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Pesquisadores do Cemaden realizam trabalho em campo sobre impactos de alagamentos na mobilidade urbana da cidade de São Paulo
O trabalho em campo reuniu equipe de pesquisadores do Cemaden e representante da Defesa Civil Municipal de São Paulo, visitando algumas áreas de alagamentos e nos pontos onde estão instalados pluviômetros do Cemaden.
A partir de dados hidrológicos e dos impactos de alagamentos em infraestruturas de transporte e mobilidade urbana, uma equipe de pesquisadores de diversas áreas de conhecimento, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI – vem desenvolvendo estudos de monitoramento, dos impactos hidrológicos e das vulnerabilidades urbanas nas áreas de risco de alagamentos da cidade de São Paulo (SP). O objetivo é fornecer subsídios para aprimorar os alertas e para ações de prevenção e mitigação dos impactos hidrológicos que afetam a mobilidade urbana.
Na última quinta-feira (19), a equipe de pesquisadores do Cemaden e o representante da Defesa Civil Municipal de São Paulo estiveram visitando algumas áreas de risco de alagamentos (na região localizada na bacia do rio Tamanduateí), bem como os locais onde estão instalados pluviômetros do Cemaden, além de uma estação hidrológica do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE).
“Os custos decorrentes da paralisação de transportes por alagamentos, impactando a mobilidade urbana na cidade de São Paulo, podem chegar a 1,4 bilhão de dólares por ano, citado em pesquisa do Cemaden, em 2020.”, afirma o pesquisador do Cemaden, Leonardo Bacelar: “Além disso, os alagamentos podem impactar as infraestruturas, os bens e serviços e mesmo as vidas humanas”, complementa o pesquisador.
Bacelar, que é da área de Física, explica que o monitoramento e alertas de processos hidrológicos urbanos têm grande relevância. “Além disso, a oferta de dados nessa área ajuda a simular modelos matemáticos, os quais podem ser depois ajustados para outras áreas de estudo e processos.”, afirma o pesquisador do Cemaden.
“Os dados de pluviômetros e estações hidrológicas são combinados, em nosso grupo, com dados de radar meteorológico e de monitoramento de atividade em redes sociais (como por exemplo, no Twitter). Esses dados abastecem um modelo que estamos desenvolvendo com base em Redes Neurais, técnica de Inteligência Artificial”, disse Vitor Yuchi, aluno da graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), de São José dos Campos/SP, e bolsista de Iniciação Científica pelo Cemaden.
Luiz Fioroni, da Defesa Civil Municipal de São Paulo, ressaltou a importância da articulação entre as diversas instituições que trabalham na temática de riscos, acompanhando o grupo de pesquisadores durante todo o trabalho em campo.
Os pesquisadores do Cemaden que estiveram no trabalho de campo na região da bacia do rio Tamanduateí, na capital de São Paulo, foram: Cláudia Linhares, Eliana Vale e Regina Reani, respectivamente das áreas de Hidrologia, Meteorologia e Desastres Naturais da Sala de Operação do Cemaden; e da área de Pesquisa: Glauston de Lima e Leonardo Santos (em Modelagem Integrada de Desastres Naturais); Luciana Londe (área de Vulnerabilidade e Redução de Desastres Naturais) e de Vitor Yuchi (Bolsista de Iniciação Científica pelo Cemaden). Os convidados que acompanharam a comitiva do Cemaden no trabalho em campo foram: Luiz Fioroni (Defesa Civil Municipal de São Paulo), Jeferson Feitosa (ex-aluno de Iniciação Científica pelo Cemaden) e Roberta Baldo (Professora de Comunicação da Faculdade Anhanguera).
Estudos sobre impactos de alagamentos na mobilidade urbana
Desde 2014, o Cemaden vem realizando pesquisas sobre impactos de alagamentos em infraestruturas de transporte e mobilidade urbana, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq /MCTI) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Recentemente os pesquisadores do Cemaden - em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e da Universidade Federal de Ouro Preto(UFOP)- tiveram um artigo científico aceito para publicação na revista internacional Transactions in GIS, importante veículo da área de geoinformática.
Esse artigo denominado “Flood risk map from hydrological and mobility data: a case study in São Paulo (Brazil)”, (Mapa de risco de inundação a partir de dados hidrológicos e de mobilidade: um estudo de caso em São Paulo-SP), já já pode ser acessado, gratuitamente, em sua versão pré-print pelo link: https://arxiv.org/abs/2204.05982
Na introdução, o artigo científico cita os dados do IBGE, no panorama do município de São Paulo, a maior cidade da América Latina: quase 12,4 milhões de pessoas vivem em 1.521 km², com 8,7 milhões de veículos registrados, o que corresponde a 8,17% do total de veículos no Brasil. Em média, um paulistano gasta quase 2,5 horas com deslocamento diário. O artigo propõe um mapa urbano de risco de inundação, a partir de dados hidrológicos e de mobilidade, considerando a megacidade de São Paulo como um estudo de caso.
Fonte: Ascom/Cemaden