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Cemaden amplia a lista de municípios monitorados, de 1038 para 1133
A partir de hoje (26/3), mais 95 municípios passam a ser monitorados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), somando-se aos atuais 1.038.
Esses novos municípios integram a lista considerada prioritária pela Casa Civil da Presidência da República, atualizada em 2023, e já contam com mapeamentos das áreas de riscos e pluviômetros para monitoramento das chuvas.
Desde 2011, quando foi criado, o Cemaden realiza o monitoramento de municípios considerados prioritários em razão de riscos de movimentos de massa e riscos hidrológicos. Os alertas de desastres elaborados pelo Cemaden são enviados imediatamente após suas emissões para as defesas civis dos municípios alertados, concomitantemente com o envio para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que também os retransmite para os órgãos estaduais e municipais de Defesa Civil.
Acesse a lista dos 1038 municípios monitorados
Pesquisadoras(es) do Cemaden realizam oficinas de capacitação para comunidade e estudantes do Pará
Oficinas com material didático, informações técnico-científicas e capacitação para monitoramento das ameaças de fogo e secas na Amazônia foram as variadas atividades desenvolvidas pelos(as) pesquisadores(as) do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em escolas de três polos da rede pública da região da Floresta Nacional de Tapajós (Pará) e na Universidade Federal do Oeste do Pará. destinada à comunidade da região de Santarém (PA),
As atividades foram desenvolvidas pelos(as) pesquisadores(as) do Cemaden, vinculados aos projetos “Vozes em Recuperação”(apoio Fapesp) e “Rede Pantanal de pesquisa” (apoio MCTI), liderados pela pesquisadora Liana Anderson, durante uma missão de campo em Santarém e Belterra, na Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós) e na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), entre os dias 05 e 07 de dezembro de 2023.
Plataforma SEM-FLAMA para monitoramento de queimadas e incêndios florestais
Na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a oficina contou com a participação de estudantes, brigadistas, pesquisadores/as, professores/as, indígenas e quilombolas. Houve uma etapa de capacitação e avaliação da Plataforma on-line SEM-FLAMA, desenvolvida pelos pesquisadores do Cemaden, João dos Reis e Liana Anderson. Essa plataforma é utilizada para o monitoramento e gestão do risco de queimadas e incêndios florestais nas Unidades de Conservação Flona Tapajós e Resex Tapajós-Arapiuns. A plataforma pode ser acessada via este link: http://terrama.cemaden.gov.br/griif/semflama/monitor/
Metodologias aplicadas aos alunos do ensino fundamental incentivaram a discussões sobre a problemática do fogo
Na Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós), as(os) pesquisadoras(es) realizaram oficinas com professores(as) e estudantes das escolas Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Polo Maguari), Santa Terezinha (Polo Piquiatuba) e Santa Filomena (Polo Prainha). As (os) pesquisadoras(es) do Cemaden estiveram na região do Tapajós, realizando oficina técnico científica nas escolas polo da região da Flona, onde abordaram o tema: ameaças socioambientais na Amazônia, juntamente com os alunos de 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, servidores das escolas e representantes das comunidades.
Os(as) estudantes realizaram um diagnóstico dos problemas ambientais, utilizando a metodologia de cartografia social, dando oportunidade de expressarem suas visões sobre a problemática do fogo, com apoio de um trabalho com histórias em quadrinhos.
Junto aos professores, foi realizada uma oficina de capacitação para o uso do material didático “É fogo - Amazônia”, que apresenta um referencial teórico e metodologias para trabalhar a temática de incêndios com estudantes e comunidades. Link para acesso ao livro “É fogo!”: https://efogo.weebly.com/
Avaliação das atividades desenvolvidas
“Nessa missão de campo, tivemos a oportunidade de fazer reflexões e trabalhar ferramentas tecnológicas e educacionais junto a diversos atores sociais. Em parcerias, podemos pensar em estratégias de enfrentamento das múltiplas ameaças socioambientais.”, afirma a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson. A pesquisadora destacou que as ameaças são variadas: “desde os incêndios florestais, como os que estavam ocorrendo na região durante o período da visita, até os aprendizados sobre a Covid-19.”, complementa.
Para Bruno Delano Chaves do Nafirascimento “Na gestão da Flona Tapajós, as ações e parceria com Cemaden e pesquisadores parceiros são fundamentais para o enfrentamento das situações da crise climática.”, destacando, principalmente, as pessoas e comunidades tradicionais, que foram e são impactadas por estes eventos, sendo comunidades vulneráveis. Explica a importância da compreensão sobre o impacto destes extremos de clima na vida das pessoas. “Precisamos pensar as estratégias para enfrentar este tipo de problema que está cada vez mais frequente.” , afirma Bruno Delano. “Uma família que depende do rio para a pesca ou para seu descolamento, tem sua vida extremamente impactada. Como exemplo, quando o rio seca, caso que ocorreu no ano passado, associado ao El Niño 2023/2024.”
Da mesma forma, Bruno Delano lembra as áreas de floresta que são atingidas por incêndios florestais. “São locais onde as comunidades vulneráveis retiram o recurso para sua subsistência, como caça, resinas, recursos não-madeireiros. Por isso, essa parceria com Cemaden é muito importante para pensarmos ações futuras para a conservação e sustentabilidade da vida nesta região”.
João Romano, coordenador geral da Brigada de Alter do Chão: “A oficina técnico-científica que participamos, em Santarém, foi muito importante. Pudemos, por meio de dinâmicas de grupos, compartilhar sobre as lacunas que existem na região sobre os incêndios florestais. A interação entre pesquisadores, estudantes e gestores junto a nós - que atuamos na ponta como brigadistas - foi muito proveitosa para pensarmos em desafios e estratégias para lidar com essa temática.”
“Vale ressaltar a importância desse diálogo durante a expedição, uma vez que as comunidades ribeirinhas vivenciaram, no ano de 2023, uma das piores secas já sentidas localmente”, afirma Aracy Lisboa, técnica da Secretaria Municipal de Educação de Belterra, coordenadora da Região Tapajós. Informou que a seca ocasionou a perda de roças, seca dos igarapés, morte de muitas espécies de peixes, além dos incêndios causados pela estiagem no período do verão amazônico. “É importante essa parceria com a escola, no sentido de possibilitar o contato com as questões ambientais desde a infância, a fim de formar verdadeiros educadores ambientais.", afirma a educadora.
O Relatório de Campo na íntegra sobre as atividades desenvolvidas no Pará pode ser acessado pelo link:
http://urlib.net/ibi/8JMKD3MGP3W34T/4APNJ9E
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden receberá informações da rede de estações meteorológicas de São José dos Campos para integração ao SALVAR
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) assinou ontem (14/3) um protocolo de intenções com a Prefeitura de São José dos Campos, SP, com o objetivo de conjugar esforços em integrar ações vinculadas à prevenção e monitoramento de riscos de desastres no município. Nesse contexto, inclui-se a integração das informações e dados gerados pelas 35 estações meteorológicas instaladas na cidade, por empresa contratada pelo município, ao Sistema de Alertas e Visualização de Áreas de Risco – SALVAR, do Cemaden/MCTI.
As estações foram instaladas em pontos estratégicos, em áreas consideradas sensíveis ou de riscos de deslizamentos de terra, enxurradas e inundações. Os dados são disponibilizados à Defesa Civil, por meio do CSI – Centro de Segurança e Tecnologia da Prefeitura Municipal.
"Essa parceria é muito importante para o município, pois possibilitará compartilharmos as informações do nosso sistema com o Cemaden, que detém a competência e a expertise para fazer a leitura correta dos dados e repassar à Defesa Civil", afirmou o prefeito Anderson Farias.
O secretário de Proteção ao Cidadão, Bruno Henrique dos Santos, afirmou que o compartilhamento de informações e tecnologias entre as plataformas e a infraestrutura da Prefeitura com o Cemaden irá melhorar a qualidade do atendimento à população. "Sem dúvida, essa união facilitará o trabalho preventivo dos agentes da Defesa Civil, que terão acesso a informações mais precisas gerando, principalmente, uma assistência mais imediata à população, melhorando a prevenção e preservando vidas."
Para a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, a cooperação vem se somar ao escopo do governo federal visando o aprimoramento contínuo da gestão de riscos e dos mecanismos de respostas a desastres. "O compartilhamento e a integração de informações e dados, conforme priorizado na parceria do Cemaden com a Prefeitura de São José dos Campos, contribuirão para melhorar o monitoramento e a emissão de alertas, assim como reforçam o comprometimento do município com a divisão de responsabilidades na gestão de riscos de desastres, afirmou."
A coordenadora de Relações institucionais, Ana Paula Cunha, ressaltou também a importância de se manter uma comunicação de risco adequada, com linguagem acessível aos diferentes públicos, bem como ações de educação para aumento da percepção de riscos. "Nos últimos anos houve avanços com ações do programa Cemaden Educação, que poderá contribuir com os Núcleos de Proteção e Defesa Civil - NUPDECs criados no município para novos avanços na gestão de riscos."
Cemaden participa do Science Days com visitas, palestras e oficinas
Nesta quinta e sexta-feira (14 e 15), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) participa da 7ª edição do Science Days 2024, no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), onde está sediado o Cemaden.
Promovido pelo Instituto Alpha Lumen, em conjunto com a The Michaelis Foundation For Global Education, a programação deste ano terá novamente diversos conteúdos relevantes para a formação técnico-científica dos visitantes, além de oficinas, palestras, shows e mostras de ciências e tecnologias, interações e experimentações, atividades com realidade virtual entre tantas outras.
Programação do Cemaden no Science Days
Desde 2019, o Cemaden participa do Science Days. Neste ano, a novidade é a oficina “Desastres em Jogos”, que será oferecida aos jovens estudantes da rede pública inscritos no evento, com as atividades coordenadas pela equipe de pesquisadores(as) do Programa Cemaden Educação.
Os Jogos “Trilha do Risco”, “Mini Trunfo” e “Quem” possibilitam o conhecimento dos participantes sobre os riscos de desastres geo-hidrológicos, bem como a prevenção e redução desses riscos, dentro de temáticas como resiliência, mudanças climáticas e sustentabilidade. Oito estudantes do ensino médio, integrantes do Projeto Escola Alpha Lumen, atuarão como monitores nas atividades desenvolvidas pela equipe do Cemaden.
Além dessas oficinas, na programação do Cemaden estão inclusas visitas da Área de Visualização da Sala de Situação, onde se faz o monitoramento das áreas de riscos de desastres em todo o território brasileiro (atualmente, monitorados pelo Cemaden 1.038 municípios com áreas de risco).
Nas palestras, que serão realizadas no Auditório do Cemaden, os estudantes terão a oportunidade de conhecer a missão e as atividades desenvolvidas pela instituição. Também haverá a explicação do processo de monitoramento e emissão de alertas de risco de desastres.
O que é o evento Science Days
O Science Days acontece em São José dos Campos eSorocaba (SP), além de Belo Horizonte(MG) ao longo do mês de março inspirado no Dia do Espaço, que acontece, periodicamente, na Flórida (EUA). O evento visa abrir portas e expor oportunidades, além de despertar vocações, em crianças, jovens e para conhecimento do público em geral, nas áreas STEM – Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática ( em inglês, Science, Technology, Enginnering and Mathematics).
Desde 2017, o evento já impactou mais de 40 mil estudantes de aproximadamente 300 escolas, entre públicas e particulares, originárias de 10 cidades da região do Vale do Paraíba, Litoral Norte e sul de Minas Gerais.
Estudantes, professores e escolas interessadas podem se inscrever de maneira totalmente gratuita na página do Sympla, evento Science Days pelo link :https://www.sympla.com.br/evento/vii-science-days-2024/2364740.
Fonte: Ascom/Cemaden
Pesquisador do Cemaden apresenta experiências e a meteorologia da expedição de veleiro do Brasil à Antártica
Foram 70 dias de duração da expedição do veleiro polar Endurance 64, saindo do Brasil, do porto de Santos (SP), no dia 25 de novembro de 2023, chegando à Antártica no dia 31 de janeiro deste ano. Chuvas fortes, ondas intensas, formação de ciclone e ventos de 80 km/hora, entre imprevistos técnicos, mas também com supreendentes vistas da natureza. A viagem foi relatada pelo pesquisador e meteorologista Giovanni Dolif, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável pela Meteorologia da expedição.
A palestra do meteorologista ocorreu no auditório do Cemaden e transmitido pelo YouTube Série de Debates do Cemaden, na última quinta-feira (7).
No cronograma do roteiro foi previsto realizar o percurso do Guarujá (SP) e chegar a Ushuaia no Natal (25 de dezembro); de Ushuaia à Antártica (Ilhas Falklands) do dia 1º de janeiro até o final de janeiro e o retorno da saída de Falklands até o Guarujá, do início até o final de fevereiro.
Dolif contou os momentos mais tensos com o clima. Cita o período dos dias de chuva até Florianópolis (SP). “A partir daí, o tempo ‘abriu’. Nesse momento, o veleiro foi seguido por muitos golfinhos de várias espécies”. Em Mar del Plata entraram na zona de formação de ciclone, chamado ciclogênese, ou seja, a ocorrência de vários processos diferentes no clima, que resultam no desenvolvimento de algum ciclone.
Contou sobre o momento importante na gestão da meteorologia durante a travessia do Estreito de Le Maire, no extremo sul do continente, onde existem correntes muito fortes. Falou sobre a utilização das tecnologias. “O uso do software para identificação das correntes de ventos e correntes marítimas foi importante para acompanhar o momento de sincronização. Elas deveriam estar na mesma direção e com as intensidades leves.”
O meteorologista também utilizou um aplicativo de celular que permite identificar os barcos e navios mais próximos. “É como o ‘transponder’ de identificação das aeronaves, só que voltado na identificação dos navios, barcos e veleiros, que estão no entorno”.
Mas o momento mais preocupante foi a travessia do Estreito de Drake, no final da América do Sul, onde se encontram os Oceanos Pacífico e Atlântico. “Muitas correntes marítimas, tempo ruim, muitas baixas, frentes frias que formavam vários sistemas de ondas”.
O pesquisador Giovanni Dolif informou que foram feitos registros fotográficos e também o registro de imagens para a produção do documentário da expedição. Para o registro foram usados câmeras digitais, drones, câmeras 360º e minissubmarino.
A palestra na íntegra do pesquisador e meteorologista do Cemaden, Giovanni Dolif, bem como as fotos e vídeos apresentados da “Expedição de veleiro polar do Brasil até a Antártica”, podem ser acessadas pelo Canal do YouTube Série de Debates Cemaden, no link:
https://www.youtube.com/live/gGwPGiyNx90?feature=shared
Fonte: Ascom/Cemaden
Fenômeno La Niña deve substituir El Niño no segundo semestre de 2024
Uma Nota Técnica divulgada pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais no dia 6 de março (NOTA TÉCNICA Nº 105/2024/SEI-CEMADEN) afirma que é muito provável o desenvolvimento de um fenômeno La Niña na segunda metade de 2024. Atualmente (março de 2024), verifica-se um fenômeno El Niño com intensidade moderada, mas que se encontra em fase de rápido enfraquecimento, segundo o Cemaden.
A Nota Técnica explica os aspectos mais relevantes do La Niña para o Brasil, incluindo suas diferentes variantes, e analisa os principais impactos esperados nas regiões do país (precipitação, temperatura), nos recursos hídricos, na produtividade agrícola, nas cidades (desastres hidro-geodinâmicos) e na saúde humana.
Muitos dos resultados foram obtidos considerando-se cenários construídos a partir de “anos análogos”, ou seja, de anos em que houve uma rápida transição de uma situação de El Niño para uma de La Niña, como provavelmente irá ocorrer nos próximos meses. Os principais resultados focam o período setembro/2024 – fevereiro/2025, quando deve ocorrer a próxima quadra chuvosa na maior parte do Brasil, provavelmente sob as condições de La Niña.
Em relação à precipitação e temperatura, a análise indica que o cenário mais provável é o de chuvas acima da média no estado do Amapá e entre Minas Gerais e a Bahia, e de chuvas abaixo da média histórica na Região Sul, durante a primavera. Nesse período se esperam temperaturas inferiores aos valores médios na Região Sul e em parte da Região Sudeste, assim como no Amapá, em razão da maior precipitação.
No próximo verão, a situação mais provável é de precipitações superiores à média no extremo norte do Brasil e de temperaturas inferiores ao normal em parte das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Há também chance de haver temperaturas superiores à média em parte do leste da Região Nordeste.
Os resultados poderão variar quando o fenômeno efetivamente estiver iniciado, razão pela qual o CEMADEN/MCTI estará acompanhando constantemente as previsões disponibilizadas pelos principais centros mundiais.
O que é o La Niña
O La Niña é um fenômeno atmosférico-oceânico complexo, que envolve mudanças em diferentes aspectos do clima. Uma das características mais evidentes associadas à ocorrência do fenômeno La Niña consiste no resfriamento anormal em uma vasta extensão do Oceano Pacífico Tropical, especialmente na região central e no centro-leste deste oceano, incluindo a região costeira do Equador e do Peru. O resfriamento ocorre somente nas camadas mais superficiais do oceano, até aproximadamente 100 metros de profundidade.
O La Niña faz parte de um ciclo natural mais amplo, conhecido como El Niño-Oscilação Sul, e que inclui estados de aquecimento (El Niño), condições neutras e de resfriamento (La Niña) do Oceano Pacífico Tropical. Uma La Niña pode ressurgir em intervalos de tempo que variam de 2 a 7 anos. O episódio mais recente registrado perdurou de julho de 2020 a fevereiro de 2023.
Trata-se de um importante fenômeno devido às suas vastas dimensões espaciais e temporais. No contexto da escala espacial, ele tem potencial para alterar os regimes de chuvas e de temperaturas em várias partes do planeta, inclusive no Brasil. Pelo fato da atmosfera cobrir toda a superfície do planeta, o resfriamento anômalo que ocorre no Pacífico Tropical durante episódios de La Niña não fica confinado somente nesta região. Este desbalanço altera o regime de ventos predominantes na atmosfera, bem como afeta regiões a milhares de quilômetros de distância. Além disso, um episódio de La Niña pode durar meses ou até mesmo anos, o que potencializa seus efeitos, em razão da sua longa permanência. O La Niña pode modular os padrões regionais do clima no Brasil, aumentando as chances de chuvas acima da média nas Regiões Nordeste e Norte do país e propiciando chuvas escassas na Região Sul.
Acesse a Nota Técnica na íntegra no link abaixo.
Ações práticas e treinamento de prevenção de desastres salvam vidas em Pernambuco
Após quatro meses de treinamento e práticas educacionais - com conhecimentos sobre monitoramento, prevenção e redução de desastres - estudantes da comunidade do Retiro - no município de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana de Recife (PE)- adotaram ações preventivas e foram capazes de orientar a evacuação dos vizinhos que viviam em regiões sujeitas a deslizamentos, durante as chuvas intensas de 2022.
O treinamento e práticas educacionais foram dados pelo Cemaden Educação, programa do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com Núcleo Comunitário de Proteção e Defesa Civil (Nupdec), com apoio da Defesa Civil Municipal de Jaboatão dos Guararapes.
As ações e atividades do estudante Aléxys Gabriel Ferreira, então com 16 anos, foram relatados na Pública – agência de jornalismo investigativo. Na reportagem sobre educação climática, eventos extremos e mudanças climáticas, mostraram o trabalho da aplicação dos conhecimentos adquiridos em treinamento e práticas educacionais do Cemaden Educação, utilizando pluviômetro artesanal feito de garrafa pet.
O Jornal Pública relata que o estudante avisou e conseguiu remover oito famílias da área de risco. Mais tarde, cerca de cinco casas desabaram no entorno. Em três dias, o acumulado de chuva foi de 359,4 mm, superior ao esperado para o mês de maio inteiro.
As orientações recebidas sobre monitoramento das chuvas e prevenção de risco foi a partir do Projeto Dados à Prova D’Água. Idealizada pelo Cemaden Educação em colaboração com universidades do Brasil, Alemanha e Reino Unido, a iniciativa fomenta a instalação de pluviômetros artesanais de garrafa pet para medir o volume das chuvas. O projeto possui um aplicativo que reúne as informações coletadas em todos os pluviômetros da rede, compondo um banco de dados de precipitação.
Premiado pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social do Reino Unido, o Projeto Dados à Prova D’Água é uma das atividades desenvolvidas pelo Cemaden Educação, programa que atua em atividades e ações de redução de risco de desastres, desde 2014.
A coordenadora Rachel Trajber explica que a missão do programa é fomentar a criação de comunidades escolares sustentáveis e resilientes: “Cada escola que faz parte da nossa rede se transforma em um Cemaden microlocal, como um pequeno instituto de pesquisa que trabalha com a ciência cidadã, faz o monitoramento e dá alertas para prevenção de risco de desastres”.
Os vários relatos, depoimentos e ações de prevenção e redução de risco de desastres podem ser acessados na matéria divulgada pela Pública, no link abaixo:
Fonte: Ascom/Cemaden com informações da Pública- agência de jornalismo investigativo
Carlos Nobre é homenageado pelo trabalho científico e alertas sobre as mudanças climáticas
A Câmara Municipal de São José dos Campos realizou a cerimônia de entrega da medalha Mérito Ambiental Chico Mendes ao cientista Carlos Afonso Nobre, em sessão solene realizada na Câmara Municipal, nesta quarta-feira (6). A honraria foi concedida após a aprovação do decreto legislativo 44/2023, de autoria da vereadora Dulce Rita.
Idealizador da criação, em 2011, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), e ex-diretor dessa unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre foi homenageado como uma das principais vozes dos problemas ambientais, aquecimento global, sendo referência nacional e internacional na defesa da Amazônia.
Seus trabalhos científicos estão relacionados com biosfera-atmosfera, modelagem climática, meteorologia tropical, mudanças climáticas, mudanças ambientais globais, Amazônia; desastres naturais e desenvolvimento sustentável.
Conforme a justificativa do projeto , além de desempenhar funções em cargos públicos, acadêmicos e institucionais (nacional e internacional) é autor ou coautor de mais de 250 artigos científicos (196), livros (9) e capítulos de livros (58) que receberam mais de 21.935 citações na literatura científica no Web of Science (índice h = 83; novembro de 2023) e 42.474 citações no Google Scholar (índice h = 91; novembro de 2023).
O homenageado já recebeu dezenas honrarias nacionais e internacionais pelo seu trabalho científico, entre elas a Ordem do Mérito Científico e Medalha Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico, ambos no Brasil, além de ser membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Entre as autoridades de instituições científicas e acadêmicas, a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, participou da sessão solene na Câmara Municipal de São José dos Campos.
Fonte: Ascom/Cemaden com informações da Ascom/CMSJC (Fotos Flávio Pereira/CMSJC)
Censipam se reúne com Cemaden para tratar sobre monitoramento hidrológico da Amazônia Legal
Com o objetivo de fortalecer o monitoramento, principalmente hidrológico, na Região Amazônica, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia Legal (Censipam) se reuniu com Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - em São José dos Campos (SP), durante três dias (5 a 7). A programação da reunião técnica contou com apresentações institucionais, dos sistemas de monitoramento de cada instituição e de projetos pesquisas do Cemaden.
Os pesquisadores do Censipam, Flávio Augusto Altieri, coordenador operacional de Hidrologia e o meteorologista Edson Rocha foram recepcionados pela diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá.
Do Cemaden, também participaram na abertura da reunião a organizadora do evento, pesquisadora e hidróloga Rochane Caram, as pesquisadora Silvia Saito e hidróloga Adriana Cuartas, além de pesquisadores(as) da área de Hidrologia. O evento teve o apoio de Selma Flores, analista em ciência e tecnologia, das Relações Institucionais do Cemaden, que participou com informações sobre os procedimentos para o acordo de cooperação.
No período da manhã, do primeiro dia, as instituições fizeram a apresentação institucional e do sistema de monitoramento. O coordenador operacional de Hidrologia do Censipam, Flávio Altieri, mostrou a importância do acordo de cooperação com o Cemaden, para aprimorar e ampliação das atividades de monitoramento na região amazônica. Atualmente, o Censipam faz a coleta e armazenamento de dos dinâmicos e estáticos (estes referentes a espacialização geográfica dos dados dinâmicos e análise). “Os eventos severos e meteorológicos têm muitas dimensões. A concepção de ferramentas integradas possibilitará ter diversas visões da ocorrência do evento”, afirma Altieri.
Na parte da tarde de quarta e na quinta-feira, foram dadas as continuações das apresentações de pesquisas, produtos e modelagens realizados pelo Cemaden, onde puderam compartilhar conhecimentos e possibilidades de parcerias de trabalho.
Programação: Visita do Censipam ao Cemaden
05 a 07/03/2024
05/03 - manhã
9:00h- Apresentação institucional Cemaden (Regina Alvalá)
9:30h- Apresentação institucional Censipam
10:00h- Definição do instrumento e procedimentos para o acordo de
cooperação(Selma Flores)
10:30 h - Mapeamento de inundação através de modelagem hidrodinâmica(Larissa Antunes)
05/03 - tarde Apresentações de projetos – Cemaden
13:30 h - Secas e seus impactos nos recursos hídricos (Adriana Cuartas)
14:00 h – Previsão Hidrológica no SALVAR em diversas bacias brasileiras
(Rochane Caram / Laryrson Gonçalves / Pamela Melo / Javier Tomasella)
14:30 h – Populações vulneráveis em áreas de risco: resultados da parceria
Cemaden/IBGE (Silvia Saito)
15:00 h - Sistema de Previsão Hidrológico para a Bacia Amazônica (Marcio
Moraes)
06/03 - manhã
9:00h- Rede de Monitoramento do Cemaden (Engenharia)
9:20h– Acesso ao banco de dados das estações hidrometeorológicas (Eduardo Luz)
9:40h– Monitoramento e Avaliação de Impactos de Secas (Ana Paula
Cunha)
10:00h- Visita a Sala de Operação do Cemaden (Leandro Casagrande)
11:00h-Discussão sobre os planos de trabalho
06/03 - tarde
13:00 h - Discussão sobre os planos de trabalho
07/03 - reuniões específicas
Censipam
O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam - órgão do Ministério da Defesa - integra informações e gera conhecimento atualizado para articulação, planejamento e coordenação de ações globais de governo na Amazônia Legal e na Amazônia Azul, em prol da proteção ambiental e do desenvolvimento sustentável das duas regiões.
Utilizando dados gerados por uma infraestrutura tecnológica composta por subsistemas integrados de sensoriamento remoto, radares e estações meteorológicas, e plataformas de coleta de dados, o Censipam promove o monitoramento da floresta amazônica, do espaço marítimo brasileiro e de outras áreas de interesse, produzindo informações em tempo próximo ao real. Essas informações subsidiam ações conjuntas de vários órgãos que atuam nas duas Amazônias, nas esferas federal, estadual e municipal, permitindo o funcionamento articulado e integrado dessas instituições em todas as suas instâncias. O Censipam é composto por três centros regionais: Manaus (AM), Belém (PA) e Porto Velho (RO). Cada centro regional tem uma área de abrangência no monitoramento da Amazônia Legal.
A Amazônia Legal é uma designação geográfica e administrativa que inclui áreas que vão além da floresta tropical em si. Ela compreende nove estados brasileiros e parte dos estados do Amapá, Maranhão e Tocantins. Estes estados são: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Piauí.
Já a Amazônia Azul, conforme a Marinha Brasileira, é a região que compreende a superfície do mar, águas sobrejacantes ao leito do mar, solo e subsolo marinhos, contidos na extensão atlântica, que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.
Fonte: Ascom/Cemaden
Publicado o resultado de seleção para Bolsa de pesquisa no Projeto Cemaden-IBGE
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - publicou o resultado do processo simplificado para seleção de um bolsista de pesquisa do Projeto ‘Caracterização sociodemográfica de populações vulneráveis a desastres naturais no território brasileiro”, entre Cemaden e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
A Bolsa será operacionalizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na modalidade DTI-B. A vigência é de seis (06) meses, prorrogável por igual período.
O resultado e lista de candidatos aprovados por ordem de classificação estão no site do Cemaden (https://www.gov.br/cemaden/pt-br), acessando pelo link de Editais de Bolsas DTI - https://www.gov.br/cemaden/pt-br/acesso-a-informacao/licitacoes-e-contratos-1/editais-de-bolsas
Ou direto no link : DTI — Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - Cemaden/MCTI (www.gov.br)
Fonte: Ascom/Cemaden
Especialistas do Brasil, Paraguai e Uruguai discutem a aplicação da I.A. no monitoramento hidrológico
Com o objetivo de promover a troca de conhecimentos e experiências sobre as aplicações e inovações em modelagem hidrológica com o uso da Inteligência Artificial (I.A.), especialistas do Brasil, Paraguai e Uruguai se reuniram, nesta segunda-feira (26), em workshop on-line.
Na programação, foram realizadas palestras e debates, abordando temas como a integração de dados geoespaciais, modelagem de riscos de inundação e previsão de eventos extremos.
O evento foi organizado pelos pesquisadores César Arturo S. Peña, do projeto "iFAST - Intelligent Flood Alert Surveillance Tools" e Leonardo Bacelar L. Santos, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Contemplado na Linha 1 da Chamada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o pesquisador do Cemaden, Leonardo Santos, é coordenador do Projeto “Ifast – Intelligent Flood Alert Surveillance Tools” , que envolve o desenvolvimento de ferramentas baseadas em inteligência artificial, para o monitoramento e alertas de inundações. O foco da equipe do projeto são bacias de resposta rápida, processos como enxurradas e alagamentos urbanos, que são de difícil previsibilidade, mas que têm grandes impactos associados a eles.
“A hidrologia não tem fronteiras. Há cursos d’água que nascem no Brasil e fluem para o Paraguai e Uruguai. Temos que abordar as questões hídricas de maneira eficaz”, afirma Santos.
Durante o workshop, os participantes tiveram a oportunidade de discutir e compartilhar resultados sobre o desenvolvimento de técnicas de modelagem hidrológica, com foco no uso de inteligência artificial para prever a ocorrência e mitigar os impactos de inundações.
“A diversidade de perspectivas e experiências dos palestrantes enriqueceram as discussões, contribuindo para fortalecer o cooperativismo científico internacional.”, destaca Santos, pesquisador do Cemaden.
O projeto prevê o desenvolvimento de ferramentas para previsão hidrológica e para simulação de impactos, envolvendo desde vidas humanas à infraestrutura de transporte e mobilidade urbana. Os pesquisadores do Projeto “Ifast – Intelligent Flood Alert Surveillance Tools planejam realizar mais eventos para discutir as ferramentas a serem desenvolvidas com usuários em potencial do próprio Cemaden e de outras instituições interessadas. A equipe do projeto é formada por mais de trinta pesquisadores, de diferentes instituições nacionais e internacionais e de áreas de formação diversas
Fonte: Ascom/Cemaden
O ano de 2023 foi marcado por temperaturas e secas extremas, aponta estudo do Cemaden
O estudo avaliando as temperaturas extremas combinadas com a seca no Brasil, no ano de 2023, feito pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – aponta que as temperaturas e secas extremas ocorreram (eventos compostos), principalmente, nos meses de novembro a dezembro, em grande parte do Brasil
De acordo com os dados da World Meteorological Organization (WMO) e a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), o ano de 2023 foi o ano mais quente desde que os registros globais começaram em 1850, com 1,18°C acima da média do século XX estabelecida em 13,9°C. Este valor é 0,15°C superior ao recorde anterior estabelecido em 2016. O fenômeno de El Nino se desenvolveu com intensidade em 2023, o que pode ter contribuído para os extremos de temperatura em grande parte do país
A análise consistiu em avaliar o índice de temperatura padronizado, assim como o simples cálculo de anomalias de temperatura para os 5700 municípios do Brasil. Os dados de temperatura são oriundos da base de dados gerados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e consideram dados de superfície combinados com estimativas de temperatura derivados por satélite.
De acordo com o Relatório do Clima de 2023 da NOAA, o El Nino pode ter contribuído para tal aquecimento anômalo, uma vez que durante anos de El Nino, as temperaturas globais tendem a ser mais quentes do que os anos neutros ou de La Niña.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), entre agosto e novembro de 2023 ocorreram seis ondas de calor
O estudo foi elaborado pela pesquisadora em secas, Ana Paula Cunha, coordenadora substituta de Relações Institucionais, e pelo climatologista Jose Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento. A pesquisa traz o registro do monitoramento da seca no Brasil e os impactos mais intensos nos recursos hídricos, risco de fogo e produção agrícola. Esses impactos são resultantes da seca combinadas com temperaturas extremas, chamado de evento composto seca-calor.
Abaixo da matéria, o link com o resumo do estudo “Avaliação de temperaturas extremas combinadas com a seca no ano de 2023”, que traz o acesso ao estudo de impactos incluso no Relatório de Monitoramento de Seca para o Brasil , além do link de acesso à Planilha dos Municípios com as anomalias de temperaturas.
Fonte: Ascom/Cemaden
Estudo sobre impactos socioambientais no Acre reúne pesquisadores em workshop no Cemaden
Pesquisadores brasileiros e britânicos estiveram reunidos na semana passada, nos dias 19 a 23 de fevereiro, em São José dos Campos (SP), na antiga Sala de Situação da sede Centro Nacional de Monitoramento e Alertas Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - para o Workshop sobre “Atribuição de eventos extremos e seus impactos”. Foi um total de 17 pesquisadores, entre participantes presenciais e on-line, interagindo com dados e estudos de cada instituição.
O objetivo do evento foi realizar estudos e análises dos impactos e eventos climáticos ocorridos no estado do Acre, entre o período de 2020-2023. Os resultados visam gerar evidências para planejamento estratégico e caminhos de adaptação frente à emergência climática que vivemos, possibilitando fornecer subsídios para elaboração de políticas públicas de prevenção e diminuição dos impactos socioambientais.
O evento faz parte do acordo entre os governos do Brasil e Reino Unido, com apoio do Newton Fund, no desenvolvimento de pesquisas avançadas pela Parceria Ciência para Serviços Climáticos no Brasil (CSSP-Brasil) entre instituições brasileiras e britânicas.
Organizado pelo Cemaden/MCTI - coordenado pela pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson, da área de queimadas e incêndios florestais - o woekshop contou com apoio da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Oxford (Reino Unido) e pela agência climática britânica Met Office.
Participantes em diversas áreas de estudos
Os pesquisadores participantes do workshop eram das seguintes instituições: Cemaden, INPE, USP, UFRJ, Universidade de Oxford, Defesa Civil Estadual - Acre, Secretaria de Estado da Saúde - Acre, Sala de Situação - Secretaria do Estado do Meio Ambiente e MetOffice do Reino Unido.
Integrante da Defesa Civil do Acre e gestor de políticas públicas, Pedro Henrique Correia Teixeira trabalha nos estudos relacionados aos eventos extremos no estado, em queimadas e inundações. “Importante participar do workshop, tanto na contribuição que trouxemos com dados locais, como também na oportunidade de entender e aprender sobre os desafios, onde os impactos socioambientais são apresentados de forma metodológica.”, afirma Teixeira. Considera essencial a pesquisa para melhorar as ações no Acre, nos planos de contingência. “Esses estudos vão permitir criar produtos e elaborar estratégicas para a mitigação desses impactos à população, melhorando a qualidade de vida e o enfrentamento dos eventos extremos.”
Na área de Saúde Pública, o pesquisador Edvan Ferreira de Menezes, chefe de Vigilância de Saúde e Ambiente do Acre, trouxe dados epidemiológicos da região, para discutir os impactos das ondas de calor e enchentes e cruzar as informações de evolução de doenças na região. “Vamos cruzar os dados do Cemaden com os dados de picos de calor e enchentes com os nossos dados de número de doenças, internação hospitalar e consultas.”, afirma Menezes. Os resultados do cruzamento de dados possibilitam indicar uma previsão para os próximos anos. Isso permitirá ações de políticas públicas na Saúde, com previsão de recursos materiais e humanos, insumos pra atender a demanda dessa área.
Sobre o VIEWpoint Brasil
O VIEWpoint Brasil compartilha recursos para profissionais que tomam decisões relacionadas às mudanças climáticas por meio de demos, vídeos, notas explicativas, notas informativas e artigos em linguagem acessível. Os recursos são baseados no trabalho do projeto de pesquisa Parceria Ciência para Serviços Climáticos (CSSP, na sigla em inglês) Brasil, apoiado pelo Newton Fund do governo do Reino Unido. Produz conteúdo científico colaborativo fundamental para o desenvolvimento de serviços climáticos, que apoiam o desenvolvimento econômico resiliente ao clima e o bem-estar social.O VIEWpoint Brasil é oferecido pelo Instituto para Análises Ambientais (IEA, em inglês), com sede na Universidade de Reading, Reino Unido.
Fonte: Ascom/Cemaden
Especialistas em Meteorologia Aeronáutica realizam visita técnica ao Cemaden
Cinco sargentos especialistas em Meteorologia Aeronáutica da Divisão de Aeródromo da Base de Aviação de Taubaté, realizaram visita técnica, na última terça-feira (20,) ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) -unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)- localizado no Parque de Inovação Tecnológica, em São José dos Campos (SP).
A solicitação da visita do comitê dos especialistas em Meteorologia Aeronáutica foi liderada pelo 1º Sgt. Leonardo de Mello Vasconcelos, chefe da Estação Meteorológica de Superfície (SBTA), da Divisão de Aeródromo da Base de Aviação de Taubaté.
Os visitantes foram recebidos pela diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, a qual recebeu o certificado de agradecimento pela visita técnica e compartilhamento das informações científicas do Cemaden.
Além das apresentações com informações institucionais e da missão de monitoramento e emissão de alertas e pesquisas científicas, os especialistas conheceram a Sala de Situação do Cemaden. Na ocasião, o coordenador-geral de Operação e Modelagem do Cemaden, meteorologista Marcelo Seluchi, mostrou todo o processo de monitoramento, áreas de risco, dados da rede observacional e dados meteorológicos, as análises e modelagens para a emissão de alertas de risco de desastres geo-hidrológicos. Os visitantes participaram com perguntas e esclarecimentos técnicos na área de Meteorologia.
“Ficamos impressionados com a profundidade do conhecimento técnico e científico em todas as áreas do Cemaden”, afirma o 1º Sgt. Leonardo de Mello Vasconcelos, chefe da Estação Meteorológica de Superfície. Informou que as apresentações foram esclarecedoras e proporcionaram uma visão abrangente das atividades, dos sistemas avançados e dos desafios enfrentados na prevenção e no monitoramento de desastres.
Entre as atividades da Divisão de Aeródromo da Base de Aviação de Taubaté está a coleta de informações técnicas da região, que são inseridas em um sistema de aviação, importantes às aeronaves em vôos nacionais e internacionais. “A visita ao Cemaden foi extremamente valiosa e terá um impacto positivo em nosso trabalho futuro.”, finaliza o chefe da Estação Meteorológica de Superfície.
Além do 1º Sargento Leonardo de Mello Vasconcelos, estiveram na visita técnica ao Cemaden os Sargentos : Eduardo Leal Andrade, Rodolfo Felipe de Oliveira, Renan de Almeida Gonçalves Pereira e Matheus Zacarias da Silva Rosa, todos especialistas em Meteorologia Aeronáutica, da Divisão de Aeródromo da Base de Aviação de Taubaté.
Participaram da reunião além da diretora do Cemaden, Regina Alvalá, do coordenador-geral de Operação e Modelagem, meteorologista Marcelo Seluchi também a coordenadora substituta de Relações Institucionais, pesquisadora Ana Paula Cunha. A programação da visita foi elaborada pela analista em C&T, Selma Flores, das Relações Institucionais do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden
Projeto Vozes publica relatório sobre a troca de vivências e saberes com comunidades indígenas de Ubatuba (SP)
Com o objetivo de ouvir duas comunidades indígenas para conhecer patrimônio cultural, histórico e social e realizarem troca de informações, pesquisadores do Projeto Vozes de Recuperação visitaram duas aldeias indígenas Guarani Mbya, localizadas no município de Ubatuba (SP), região do Litoral Norte paulista.
A visita ocorreu em meados do ano passado, incluindo obter conhecimento do processo de enfrentamento e resistência durante a pandemia do Covid-19, além de entender as estratégias de enfrentamento, resistência e governança pós-pandemia do Covid-19.
Toda a experiência e intercâmbios de conhecimentos, viveres e saberes das comunidades indígenas estão registradas no Relatório Técnico Expedição de Campo para Comunidades Indígenas Guarani Mbya da Mata Atlântica.
“O projeto em desenvolvimento tem o objetivo de possíveis trocas de conhecimento científico e futuras parcerias investigativas no território, de forma a ampliar as vozes locais.”, explica a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson, coordenadora do Projeto Vozes-Brasil e coordenadora da elaboração do relatório.
Relatório e o projeto
As aldeias indígenas Guarani Mbya possuem aproximadamente 97% de sua área sobreposta pelo Parque Estadual da Serra do Mar, gerando conflitos em relação a suas práticas de uso e manejo de recursos naturais dentro de seu próprio território.
O relatório registra a visita, concluindo que as intervenções e processos de opressão vivenciados pelas comunidades indígenas são semelhantes, independentes da etnia e localidade. O processo de luta para demarcação e reconhecimento de seus territórios, estratégias de resistência e enfrentando múltiplas ameaças ambientais estão entre as questões enfrentadas pelas comunidades indígenas.
A equipe de pesquisadores identificou que a pandemia foi um período não só de apreensão, mas também de aprendizado e resgate sociocultural para as populações das aldeias visitadas. Entre os elementos positivos estão o resgate de saberes sobre os alimentos tradicionais e seu preparo. Ocorreu, também, um fortalecimento de trocas de alimentos e outros materiais, entre as comunidades indígenas e outras comunidades tradicionais da região.
Esse relatório faz parte do Projeto 'Voices of Recovery' (Vozes de Recuperação), uma parceria internacional entre: Pontificia Universidad Católica del Perú (Lima, Peru); Universidad de Caldas (Colômbia); Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) -ambas unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação-MCTI - e Universidade Federal do Pará (Brasil); e a University of East Anglia (Reino Unido).
O projeto é apoiado no âmbito da Plataforma Transatlântica pelas seguintes organizações de financiamento: Centro Internacional de Pesquisa para o Desenvolvimento (IDRC); Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MINCIÊNCIAS) e Fundo Francisco José de Caldas; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); e Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades (AHRC).
O Relatório Técnico Expedição de Campo para Comunidades Indígenas Guarani Mbya da Mata Atlântica pode ser acessado na íntegra pelo link:
http://urlib.net/8JMKD3MGP3W34T/4A5DB6P
Fonte: Ascom/Cemaden
Especialistas em tecnologia do BNDES visitam o Cemaden
Com o objetivo de conhecer o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – uma equipe de especialistas em Tecnologia e Conectividade do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), de Brasília (DF), esteve em reunião com a direção, gestores, pesquisadores e tecnologistas do Cemaden, na última quarta-feira (07), na sede em São José dos Campos (SP).
Na ocasião, a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, conversou com os especialistas do BNDES, apresentando a visão institucional, o contexto histórico e missão do Cemaden.
Foram, também, apresentadas as linhas de pesquisa, o sistema de monitoramento, a rede observacional do Cemaden e o desenvolvimento de produtos da área de Tecnologia e Inovação da instituição.
Os visitantes conheceram a Sala de Situação do Cemaden e conversaram com os tecnologistas sobre o sistema de monitoramento e emissão de alertas para os municípios monitorados e mapeados com áreas de risco geo-hidrológicos.
Projeto Cigarra
Durante a reunião, os especialistas do BNDES conheceram com detalhamento o Projeto Cigarra, desenvolvido pelos tecnologistas do Cemaden.
Os idealizadores e coordenadores do Projeto Cigarra, tecnologistas do Cemaden, André Ivo e Rogério Ishibashi, fizeram a apresentação do projeto, que tem como foco central modernizar o sistema de monitoramento ambiental através da atualização tanto do software (programas computacionais), quanto do hardware (equipamento) mantidos pelo Cemaden.
Basicamente, o projeto permitirá a adoção de um novo padrão de gestão no monitoramento, com equipamentos mais econômicos e técnicas modernas, reduzindo os custos operacionais e de manutenção da rede. Além disso, possibilitará expandir a rede de monitoramento, garantindo uma vigilância ambiental mais eficaz e protegendo comunidades vulneráveis.
Investimentos para modernização da rede observacional do Cemaden
As conversas sobre investimentos na área de monitoramento foram iniciadas em abril do ano passado, quando um comitê de visitantes composto por gestores do BNDES e representantes do MCTI estiveram em visita ao Cemaden, ocasião em que foram apresentados os programas e projetos da instituição.
Na visita desta semana, Ricardo Perlin, gerente do Departamento das Indústrias Intensivas em Tecnologia e Conectividade do BNDES, reafirmou vir conhecer o Cemaden e dar a continuidade das relações entre as instituições.
"A visita do time do BNDES foi uma excelente oportunidade para conhecermos a história do Cemaden e a sua forma de atuação no nosso ecossistema de segurança relacionado a desastres.”, afirmou Perlin, reforçando o objeto da visita: “Destacamos que os trabalhos foram orientados a buscar sinergia na atuação das duas entidades, de forma a fortalecer a missão do Centro que é salvar vidas."
Participantes da reunião
Pelo BNDES, além de Ricardo Perlin, gerente do Departamento em Tecnologia e Conectividade, estiveram presentes os engenheiros Daniel Hora e Jones Schechtman.
Do Cemaden participaram da reunião com o BNDES, além da diretora substituta, Regina Alvalá, o coordenador-geral de Operação e Modelagem, Marcelo Seluchi; o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento, José Marengo; a coordenadora substituta da Coordenação de Relações Institucionais, Ana Paula Cunha; os chefes de Divisão da T.I., Eduardo Luz e Gustavo Souza; os coordenadores do Projeto Cigarra, André Ivo e Rogério Ishibashi; Fernando Pereira da equipe técnica da T.I. e a coordenadora do Programa Cemaden Educação, Rachel Trajber.
Fonte: Ascom/Cemaden
Aberta inscrição para Bolsa de pesquisa no Projeto Cemaden-IBGE
Com o objetivo de contribuir no desenvolvimento de pesquisas voltadas no âmbito do projeto ‘Caracterização sociodemográfica de populações vulneráveis a desastres naturais no território brasileiro”, desenvolvido em parceria entre o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi aberto o processo seletivo de um(a) pesquisador(a). Os(As) interessados(as) devem fazer a inscrição até o dia 19 de fevereiro de 2024.
A Bolsa será operacionalizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na modalidade DTI-B. A vigência é de seis (06) meses, prorrogável por igual período.
O plano de trabalho será desenvolvido como parte das atividades de pesquisa do acordo de cooperação técnica entre o Cemaden e o IBGE. A partir desse arranjo institucional foi possível associar, de forma inédita, informações do censo demográfico 2010 do IBGE às áreas de risco monitoradas pelo Cemaden.
A nova base de dados é denominada Base Territorial Estatística de Áreas de Risco (BATER) e permite o desenvolvimento de pesquisas sobre as características da população exposta ao risco de desastres nos municípios brasileiros.
Critérios de Elegibilidade:
Os critérios de elegibilidade indicados abaixo são obrigatórios e sua ausência resultará no indeferimento da inscrição.O (A) candidato (a) deve atender, obrigatoriamente, aos itens abaixo:
a) ser brasileiro ou estrangeiro residente e em situação regular no País;
b) ter seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes, atualizado até a data limite para submissão da inscrição;
c) ter perfil e experiência adequados à categoria/nível de bolsa DTI-B da inscrição, conforme anexo I da RN 026/2018;
d) não ter vínculo empregatício direto ou indireto ou ter sido aposentado pela mesma instituição executora do projeto.
Qualificações
O (a) candidato deve apresentar as seguintes qualificações:
a) Formação acadêmica na área de Ciências da Terra, preferencialmente com mestrado, ou experiência acadêmica e/ou profissional comprovada, com ênfase em Geoprocessamento ou Sensoriamento Remoto;
b) Ter sólidos conhecimentos em Sistema de Informação Geográfica (SIG);
c) Experiência em geoprocessamento, integração e análise de bancos de dados geográficos;
d) Desejável conhecimento na área de estatística
Inscrição e processo seletivo:
Para se candidatar os(as) interessados(as) devem preencher o formulário de interesse (https://forms.gle/f35gTxmVwEpUJe6p6) até o dia 19/02/2024.
O processo seletivo inclui a análise de Currículo Lattes, informações disponibilizadas no formulário de inscrição e entrevista. Os (as) candidatos(as) selecionados(as) para a entrevista serão notificados (as) por e-mail até o dia 23/02/2024.
O (a) bolsista desempenhará suas atividades em interação direta com a equipe do IBGE, no Rio de Janeiro, RJ, e do Cemaden.
A divulgação do resultado final será disponibilizada na página do Cemaden no dia 01/03/2024, com acesso nos Editais de Bolsas e Capacitações pelo link : https://www.gov.br/cemaden/pt-br/acesso-a-informacao/licitacoes-e-contratos-1/editais-de-bolsas
Fonte: Ascom/Cemaden
81% dos eventos registrados pelo Cemaden em 2023 ocorreram nas regiões Sul e Sudeste do país
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou hoje informações detalhadas sobre os eventos de origem hidrológica e geológica registrados em 2023, por município monitorado. Em números atualizados, foram registrados 1.341 eventos nos municípios monitorados pelo Cemaden, sendo 815 associados a ocorrências de origem hidrológica e 526 de origem geológica.
A grande maioria das ocorrências (88%) foi de pequeno porte, ou seja, eventos isolados (pequenos e rápidos) de alagamentos, transbordamento de córregos e rios e enxurradas com danos em nível de ruas e bairros com rápida resposta e restabelecimento da normalidade, e eventos de movimentos de massa pontuais e induzidos, como queda de barreiras, taludes ou pequenos deslizamentos com danos pontuais.
11% dos registros foram apontados como de médio porte, quando existem informações sobre danos humanos e/ou o município teve situação de emergência reconhecida pelo governo estadual ou federal, em decorrência de eventos significativos de alagamentos, enxurradas ou inundações bruscas ou graduais com interrupção de tráfego e danos em nível de bairros, e resposta e recuperação da normalidade ocorrendo de forma mais lenta, e eventos esparsos de movimentos de massa com material remobilizado em encostas naturais ou vários deslizamentos em taludes e quedas de barreiras em vias e rodovias, causando interrupção de tráfego e danos significativos em nível local. Situação de emergência se caracteriza pela ocorrência de danos humanos em conjunto com danos materiais e/ou ambientais, que importem no prejuízo econômico (público e/ou privado) que afetem a capacidade do poder público local em responder e gerenciar a crise instalada.
Apenas 1% das ocorrências foi de grande porte, ou seja, quando há informações sobre vítimas fatais e o município teve situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pelo governo estadual ou federal, como consequência de eventos hidrológicos de grande impacto (com grande número de desabrigados e/ou desalojados), com danos atingindo serviços essenciais em nível de município, e grandes episódios ou ocorrências generalizadas de movimentos de massa com danos regionais (deslizamentos e/ou corridas de detritos de grande extensão), normalmente envolvendo grande número de desabrigados e/ou desalojados. Estado de calamidade pública é caracterizado pela concomitância na existência de óbitos, isolamento de população, interrupção de serviços essenciais, interdição ou destruição de unidades habitacionais, danificação ou destruição de instalações públicas prestadoras de serviços essenciais e obras de infraestrutura pública. Veja detalhes na Figura 1, abaixo.
A Tabela 1 exibe a distribuição dos eventos nas regiões brasileiras, de acordo com a origem e magnitude.
Observa-se na Tabela 1 que a grande maioria dos eventos ocorreu na Região Sudeste (630), com destaque para eventos hidrológicos de pequeno porte (357); seguido da Região Sul, com 437 eventos, sendo a maior parte composta por eventos hidrológicos também de pequeno porte; a Região Nordeste aparece na terceira posição, com 202 eventos, dos quais 91 foram eventos de origem geológica de pequeno porte; seguida da Região Norte com 61 eventos, com destaque para os de origem hidrológica de pequeno porte; e, por fim, a Região Centro-Oeste concentrou apenas 11 eventos, todos de origem hidrológica e registrados como de pequeno porte.
A Figura 2 permite visualizar a distribuição geográfica dos eventos de pequeno porte nos municípios monitorados pelo Cemaden em 2023. É possível verificar a concentração destes na faixa leste do país, sobretudo nas capitais estaduais e suas respectivas regiões metropolitanas, com destaque para as os municípios das Regiões Sudeste e Sul, que juntas corresponderam a 81% dos registros dessa magnitude. As mesorregiões que mais sofreram com eventos de pequeno porte foram, respectivamente: Região Metropolitana de São Paulo – SP (104 eventos); Vale do Itajaí – SC (91 eventos); Região Metropolitana do Rio de Janeiro – RJ (75 eventos); Zona da Mata – MG (52 eventos); Zona da Mata Pernambucana – PE (46 eventos); Região Metropolitana de Recife – PE (44 eventos); Vale do Paraíba Paulista – SP (44 eventos); Sul Fluminense – RJ (41 eventos); Região Metropolitana de Porto Alegre – RS (37 eventos); Norte Catarinense – SC (34 eventos); Grande Florianópolis – SC (33 eventos); e Centro Amazonense – AM, Oeste Catarinense – SC e Sul Catarinense – SC (30 eventos cada).
O município onde mais foram registrados eventos hidrológicos de pequeno porte foi São Paulo – SP (Figura 3), com 25 eventos, e o município que mais sofreu com eventos de origem geológica de pequeno porte foi Manaus – AM (Figura 4) que contabilizou 17 eventos.
Na Figura 3 é possível constatar a distribuição geográfica dos eventos de médio porte nos municípios monitorados pelo Cemaden em 2023. Os eventos se concentraram sobretudo na Região Sul, onde foram registrados pouco mais de 45% do total (64 eventos). As mesorregiões que mais sofreram com eventos dessa magnitude foram, respectivamente: Região Metropolitana de Porto Alegre – RS (20 eventos); Vale do Itajaí – SC (10 eventos); Região Metropolitana de São Paulo – SP e Centro Oriental Rio-Grandense – RS (8 eventos cada); Zona da Mata Pernambucana – PE e Sul Catarinense – SC (6 eventos cada); Zona da Mata – MG, Oeste Maranhense – MA e Leste Alagoano (5 eventos cada); e Centro Maranhense – MA (4 eventos).
Destacou-se o município de Itaquaquecetuba – SP, com 3 eventos hidrológicos de médio porte em menos de 30 dias, assim como o município de Ubá – MG, onde uma única ocorrência de origem geológica causou ao menos 36 desabrigados e 18 desalojados.
A Figura 4 apresenta a distribuição geográfica dos eventos de grande porte nos municípios monitorados pelo Cemaden em 2023.
No total foram 19 eventos (Tabela 2), todos reconhecidos pelo Governo Federal, sendo que 84% (16 eventos) foram de origem hidrológica. A maior parte dos eventos ocorreu na Região Sul (10 eventos), em decorrência da passagem de dois ciclones extratropicais em setembro e novembro, respectivamente, causando elevados danos humanos, materiais e prejuízos econômicos, como o ocorrido em Cruzeiro do Sul – RS (Figura 9). A Região Sudeste concentrou 4 destes eventos, com destaque para o município de São Sebastião – SP que, em função do evento extremo de precipitação em 18/02/2023 (Figura 10), contabilizou uma série de deslizamentos que culminaram em 64 vítimas fatais e milhares de desabrigados e desalojados. Na Região Nordeste, os destaques foram as inundações do mês de julho em Alagoas, em particular nos municípios de Marechal Deodoro e Murici, que geraram centenas de desabrigados e milhares de desalojados. Por fim, na Região Norte foram apontados dois eventos dessa magnitude: Inundações em Rio Branco – AC, que resultaram em centenas de desabrigados e Erosão de Margem Fluvial no município de Beruri – AM, que ocasionou dezenas de feridos e duas vítimas fatais.
Fonte: Ascom/Cemaden - Levantamento elaborado pelo tecnologista Rafael Luiz, do Cemaden
Cemaden recebe estudantes do programa “Futuras Cientistas”
Nesta quarta-feira, (24/1), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden recebe duas estudantes da Escola Estadual Walkir Vergani, de São Sebastião, dentro da edição de 2024 do programa “Futuras Cientistas”. A iniciativa visa ao desenvolvimento do pensamento e de atividades científicas transdisciplinares das ciências da natureza e suas tecnologias nas áreas de CTEM (Ciência, Tecnologias, Engenharias e Matemática).
Criado em 2012, no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste – Cetene, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI, o “Futuras Cientistas” tem por objetivo estimular o interesse e promover a participação de mulheres professoras e estudantes do ensino médio da rede estadual nessas áreas, por meio de sua aproximação a centros tecnológicos e a instituições de ensino e pesquisa.
O programa foi desenhado para acompanhar as meninas ao longo de sua formação, desde o ensino médio até o início de sua carreira profissional, em quatro módulos, a serem realizados em períodos diferentes do ano. Esses módulos são:
1° Imersão Científica
2° Banca de Estudos para o ENEM
3° Mentoria
4° Estágios
Para integrar a etapa de imersão científica, o Cemaden propôs o plano de trabalho intitulado “Toda menina pode se tornar uma cientista que contribui com a redução de riscos de deslizamentos de terra”.
No dia 24, haverá programação de palestras, visita à Sala de Situação do Cemaden e preparação para o trabalho de campo, que ocorrerá no dia seguinte, em Campos do Jordão. Nesse município, as estudantes participarão de vistorias e reconhecimento para aprenderem técnicas de campo para mapeamento de risco geológico (de movimentos de massa) em local onde o Cemaden desenvolve um projeto.
Programação
24 de Janeiro: 9h - 10h | Palavras de boas-vindas (Dra. Regina Alvalá e Dra. Adriana Cuartas)
10h - 12h | Uma reflexão sobre a (s) ciência (s) e o cientista (Dra. Livia Moura e MSc. Selma Flores)
14h - 15h | Visita guiada pelo PIT - Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos
15h - 16h | Visita guiada à empresa NEXUS, localizada no PIT
16h - 16h30 | Visita à Sala de Situação do CEMADEN
25 de Janeiro : 7h - 17h | Visita de Campo em Campos de Jordão sob a supervisão e com acompanhamento de equipe técnica do CEMADEN.
Iniciativa da ONU organiza visita de lideranças religiosas ao Cemaden
Um grupo de lideranças religiosas ligadas à CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil visitou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no dia 12 de dezembro. O objetivo foi conhecer detalhes da missão do Cemaden, principalmente no contexto de impactos de mudanças climáticas, desastres naturais e ações de prevenção de desastres.
Os participantes, a maioria do estado do Acre, foram convidados pela Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais(IRI), criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018. A iniciativa está presente nos países que concentram 75% das florestas tropicais remanescentes, ou seja, Brasil, Colômbia, Peru, República do Congo e Indonésia. Essa foi a oitava visita organizada pela IRI ao Cemaden.
O objetivo principal da IRI é contribuir para que as lideranças e comunidades de todas as tradições religiosas possam aprofundar seus conhecimentos sobre as mudanças climáticas e a importância da preservação das florestas tropicais, com o intuito de ampliar o engajamento em iniciativas de preservação ambiental, mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Ao recepcionar a comitiva, a representante da direção do Cemaden, pesquisadora Sílvia Saito, apresentou as atividades desenvolvidas, vulnerabilidades e monitoramento geo-hidrológico, de secas, reservatórios. Ela também explicou como é feito o monitoramento dos 1.038 municípios mapeados com áreas de risco, em todo o território nacional.
O coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, deu sequência à programação, com a palestra “Desastres geo-hidrometeorológicos e Sistema de Alerta". Em seguida, o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, José Marengo, apresentou a palestra gravada “Causas dos desastres climáticos”. A programação da manhã se encerrou com a visita à Sala de Situação, onde os visitantes receberam informações do tecnologista Leandro Casagrande.
À tarde, a coordenadora do Cemaden Educação, Rachel Trajber, apresentou a palestra “Percepção de riscos, prevenção de desastres e o Cemaden Educação”, seguida de oficina sobre prevenção e enfrentamento a desastres. “Temos essa parceria com o IRI há bastante tempo e a cada vez nos sentimos mais próximos dessa ideia de chegar até o chão das comunidades”, afirmou. “O Cemaden Educação quer estabelecer um diálogo efetivo com a sociedade. É nesse diálogo que o novo aparece – o diálogo das pessoas nas comunidades, nas escolas, nas igrejas, com a ciência, sem se elimine um ou outro. É dessa forma que surge uma nova compreensão desse enorme colapso climático que estamos vivendo e para o qual precisamos ter capacidade de nos adaptar e construir sociedades sustentáveis e resilientes.”
Para Carlos Vicente, coordenador nacional do IRI, visitar o Cemaden é uma oportunidade ímpar que as lideranças têm de conhecer a qualidade do trabalho que é realizado pela instituição. “É sempre muito enriquecedor vir ao Cemaden, aprendemos muito”, afirmou. “É impressionante como os visitantes, em tão pouco tempo, passam a compreender a importância da emergência climática e valor da ciência e dos serviços que são gerados para proteger a população. Também é muito relevante que todos vivenciem o elevado compromisso e comprometimento dos especialistas do Cemaden com o serviço público.”
Fonte: Ascom/Cemaden