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Pesquisadoras(es) do Cemaden realizam oficinas de capacitação para comunidade e estudantes do Pará
Oficinas com material didático, informações técnico-científicas e capacitação para monitoramento das ameaças de fogo e secas na Amazônia foram as variadas atividades desenvolvidas pelos(as) pesquisadores(as) do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em escolas de três polos da rede pública da região da Floresta Nacional de Tapajós (Pará) e na Universidade Federal do Oeste do Pará. destinada à comunidade da região de Santarém (PA),
As atividades foram desenvolvidas pelos(as) pesquisadores(as) do Cemaden, vinculados aos projetos “Vozes em Recuperação”(apoio Fapesp) e “Rede Pantanal de pesquisa” (apoio MCTI), liderados pela pesquisadora Liana Anderson, durante uma missão de campo em Santarém e Belterra, na Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós) e na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), entre os dias 05 e 07 de dezembro de 2023.
Plataforma SEM-FLAMA para monitoramento de queimadas e incêndios florestais
Na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a oficina contou com a participação de estudantes, brigadistas, pesquisadores/as, professores/as, indígenas e quilombolas. Houve uma etapa de capacitação e avaliação da Plataforma on-line SEM-FLAMA, desenvolvida pelos pesquisadores do Cemaden, João dos Reis e Liana Anderson. Essa plataforma é utilizada para o monitoramento e gestão do risco de queimadas e incêndios florestais nas Unidades de Conservação Flona Tapajós e Resex Tapajós-Arapiuns. A plataforma pode ser acessada via este link: http://terrama.cemaden.gov.br/griif/semflama/monitor/
Metodologias aplicadas aos alunos do ensino fundamental incentivaram a discussões sobre a problemática do fogo
Na Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós), as(os) pesquisadoras(es) realizaram oficinas com professores(as) e estudantes das escolas Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Polo Maguari), Santa Terezinha (Polo Piquiatuba) e Santa Filomena (Polo Prainha). As (os) pesquisadoras(es) do Cemaden estiveram na região do Tapajós, realizando oficina técnico científica nas escolas polo da região da Flona, onde abordaram o tema: ameaças socioambientais na Amazônia, juntamente com os alunos de 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, servidores das escolas e representantes das comunidades.
Os(as) estudantes realizaram um diagnóstico dos problemas ambientais, utilizando a metodologia de cartografia social, dando oportunidade de expressarem suas visões sobre a problemática do fogo, com apoio de um trabalho com histórias em quadrinhos.
Junto aos professores, foi realizada uma oficina de capacitação para o uso do material didático “É fogo - Amazônia”, que apresenta um referencial teórico e metodologias para trabalhar a temática de incêndios com estudantes e comunidades. Link para acesso ao livro “É fogo!”: https://efogo.weebly.com/
Avaliação das atividades desenvolvidas
“Nessa missão de campo, tivemos a oportunidade de fazer reflexões e trabalhar ferramentas tecnológicas e educacionais junto a diversos atores sociais. Em parcerias, podemos pensar em estratégias de enfrentamento das múltiplas ameaças socioambientais.”, afirma a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson. A pesquisadora destacou que as ameaças são variadas: “desde os incêndios florestais, como os que estavam ocorrendo na região durante o período da visita, até os aprendizados sobre a Covid-19.”, complementa.
Para Bruno Delano Chaves do Nafirascimento “Na gestão da Flona Tapajós, as ações e parceria com Cemaden e pesquisadores parceiros são fundamentais para o enfrentamento das situações da crise climática.”, destacando, principalmente, as pessoas e comunidades tradicionais, que foram e são impactadas por estes eventos, sendo comunidades vulneráveis. Explica a importância da compreensão sobre o impacto destes extremos de clima na vida das pessoas. “Precisamos pensar as estratégias para enfrentar este tipo de problema que está cada vez mais frequente.” , afirma Bruno Delano. “Uma família que depende do rio para a pesca ou para seu descolamento, tem sua vida extremamente impactada. Como exemplo, quando o rio seca, caso que ocorreu no ano passado, associado ao El Niño 2023/2024.”
Da mesma forma, Bruno Delano lembra as áreas de floresta que são atingidas por incêndios florestais. “São locais onde as comunidades vulneráveis retiram o recurso para sua subsistência, como caça, resinas, recursos não-madeireiros. Por isso, essa parceria com Cemaden é muito importante para pensarmos ações futuras para a conservação e sustentabilidade da vida nesta região”.
João Romano, coordenador geral da Brigada de Alter do Chão: “A oficina técnico-científica que participamos, em Santarém, foi muito importante. Pudemos, por meio de dinâmicas de grupos, compartilhar sobre as lacunas que existem na região sobre os incêndios florestais. A interação entre pesquisadores, estudantes e gestores junto a nós - que atuamos na ponta como brigadistas - foi muito proveitosa para pensarmos em desafios e estratégias para lidar com essa temática.”
“Vale ressaltar a importância desse diálogo durante a expedição, uma vez que as comunidades ribeirinhas vivenciaram, no ano de 2023, uma das piores secas já sentidas localmente”, afirma Aracy Lisboa, técnica da Secretaria Municipal de Educação de Belterra, coordenadora da Região Tapajós. Informou que a seca ocasionou a perda de roças, seca dos igarapés, morte de muitas espécies de peixes, além dos incêndios causados pela estiagem no período do verão amazônico. “É importante essa parceria com a escola, no sentido de possibilitar o contato com as questões ambientais desde a infância, a fim de formar verdadeiros educadores ambientais.", afirma a educadora.
O Relatório de Campo na íntegra sobre as atividades desenvolvidas no Pará pode ser acessado pelo link:
http://urlib.net/ibi/8JMKD3MGP3W34T/4APNJ9E
Fonte: Ascom/Cemaden