A transmissão de dados de alguns equipamentos da rede observacional do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – será realizada por nanossatélites, em um projeto piloto, a partir do segundo semestre de 2020. Essa tecnologia permitirá maior confiabilidade na transmissão de dados, principalmente em regiões com problemas de cobertura da rede de telefonia celular (utilizado hoje como principal meio de transmissão). O projeto piloto está sendo desenvolvido no âmbito de um ACT – Acordo de Cooperação Técnica – entre o Cemaden e a Visiona Tecnologia Espacial S.A.
No próximo dia 28 de novembro, no Parque Tecnológico de São José dos Campos-SP, ocorrerá a PDR – Preliminary Design Review – do subsistema RDS (Rádio Definido por Software) onde serão revisados os principais requisitos de sistema e interfaces.
A partir do segundo semestre de 2020, está previsto o lançamento do primeiro nanossatélite da Visiona (denominado VCUB-1), que pesa cerca de 10 Kg, mede 10 cm x 34 cm x 84 cm e possui uma plataforma de alta-performance, com arquitetura e caraterística tecnológica similares aos grandes satélites.
Para o Cemaden, além de aprimorar o trabalho da Sala de Situação para o monitoramento e emissão de alertas de risco de desastres como deslizamentos, inundações e enxurradas, a utilização desse tipo de tecnologia poderá ampliar a capacidade de transmissão de dados de equipamentos localizados em áreas com deficiência de cobertura de telefonia celular, como os utilizados para o monitoramento de secas no semiárido brasileiro.
Projeto prevê estabelecer uma constelação de nanossatélites
O projeto prevê que, após o lançamento do primeiro nanossatélite (VCUB-1), serão desenvolvidos outros nanossatélites, com capacidades para trabalho integrado. Os nanossatélites serão lançados entre os anos de 2021 a 2023, até formar uma constelação de nove nanossatélites que, além dos rádios para transmissão de dados, possuirão câmera multiespectral de alta resolução, permitindo ampliar a qualidade de imagem e uma maior cobertura espacial.
Em parceria com a Visiona, o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), de Florianópolis(SC), está projetando e fabricando 4 PCDs de testes para a Visiona. Cada PCD é capaz de se comunicar com o satélite VCUB-1 (redes Visiona DCS ou SBCD) e com os satélites SCD-2, CBERS-4 e CBERS-4A (Rede SBCD). Essas PCDs serão disponibilizadas para os testes de transmissão de dados ambientais da rede observacional do Cemaden.
Fonte: Ascom/Cemaden