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Reunião do BNDES no Cemaden visa investimentos na área de monitoramento e mitigação de desastres socioambientais
Com o objetivo de apresentar as propostas de apoio financeiro para projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação, voltados à área de monitoramento e redução do risco de desastres socioambientais, a equipe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) - esteve, nesta quinta-feira (12), no Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A reunião foi iniciada pelo chefe do Departamento de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior (AI) do BNDES, Maurício dos Santos Neves, que apresentou as propostas e diretrizes de financiamentos não-reembolsáveis do Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), nos focos temáticos de 2023, relacionados às tecnologias de monitoramento, prevenção e redução de riscos de desastres. Também mostrou como o Cemaden pode ser o principal parceiro técnico, definindo os projetos de tecnologias prioritárias, voltados às principais demandas e usuários dessas tecnologias, como prefeituras, governos estaduais e defesas civis e sociedade em geral. Informou como os projetos de fomento ao ecossistema podem ser desenvolvidos em parcerias com os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) e empresas de stand-ups no desenvolvimento de aplicativos e ferramentas tecnológicas.
Apoio financeiro
Sobre as alavancas de recursos e fontes, o BNDES pode fazer parceria com o MCTI e/ou Finep (Fundo de Inovação e Pesquisa). O orçamento estimado para a área de redução desastres e mitigação dos impactos das mudanças climáticas está estimado até R$ 50 milhões de recursos não-reembolsáveis, sendo o valor mínimo de R$ 10 milhões, dentro do Funtec do BNDES. Dependendo dos projetos definidos, o contrato do BNDES pode ter o Cemaden como executor e parte terceirizado (ou com outra ICT). Outro formato é o BNDES com universidades, tendo o Cemaden intermediário e validadores do uso da tecnologia.
“O BNDES considera importante o investimento na inovação com foco na melhoria de vida da população, no momento em que o mundo está sendo afetado pelas mudanças climáticas”, afirma Maurício dos Santos Neves, chefe do Departamento de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES. “A mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a prevenção de riscos de desastres estão no foco das prioridades de apoio financeiro. Nessa linha, o Cemaden pode receber o apoio de recursos para o desenvolvimento e ações tecnológicas, definindo as demandas das tecnologias prioritárias para aprimorar o sistema de monitoramento e de prevenção de desastres”, destaca o chefe de departamento do BNDES.
Projetos e demandas do Cemaden
O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, apresentou de forma pontual as atividades e missão da instituição, focando a Rede Observacional, com os mais de quatro mil equipamentos de monitoramento instalados em todo o território nacional. Mostrou o objetivo, características e custo operacional de manutenção dessa rede, que nos últimos anos, vem abrangendo quase a totalidade do orçamento anual do Cemaden.
Em seguida, gestores e pesquisadores de diversas áreas do Cemaden apresentaram os gargalos, desafios e concepção de novos sensores relacionados ao monitoramento hidrológico, geodinâmico e meteorológico. Foram, também, apresentados assuntos relacionados às plataformas, vulnerabilidades sociais, além do conhecimento, percepção de risco e educação para o desastre. “O Cemaden foi criado em 2011. Como unidade de pesquisa do MCTI, atua com a Ciência de ponta voltada à população mais vulnerável aos desastres socioambientais.”, afirma o diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes. “Diferente das instituições meteorológicas, o Cemaden trabalha no monitoramento e emissão de alerta com uma visão holística, que engloba ameaça, vulnerabilidade e exposição.”, destaca o diretor.
Propostas e visão do membro do Conselho do BNDES
O cientista e idealizador da criação do Cemaden, Carlos Nobre, atual membro do Conselho do BNDES, enfatizou que o Centro foi criado com a capacidade de previsão de impactos e da vulnerabilidade da população aos riscos de desastres. “Foi um grande avanço a criação do Cemaden, com o perfil que envolve o monitoramento do risco climático, a vulnerabilidade e a exposição ao risco de desastres”, afirma Nobre. Como membro do Conselho do BNDES, ele destacou a importância do investimento : primeiro, nas micro e pequenas empresas brasileiras (start-ups), como incentivo para nacionalização dos produtos e ferramentas; segundo, na utilização de novos equipamentos e aplicativos de monitoramento (como exemplo, citou os drones com sensores infravermelho, já utilizados nos Estados Unidos, projetados para perceber os riscos e medir parâmetros). Em terceiro, destacou a importância da criação de um sistema nacional de monitoramento ambiental, com capacidade de integração de todos os sistemas e processamento de dados. “O Cemaden pode fluir, processar e distribuir dados a todos os usuários, dentro do sistema de monitoramento ambiental nacional. E o BNDES pode dar apoio nesse sistema integrado.”, afirma o conselheiro do BNDES.
Próximas etapas
No final da reunião, foram realizadas discussões sobre os projetos, encaminhamentos e o agendamento para um próximo encontro virtual, com o objetivo de definir os projetos prioritários do Cemaden.
Pelo BNDES, também participaram da reunião: gerente Fabrício Brollo Dunham, do Departamento 1 de Inovação e Estratégia Industrial da AI; gerente Rodrigo Cunha e administrador Adolfo Saubermann, do Departamento 2 de Inovação e Estratégia Industrial da AI; e o engenheiro Márcio Nobre Migon, da AI.
Estiveram presentes na reunião o chefe de Gabinete do MCTI, Rubens Diniz Tavares e o consultor jurídico Carlos Longato.
Fonte: Ascom/Cemaden