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Previsão de inundações nas cidades é discutido no Cemaden
Os modelos e experiências de cálculos dos fluxos e descargas de águas provenientes de fortes chuvas nos cruzamentos de ruas, provocando inundações urbanas, foram trazidos pelo professor Richard John Perkins , da Universidade de Lyon (França) aos pesquisadores e tecnologistas do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cemaden-MCTI), durante a palestra realizada na instituição, em São José dos Campos, na manhã desta terça-feira (11.11).
As palestras e discussões sobre metodologias de monitoramento de desastres naturais e de mudanças climáticas fazem parte do Projeto Temático “Vulnerabilidade, Impactos e Adaptação”, em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), trazendo os mais destacados pesquisadores nacionais e internacionais para debaterem temas junto aos especialistas em desastres naturais do Cemaden-MCTI.
O palestrante Prof. Richard John Perkins desenvolve pesquisas no Laboratório de Mecânica de Fluidos e Acústica, da Universidade de Lyon, atuando nas áreas da Engenharia Mecânica, Aeroespacial e Civil. Durante a palestra, foram apresentadas simulações numéricas dos fluxos das águas para prever a distribuição das águas pluviais nos cruzamentos de ruas das cidades.
No final de sua apresentação, os pesquisadores e tecnologistas do Cemaden de São José dos Campos – e por videoconferência de Cachoeira Paulista – puderam debater e trocar experiências referentes às metodologias de monitoramento e previsão das inundações urbanas, abordando aspectos práticos aplicados nas pesquisas nacionais.
“A comparação dos dados experimentais apresentados demonstra grande potencial na prevenção de inundações urbanas.”, avalia o Coordenador-Geral de Monitoramento e Operação do Cemaden, Eduardo Mário Mendiondo. “ As parcerias entre a Universidade de Lyon e o Cemaden contribuem para ampliar as condições de monitoramento do fluxo das enxurradas urbanas, levando as questões até a sociedade, no planejamento e nas obras urbanas, para prevenção de inundações nas cidades.”, conclui o coordenador.
Dentro do Projeto Temático, estão previstas palestras no Cemaden nos dias 20, 24 e 27 de novembro, respectivamente, com os pesquisadores Prof. Maarten Krol, da Universidade de Twente (Holanda), Prof. Emmanouil Anagnostou, da Universidade de Connecticut (EUA) e Prof. Yosuke Yamashiki, da Universidade de Kyoto ( Japão).
Palestra do pesquisador Richard John Perkins (Universidade de Lyon-França) sobre inundações urbanas
Gestão de recursos hídricos é tema de seminário no Cemaden
O professor Raghavan Srinivasan, da Texas A&M University (EUA), especialista nas áreas de Hidrologia, qualidade da água e Ciências Espaciais, apresentou os resultados de pesquisas referentes à gestão de recursos das bacias hidrográficas, no seminário realizado no Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cemaden/MCTI), em São José dos Campos (SP), nesta quarta-feira (06.11).
Dirigido aos tecnologistas de monitoramento e pesquisadores das áreas de Hidrologia, Meteorologia, Geologia e de Desastres Naturais do Cemaden, a palestra fez abordagens e análises sobre o atual cenário das bacias hidrográficas no Brasil e no exterior, bem como a influência provocada pelas alterações climáticas nos eventos extremos, como as cheias e as secas.
Atualmente, diretor do Laboratório de Ciências Espaciais da Texas A&M University (EUA), com formação em Engenharia Agrícola na Índia, especializando nessa área, em PhD pela Universidade de Purdue (Indiana-EUA) e mestrado pelo Instituto Asiático de Tecnologia (Bangkok), o professor Raghavan Srinivasan tornou-se conhecido e respeitado, internacionalmente, por seu trabalho de desenvolvimento em ciências espaciais e modelagem por computador, além de estudos sobre o solo e metodologias de avaliação da água no modelo SWAT. Sua pesquisa têm contribuído para os estudos de mudanças climáticas a longo prazo, realizando avaliações de recursos e desenvolvimento de alternativas de sistemas de gestão e metodologia. Sua metodologia vem sendo aplicada em mais de 90 países, além da realização de workshops para profissionais e estudantes em mais de 20 países.
Para o Coordenador-Geral de Monitoramento e Operação do Cemaden, Eduardo Mário Mendiondo, esse seminário tem contribuído e aberto oportunidades para o intercâmbio de informações para o desenvolvimento dos trabalhos de pesquisas realizados na instituição, principalmente, nos estudos de Mudanças Climáticas e Hidrologia aplicados à previsão de desastres. “A utilização das metodologias ou modelagens podem ser avaliadas no monitoramento e alertas de riscos de desastres naturais, como nos casos de enchentes, cheias e secas nas bacias hidrográficas. Esses desastres trazem grandes impactos e prejuízos, tanto sociais como econômicos.”, afirma Mendiondo.
O seminário faz parte do Ciclo de Palestras destinado aos pesquisadores e tecnologistas do Cemaden, apoiado pelo Projeto Temático sobre “Vulnerabilidade, Impactos e Adaptação” da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Iniciado em outubro deste ano – período em que ocorreu a entrada dos novos servidores concursados na instituição – o projeto vem sendo organizado pelo Coordenador de Pesquisa Cemaden, José Marengo. Os temas abordados são referentes às pesquisas sobre mudanças climáticas e metodologias de monitoramento, trazidas pelos mais destacados pesquisadores nacionais e internacionais. Para este mês, estão previstas palestras para os dias 11, 20, 24 e 26 de novembro, com pesquisadores da França, Holanda, Estados Unidos e Japão.
Palestra do professor Raghavan Srinivasan, da Texas A&M University (EUA)
Cemaden recepciona servidores concursados com palestras
O Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação(MCTI), realizou palestras entre os dias 14 e 17 de outubro aos 72 novos servidores efetivados por concurso público, os quais ingressaram desde setembro deste ano nas carreiras de tecnologistas, pesquisadores e analistas da instituição.
As palestras fazem parte do Programa de Ambientação dos Novos Servidores da área de Recursos Humanos e foram realizadas pela equipe do MCTI e de gestores do Cemaden. O objetivo foi o de apresentar e tirar dúvidas sobre os direitos e deveres dos servidores públicos federais, além de mostrar a missão do Cemaden e seu sistema de gestão de monitoramento, previsão de ocorrências e alertas de desastres naturais nas áreas de riscos e vulnerabilidade em todas as regiões do Brasil.
A diretora do Cemaden, Regina Célia dos Santos Alvalá, fez um breve histórico da origem da instituição, destacando o trabalho de monitoramento e alertas de desastres naturais e sua importância social para minimizar os impactos sociais e econômicos provocados por inundações, deslizamentos, secas, entre os diversos desastres naturais. Fez um relato sobre a origem do projeto sobre desastres naturais – no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – das pesquisas e intercâmbios científicos com outros centros mundiais que tratam do tema.
As pesquisas e as ações realizadas nos últimos dez anos, de forma multidisciplinar – envolvendo as áreas de meteorologia, recursos hídricos, geologia e desastres naturais – foram o embrião do Cemaden. A diretora informou que, com essa experiência adquirida, a instituição passa a ser um modelo inovador em nível mundial no sistema aprimorado de previsão, preparação, prevenção e redução dos impactos ambientais, sociais e econômicos, tornando-a única na América Latina.
“Desde a criação oficial do Cemaden, em 2011, já foram emitidos mais de 2 mil alertas, enviados ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), do Ministério do Interior, fundamentais para salvar vidas.”, afirma a diretora do Cemaden, complementando: “ O monitoramento das áreas de riscos possibilita fazer o alerta com antecedência dos desastres naturais, tornando mais eficazes e rápidas as ações da Defesa Civil na prevenção e respostas nas regiões vulneráveis aos desastres naturais.”
Os aprovados que ingressaram no quadro permanente do Cemaden são compostos por profissionais de diversas áreas de conhecimento, atendendo os setores de operação, monitoramento, alertas e pesquisa em desastres naturais, além da área de gestão, planejamento e infraestrutura. A nova equipe nomeada é composta por 40 tecnologistas, 15 pesquisadores e 17 analistas.
Representando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, participaram na Semana de Ambientação o Coordenador-Geral de Meteorologia, Climatologia e Hidrologia, Silvestre Aguiar e o Coordenador de Recursos Humanos, Flávio Coutinho com a equipe do RH do ministério. Além da diretora do Cemaden, Regina Alvalá, participaram, também os coordenadores-gerais de Pesquisa, Marcelo Seluchi, o de Operação e Modelagem, Eduardo Mário Mediondo e o coordenador de Pesquisa em Mudanças Climáticas, José Antonio Marengo.
Pesquisadores brasileiros e japoneses discutem sobre alertas de desastres naturais
Aprimorar as técnicas sobre previsão e alertas de desastres por deslizamento de encostas foi o objetivo central da 5ª reunião entre pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas de Desastres Naturais, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (Cemaden-MCTI) e a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica, sigla em inglês).
Os debates ocorreram no Auditório da Área de Eventos do Parque Tecnológico, em São José dos Campos, na segunda quinzena de outubro (21.10), com a participação dos técnicos da Defesa Civil dos municípios de Petrópolis e Nova Friburgo (RJ), de Blumenau (SC), do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres do Ministério da Integração Nacional (Cenad-MI), além de especialistas da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais do Ministério de Minas e Energia (CPRM-MME), entre outros técnicos.
Durante todo o dia, foram discutidas as metodologias de pesquisa, entre elas a coleta e organização de dados para o monitoramento das chuvas, especialmente, nas áreas de riscos de deslizamentos, bem como para a definição de chuva padrão para emissão de alertas. Os resultados da aplicabilidade dessas pesquisas visam oferecer maior eficácia nas análises para agilizar o tempo dos alertas. Dessa forma, fortalece a estrutura nacional da Defesa Civil nas ações de prevenção, alertas e evacuação da população nas áreas de risco. Ao final da reunião, foram feitas recomendações e propostas para definição de protocolos e manuais.
“Nesta última reunião do ano, pudemos concluir sobre a metodologia ideal a ser aplicada no Brasil com relação ao monitoramento e emissão de alertas de riscos de desastres naturais por deslizamento de encostas”, afirmou o coordenador do evento e gerente operacional em Geociências do Cemaden, Celso Aluísio Graminha.
O intercâmbio entre Brasil e Japão faz parte do Projeto de Fortalecimento da Estratégia Nacional de Gestão Integrada de Riscos em Desastres Naturais, envolvendo o Cemaden-MCTI e a Jica. O projeto visa melhorar a capacidade brasileira de avaliar e reduzir riscos, aperfeiçoando o monitoramento, além de conduzir e organizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre desastres naturais.
O Termo de Cooperação entre os dois países foi firmado em 2013, envolvendo as Agências Brasileira de Cooperação (ABC) e a de Cooperação Internacional do Japão (Jica), os Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação, das Cidades, da Integração Nacional e das Minas e Energia do Brasil, para o fortalecimento da capacidade brasileira na gestão de riscos de desastres naturais.
O Cemaden, criado por Decreto Presidencial nº 7.513, em julho de 2011, no âmbito do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, adota uma estrutura técnico-científica organizada, desenvolvendo capacidade científica, tecnológica e de inovação para continuamente aperfeiçoar os alertas de desastres naturais. Entre outras competências, emite alertas para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres – Cenad, do Ministério da Integração Nacional, auxiliando o Sistema Nacional de Defesa Civil. O Cemaden opera 24 horas por dia, sem interrupção, monitorando as áreas de risco em 795 municípios em todo território nacional.
Reunião entre Cemaden e Jica visa aperfeiçoar o monitoramento, além de conduzir e organizar a pesquisa e desenvolvimento (P&D) sobre desastres naturais. (Fotos Cristina Matayoshi, da JICA)
Radar em Maceió vai monitorar fenômenos naturais em quatro estados
Foi inaugurado nesta quarta-feira (4), em Maceió, o sexto equipamento para monitoramento de fenômenos naturais do projeto Radares Meteorológicos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI).
O radar, com capacidade técnica de monitorar o território de quatro estados do Nordeste – Alagoas, Sergipe, Pernambuco e a região do norte da Bahia – vai auxiliar especialistas nos estudos do clima, antecipando as previsões de chuvas e estiagens, e consequentemente, as informações que envolvem questões de desastres ambientais. Fica no campus universitário da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
A cerimônia teve a presença de gestores dos governos federal, estadual e municipal, e a participação de pesquisadores e estudantes da UFAL, e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“O equipamento que foi implantado em Alagoas é um dos mais modernos do país”, expôs o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre.
“Ele integra o Plano de Gestão de Riscos [e Resposta a Desastres Naturais] do governo federal e faz parte de uma rede de monitoramento meteorológica que tem como objetivo reduzir os impactos dos desastres naturais.”
Nobre acrescentou que, com o instrumento, será possível antecipar informações sobre o volume de chuvas ou estiagens, e assim, programar ações e estratégias para mobilizar a retirada de famílias das áreas de risco. “O objetivo do governo federal é diminuir a exposição da população diante dos desastres, ao se antecipar aos fatos, e agilizar o sinal de alerta ao compor informações precisas para auxiliar a defesa civil”, disse.
Antecipação
O coordenador do projeto Radares Meteorológicos, Carlos Frederico de Angelis, explicou que a unidade implantada em Alagoas possui tecnologia e sensibilidade para levantar dados elaborados sobre chuvas ao longo de um raio de 400 quilômetros (km), com abrangência de 800 km de diâmetro. Segundo Angelis, o equipamento, avaliado em R$ 8 milhões, tem a capacidade de antecipar os fatos provocados por fenômenos naturais entre seis e duas horas.
“O projeto prevê no Brasil a implantação de nove radares deste porte, formando uma rede com profissionais especializados que serão capazes de monitorar o deslocamento das nuvens e antecipar dados que contribuirão tanto para salvaguarda da população como para o planejamento da agricultura”, pontuou o representante do Cemaden.
“Se o impacto de um desastre natural para o agronegócio é prejudicial, para a população e os pequenos produtores ele é ainda maior. Por isso, a função desta rede é absorver e repassar informações para prevenir e evitar perdas, tanto na produção da atividade rural como de vidas.”
Pesquisa e capacitação
O reitor da UFAL, Eurico Lobo, destacou a oportunidade para toca de experiências. “Se para os especialistas e a população o radar é uma ferramenta operacional de grande importância para estratégias e planejamentos futuros, para a universidade ele também é um instrumento de formação e pesquisa. Estamos honrados porque com ele ganhamos conhecimento, ou seja, mais uma oportunidade para fortalecer nosso Centro de Capacitação de Recursos Humanos, algo que já é referência no país”, comentou. O secretário estadual da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, Eduardo Setton, também participou da inauguração.
Com o equipamento já em funcionamento dentro do campus universitário, um dos primeiros desafios dos especialistas é monitorar e enviar informações sobre a situação climática dos próximos dias para os organizadores da Copa do Mundo de Futebol, com trabalho focado no levantamento de informações da cidade-sede de Recife, em Pernambuco.
Texto: Waldson Costa – Ascom do MCTI
Conferência de Sendai : Cemaden discute sobre a redução de riscos de desastres naturais
Considerado o novo marco para reduzir riscos de desastres naturais e das mortes no mundo provocadas por esses eventos, a Declaração de Sendai – divulgada pelo grupo de trabalho durante a Terceira Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres – teve a participação do Cemaden para elaborar o documento de acordo comum de cooperação internacional e do estabelecimento de metas a serem alcançadas nos próximos 15 anos
Durante a Terceira Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres, realizada em Sendai, no Japão, entre 14 e 18 de março, o climatologista Carlos Afonso Nobre, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apresentou a experiência brasileira sobre o tema da conferência. Mostrou o histórico, as tipologias e as diferentes intensidades das ocorrências de desastres naturais por região no Brasil, destacando as estratégias do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres Naturais, implantado desde 2012, que incluem prevenção, mapeamento das áreas de risco, monitoramento, alerta e resposta.
Na conferência, o diretor do Cemaden mostrou que o impacto das secas intensas sobre a agricultura, abastecimento de água, irrigação e navegação afetam a maioria das pessoas no Brasil. No entanto, o movimento de massa, em especial, os deslizamentos de terra, junto às enchentes são mais letais, respondendo por mais de 90% das mortalidades provocadas pelos desastres naturais no Brasil.
Foi lembrado que o evento extremo ocorrido na região serrana do Rio de Janeiro – em janeiro de 2011, resultando em mais de 900 mortes – foi decisivo para as mudanças nas estratégias do governo, que aplica 80% dos investimentos a longo prazo, voltados para a prevenção de desastres e na construção de resiliência das comunidades, incluindo a criação do próprio Cemaden para o monitoramento e alerta dos desastres naturais em todo o território brasileiro.
O diretor do Cemaden também apresentou o Projeto de Pluviômetros Comunitários – mais de 1 mil instalados em comunidades expostas a alto risco de desastres – e o Projeto Piloto Educacional, todos voltados para melhorar a percepção de risco e educação para a sustentabilidade.
Novo marco global para a redução de risco de desastres
A Declaração de Sendai, elaborada durante a Terceira Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres, realizada no Japão, define o Quadro para a Redução de Risco de Desastre e as metas a serem alcançadas, no período entre 2015 e 2030. Foram determinadas sete metas mundiais para a redução substancial: da mortalidade mundial produzida pelos desastres, do número de pessoas afetadas, das perdas econômicas em relação ao produto interno bruto nacional, dos danos à infraestrutura fundamental e da interrupção dos serviços básicos (incluídos os de saúde e educação), bem como o aumento no número de países com estratégias nacionais e locais para a redução do risco de desastre. Foram inclusas, nessas metas, a maior cooperação internacional e maior acesso aos sistemas de alerta, além de mais informação e avaliações sobre o risco de desastres.
O acordo global aponta quatro prioridades de ação para a redução de risco de desastre: a melhor compreensão do risco, mais investimento para a gestão desse risco, preparação mais eficaz diante dos desastres e incorporação do princípio de “reconstrução aprimorada” à recuperação, reabilitação e reconstrução.
Segundo o Relatório preparado pelas Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres (UNISDR), calcula-se que investimentos de US$ 6 bilhões- o equivalente a R$ 18,7 bilhões – no setor de redução de risco de desastres, resultam numa economia de US$ 360 bilhões até 2030, quantia calculada por perdas econômicas mundiais causadas pelos desastres.
A Declaração de Sendai traz uma atualização do acordo firmado há 10 anos, em Hyogo, também no Japão, visando melhor preparação para diminuir os impactos causados por desastres. O compromisso dos países inclui avaliar as metas de desenvolvimento sustentável e como lidar com a adaptação climática, acordo que deve estar alinhado e coerente às agendas de desenvolvimento e climática.
CEMADEN inaugura radar meteorológico em Natal, RN
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) inaugurou nesta segunda-feira (02) em Natal, RN, o radar meteorológico, cuja cobertura abrange 80% do Estado.
O equipamento, instalado na Base Aérea de Natal, cobrirá a maior parte da região semiárida e a faixa litorânea do Rio Grande do Norte, e os dados transmitidos subsidiará o trabalho da operação do CEMADEN no monitoramento das áreas de riscos de deslizamento e inundação.
A ação do Centro atende a uma das metas do Plano Nacional de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres Naturais, lançado em agosto de 2012, e conta com a instalação de mais 8 radares no país.
Os demais radares a ser instalados serão implantados em regiões que ainda não são monitoradas, como Maceió, AL; Salvador, BA; Petrolina, PE; Almenara, São Francisco e Três Marias, MG; Santa Tereza, ES e Jaraguari, MS. Os investimentos são de mais de R$ 72 milhões.
A partir dos radares será possível para o CEMADEN aprimorar a qualidade da quantificação de chuvas sobre os municípios cobertos pelos radares; melhorar a previsão de tempo de curtíssimo prazo e, também, antecipar a emissão de alertas de desastres naturais.
Ainda como parte do Plano de Gestão de Riscos e Alertas de Desastres, o CEMADEN já instalou oito pluviômetros (equipamentos os que medem a quantidade de chuva) em áreas de risco de desastres no município de Natal, somando à rede de pluviômetros do CEMADEN um total de 772 unidades instaladas em todo o país. Estes equipamentos, juntos com os radares, também servirão para calibração de modelos hidrológicos e meteorológicos em desenvolvimento no Centro.
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