Notícias
Série de Debates do Cemaden discute como enfrentar as mudanças climáticas e a intensificação de desastres
Debate apresenta as evidências das mudanças climáticas e a relação com os eventos extremos, discutindo as ações para mitigação, adaptação e resiliência.
As mudanças climáticas, intensificação de desastres e formas de enfrentamento foram discutidos, ontem (14), na Série de Debates “Ciência, Riscos e Desastres”, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), transmitido pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden. Para as discussões foram convidados o coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, climatologista José Marengo e a professora da Universidade Federal da Bahia, Andréa Ventura, coordenadora do Grupo de Pesquisa e Governança para Sustentabilidade e Gestão de Baixo Carbono.
O climatologista José Marengo destacou, conforme o Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que as atividades humanas estão afetando o clima e isso faz com que os eventos extremos - como ondas de calor, chuvas intensas e secas - sejam mais frequentes e severos. “Como resultado, o aumento do risco de crises hídricas, incêndios e desastres naturais, além dos impactos setoriais afetando segurança hídrica, alimentar, energia, saúde e social”, aponta Marengo. Lembra que as mudanças na frequência e intensificação dos eventos extremos aumentam com cada incremento do aquecimento global.
“As mudanças seriam maiores com o aquecimento de 2º C em comparação com o 1,5º C. E, ainda, pode ser agravada a situação com as mudanças do uso e cobertura do solo”, destaca Marengo. Apresenta as pesquisas que apontam o aumento gradativo da frequência dos extremos de chuvas e o aumento do número de dias com chuvas acima de 80 e 100 mm, bem como a relação do aquecimento com o aumento de risco de deslizamentos e inundações. Lembrou, também, do Relatório da Organização Mundial de Meteorologia que mostra o aumento de cinco vez o número de desastres (inundações, deslizamentos, entre outros), nos últimos 50 anos. Enfatizou sobre urgentes ações de políticas públicas regionais e mundiais, bem como o envolvimento interdisciplinar das áreas de conhecimento para estudos e ações sustentáveis.
Para a pesquisadora Andréa Ventura, há uma complexidade das mudanças climáticas, que afetam, especialmente, as pessoas já vulneráveis socialmente, destacando, também, a importância da interdisciplinaridade. “É preciso lembrar sobre a responsabilidade de todos os atores sociais, como governantes, setor empresarial, cientistas, mídia e todos nós como indivíduos”, enfatiza a pesquisadora, citando os acordos mundiais, como o Tratado de Quioto e de Paris, que dão as diretrizes sobre emissões de gases e redução do aquecimento global.
“Precisamos tratar a mitigação e a adaptação das mudanças climáticas com igual proporção”, afirma Ventura, dando exemplos e ações sustentáveis para a busca de energias renováveis e econômicas, uso racional e eficiente da água, produção de alimentos entre outros. “O uso da tecnologia, capacitação e colaboração entre países, além dos recursos e aplicação vão além da mitigação e adaptação. Novos conceitos devem ser inseridos usando a sinergia”, destaca Andréa Ventura, abordando sobre a resiliência e sua construção de capacidades para enfrentar as mudanças climáticas.
A apresentação das pesquisas e as discussões na íntegra sobre “Mudanças climáticas, intensificação de desastres e formas de enfrentamento” estão disponibilizadas no Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden, acessadas pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=a6JUv9nqhB4
Fonte: Ascom/Cemaden