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Cemaden recebe premiação “Faz Diferença 2023” pela atuação em prevenir e mitigar os impactos dos eventos climáticos
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) – recebeu o Prêmio Faz a Diferença 2023, na categoria Brasil, na última quarta-feira (19), na Casa Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), na cidade do Rio de Janeiro.
A diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, recebeu o prêmio, entregue pela diretora-executiva Leticia Sander e pelo editor de Política e Brasil, Thiago Prado, do Jornal O Globo, na cerimônia da 21ª Edição da premiação que tem parceria com a Firjan, com apoio da Naturgy.
Na ocasião da cerimônia de entrega do prêmio ao Cemaden, a colunista do Globo, Míriam Leitão, destacou a atuação do Cemaden pautado na ciência para salvar vidas nesse tempo de emergência climática. O colunista Ancelmo Gois enfatizou a criação do Centro em 2011, após as fortes chuvas e deslizamentos ocorridos na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Foram, também, lembrados os episódios de seca extrema ocorridos na Região Norte e no Pantanal, bem como os temporais recentes no estado do Rio Grande do Sul, que culminaram em significativos impactos decorrentes de inundações e deslizamentos de terra. Destacou-se ainda a atuação do Cemaden em alertar, em meados do ano passado, a transição rápida do fenômeno La Niña para o El Niño, variação responsável pelos índices de chuva muito acima da média no Rio Grande do Sul e inferiores na Amazônia.
Regina Alvalá, diretora substituta do Cemaden, expressou a importância do prêmio concedido ao Cemaden: “Agradeço esse honroso prêmio, que não deixa de ser um enorme incentivo para continuarmos a fazer a melhor ciência no Brasil com o objetivo de salvar vidas”, destacando que essa premiação é direcionada a todos os profissionais que atuam no Centro, merecedores do prêmio pelo trabalho conjunto e integrado para o cumprimento da missão da instituição.
Cemaden e sua atuação
Após a sua criação – em 01 de julho de 2011 – o Cemaden também ficou responsável por implementar uma rede de monitoramento ambiental observacional, dedicada ao monitoramento de chuvas e outras variáveis relevantes para subsidiar o monitoramento e pesquisas na área de desastres relacionados ao clima. Em 2012, o Centro passou também a monitorar impactos de secas e escassez de chuvas, inicialmente na região semiárida do Brasil e, posteriormente, em todo o território brasileiro.
Em 18 de Outubro de 2016, o Cemaden passou a ser Unidade de Pesquisa integrante do então Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Decreto nº 8.877.
O Cemaden, que monitora municípios do território brasileiro 24 horas, sete dias da semana, conta com equipes de profissionais altamente especializados, das áreas de geologia, hidrologia, meteorologia, e especialistas na área de desastres e vulnerabilidade. Atualmente são monitorados 1.133 municípios do Brasil para os quais se dispõe dos mapeamentos das áreas de riscos geo-hidrológicos (deslizamentos, inundações, enxurradas, enchentes), que abrangem 20,3% dos municípios brasileiros, e quase 60% da população do país.
Serviços e informações providos pelo Cemaden/MCTI, disponíveis em https://www.gov.br/cemaden/pt-br
Fonte: Ascom/Cemaden
Rede Clima realiza Conferência Nacional de Mudanças Climáticas
A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) realiza, nos dias 18 a 20 de junho, a Conferência Nacional de Mudanças Climáticas. O evento, em formato híbrido (presencial e online), será no Auditório do CNPq, em Brasília (DF).
Além de mesas-redondas sobre as áreas de pesquisa da Rede, haverá debates sobre Mulheres e Mudanças Climáticas; Políticas de Indução à C&T para Mudanças Climáticas; 5ª Comunicação Nacional à Convenção do Clima.
A abertura será realizada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Em seguida, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apresentará a Conferência Magna.
Confira a programação completa.
Sobre a Rede Clima
A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais – Rede Clima constitui-se em um importante pilar de apoio às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas para atender às necessidades nacionais de conhecimento sobre mudanças do clima, incluindo a produção de informações para formulação de políticas públicas. Foi instituída pelo então Ministério da Ciência e Tecnologia em sua Portaria nº 728, de 20 novembro de 2007, e alterada pelas Portarias nº 262 de 2 de maio de 2011 e nº-1295 de 16 de dezembro de 2013.
A Rede Clima atua para atender às necessidades nacionais de conhecimento científico sobre as “Mudanças Climáticas Globais” e para dar apoio à diplomacia brasileira nas negociações internacionais sobre o tema.
A Rede Clima também elabora análises sobre o estado do conhecimento das mudanças climáticas no Brasil, nos moldes dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (Intergovernamental Panel on Climate Change – IPCC), porém com abordagens setoriais mais específicas para subsidiar a formulação de políticas públicas nacionais e internacionais.
Seu foco científico cobre questões relevantes das mudanças climáticas, tais como:
• A base científica das mudanças climáticas: detecção e atribuição de causas; entendimento da variabilidade natural versus mudanças climáticas de origem antrópica; ciclo hidrológico e ciclos biogeoquímicos globais e aerossóis; capacidade de modelagem do sistema climático;
• Estudos de impactos, adaptação e vulnerabilidade para sistemas e setores relevantes, tais como: agricultura e silvicultura, recursos hídricos, biodiversidade e ecossistemas, zonas costeiras, cidades, economia, energias renováveis e saúde;
• Desenvolvimento de conhecimento e tecnologias para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
A Rede Clima tem abrangência nacional, envolvendo dezenas de grupos de pesquisa em universidades e institutos. Estas estão distribuídas nas diversas regiões do país, o que provê capilaridade para a Rede, assim como potencializa a transferência e difusão das informações geradas.
Nota de Pesar
Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do Dr. Jorge Vicente Lopes da Silva, ocorrido na data de hoje. Dr. Jorge foi um renomado pesquisador-tecnologista no CTI Renato Archer, onde também exerceu o cargo de Diretor de 2019 a 2024.
Durante sua passagem pela instituição, destacou-se na área de Prototipagem Rápida e nas aplicações médicas da tecnologia de impressão 3D. Sob sua liderança, foram implantadas e desenvolvidas as primeiras máquinas de impressão 3D no Brasil, consolidando um importante grupo de pesquisa que conta com dezenas de colaboradores em todo o país.
Dr. Jorge coordenou uma equipe responsável por centenas de planejamentos cirúrgicos e desempenhou um papel crucial no apoio aos principais hospitais brasileiros na adoção dessa tecnologia, especialmente em colaborações com o Sistema Único de Saúde (SUS).
O Cemaden, profundamente enlutado, presta esta singela homenagem póstuma ao Dr. Jorge, cujo legado perdurará através de seu impacto significativo na área de saúde brasileira.
NOTA TÉCNICA SOBRE ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE SECAS E PREVISÕES HIDROLÓGICAS PARA A REGIÃO DO PANTANAL
1. SUMÁRIO EXECUTIVO
Na presente Nota Técnica apresenta-se a situação da seca no Pantanal entre dezembro de 2023 e maio de 2024. O período foi marcado por chuvas irregulares e déficit hídrico, resultando em seca severa ou extrema em grande parte da região, especialmente no período supracitado. A seca afetou significativamente as áreas agroprodutivas, principalmente os minifúndios. A situação hidrológica é crítica, com seca excepcional registrada nas estações fluviométricas de Ladário e de Porto Murtinho desde janeiro de 2024. A previsão para o trimestre MAIO-JUNHO-JULHO de 2024 indica alta probabilidade de fogo no Pantanal, especialmente no Mato Grosso do Sul.
1. VARIABILIDADE DAS CHUVAS NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS NA BACIA DO ALTO PARAGUAI
Na Figura 1 apresentam-se as anomalias de chuvas em relação à média histórica do período, com valores negativos (vermelho) indicando chuvas abaixo do normal e valores positivos (azul) indicando chuvas acima do normal. Observa-se um padrão de déficit de chuvas em quase todos os anos analisados, com exceção de 2022/2023, que apresentou 76 mm acima da média. Nos demais anos, as anomalias foram negativas, com destaque para 2020/2021, que registrou o maior déficit do período (-311 mm), seguido por 2023/2024 (-277 mm). O verão de 2024 foi marcado por chuvas irregulares na Bacia do Alto Paraguai, com precipitação abaixo da média em janeiro, fevereiro e maio, e acima da média em março e abril.
2. ÍNDICE INTEGRADO DE SECAS (IIS) NA ESCALA DE 1 MÊS
O Índice Integrado de Seca (IIS) do CEMADEN/MCTI combina informações sobre o déficit de chuvas, a umidade do solo e o estresse hídrico da vegetação para avaliar a intensidade da seca em uma determinada região. As análises do Índice Integrado de Seca (IIS) em curto prazo (1 a 3 meses) são relevantes para avaliar os impactos do déficit hídrico, tanto na vegetação (relacionado ao potencial de risco de fogo) quanto na produção agrícola, especialmente em cultivos de ciclo curto. Essas informações são importantes para a tomada de decisão em relação ao manejo agrícola e à prevenção de incêndios florestais.
O Índice Integrado de Seca (IIS-1) na escala de 1 mês para a região de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, incluindo o Pantanal, de dezembro de 2023 a maio de 2024 é apresentado na Figura 2. Observa-se que as condições de secas foram heterogêneas na região, no período avaliado, com destaque para o mês de dezembro de 2023, com grande parte da região classificada como em condição de "Seca Severa" ou "Seca Extrema". Em abril, em razão dos acumulados de chuvas registrados, houve uma pequena melhora, com algumas áreas passando para a classificação de "Seca Moderada". Em maio, a situação se agravou novamente, com a "Seca Extrema" se expandindo e cobrindo quase toda a região, em razão do déficit de chuvas no mês.
A Bacia do Alto Paraguai (BAP, linha azul na Figura 2) apresenta como característica marcante a divisão entre áreas de planalto, mais altas, onde ocorrem predominantemente as formações de Cerrado, e áreas de planície, mais baixas e alagáveis. Essa característica do relevo exerce forte influência na dinâmica hidrológica da região, afetando a ocorrência de secas e cheias. Os mapas do IIS mostram que as secas têm sido mais intensas nas áreas de planalto da BAP. Tal condição tem contribuído para a queda dos níveis dos rios da bacia, uma vez que o planalto desempenha um papel crucial na manutenção da disponibilidade hídrica, abrigando as nascentes de muitos rios e contribuindo para a recarga dos aquíferos.
3. ÍNDICE INTEGRADO DE SECAS (IIS) NA ESCALA DE 3 MESES
Considerando a escala de três meses, que compila as condições de seca de março a maio, o Índice Integrado de Seca (IIS-3) apresenta áreas com seca moderada e severa predominantemente no sul do Mato Grosso do Sul e no norte do Mato Grosso (Figura 3). A previsão do IIS-3 para o mês de junho indica que a situação de seca na região Centro-Oeste deve persistir, com potencial agravamento em algumas áreas (norte do Mato Grosso do Sul).
3.1. ÁREAS POTENCIALMENTE AGROPODUTIVAS
A evolução temporal do número de municípios em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul com áreas agroprodutivas potencialmente afetadas pela seca entre dezembro de 2023 e maio de 2024 é apresentada na Figura 4. Em dezembro, 95 municípios (43% do total) nos dois estados já apresentavam pelo menos 40% de suas áreas agroprodutivas impactadas. A situação se agravou em maio de 2024, quando esse número aumentou para 118 municípios (54% do total).
O impacto da seca em imóveis rurais de diferentes portes (minifúndios, pequenos e médios) entre dezembro de 2023 e maio de 2024 é ilustrado na Figura 5. Com exceção do mês de abril, a seca afetou a maioria das propriedades em todos os meses analisados, independentemente do tamanho. Os minifúndios foram os mais afetados, com grande parte deles apresentando mais de 80% da área impactada em dezembro de 2023, março e maio de 2024. A irregularidade das chuvas no verão-outono de 2024 intensificou a seca, resultando em picos de impactos em dezembro, março e maio, quando houve um aumento no número de imóveis com maior área afetada.
4. ANÁLISE HIDROLÓGICA
O Índice Padronizado Bivariado Precipitação-Vazão (TSI), permite a caracterização das secas hidrológicas pela análise conjunta tanto da precipitação quanto da vazão nas bacias hidrográficas. De acordo com o TSI na escala temporal de 12 meses (Figura 6), as bacias afluentes às estações fluviométricas de medições de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, encontram-se em condição de seca hidrológica excepcional (TSI-12 = 3.42 e TSI-12 = -3.45, respectivamente). Destaca-se que ambas as regiões apresentam seca hidrológica excepcional, intensidade mais crítica, desde janeiro de 2024.
Em Ladário, localizado no noroeste do Estado do Mato Grosso do Sul, foi registrado, no mês de maio, um incremento do nível médio do rio comparativamente ao mês anterior (21 cm), como pode ser observado na Figura 7. O atual nível médio mensal do rio em Ladário (144 cm) configura uma situação bastante crítica, com valor correspondente a apenas 37% da média histórica de maio (384 cm). Ressalta-se que, a estação de Ladário é uma das referências para acompanhar o comportamento do nível do Rio Paraguai, por estar localizada na região central do Pantanal e gerando dados desde 1900. Neste local, para que seja considerada situação de "cheia", de acordo com relatório final do Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai (ANA/GEF/PNUMA/OEA), o nível do rio precisa atingir no mínimo 400 cm. Adicionalmente, em Porto Murtinho, localizada na região oeste do Estado do Mato Grosso do Sul, também foi registrado um aumento do nível médio do rio em maio quando comparado ao mês anterior, de aproximadamente 19 cm (Figura 7). No entanto, o atual nível médio em Porto Murtinho (223 cm), é equivalente a apenas 46% do esperado para o período (489 cm), configurando uma situação bastante crítica.
Ressalta-se, também, que a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou, no dia 14 de maio de 2024, situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos na região hidrográfica do Paraguai, que terá vigência até 31 de outubro de 2024, podendo ser prorrogada caso a situação de escassez persista. A escassez hídrica nessa região pode provocar impactos significativos para os usos da água, especialmente no abastecimento de cidades como Cuiabá, no Mato Grosso, e Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Além disso, atividades como navegação, turismo, pesca e geração de energia também podem ser afetados.
5. PREVISÃO DE PROBABILIDADE DE FOGO
Na Figura 8 apresenta-se a previsão da probabilidade de fogo para a região do Pantanal para o trimestre MAIO-JUNHO-JULHO de 2024. No Mato Grosso, grande parte do estado apresenta níveis de alerta (54 municípios) e de atenção (72 municípios), além de 3 municípios em alerta alto, indicando uma alta probabilidade de fogo. A área em alerta abrange 391.147 km², enquanto a área em alerta alto abrange 19.845 km².
A situação é mais crítica no Mato Grosso do Sul, com grande parte do território em situação de atenção e de alerta. As áreas em alerta e em alerta alto abrangem um pouco mais de 100 mil km², incluindo 23 municípios e 1 município, respectivamente.
Em relação à área do Bioma Pantanal, que abrange áreas de ambos os estados, a situação é de atenção e de alerta em todo o território.
6. VARIABILIDADE DA TEMPERATURA MÉDIA DA SUPERFÍCIE
As anomalias de temperatura média (TMED) no Pantanal entre dezembro de 2023 e maio de 2024 mostram um padrão de aquecimento gradual, com algumas flutuações. Nos meses de dezembro de 2023 a abril de 2024, predominam anomalias positivas de TMED, com valores entre 2,0 e 3,0 °C acima da média em grande parte da região. No mês de março de 2024, observa-se um aumento nas anomalias de TMED, com valores predominantemente entre 3,0 e 4,0 °C acima da média. Este é o mês mais quente do período analisado. Especialmente no período de dezembro a março, o calor acima da média, associado também com as condições de seca em parte da região, podem ter contribuído para a redução dos níveis dos rios.
Elaborado por:
Ana Paula Martins do Amaral Cunha
Luz Adriana Cuartas
Lidiane Cristina Oliveira Costa
Elisangela Broedel
Márcia Guedes
Revisado por:
Regina Célia dos Santos Alvalá
Na presente Nota Técnica apresenta-se a situação da seca no Pantanal entre dezembro de 2023 e maio de 2024. O período foi marcado por chuvas irregulares e déficit hídrico, resultando em seca severa ou extrema em grande parte da região, especialmente no período supracitado. A seca afetou significativamente as áreas agroprodutivas, principalmente os minifúndios. A situação hidrológica é crítica, com seca excepcional registrada nas estações fluviométricas de Ladário e de Porto Murtinho desde janeiro de 2024. A previsão para o trimestre MAIO-JUNHO-JULHO de 2024 indica alta probabilidade de fogo no Pantanal, especialmente no Mato Grosso do Sul.
Seminário no Cemaden discute secas e degradação de terra: 122 municípios da região Sudeste apresentam áreas suscetíveis à desertificação
As secas são recorrentes e têm se intensificado nos últimos anos. O aumento na frequência e na intensidade das secas pode contribuir para a intensificação do processo de desertificação, assim como, para os impactos socioeconômicos e ambientais. E isso não é diferente na Região Sudeste: aproximadamente, 37% do Sudeste está com nível de degradação entre moderado e crítico, com 122 municípios na condição de áreas susceptíveis à desertificação (ASD), este localizados no norte de Minas Gerais.
Para elaborar plano e subsidiar, posteriormente, programa e ações públicas, foi realizado, nos dias 03 e 04 de junho, o Seminário Regional para a Elaboração do 2° Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca - PAB Brasil – Sudeste, na sede Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - no Parque de Inovação Tecnológico de São José dos Campos (SP).
A elaboração do 2º Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (2º PAB Brasil) é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio do Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável (SNPCT).
Foram reunidos cerca de 50 representantes de organizações não-governamentais, órgãos federais, estaduais e/ou municipais de meio ambiente, clima, agricultura e justiça, universidades, instituições de pesquisa, organizações da sociedade civil, representações de povos e comunidades tradicionais, Defesas Civis, entre outros, provenientes dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Discussões e elaboração de propostas foram desenvolvidas no intuito de empenharem-se no trabalho - de forma direta ou indiretamente - no combate de processos relacionados à desertificação (degradação da terra) e a mitigação das secas.
Durante os dois dias, a programação do seminário regional do Sudeste, desenvolvida no auditório do Cemaden e em espaços e auditórios do Parque de Inovação Tecnológica (PIT-SJC), ofereceu atividades de integração, partilha de aprendizados, discussões sobre temáticas, palestras sobre a situação climática- ambiental e dados socioeconômicos da Região Sudeste. Foram realizadas quatro reuniões, em grupos de trabalho, para elaborar propostas da Região Sudeste para inclusão no 2º Plano do PAB.
Na Região Sudeste, vivem mais de 20 milhões de pessoas (IBGE 2022), representando 41,78% da população brasileira. Segundo o IBGE, Sudeste é a região que mais ganhou população: soma de habitantes de SP, MG, RJ e ES saltou de 80,3 milhões (2010) para 84,8 milhões (2022). Os dados socioeconômicos do Sudeste foram apresentados pelo prof. Marcos Teixeira, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), durante o seminário.
Situação climática-ambiental e dados socioeconômicos do Sudeste
Foram identificados 122 municípios da Região Sudeste na condição de áreas susceptíveis à desertificação -ASD (com índice de aridez inferior a 0,65). Aproximadamente, 37% do Sudeste está com nível de degradação entre moderado e crítico.
No norte fluminense houve um aumento das áreas com aridez nos últimos anos.
“Para o Sudeste, deve-se trazer discussões sobre o Vale do Jequitinhonha, Vale do Espírito Santo e Baixada Fluminense. Secas são recorrentes e têm-se intensificado nos últimos anos. Está ocorrendo uma variabilidade espacial e temporal muito grande. Há risco à desertificação com o aumento da intensidade das secas e secas severas.”, afirma o profº Gustavo Lyra, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Foi apresentado o índice integrado de secas (IIS) dados do Cemaden/MCTI, das secas no Sudeste desde 2014 até 2023. As secas mais severas ocorreram no período de 2014-2015 (toda Região Sudeste); em 2015 (norte MG e SP-noroeste e central); em 2017 (norte de MG e noroeste e centro do Estado de SP); em 2021 (todo estado SP e sudoeste de MG) e 2023 (centro do Estado de SP, noroeste e nordeste de MG e todo ES).
Representatividade da sociedade e contribuições para elaboração de propostas
Na abertura do Seminário Regional do Sudeste do PAB (Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca), representantes de organizações não governamentais, instituições públicas e representantes de órgãos federais, estaduais e municipais deram a sua mensagem sobre a temática do evento.
“A seca e a degradação de terra estão em todo o Brasil”, afirma a pesquisadora em secas do Cemaden, Ana Paula Cunha, coordenadora da organização do evento regional e coordenadora substituta de Relações Institucionais do Cemaden. Fez uma breve citação das secas no Brasil: a que impactou a Região Sudeste entre 2012 e 2017; a do ano de 2014 em quase toda a região Sudeste; a de 2015 na Região Metropolitana de SP; a de 2015 no norte de Minas Gerais e Espírito Santo; a de 2015-2016 na Amazônia e a de 2021-2022 na Região Centro-Oeste.”
“Trabalhamos com Agroecologia e reflorestamento de árvores e floresta, que contribui para o uso ambiental do solo e o uso e conservação da água. Precisamos de políticas públicas e apoio governamental para melhorar a produção e a renda familiar.”, destaca José Roberto Reboneto, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA-ES).
“Nossos centros operacionais de apoio ambiental exigem uma ação planejada e integrada, dando prioridade às ações relacionadas às mudanças climáticas, as quais devem ser de caráter preventivo. É essencial essa escuta social de todos os nichos presentes da sociedade”, afirma Renata Bertoni Vita – procuradora de Justiça – representante do Grupo de Atuação Especial e Defesa do Meio Ambiente (GAEMA- SP)
“Estamos sempre à disposição no sentido de contribuir com nossas pesquisas e, principalmente, escutar o que as pessoas representativas da sociedade têm a dizer”. “Javier Tomasella – hidrólogo e pesquisador, representante do diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando os trabalhos científicos que dão referência às situações e perspectivas das secas no País, desenvolvidos pelo INPE, em parceria com o Cemaden.
“Temos observado a seca também no sul do Espírito Santo, suscitando as discussões sobre mudanças climáticas. Cada vez mais, a estiagem é uma realidade no estado, principalmente ao norte. Vemos o tamanho da complexidade do assunto, mostrando a importância do combate e prevenção, mas também das questões de adaptação à realidade.”, enfatiza a Major Lorena Sarmento Rezende – representando a Coordenação Estadual da Defesa Civil do Estado do Espírito Santo.
“Decretamos 102 municípios em estado de seca. Os períodos de seca estão mais contínuos, avançando em direção ao sul do estado. Temos algumas ações para minimizar os impactos, como o projeto de dessalinização das águas. Nosso foco é prevenção e fortalecer os municípios.”, informa Major Luís Antônio – representando a Coordenação Estadual da Defesa Civil do Estado de Minas Gerais.
“É importante a construção via campesina, no movimento de luta pela terra no estado do Espírito Santo. Temos que desmistificar quando precisamos falar de terra. O assunto é de causa e efeito e está ligado à concentração de terra e projetos antagônicos, como o uso desenfreado do agrotóxico e dos biomas. Os projetos de campo defendem a valorização das pessoas. Falar sobre preservação ambiental também é falar dos povos dos campos, que utiliza a agroecologia. A construção coletiva é o papel do governo democrático, dando a oportunidade de criar o modelo da sociedade do campo, que faz a defesa da natureza.”, afirma Eliandra Fernandes - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Via Campesina (Movimentos Sociais do Campo).
“Há 30 anos atuando na área ambiental, venho representando a sociedade. As questões ambientais estão relacionadas ao processo de ocupação das cidades há 50 anos, que não se adequada com a legislação. Na lógica do afetado, da pessoa, é fundamental falar sobre Ministério Público para a sociedade. Precisamos trazer a prevenção antes que o desastre ocorra. Falar em desastres é falar em prevenção e em pessoas.”, expõe Denise Torin – procuradora de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Basicamente, a missão do Parque de Inovação Tecnológica (PIT) de São José dos Campos é o desenvolvimento de tecnologias para implementar vários setores do Brasil. Uma dessas áreas é a do agro. Aqui na região do Vale do Paraíba, historicamente, houve a degradação de terra, impactada pela monocultura. É preciso valorizar o bem social que a terra traz e o estudo agroeconômico, os quais contribuem para essa missão. Este fórum já mostra o que há de bom para trabalhar com tecnologias. Estamos animados para dar capilaridade e contribuir para as políticas públicas.”, declara Jeferson Cheriegate, presidente do Parque de Inovação Tecnológica (PIT) de São José dos Campos (SP).
“Do ponto de vista e memória sobre seca, lembrava-se apenas da Região Nordeste e semiárido brasileiro. As secas atingem todo o país. Ao longo dos 25 anos, o processo de mudança significativa no que se refere à seca, exigiu mais construção de conhecimentos e implementação de políticas públicas para a convivência com o semiárido. As mudanças climáticas, ações humanas, degradação da terra, aquecimento global chamam a atenção e sobre o impacto em todos os biomas. Nas regiões da seca, são atingidas um milhão e quatrocentos mil propriedades rurais, sendo 60% em Minas Gerais, atingindo comunidades quilombolas. Também 42 populações indígenas estão vivendo em áreas do semiárido. A conservação da biodiversidade, do solo e da água estão mais preservados nas regiões onde vivem quilombolas, indígenas e campesinos.” enfatiza Alexandre Pires – diretor do Departamento de Desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
Dando as boas-vindas aos participantes do 2º PAB Brasil, a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, fez uma explanação do contexto da missão do Cemaden, em ser a sede do Seminário Regional do Sudeste, com relação ao monitoramento e pesquisas sobre desastres.
“A seca é a tipologia que mais impacta social e economicamente o mundo, na classificação dos desastres”. Fez a lembrança sobre a criação do Cemaden pós o maior desastre ocorrido na Região Sudeste, na região serrana do Rio de Janeiro, em janeiro de 2011. As secas também são bastante significativas, demandando pesquisas tanto pelo INPE, pelo Cemaden e INSA. Desde 2012, com a seca do Nordeste, houve a necessidade de prover informações e subsídios para tomada de decisões e implementação de políticas públicas. Como instituto de ciência e tecnologia, o Cemaden provém de informações para o diagnóstico e prognóstico da seca. Olhar para o monitoramento e gerar informações com relação a população e sociedade em geral, impactadas pela seca, demandou o desenvolvimento de metodologias, levantamento das pessoas afetadas e identificação dos estabelecimentos agrários e agrícolas. A partir de 2014, esses dados passaram a ser gerados para todo o território nacional, abrangendo os 5.570 municípios do país. A geração de informações e diagnóstico estão relacionados com a falta de chuvas, subsidiando a agricultura, as bacias hidrológicas que geram água para energia e para o abastecimento, além de subsidiar as decisões do Programa Garantia Safra”, informa a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá.
2º Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação aos Efeitos da Seca (PAB Brasil)
O 2º PAB Brasil tem o intuito de propor e planejar ações estratégicas concretas de curto, médio e longo prazos para combater a desertificação, mitigar os efeitos das secas e prevenir e reverter os quadros de degradação da terra. Com essa finalidade, foram realizados 10 seminários estaduais e três regionais (Sudeste, Centro-Oeste e Norte) para compreender os contextos regionais e territoriais, visando à construção do 2º PAB Brasil. O seminário da região Sul ainda não ocorreu, devido às fortes chuvas na região.
Esses seminários representam etapas participativas fundamentais que conectam os diferentes segmentos da sociedade, incluindo governos municipais, estaduais e federal, sociedade civil, comunidade científica e setor empresarial, todos contribuindo com discussões sobre conjunturas, propostas e metas de ação. Espera-se que o 2º PAB Brasil seja apresentado na COP 16, a ser realizada na Arábia Saudita entre 03 e 15 de dezembro de 2024.
“A elaboração do plano de ação depende do contexto político e do compromisso com essa agenda. O conjunto de iniciativas tem que ter a cara de cada região do país. O Plano tem que ter a cara do povo, dos que estão sendo afetados pela degradação da terra.”, esclarece Alexandre Pires – diretor do Departamento de Desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Propostas apresentadas no Seminário Regional do Sudeste- 2º PAB Brasil
Os grupos de trabalho do Seminário Regional do Sudeste debateram quatro eixos relacionados à seca e degradação de terra, englobando: gestão de informação, pesquisa e inovação; governança e fortalecimento institucional; melhoria das condições de vida da população afetada; e gestão sustentável para neutralização da degradação da terra.
Basicamente, as propostas apresentadas, no final dos trabalhos, abordaram desenvolvimento sustentável, redução do uso de agrotóxicos, melhoria na gestão de recursos hídricos, construção de planos de comunicação, fortalecimento de ações de educação ambiental, entre outras.
Para o diretor do Departamento de Desertificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Alexandre Pires, a realização do Seminário Regional do Sudeste na sede do Cemaden, no Parque de Inovação Tecnológica, simboliza exatamente a capacidade de geração de conhecimentos científicos, pesquisas e inovação, que contribuem com subsídios para gerar as políticas públicas.
“Chamou a atenção essa capacidade das equipes de pesquisa, dos conhecimentos, da mobilização para congregar toda a representatividade da sociedade e dos estados, para as discussões do tema da seca, degradação de terras e a situação na Região Sudeste”, destaca Pires, enfatizando que foram os elementos condutores para as discussões dos eixos realizadas pelos participantes.
“Vamos priorizar e dar atenção aos municípios do Sudeste impactados nas áreas socioeconômica e ambiental”.
O diretor do Departamento de Desertificação do MMA informou que junto com a elaboração do 2º Plano de Ação, será implementado um Programa de Cultura de Enfrentamento à Desertificação”, articulado com outras iniciativas.
Informou, também, que as estratégias para a elaboração do documento, análise de novas propostas para incorporação e elaboração da 2ª versão, passará por fases de pactuação com outros órgãos do governo federal e estadual, para a eficiência e eficácia das ações, com previsão de finalização em novembro deste ano. “A apresentação do Plano na COP 2024 dará oportunidade de parcerias financeiras com fundos internacionais, para fortalecer a implementação das ações de combate à desertificação e degradação das terras.”, finaliza o diretor.
As propostas elaboradas em todas as regiões brasileiras- destinadas à elaboração do 2° PAB Brasil - estarão disponibilizadas para consulta pública no segundo semestre deste ano, no site:
https://www.pabbrasil.ufrpe.br/
Fonte: Ascom/Cemaden
Nos dias 3 e 4 de junho, Cemaden sediará o Seminário Regional do Sudeste para discutir o combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca
Na próxima semana, dias 03 e 04 de junho, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sediará o Seminário Regional para a Elaboração do 2° Plano de Ação Brasileiro de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca - PAB Brasil - Sudeste.
O Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN Brasil), elaborado em 2004, objetivou, entre outros, atender ao compromisso assumido pelo Governo Brasileiro, quando da ratificação da UNCCD (sigla em inglês, designação do programa da ONU), tendo as Áreas Suscetíveis a Desertificação (ASD) como objeto de sua atuação. Além disso, na época, houve a questão central do compromisso do Governo com o processo de transformação da sociedade brasileira, centrado na busca da erradicação da pobreza e da desigualdade.
Neste momento, quase 20 anos depois da elaboração do PAN Brasil, faz-se necessário refletir sobre os avanços conquistados ao longo deste tempo e, a partir deste diagnóstico, traçar ações e metas de curto, médio e longo prazos. A finalidade é reduzir ou erradicar a vulnerabilidade dos territórios sujeitos a processos de degradação e secas recorrentes em todo o país, à luz da emergência climática que se impõe.
O plano tem - entre seus objetivos - congregar órgãos estaduais e/ou municipais de meio ambiente, clima, agricultura, universidades, instituições de pesquisa, organizações da sociedade civil, representações de povos e comunidades tradicionais, entre outros, no intuito de empenharem-se no trabalho - de forma direta ou indiretamente - no combate de processos relacionados à desertificação (degradação da terra) e a mitigação das secas.
Fonte: Ascom/Cemaden
Modelo de monitoramento hidrológico pelo método Inteligência Artificial apresenta precisão dos cenários de risco de inundação
Um modelo hidrológico baseado em dados, inspirado em uma rede neural MLP ( Multi Layer Perceptron), foi usado para prever séries temporais diárias do nível do rio na bacia do Rio Negro. Utilizou dados diários de nível e variações pluviométricas de 18 estações hidrométricas para fornecer níveis de rios para diferentes cenários de escalada sub-bacia.
O modelo apresentou desempenho promissor na previsão do nível dos rios para barragens e estações hidrométricas selecionadas, capturando com precisão as tendências primárias e pequenas flutuações observadas em cenários de risco de inundação e reservatórios.
O estudo examina a eficiência da abordagem baseada em dados em diferentes escalas de sub-bacias e períodos de tempo de previsão, fornecendo informações avançadas sobre a dinâmica dos sistemas fluviais.
Compreender suas causas e estabelecer metodologias para a prevenção de riscos é um desafio crítico para sistemas de alerta eficazes. Sistemas complexos como bacias hidrológicas são modelados através de modelos hidrológicos que têm sido utilizados para entender a recarga de água de aquíferos, o volume disponível de barragens e as inundações em diversas regiões. Esse é o foco do artigo intitulado "Nonlinear hydrological time series modeling to forecast river level dynamics in the Rio Negro Uruguay basin" (Modelagem de séries temporais hidrológicas não lineares para previsão da dinâmica do nível do rio Negro na bacia do Rio Negro Uruguai), publicado no jornal de ciência não linear internacional Chaos: An Interdisciplinary Journal of Nonlinear Science, periódico revisado por pares fundado em 1991, da editora AIP, publicação do Instituto Americano de Física.f
Os autores usam técnicas matemáticas para analisar dados hidrológicos de diferentes estações na bacia do Rio Negro (Uruguai) - bacia transfronteiriça, que nasce no Brasil e segue para o Uruguai. É empregado um modelo de I.A. (Inteligência Artificial) para previsão de nível do rio, com base nas ferramentas matemáticas analisadas. Os resultados mostram a possibilidade de dinâmica caótica nos dados e o impacto na previsibilidade dos modelos.
“A aquisição de dados hidrometeorológicos, em tempo real, de bacias e rios é vital para o estabelecimento de modelos baseados em dados como ferramentas para a previsão da dinâmica do nível dos rios e para a compreensão de seu comportamento não linear.”, enfatiza o físico Leonardo Bacelar Santos, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), participante do estudo, liderado por Johan Duque, seu orientando em Doutorado.
A pesquisa é o resultado de colaboração entre pesquisadores do Brasil (Cemaden e o Inpe - Instituto de Pesquisas Espaciais), do Uruguai e Estados Unidos.
"A internacionalização é muito bem-vinda em diversos aspectos, ainda mais no caso de estudos em hidrologia, onde as bacias hidrográficas não respeitam fronteiras políticas. O compartilhamento de dados e conhecimento entre os países é benéfico a todas as partes", afirma o pesquisador do Cemaden, Leonardo Santos.
Os pesquisadores envolvidos no artigo estão na equipe do projeto iFAST (Intelligent Flood Alert Surveillance Tools), com financiamento CNPq (projeto 446053/2023-6).
O artigo na integra pode ser acessado pelo link:
Fonte: Ascom/Cemaden
Comunicadores e líderes religiosos visitam o Cemaden
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) recebeu, no último dia 24 de abril, a visita de 46 lideranças religiosas do Brasil e do exterior, dentre elas teólogos, pastores, líderes evangélicos, jornalistas, editores e influencers. O objetivo da visita foi conhecer a missão do Cemaden, em especial os impactos de mudanças climáticas, desastres relacionados ao clima e ações de prevenção de desastres. Juntos, os participantes congregam mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais.
Após as boas-vindas da diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, os visitantes assistiram a apresentações proferidas pelos pesquisadores Giovanni Dolif, sobre Desastres Climáticos e Sistema de Alerta, e Ana Paula Cunha, sobre Desastres Climáticos e Secas. Na segunda etapa, o grupo conheceu a Sala de Situação do Cemaden e, em seguida, a responsável pelo programa Cemaden Educação, Rachel Trajber, apresentou palestra sobre Percepção de riscos, prevenção de desastres e o programa Cemaden Educação. Finalizando, a equipe do Cemaden Educação realizou uma oficina de pluviômetros artesanais.
“Não conhecia uma estrutura tão amarrada e com objetivo de melhorar a vida das pessoas”, comentou Nicole Pimont, do projeto Casa sem Lixo. “As informações que recebi na visita ao Cemaden irão subsidiar o conteúdo que divulgo nas redes sociais, visando levar mais conscientização aos meus seguidores.”
Para Samuel Cavalcante, pastor em Maceió e empresário do ramo digital, é fundamental que os influenciadores tenham como ponto de partida o conhecimento científico, para a elaboração de conteúdos sobre meio ambiente. “Trabalho com internet há quase 10 anos. Vim ao Cemaden para aprofundar meus conhecimentos, pois quero me comunicar de forma correta. O meio ambiente é um tema que interessa muito ao público jovem, a quem me dirijo”, afirmou.
“Sabia da existência do Cemaden, mas não tinha ideia de que era uma estrutura tão bem organizada, tão bem equipada, com propostas tão claras de serviços e conexões”, disse José Carlos da Silva, pastor da 1ª Igreja Batista de Brasília. “O que mais chamou a atenção foi a interligação dos sistemas federais, dos ministérios envolvidos. Há aspectos relacionados às cidades, ao campo à agricultura, minas e energia. Todo mundo junto nessa proposta de cuidar da população.”
Viviane Costa, pastora evangélica pentecostal comunidade na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, levará o aprendizado obtido no Cemaden para as comunidades onde atua. “Recebemos informações dos órgãos públicos, mas não temos ideia do trabalho que está por trás desses dados. Nesta visita, percebi que existem possibilidades de construção de caminhos, de conscientização, de mudança, da adaptação climática que a gente espera que aconteça o mais rápido possível.”
Os participantes foram convidados pela Iniciativa Inter-religiosa pelas Florestas Tropicais(IRI), criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2018. A iniciativa está presente nos países que concentram 75% das florestas tropicais remanescentes, ou seja, Brasil, Colômbia, Peru, República do Congo e Indonésia. Essa foi a nona visita organizada pela IRI ao Cemaden.
O objetivo principal da IRI é contribuir para que as lideranças e comunidades de todas as tradições religiosas possam aprofundar seus conhecimentos sobre as mudanças climáticas e a importância da preservação das florestas tropicais, com o intuito de ampliar o engajamento em iniciativas de preservação ambiental, mitigação, adaptação às mudanças climáticas e redução de riscos de desastres.
Fonte: Ascom/Cemaden
Projeto COPE oferece Bolsa de Mestrado Fapesp para o Programa de Pós-Graduação em Desastres (ICT/Unesp-Cemaden)
Estão abertas as inscrições para uma vaga de Bolsa Mestrado da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para o Projeto “Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE), conduzido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais Cemaden- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com sede em São José dos Campos (SP).
As inscrições devem ser feitas até dia 31 de agosto de 2024. O bolsista deverá estar disponível para residir em São José dos Campos ou arredores.
O (a) bolsista de Mestrado trabalhará no desenvolvimento de metodologia para criação de sistemas de alerta centrados nas pessoas e voltados a extremos de tempo e clima, considerando as dimensões etárias, de gênero e pessoas com deficiência.
Os (as) candidatos (as) devem ter formação em áreas relacionadas a Ciências Sociais, Políticas Públicas, Geografia, Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Letras, Gerontologia, Comunicação Social, Gestão Ambiental, entre outras. É desejável que o(a) candidato(a) tenha experiência com a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
A bolsa de Mestrado fornecida pela FAPESP tem duração de até 24 meses e valor mensal de R$ 2.507,10 no primeiro ano e R$ 2.661,60 no segundo. Há ainda um auxílio financeiro para despesas diretamente relacionadas às atividades de pesquisa (www.fapesp.br/rt) e um auxílio instalação para bolsistas que precisem se mudar para a cidade onde se localiza a instituição sede da pesquisa podem solicitar o benefício de Auxílio Instalação (norma completa em www.fapesp.br/7771). Mais informações estão disponíveis no site www.fapesp.br/bolsas/ms.
Os (as) candidatos (as) selecionados para a bolsa de Mestrado deverão ser aprovados (as) na prova do Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais (ICT/Unesp-Cemaden) , que será realizada entre setembro e novembro de 2024.
O processo seletivo incluirá análise de currículo lattes, entrevista e apresentação. É desejável que o(a) candidato(a) tenha experiência com a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Candidatos(as) selecionados(as) para a fase de entrevistas serão comunicados por e-mail até o dia 30 de setembro de 2023.
Para se candidatar, os (as) interessados (as) devem preencher o formulário de interesse: https://forms.gle/T9TsL3rk3vvqrq5e9. Em caso de dúvidas, contatar o pesquisador Victor Marchezini (victor.marchezini@cemaden.gov.br)
Projeto COPE
O objetivo do Projeto COPE - que tem o apoio da Fapesp (Processo 22/02891-9) - é analisar as capacidades organizacionais de preparação de governos locais e comunidades, frente a eventos extremos de tempo e clima. A partir disso, coproduzir estratégias de fortalecimento da implementação de políticas públicas no tema.
A mobilização dos participantes da pesquisa e a disseminação dos resultados ao longo do processo de pesquisa fará uso de webinários, bem como de redes sociais mediante estratégias de jornalismo de dados e produção de vídeos voltados à identificação e disseminação de boas práticas. A finalidade é aumentar as capacidades organizacionais frente a eventos extremos.
A ideia do Projeto COPE é integrar atividades de ensino, pesquisa, extensão e implementação de políticas públicas, conectando gestores (as) públicos e comunidades expostas a riscos de desastres, considerando as dimensões etárias, de gênero e pessoas com deficiência. A proposta se associa aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 e 13.
Datas importantes
-Prazo para envio da candidatura à Bolsa de Mestrado Fapesp: 31/08/2024
-Notificação a candidatos(as) selecionados para a fase de entrevistas: até 30/09/2024
-Realização da prova da pós-graduação em desastres (ICT/Unesp-Cemaden): entre setembro e novembro/2024
-Início das atividades da bolsa de mestrado, no Cemaden: 01/03/2025
Mais informações no site da Fapesp: https://fapesp.br/oportunidades/capacidades_organizacionais_de_preparacao_para_eventos_extremos_(cope)/7097/
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden publica licitação para contratação de fornecimento de dados de descargas elétricas atmosféricas
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), localizado no Parque Tecnológico da cidade de São José dos Campos(SP), lançou edital de licitação na modalidade pregão eletrônico, que visa à contratação de serviço de fornecimento de dados de descargas elétricas atmosféricas, em tempo real, sobre todo o território nacional.
A publicação consta no Diário Oficial da União do dia 23/05/2024. O Edital do Pregão Eletrônico nº 90001/2024 pode ser retirado a partir desta data, das 08h00 às 12h00 e de 13h00 às 17h00, no endereço: Estrada Dr. Altino Bondesan, 500, Distrito de Eugênio de Melo - São José dos Campos (SP) ou https://www.gov.br/compras/pt-br.
O envio de propostas deverá ser feito no site https://www.gov.br/compras/pt-br, até a data de abertura das propostas, que ocorrerá no dia 10/06/2024 às 10h00 no site https://www.gov.br/compras/pt-br.
Mais informações: (12) 3205-0111 ou licitacao@cemaden.gov.br.
Cemaden publica licitação para contratação de serviços continuados de Apoio Administrativo
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais - CEMADEN, localizado no Parque Tecnológico da cidade de São José dos Campos (SP), lançou edital de licitação na modalidade pregão eletrônico, que visa à contratação de empresa especializada para prestação de serviços continuados de Apoio Administrativo e Copeiragem, com fornecimento de materiais e insumos para atender às suas necessidades.
O edital abrange as seguintes categorias: Copeira (02 postos), Auxiliar de Almoxarifado (02 postos), Recepcionista (01 posto), Mensageiro (01 posto), Auxiliar Administrativo (01 posto) e Supervisor Administrativo (01 posto). A publicação consta no Diário Oficial da União do dia 23/05/2024.
O Edital do Pregão Eletrônico nº 08/2023 pode ser retirado a partir dessa data, das 08h00 às 12h00 e de 13h00 às 17h00, no endereço: Estrada Dr. Altino Bondesan, 500, Distrito de Eugênio de Melo - São José dos Campos (SP) ou https://www.gov.br/compras/pt-br.
O envio de propostas deverá ser feito no site https://www.gov.br/compras/pt-br, até a data de abertura das propostas, que ocorrerá no dia 11/06/2024 às 10h00 no site https://www.gov.br/compras/pt-br.
Mais informações: (12) 3205-0111 ou licitacao@cemaden.gov.br.
Pesquisa-ação e oficina na preparação para eventos extremos envolvem estudantes pós-graduandos e da escola de São Luiz do Paraitinga
Integrar atividades de ensino, pesquisa e extensão - com o objetivo de subsidiar a implementação de políticas públicas de preparação para eventos extremos de tempo e clima - é a proposta do Projeto Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE), coordenado pelo pesquisador e sociólogo Victor Marchezini, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O Projeto COPE foi apresentado, no último dia 15 de maio, na Escola Estadual Monsenhor Ignácio Gióia, em São Luiz do Paraitinga (SP). A equipe de pesquisa também realizou um grupo focal para identificar as demandas da escola em relação à preparação para eventos extremos. Esta atividade foi coordenada por Janaína de Alencar Mota e Silvia, que é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Desastres (ICT/Unesp-Cemaden). Os(as) doutorandos(as) da PGCST/INPE atuaram como facilitadores dos grupos focais. O encontro ainda teve uma oficina sobre comunicação, coordenada por Monique Sampaio, doutoranda da PGCST/INPE e bolsista Fapesp – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (processo 2024/03072-7).
Marchezini, que além de pesquisador do Cemaden é professor do Programa de Pós-Graduação ICT-Unesp/Cemaden e do Programa de Pós-graduação em Ciência do Sistema Terrestre (PGCST/INPE), informou que, nessa fase do projeto, serão desenvolvidos métodos e abordagens inter-(entre as ciências) e transdisciplinares (entre cientistas e não-cientistas) para analisar as capacidades organizacionais de preparação de governos locais e comunidades, frente aos eventos extremos e clima. Posteriormente, serão elaborados e apresentados os subsídios para implementar as políticas públicas de preparação aos eventos extremos e clima.
“A ideia do projeto é conectar gestores (as) públicos e comunidades expostas a riscos de desastres, considerando as dimensões etárias, de gênero e pessoas com deficiência”, afirma o pesquisador do Cemaden e enfatiza: “O foco do projeto é desenvolver metodologias para implementar a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), com referência à criação de sistemas de alertas centrados nas pessoas.”
Parceria com Escola Estadual em São Luiz do Paraitinga: oficinas e apresentação de trabalhos científicos envolvendo estudantes
Para Daniel Messias dos Santos, professor da Escola Monsenhor Ignácio Gióia, a parceria com Projeto COPE é essencial por dois aspectos: “ela permite que os adolescentes participem efetivamente de uma iniciação científica, com parceiros respeitados por suas pesquisas. Em segundo, possibilita que a escola seja o centro dos debates das questões climáticas e desastres socioambientais e dela saiam as indicações para os caminhos que, em comunidade, devemos seguir”, afirma o professor, que vivenciou a inundação de 2010 no município e também conduziu pesquisa de mestrado no tema.
As atividades na escola foram registradas por Heitor Reis, bolsista Fapesp de Jornalismo Científico I (processo 2024/00469-3), atualmente graduando na UNIFESP. “É fundamental desenvolver formas de comunicação científica dos eventos extremos, que sejam voltadas aos jovens e outros grupos sociais. Sem a existência deste espaço de discussão, a sociedade não percebe o problema e sua gravidade, o que acarreta na falta de medidas de defesa civil”, pondera Reis.
Projeto COPE : pesquisadores e integrantes
Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), o Projeto Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE) terá a duração de cinco anos, com vigência no período de 01 de setembro de 2023 a 31 de agosto de 2028.
Do Cemaden, além do coordenador Victor Marchezini, participam do projeto os pesquisadores Giovanni Dolif, José Marengo, Luciana Londe e Silvia Saito, e os tecnologistas Caroline Mourão e Tulius Dias Nery, especialistas da Sala de Situação do Cemaden.
O projeto conta ainda com a participação das professoras Gabriela Lotta (FGV), Tatiana Sussel Mendes (ICT/UNESP), Giselly Rodrigues Gomes (Instituto dos Cegos do Estado do Mato Grosso), de João Porto de Albuquerque (Universidade de Glasgow), e de Reinaldo Soares Estelles (Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil). Há também a participação de doutorandos e mestrados do PGDN-ICT/Unesp-Cemaden e PGCST/INPE, além de dois bolsistas de jornalismo científico, Heitor Reis (UNIFESP) e Gabriela Gouveia (UFABC). Ao longo do projeto são previstas atividades voltadas a organizações públicas, ONGs e outras instituições interessadas.
O projeto COPE pode ser acessado pelo Instagram @projetocope e pelo link:
Fonte: Ascom/Cemaden com apoio e informações dos bolsistas de Jornalismo do Projeto COPE
Cemaden Educação promove mesa-redonda e roda de conversa sobre Educomunicação para comitiva da ECA-USP
Uma comitiva integrada por cerca de 25 estudantes e profissionais da área de Jornalismo, da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), esteve na última segunda-feira (13), na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em São José dos Campos (SP).
Liderada pela docente Thaís Brianezi - da disciplina de Educomunicação e Políticas Públicas de Educação e Direitos Humanos –, a comitiva veio conhecer os trabalhos do Programa Cemaden Educação, na aplicação da Educomunicação e suas ferramentas para mobilização dos jovens e comunidades, com a finalidade de construir conhecimentos, refletir e agir na prevenção de riscos de desastres. Também estiveram presentes estudantes de pós-graduação em Desastres Naturais, da Unesp, e em Ciência do Sistema Terrestre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), alunos do pesquisador Victor Marchezini, do Cemaden.
Conheceram os sistemas e processos de comunicação nas ações participativas das comunidades das áreas de risco, da comunicação dos alertas. Também participaram da roda de conversa, onde profissionais da área de Jornalismo apresentaram suas ações, experiências e reflexões, no processo de comunicação científica e educomunicação.
O pesquisador do Cemaden, sociólogo Victor Marchezini, recepcionou a comitiva e conversou sobre vulnerabilidades, ações participativas da comunidade. Falou da importância da comunicação e do diálogo e comunicação entre comunidades, pesquisadores e entidades e órgãos públicos, na participação ativa das ações para prevenção de risco de desastres. Marchezini explicou, também, o objetivo do Projeto Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE), que tem o apoio da Fapesp (processo 2022/02891-9).
A coordenadora do Programa Cemaden Educação, Rachel Trajber, falou sobre as atividades desenvolvidas pelo programa, junto às escolas, defesas civis, universidades e comunidades das áreas de risco. Fez a abordagem da Educomunicação em tempos de um novo regime climático.
A Comunicação dos Alertas e o sistema do processo de informação do sistema de monitoramento foi apresentado pelo tecnologista e pesquisador, Pedro Camarinha, especialista em geodinâmica da Sala de Situação do Cemaden.
A Comunicação Científica e Educomunicação foram os temas da mesa-redonda e roda de conversa, com a participação do auditório com perguntas.
Nessa mesa-redonda, as jornalistas e assessoras de Comunicação do Cemaden - Maria Rosário Orquiza e Ana Paula Soares - falaram sobre conceitos, reflexões, experiências nas ações de divulgação científica, além de ferramentas utilizadas para a comunicação ambiental.
A professora Thais Brianezi, apresentou algumas reflexões sobre o papel da Educomunicação e a comunicação participativa e democrática da sociedade.
A programação da visita foi organizada e elaborada pela analista em C&T, Selma Flores, da Coordenação de Relações Institucionais do Cemaden, em conjunto com a equipe do Cemaden Educação.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden ganha o Prêmio Faz Diferença na categoria Brasil
Em um ano marcado por secas extremas no Norte e no Pantanal e temporais que deixaram o Sul debaixo d’água, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) foi pioneiro em alertar para os riscos dos eventos climáticos extremos no país.” Essa foi a abertura da notícia, veiculada no último sábado (11), anunciando a premiação Faz Diferença 2023 ao Cemaden, na Categoria Brasil, em sua 21ª Edição, iniciativa do jornal O Globo, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). A premiação homenageia brasileiros que inspiraram por seu trabalho e dedicação no último ano.
Como unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Cemaden foi destacado pelo trabalho de alerta sobre a transição rápida do fenômeno La Ninã para o El Niño, em meados do ano passado. Esses fenômenos foram responsáveis pelas variabilidades das chuvas que impactaram a Amazônia e a região Sul no Brasil. Também apontou a incidência de calor extremo relacionado com as secas e o aquecimento do oceano Atlântico, que impactaram outras regiões do Brasil.
Além do monitoramento e alertas, avanços nos conhecimentos a partir de pesquisas científicas conduzidas no âmbito da ciência dos desastres, e desenvolvimentos tecnológicos, o Cemaden contribuiu com vários outros órgãos do governo e instituições provendo informações relevantes para subsidiar tomadas de decisão, principalmente, para os setores de energia, de abastecimento de água e de agricultura familiar.
“Agradecemos o reconhecimento pelas suas contribuições ao país, em nome de toda a equipe do Cemaden, que vem empenhando esforços - nestes 13 anos desde sua criação - para ampliar e aprimorar os serviços a toda sociedade, essenciais em época de eventos extremos e mudanças climáticas, de forma a diminuir os impactos socioeconômicos e ambientais”, afirma a diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá. “Neste momento em que grandes impactos de um grande desastre ainda afetam a população do estado do Rio Grande do Sul, essa premiação reforça nossa responsabilidade em continuar envidando esforços nos avanços dos conhecimentos, na busca por mais investimentos para a ciência e tecnologia, para aumentar os subsídios de informações para a definição de políticas públicas, juntamente com outros setores e sociedade, para o enfrentamento dos extremos climáticos.”, destaca Alvalá.
Criação do Cemaden e avanços do Brasil sobre o conhecimentos dos riscos
A partir do megadesastre ocorrido na Região Serrana do RJ, em janeiro de 2011, o então ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloisio Mercadante, juntamente com o secretário de Políticas e Programas de Pesquisas do MCTI – Carlos Nobre - tomaram a decisão histórica de criar uma instituição nacional dedicada ao monitoramento e alertas, de forma ininterrupta, para prover alertas de riscos de desastres deflagrados por extremos hidrometerológicos, bem como direcionada a desenvolver pesquisas estado-da-arte em temas correlatos aos desastres que mais impactam o território brasileiro.
Logo após a sua criação - 01 de julho de 2011 – o Cemaden também ficou responsável por implementar uma rede de monitoramento ambiental observacional dedicada ao monitoramento de chuvas e outras variáveis relevantes para subsidiar o monitoramento e pesquisas na área de desastres relacionados ao clima. Em 2012, o Centro passou também a monitorar impactos de secas e escassez de chuvas, inicialmente na região semiárida do Brasil e, posteriormente, em todo o território brasileiro.
Em 18 de Outubro de 2016, o Cemaden foi declarado como uma Instituição Científica e Tecnológica (ICT) integrante do então Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Decreto nº 8.877..
O Cemaden monitora (24 horas, sete dias da semana) com equipes de profissionais altamente especializados - geólogos, especialistas em geodinâmica, meteorologistas, hidrólogos e especialistas na área de desastres e vulnerabilidade. São monitorados 1.133 municípios do Brasil para os quais dispõe dos mapeamentos das áreas de riscos geo-hidrológico (deslizamentos, inundações, enxurradas, enchentes), que abrangem 20,3% dos municípios brasileiros, e quase 60% da população do país.
Somente no ano de 2023, o Cemaden registrou 1.346 ocorrências de desastres, associados aos municípios monitorados. Esse total registrado em 2023 foi o segundo maior número de eventos ocorridos, desde 2016. Outro estudo relevante conduzido no Cemaden apontou que o ano de 2023 foi marcado por temperaturas e secas extremas, destacando-se vários municípios com temperaturas superiores àquelas da média.
Além de ser a referência nacional na previsão de riscos de desastres e impactos socioeconômicos e ambientais, o Cemaden tem contribuído, nos últimos anos, com dados, informações e resultados relevantes para os Relatórios da Organização Mundial de Meteorologia, principalmente, os Relatórios do Estado do Clima na América Latina e Caribe.
Serviços e informações providos pelo Cemaden/MCTI, disponíveis em https://www.gov.br/cemaden/pt-br
1- Previsão de Riscos Geo-hidrológicos
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/riscos-geo-hidrologicos
Boletim diário com a previsão de riscos de eventos geo-hidrológicos para as mesorregiões do Brasil.
2- Alertas Vigentes
http://www2.cemaden.gov.br/painelalertas/
Mapa com alertas vigentes associado aos municípios monitorados, bem como tabela com as informações sobre os alertas vigentes (horários, tipo de risco, nível do risco, municípoo alertado). Os alertas detalhados são encaminhados concomitantemente para o Cenad/MIDR e para as defesas civis dos municípios alertados.
3- Mapa Interativo
http://www2.cemaden.gov.br/mapainterativo/
Disponibiliza os dados dos equipamentos da rede de monitoramento ambiental observacional do Cemaden, os quais podem ser visualizados e baixados pela sociedade.
4- Boletins e Relatórios
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/monitoramento/boletim-de-impactos/
Boletins de Impactos, Monitoramento de Seca para o Brasil, Monitoramento Hidrológico, Risco de Seca na Agricultura, Notas Técnicas, entre outros.
5- Monitoramento de secas no Brasil
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/assuntos/monitoramento/monitoramento-de-seca-para-o-brasil/
Plataforma que permite acompanhar a evolução das condições de seca em cada município do Brasil, relevante para subsidiar estimativas dos impactos em diversos setores, considerando a intensidade e duração da seca, como por exemplo na produção agrícola ou nos recursos hídricos
6- Programa Cemaden Educação
https://educacao.cemaden.gov.br/
Rede de escolas e comunidades na prevenção de riscos de desastres. Prioriza a mobilização de jovens e as comunidades para construir conhecimentos, refletir e agir na prevenção de riscos de desastres
Fonte: Ascom/Cemaden
Relatório da OMM destaca a necessidade de fortalecer os serviços meteorológicos e hidrológicos para enfrentar extremos climáticos
Publicado, na última quarta-feira (8), pela Organização Meteorológica Mundial (OMM ou WMO, na sigla em inglês), o Relatório do Estado do Clima para América Latina e Caribe enfatiza a importância de mais investimentos em serviços meteorológicos e hidrológicos. A medida tem por objetivo reforçar as previsões e os alertas antecipados, em especial, devido a rápida intensificação dos eventos extremos.
“Os alertas antecipados são essenciais para prever e mitigar os efeitos de eventos extremos”, destacado no prefácio do relatório pela professora Celeste Saulo, secretária-geral da OMM.
“Essa seria mais uma medida de adaptação, porque o desastre gerado por extremos precisa de informação meteorológica e de previsão. Tudo isso é feito com dias de antecedência, não é feito no dia anterior”, explica o climatologista Jose Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden),
Eventos extremos e seus impactos socioeconômicos e ambientais
Consistente com a tendência global, a América Latina e Caribe 2023 também foi o ano mais quente já registrado. No primeiro semestre do ano, a região foi impactada pelo fenômeno La Niña e no segundo semestre pelo fenômeno El Niño. O relatório aponta que a região registrou 67 eventos extremos, sendo 55% relacionados com enchentes e 22% tempestades. Segundo Marengo, “os extremos estão se tornando mais extremos”.
Na América Latina e no Caribe, 2023 foi o ano mais quente já registrado. O relatório destaca, também, que muitos países da região sofreram perdas agrícolas, impactados pelos fenômenos meteorológicos e climáticos extremos, exacerbando a insegurança alimentar, especialmente em comunidades que dependiam da agricultura para a sua subsistência.
“Os extremos estão virando mais extremos e os impactos na população, na economia e nos ecossistemas estão cada vez mais intensos”, avalia Marengo sobre o conjunto de eventos registrados em 2023.
Nos últimos anos, as secas afetaram diferentes regiões do Brasil, impactando a segurança hídrica, alimentar e energética. Neste estudo, usamos o Índice Integrado de Seca (IDS), que combina um índice de seca baseado em meteorologia e um índice baseado em sensoriamento remoto, para avaliar os eventos de seca de 2011 a 2019 sobre o Brasil. Esse estudo e outros realizados por pesquisadores do Cemaden tem contribuído para a elaboração do relatório da OMM, na parte do Brasil.
Serviços meteorológicos na América Latina e no Caribe
Segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), dos 32 membros da entidade na América Latina e no Caribe, 16 prestam serviços meteorológicos “básicos ou essenciais”. Apenas 6% prestam serviços “completos ou avançados” para apoiar a tomada de decisões em setores sensíveis ao clima. De acordo com os parâmetros da OMM, que não foram detalhados, o Brasil se enquadra como provedor de serviços básicos.
“Os serviços meteorológicos em todos os países estão sofrendo cortes de orçamento e os serviços climáticos que oferecem, como previsão de tempo e clima para saúde, agricultura, estão cada vez mais escassos. Por isso, aparece essa necessidade de melhora a infraestrutura e a formação profissional”, analisa Marengo sobre a região em relação à recomendação da OMM.
Atualmente, O Cemaden está trabalhando para expandir o sistema de monitoramento de desastres e já ampliou de 1.038 para 1.133 municípios. O plano de expansão foi incluído no Novo PAC do governo federal para receber R$ 50 milhões em investimentos.
Nos últimos anos, pesquisadores do Cemaden têm contribuído com trabalhos científicos e dados climáticos do Brasil para os relatórios da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), principalmente, no da América Latina e Caribe.
O Relatório do Estado do Clima para América Latina e Caribe pode ser acessado neste link.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden lança licitação para contratação de serviço para fornecimento de dados de descargas elétricas atmosféricas
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), localizado no Parque de Inovação Tecnológica da cidade de São José dos Campos (SP), lançou edital de licitação na modalidade pregão eletrônico, que visa a contratação de serviço para fornecimento de dados de descargas elétricas atmosféricas, em tempo real, sobre todo o território nacional. A publicação consta no Diário Oficial da União do dia 09/05/2024.
O Edital do Pregão Eletrônico nº 90001/2024 pode ser retirado a partir de 09/05/2024 das 08h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00, no seguinte endereço: Estrada Dr. Altino Bondesan, 500, Distrito de Eugênio de Melo - São José dos Campos - SP ou https://www.gov.br/compras/pt-br
O envio das propostas deverá ser feito a partir de 09/05/2024 às 08h00 no site https://www.gov.br/compras/pt-br.
A data de abertura das propostas ocorrerá no dia 24/05/2024 às 09h00 no site https://www.gov.br/compras/pt-br
Mais informações: (12) 3205-0111 ou licitacao@cemaden.gov.br.
Cemaden lança licitação para Prestação de Serviços de Apoio Administrativo e de Copeiragem
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), localizado no Parque de Inovação Tecnológica da cidade de São José dos Campos (SP), lançou edital de licitação na modalidade pregão eletrônico, que visa a Contratação de empresa especializada para prestação de serviços continuados de Apoio Administrativo e de Copeiragem, com fornecimento de materiais e insumos para atender as necessidades do Cemaden.
Esses serviços abrangem as seguintes categorias: Copeira (02 postos), Auxiliar de Almoxarifado (02 postos), Recepcionista (01 posto), Mensageiro (01 posto), Auxiliar Administrativo (01 posto) e Supervisor Administrativo (01 posto). A publicação consta no Diário Oficial da União do dia 09/05/2024.
O Edital do Pregão Eletrônico nº 08/2023 pode ser retirado a partir de 09/05/2024 das 08h00 às 12h00 e das 13h00 às 17h00, no seguinte endereço: Estrada Dr. Altino Bondesan, 500, Distrito de Eugênio de Melo - São José dos Campos (SP) ou https://www.gov.br/compras/pt-br
O envio das propostas deverá ser feito a partir de 09/05/2024 às 08h00 no site https://www.gov.br/compras/pt-br
A data de abertura das propostas ocorrerá no dia 23/05/2024 às 09h00 no site https://www.gov.br/compras/pt-br
Mais informações: (12) 3205-0111 ou licitacao@cemaden.gov.br.
Nota Técnica sobre os Riscos Geo-Hidrológicos para o Rio Grande do Sul para o período entre 10 e 13/05/2024
Contextualização e Previsão Meteorológica
Hoje, quarta-feira 08 de maio, uma frente fria deverá avançar sobre o Estado do Rio Grande do Sul, podendo ocasionar temporais localizados, embora com baixa probabilidade de gerar acumulados pluviométricos expressivos. Esse sistema deverá provocar uma mudança na direção do vento, que passará a soprar do setor sudoeste, prejudicando o escoamento das águas na Lagoa dos Patos.
A frente fria mencionada se deslocará até Santa Catarina, provocando queda de temperatura, na quinta-feira, e, ao longo desse dia, começará a recuar para o sul na forma de frente quente, ainda com pouca chance de provocar chuvas volumosas. Essa situação provocará novamente uma virada dos ventos, que passarão a soprar do setor leste, sendo também desfavoráveis para o escoamento das águas da Lagoa dos Patos.
A partir da sexta-feira 10 de maio, o sistema frontal irá se tornar semi-estacionário sobre a região central do Rio Grande do Sul. Desta forma, entre a sexta-feira e a segunda-feira (13 de maio) as chuvas devem se tornar mais intensas, particularmente na região localizada ao norte da cidade de Porto Alegre, onde se encontram algumas bacias de captação do rio Guaíba. Os acumulados previstos entre a sexta-feira 10 e a segunda-feira 13 de maio poderão superar os 150mm, o que, provavelmente, irá agravar a situação do estado.
A partir da segunda-feira está prevista a passagem de uma nova frente fria mais intensa sobre a Região Sul do Brasil, incluindo a possível formação de um ciclone extratropical nas proximidades da costa, que poderia causar o incremento dos ventos do setor leste. Nos dias subsequentes, esta frente fria e o posterior ingresso de uma massa de ar frio e seco ocasionará uma queda acentuada das temperaturas e da possibilidade de chuva durante a próxima semana. Os ventos permanecerão soprando do setor sul, o que resultará desfavorável para o escoamento das águas.
- Análise de Risco Hidrológico
Entre a próxima sexta-feira (dia 10) e segunda-feira (dia 13), o cenário de risco para eventos hidrológicos para a Região Sul é apresentado a seguir:
As bacias hidrográficas dos Rios Taquari-Antas, Caí, Sinos e Gravataí estão em vazante neste dia 08/05/2024, devido à pausa na chuva observada nos últimos três dias. No entanto, os níveis dos rios continuam muito elevados devido aos acumulados expressivos de chuva da última semana e às condições de saturação do solo. A água proveniente do deflúvio de todas estas bacias deságua no Lago Guaíba, o qual se encontra com nível de 5,07 metros hoje, de acordo com a estação da CPRM/ANA, e em suave recessão, podendo atingir o nível de 4,5 metros no dia 12/05, de acordo com o modelo hidrológico do IPH/UFRGS. Em função da chuva prevista para os próximos dias, o Lago Guaíba deve voltar a se elevar no dia 13/05, estabilizando em torno do nível observado na grande inundação de 1941 (4,76 metros) por alguns dias.
Com a chegada da onda de cheia oriunda do Lago Guaíba, é muito alta a probabilidade de inundação severa nos municípios localizados no entorno e na foz da Lagoa dos Patos, como São Lourenço do Sul, Pelotas e Rio Grande. É importante ressaltar que os problemas causados nesta região dependem de uma conjunção de fatores, como o sentido dos ventos (piorando caso os ventos venham de sul) e o efeito das marés (coeficiente de maré é ‘muito alto’ até o dia 09/05), aliado à onda de cheia e aos níveis na Bacia do rio Camaquã (elevados), dificultando a definição de estimativas precisas sobre o nível que a Lagoa pode atingir nos próximos dias. O nível da Lagoa dos Patos no dia 08/05/2024 é de 2,15 metros em Pelotas e de 2,30 metros em São Lourenço do Sul, em elevação em ambas as cidades.
A Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai continua com níveis elevados e acima da cota de inundação no seu baixo curso, estabilizando em São Borja (após atingir quase 5m acima da cota de inundação) e ainda em elevação em Itaqui (3m acima da cota de inundação) e Uruguaiana (2m acima da cota de inundação). A bacia dos Rios Ibirapuitã e Ibicuí, tributária do rio Uruguai, encontra-se em vazante. A normalização da bacia deve demorar entre 7 e 10 dias, no mínimo.
A previsão de risco hidrológica para cada bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul entre 10 e 13 de maio, consta na Figura 1.
- Análise de Risco Geológico
Entre a próxima sexta-feira (dia 10) e segunda-feira (dia 13), o cenário de risco para eventos geológicos para o Rio Grande do Sul é apresentado a seguir:
Considera-se ALTA a probabilidade de ocorrência de movimentos de massa (em laranja na Figura 2) nas mesorregiões Centro-Oriental e Ocidental Rio Grandense, além da Região Metropolitana de Porto Alegre e Nordeste Rio Grandense, onde se encontra a Serra Gaúcha, devido aos elevados acumulados registrados ao longo da última semana, que incrementaram significativamente a umidade do solo, intensificaram processos erosivos e causaram diversos deslizamentos de terra. A probabilidade alta de movimentos de massa se justifica também a partir da previsão meteorológica descrita anteriormente, chamando a atenção para o potencial de acumulados elevados (>100 mm) e distribuídos ao longo dos dias. Neste cenário, são esperados novos deslizamentos de terra induzidos em áreas urbanizadas e também “quedas de barreiras” à margem de estradas rodovias, não se descartando a possibilidade de deslizamentos em encostas naturais, especialmente entre sábado e domingo.
Para a mesorregião do Noroeste Rio-Grandense considera-se MODERADA a probabilidade de ocorrência de movimentos de massa (em amarelo na Figura 2), com destaque para a porção mais a leste/nordeste, devido aos acumulados registrados ao longo da última semana e à previsão meteorológica de chuva ao longo dos dias, porém com acumulados não tão elevados quanto nas demais regiões mencionadas anteriormente. Neste cenário, há possibilidade de ocorrência de deslizamentos de terra pontuais, incluindo “quedas de barreiras” à margem de estradas rodovias
Os alertas do CEMADEN/MCTI enviados para os municípios monitorados podem ser acompanhados em tempo real no site http://www2.cemaden.gov.br/painelalertas/
Estudantes da Pós-Graduação em Geociências da Unicamp visitam o Cemaden
Uma comitiva de sete pós-graduandos em Mestrado e Doutorado, da Pós-Graduação em Geociências (IG), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP), estiveram em visita acadêmica, na última sexta-feira (26), na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A visita foi liderada pelo professor Jefferson de Lima Picanço, coordenador de Graduação do Curso de Geologia da Unicamp, responsável pela disciplina “Gestão de Riscos a Desastres” do curso de Pós-Graduação em Geociências. Essa já é a segunda visita ao Cemaden de estudantes dessa pós-graduação.
“É importante que os estudantes tenham esse contato com o Cemaden, conhecendo a gestão do trabalho, os produtos gerados, processo de monitoramento e pesquisas na área de Desastres”, afirma o professor da Unicamp, destacando o incentivo das atividades acadêmicas e a oportunidade de intercâmbio de pesquisas aplicadas no conhecimento de riscos de desastres, junto aos pesquisadores do Cemaden.
Programação da visita
A comitiva da Unicamp foi recepcionada pela pesquisadora em riscos de desastres, Silvia Saito, que fez a apresentação institucional e das linhas de pesquisa do Cemaden.
Em seguida, o pesquisador em Geodinâmica do Cemaden, Márcio Andrade, fez a apresentação do Projeto Remaden/RedeGeo, nas pesquisas e monitoramento das áreas de risco de deslizamentos.
O pós-graduando do IG-Unicamp, Mateus Leptokardys, apresentou o trabalho “Implementação do uso de câmeras de vídeo no monitoramento de uma encosta instrumentada em Guarujá”
No período da tarde, a pesquisadora Silvia Saito apresentou o Projeto Cemaden-IBGE, que trabalha com base de dados sobre população em áreas de risco de desastres. Com base nos dados do Censo de 2022, as duas instituições estão atualizando as informações sobre as características de moradias em áreas de risco e dos moradores por gênero, faixa etária, rendimento, responsável pelo domicílio. Essas informações permitem aprimorar o sistema de monitoramento do Cemaden e apoiar a gestão de risco de desastres no Brasil.
A tecnologista da equipe de Geodinâmica da Sala de Situação do Cemaden, Carla Prieto, apresentou os projetos de geodinâmica aplicados ao monitoramento de riscos de deslizamentos e movimentos de massa. Em seguida, a comitiva da Unicamp visitou a Sala de Situação, onde a tecnologista explicou o processo de monitoramento do Cemaden.
Apresentação dos trabalhos científicos dos estudantes de pós-graduação e a roda de conversa com os pesquisadores do Cemaden
Os pós-graduandos em Mestrado e Doutorado em Geociências apresentaram aos pesquisadores do Cemaden os seguintes trabalhos de pesquisas:
Thaís Oliveira Ribeiro - Desenvolvimento de metodologia para a definição de faixas marginais de cursos hídricos em áreas urbanas;
Marcelo Gomide Silveira – Modelagem hidrológica da bacia do rio Proença em Campinas, utilizando machine learning e dados meteorológicos visando a construção de um sistema de alerta antecipado;
Mateus de Ramos Oliveira – Prospecção de usos sustentáveis a partir da cartografia geoambiental;
Carolina de Souza Oliveira – Uma análise metodológica de Cartografia de Risco no Brasil: o caso de Itaquaquecetuba.
Em seguida, houve a roda de conversa entre os estudantes da Unicamp e pesquisadores do Cemaden.
O pós-graduando em Mestrado pela Unicamp, geólogo Marcelo Gomide Silveira, considerou a visita extremamente importante, conhecendo os “bastidores” do Cemaden nas atividades de monitoramento, previsão de risco, missão de alertas e desenvolvimento de pesquisas na área da Ciência dos Desastres. “É importante esse intercâmbio de trabalho entre o ambiente acadêmico e o ambiente onde se faz e aplica a Ciência”, destaca Silveira. Considera importante esse intercâmbio entre academia e instituição pública, para fortalecer a troca de experiências e conhecimentos. “A Ciência não se faz sozinho, mas em conjunto”, enfatiza o estudante de pós-graduação.
A organização e a elaboração da programação da visita dos pós-graduandos da Unicamp ao Cemaden foram realizadas pela analista em Ciência e Tecnologia do Cemaden, Selma Flores.
Fonte: Ascom/Cemaden
Cemaden discute parceria com Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) para compartilhar dados das redes observacionais
Discutir acordos de parcerias para o compartilhamento de dados das redes observacionais das concessionárias de rodovias foi o objetivo principal da visita técnica de representantes da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), realizada na última sexta-feira (26), na sede do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A reunião foi realizada com a presença do diretor executivo da ABCR, Marco Antonio Giusti; da coordenadora de Inteligência de Dados da ABCR, Pamela Barbosa e do coordenador de Tráfego da Ecovias, Márcio Vono. Participaram da reunião, de forma remota, cerca de 24 representantes de concessionárias de rodovias de diversas regiões e estados brasileiros.
A pesquisadora Ana Paula Cunha, coordenadora substituta de Relações Institucionais do Cemaden, recepcionou os participantes e coordenou a reunião, com a presença do coordenador-geral substituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, Rodolfo Mendes.
O coordenador-geral de Operação e Modelagem do Cemaden, meteorologista Marcelo Seluchi fez as apresentações das atividades operacionais do Cemaden, principalmente, especificando as metodologias técnicas-científicas adotadas para a emissão de alertas de risco de desastres geo-hidrometeorológicos.
Dentro da programação, no período da tarde, os participantes conheceram a Sala de Situação do Cemaden, cuja explicação e as imagens dos telões de monitoramento tiveram, também, a transmissão on-line, integrando a participação dos representantes remotos.
O diretor executivo da ABCR, Marco Antonio Giusti, apresentou as atividades da associação das concessionárias, bem como os objetivos da parceria com o Cemaden. Reforçou o papel da ABCR como interlocutor entre os associados dos comitês técnicos e comitês de operação das concessionárias.
“É importante a parceria com o Cemaden para garantir a resiliência da infraestrutura e sustentabilidade da manutenção das rodovias”, afirmou Giusti, diretor executivo da ABCR. “A ABCR pode fazer a interlocução do fluxo das informações e interação com os comitês técnicos e operacionais das concessionárias associadas.” E complementa: “A parceria com o Cemaden permitirá aprimorar os serviços e segurança aos usuários das rodovias.”
Parceria entre Cemaden e ABCR
Na reunião entre o Cemaden e a ABCR foram discutidas as formas dos acordos de parcerias. O analista em Ciência e Tecnologia do Cemaden, Renato Lacerda, apresentou o formato de protocolo de intenção, de forma a aproximação das entidades, apresentando as especialidades de cada instituição e a elaboração de um Plano de Trabalho.
Ficou definido, pelo Cemaden, que a parte técnica do acordo ficará de responsabilidade do pesquisador Rodolfo Mendes, coordenador-geral substituto de Pesquisa e Desenvolvimento e, a parte institucional do acordo, pela coordenadora substituta de Relações Institucionais, pesquisadora Ana Paula Cunha.
O diretor executivo da ABCR, Marco Giusti, enfatizou sobre a perspectiva do início dos trabalhos já para o próximo período chuvoso, com o objetivo de melhor preparação de enfrentamento de possíveis impactos das chuvas, principalmente, das rodovias da região Sudeste.
Sobre ABCR e Cemaden
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) é uma entidade privada sem fins lucrativos, criada em 1996, que representa o setor de concessões de rodovias. As concessionárias associadas representam a gestão de 19,5 mil km de rodovias brasileiras, em 12 estados brasileiros. Entre as concessionárias associadas estão: AB Concessões, Arteris, CCR, EcoRodovias Grupo, Invepar e individuais.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do MCTI- criado em 2011, após o megadesastre da Região Serrana do Rio de Janeiro - é um centro que aglutina dados e informações da rede observacional própria e de instituições meteorológicas, unindo pesquisa e desenvolvimento para o conhecimento de risco, monitoramento, comunicação e divulgação de alertas. Monitora, atualmente, 1.133 municípios mapeados com áreas de risco geo-hidrológico (deslizamentos, inundações, enxurradas, enchentes), representando 20,3% dos municípios brasileiros, o que representa metade da população brasileira.
Atualmente, o Cemaden já está finalizando um acordo com as concessionárias Tamoios e a CCR Nova Dutra.
Fonte: Ascom/Cemaden