Clima nos Municípios Brasileiros” – estudo coordenado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – o Ministério do Meio Ambiente (MMA) promoveu, em Brasília, nos dias 21 e 22 de novembro, uma oficina de trabalhos e debates sobre ações a serem desenvolvidas para a redução dos impactos nos municípios, provocados pelos eventos extremos e mudanças do clima. Os debates visaram dar apoio para a tomada de decisões em políticas públicas, de forma intergovernamental, além da efetivação das ações de governo para a redução da vulnerabilidade nas cidades onde ocorrem deslizamentos, inundações, enxurradas e seca.
A oficina foi coordenada pelo pesquisador José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, e pelo tecnologista e pesquisador, também do Cemaden, Pedro Camarinha. Os pesquisadores apresentaram uma projeção da realidade atual até o ano de 2040, com base no mapeamento dos impactos – associados à mudança do clima – nos municípios brasileiros. Eles explicaram que somente o mapeamento das áreas, de forma isolada, não é suficiente para reduzir os desastres naturais. “Também temos que cruzar as informações da pesquisa com as questões socioeconômicas e ambientais”, ressalta Camarinha.
O resultado do estudo permite entender melhor as especificidades locais que estão relacionadas com os impactos passados e, consequentemente, traçar estratégias para diminuir os impactos futuros, principalmente nas regiões onde há uma forte tendência de aumento de eventos extremos, tanto em frequência como em magnitude.
Além de pesquisadores, técnicos e gestores da área ambiental e de desastres, a oficina contou, também, com a participação de representantes de municípios, os quais já têm estudos e ações para redução do impacto ambiental nas cidades, como é o caso de Santos (SP), Recife (PE) e Belo Horizonte (MG).
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) realizou essa oficina dentro do Programa Políticas sobre Mudança do Clima ( PoMuC), uma iniciativa em parceria com o Ministério do Meio Ambiente da Alemanha e a Agência Internacional de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ, sigla em alemão).
Sobre o projeto de adaptação às mudanças climáticas
O projeto foi desenvolvido pelo MMA, em parceria com o Cemaden, para direcionar o governo federal na elaboração de diferentes estratégias de adaptação às mudanças climáticas. Em sua primeira etapa, foram criados três indicadores diferentes para explicitar as regiões mais vulneráveis do território brasileiro aos três desastres naturais que mais causam impactos do Brasil: inundações, deslizamentos de terra e secas. Cada indicador é composto pela combinação de diferentes variáveis climatológicas, ambientais e socioeconômicas, que foram agregadas conforme o quadro de ações proposto pelo AR4 do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).
“Dessa forma, começamos a pensar em medidas de ações de adaptação nos municípios”, explica Camarinha, do Cemaden. “É esperado que nos próximos anos este processo possa ser replicado para outros setores de interesse (como Energia, Saúde, Agricultura, entre outros.).”, informa o pesquisador, destacando a sinergia existente entre os setores pode promover co-benefícios. “ Esses co-benefícios precisam ser identificados e aproveitados. Isso permitirá expandir a adaptação de forma eficaz, nos seus diferentes níveis.”
Os estudos do Cemaden têm a perspectiva de reprodução da metodologia em escala de maior detalhe (para o nível regional), possibilitando que os indicadores de impacto potencial sejam mais precisos, bem como os direcionamentos das medidas de adaptação. Neste sentido, o Cemaden é, também, parte integrante do projeto INCT-2 de Mudanças Climáticas, especificamente na sub-componente de Desenvolvimento Urbano, que avançará com esses estudos durante os próximos anos em regiões consideradas prioritárias.
Nesta semana, no próximo dia 06 de dezembro, o Cemaden – juntamente com o Ministério do Meio Ambiente – apresentará o trabalho científico sobre o mapeamento das áreas de impactos potenciais na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2018 (COP24), a ser realizado na cidade de Katowice (Polônia), na sessão destinada a discussões no tema “Adaptação à Mudança do Clima”.
Jose Antonio Marengo Orsini, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) é o mais novo membro da Academia Mundial de Ciências (The World Academy of Sciences – TWAS), a partir de janeiro de 2019. O comunicado foi feito ontem (28), pelo presidente da TWAS, Prof. Bai Chunli. A cerimônia de posse, durante a qual os novos membros eleitos serão apresentados à academia, será realizada durante a próxima Assembleia Geral.
A Academia Mundial de Ciências (TWAS) para o avanço da ciência nos países em desenvolvimento trabalha apoiando a prosperidade sustentável por meio de pesquisa, educação, política e diplomacia. É uma academia de ciências global baseada em Trieste, Itália e, atualmente, conta com 1.222 membros eleitos em mais de 90 países, 14 deles são laureados com o Nobel. Sob um acordo de 1991, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ( UNESCO ) assumiu a responsabilidade pela administração dos fundos e do pessoal da TWAS, legalmente, uma unidade de programa dentro da UNESCO.
Carreira do cientista José Marengo
Pesquisador 1-A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Jose Marengo possui graduação em Física e Meteorologia pela Universidad Nacional Agraria (1981), mestrado em Ingenieria de Recursos de Agua y Tierra – Universidad Nacional Agraria (1987) em Lima, Peru e doutorado em Meteorologia – University of Wisconsin – Madison (1991) em EUA. Fez pós doutorado na NASA-GISS e Columbia University em Nova York e na Florida State University (EUA) em modelagem climática. Foi coordenador científico da previsão climática do CPTEC-INPE.
Atualmente é pesquisador titular e coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento no Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC) – onde trabalha com eventos extremos, desastres naturais e redução de risco aos desastres. É professor na pós-graduação do INPE. É membro de vários painéis internacionais das Nações Unidas ( IPCC, WMO) e de grupos de trabalho, no Brasil e no exterior, sobre mudanças de clima e mudanças globais.
Atua como consultor na área de estudos ambientais de mudanças globais, impactos, vulnerabilidade e adaptação as mudanças climáticas e emite pareceres em diversas revistas científicas e agências financiadoras nacionais e internacionais. Autor de mais de 250 artigos, capítulos de livros, livros, relatórios técnicos e trabalhos de congressos. Participa atualmente de vários projetos de pesquisa, com instituições brasileiras, inglesas, francesas e americanas, e têm intensificado atividades de docência e orientação de pesquisa, além de ser membro ativo em vários conselhos participativos de clima e hidrologia, mudanças climáticas e globais. É membro do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, dos Relatórios do IPCC e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo. Foi membro do Comitê Assessor de Ciências Ambientais do CNPq. É editor associado do International Journal of Climatology e dos Anais da Academia Brasileira de Ciências.
Alguns desafios para a redução da vulnerabilidade foram estudados por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), analisando os dados de desastres socioambientais dos municípios do litoral do estado de São Paulo e suas conexões com a saúde pública, as condições ambientais e a sustentabilidade. A pesquisa aponta que esses três fatores estão inter-relacionados na determinação do grau de vulnerabilidade das populações que vivem nas áreas de risco de desastres.
Os estudos e análises estão abordados no artigo intitulado “Vulnerabilidade, saúde e desastres no litoral de São Paulo (Brasil): desafios para um desenvolvimento sustentável” (Vulnerability, health and disasters in São Paulo coast -Brazil: challenges for a sustainable development), publicado, neste mês, na revista científica “Ambiente e Sociedade”, da ANPPAS-Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade. Esse artigo também foi divulgado na plataforma internacional PreventionWeb, do Escritório das Nações Unidas para Redução de Risco de Desastres (UNISDR).
O artigo analisa o intenso crescimento populacional nas áreas urbanas, que ocorre, principalmente, pela atração às possibilidades de trabalho e serviços oferecidos pelo setor econômico e áreas urbanas. O aumento populacional vem seguido da ocupação das áreas de risco de desastres pela população de baixa renda. Adicionado às condições de falta de infraestrutura e serviços públicos, inclusive de saúde, todos esses fatores aumentam a vulnerabilidade das pessoas e dificultam a capacidade de resposta a desastres e assistência à população vulnerável.
“Promover sinergias entre os diferentes setores da sociedade – envolvidos com a temática de gestão de riscos de desastres – requer um planejamento para aumentar as capacidades institucionais e sociais em áreas de vulnerabilidade socioambiental.”, destaca pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe. Ela explica que para vencer os desafios dos esforços para a redução da vulnerabilidade, é preciso avançar, principalmente, na formulação e implementação de ações consistentes de mitigação de impactos e nas estratégias de monitoramento participativo.
O trabalho científico liderado pela pesquisadora do Cemaden Luciana Londe, contou com a participação da analista em C&T, Lívia Moura e do pesquisador Victor Marchezini, ambos também do Cemaden; além dos pesquisadores Marcos P. Coutinho, da Universidade Federal de São Carlos e Erico Soriano, consultor ambiental. O artigo está disponibilizado em dois idiomas (Português e Inglês) no endereço:
A Conferência Regional da Associação Regional III da América do Sul (RECO) – da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da Organização das Nações Unidos – e a 17ª Reunião da Associação Regional III (AR III), realizadas em Santiago (Chile), de 18 a 20 de novembro, teve a participação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTIC) para discutir sobre redução de risco de desastres relacionados a fenômenos meteorológicos e hidrológicos.
Entre outros temas, a conferência regional discutiu, também, sobre a necessidade de implementação de centros do Sistema Integrado de Observação Global (WIGOS) nos países da América do Sul, bem como sua execução operacional no período 2018-2010. Os centros meteorológicos mundiais e regionais são interligados em uma rede central, com a finalidade de proporcionar um serviço de comunicação eficiente, rápido e confiável dos boletins meteorológicos em tempo real, com uma base de destinatários nacionais e internacionais.
O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes proferiu a palestra Magna da sessão temática sobre redução do risco de desastres e os impactos nos países sul-americanos, apresentando as experiências do Brasil na área de monitoramento e alerta de risco e impactos desses desastres.
“A conferência e a reunião regional reuniram pesquisadores e gestores públicos dos países sul-americanos, que definiram as prioridades de ações a serem implementadas para a redução de risco e impactos de desastres decorrentes de fenômenos meteorológicos extremos”, informa o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes. A sua apresentação enfatizou o quanto um alerta de desastre é diferente de um aviso meteorológico e de que forma a atuação do Cemaden está vinculada com o estado da arte do conhecimento científico. Simultaneamente foi dado destaque à simbiose entre ciências naturais e sociais na concepção do Cemaden. Ele explica que, entre as prioridades discutidas, estão as implementações dos sistemas integrados de observação e capacidades de dados para análise, revisão e informação aos usuários da América do Sul.
“Atualizar e integrar os sistemas globais de observação e informações sobre as condições ambientais e climáticas permitirão aprimorar as análises dos dados para a previsão do tempo, clima e gestão dos recursos hídricos. Além disso, permite aprimorar os produtos e serviços de monitoramento e alerta de risco de desastres.”, complementa o diretor.