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Pesquisador do Cemaden apresenta experiências e a meteorologia da expedição de veleiro do Brasil à Antártica
Foram 70 dias de duração da expedição do veleiro polar Endurance 64, saindo do Brasil, do porto de Santos (SP), no dia 25 de novembro de 2023, chegando à Antártica no dia 31 de janeiro deste ano. Chuvas fortes, ondas intensas, formação de ciclone e ventos de 80 km/hora, entre imprevistos técnicos, mas também com supreendentes vistas da natureza. A viagem foi relatada pelo pesquisador e meteorologista Giovanni Dolif, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden)- unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável pela Meteorologia da expedição.
A palestra do meteorologista ocorreu no auditório do Cemaden e transmitido pelo YouTube Série de Debates do Cemaden, na última quinta-feira (7).
No cronograma do roteiro foi previsto realizar o percurso do Guarujá (SP) e chegar a Ushuaia no Natal (25 de dezembro); de Ushuaia à Antártica (Ilhas Falklands) do dia 1º de janeiro até o final de janeiro e o retorno da saída de Falklands até o Guarujá, do início até o final de fevereiro.
Dolif contou os momentos mais tensos com o clima. Cita o período dos dias de chuva até Florianópolis (SP). “A partir daí, o tempo ‘abriu’. Nesse momento, o veleiro foi seguido por muitos golfinhos de várias espécies”. Em Mar del Plata entraram na zona de formação de ciclone, chamado ciclogênese, ou seja, a ocorrência de vários processos diferentes no clima, que resultam no desenvolvimento de algum ciclone.
Contou sobre o momento importante na gestão da meteorologia durante a travessia do Estreito de Le Maire, no extremo sul do continente, onde existem correntes muito fortes. Falou sobre a utilização das tecnologias. “O uso do software para identificação das correntes de ventos e correntes marítimas foi importante para acompanhar o momento de sincronização. Elas deveriam estar na mesma direção e com as intensidades leves.”
O meteorologista também utilizou um aplicativo de celular que permite identificar os barcos e navios mais próximos. “É como o ‘transponder’ de identificação das aeronaves, só que voltado na identificação dos navios, barcos e veleiros, que estão no entorno”.
Mas o momento mais preocupante foi a travessia do Estreito de Drake, no final da América do Sul, onde se encontram os Oceanos Pacífico e Atlântico. “Muitas correntes marítimas, tempo ruim, muitas baixas, frentes frias que formavam vários sistemas de ondas”.
O pesquisador Giovanni Dolif informou que foram feitos registros fotográficos e também o registro de imagens para a produção do documentário da expedição. Para o registro foram usados câmeras digitais, drones, câmeras 360º e minissubmarino.
A palestra na íntegra do pesquisador e meteorologista do Cemaden, Giovanni Dolif, bem como as fotos e vídeos apresentados da “Expedição de veleiro polar do Brasil até a Antártica”, podem ser acessadas pelo Canal do YouTube Série de Debates Cemaden, no link:
https://www.youtube.com/live/gGwPGiyNx90?feature=shared
Fonte: Ascom/Cemaden