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Os caminhos do alerta de risco de desastres até a população foram discutidos em evento promovido pelo Cemaden
As estratégias e ferramentas utilizadas para comunicação do risco de desastres até a população foram abordadas no evento Encontros da Comunicação, transmitidos pelo Canal YouTube da Série de Debates, por especialistas do Cemaden/MCTI, CENAD/MDR e Defesa Civil Municipal de Teresópolis (RJ).
Promovido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - a segunda live do evento “Encontros da Ciência e Comunicação”, realizada na última quarta-feira (01 de setembro), apresentou discussões sobre a temática “A comunicação do alerta: caminhos da informação sobre os riscos até a sociedade”, transmitido pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden. O evento para discutir sobre Ciência e Comunicação, previsto para ser realizado em quatro webinários, faz parte da Programação dos 10 Anos do Cemaden.
A abertura do evento desta última quarta-feira (01) foi feita pelo coordenador-geral de Operações e Modelagens, meteorologista Marcelo Seluchi, que explica o contexto de ocorrência de desastre, como resultado da junção de diversos fatores climáticos e ambientais. Por isso, a necessidade de interdisciplinaridade das áreas de conhecimento para o monitoramento e emissão de alertas de riscos de desastres:
“Para mitigar os efeitos e impactos dos desastres é necessário combinar os dados de diferentes Ciências, aliando o lado técnico ao lado social”, afirma Seluchi. Destacou a importância da comunicação clara, precisa e eficiente, no País continental, onde há grande diferenças regionais e logísticas. “O sucesso da rapidez e eficácia das informações repassadas até a população depende do sucesso da comunicação de cada instituição envolvida na gestão de risco e desastres”.
A tecnologista da Sala de Situação do Cemaden, geógrafa Carla Prieto, apresentou o sistema de monitoramento e alerta e a decisão multidisciplinar, envolvendo as áreas de Meteorologia, Hidrologia, Geologia e Desastres. “O processo da construção do cenário de risco, analisado pelas diversas áreas, para definir o impacto potencial e a possibilidade de ocorrência do desastre, possibilita fazer o detalhamento do alerta” afirma Prieto. O alerta emitido com detalhamento técnico, além do resumo em linguagem acessível, vai para o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), do Ministério do Desenvolvimento Regional, que por sua vez, encaminha às Defesas Civis Estaduais e Municipais. Explicou sobre o Boletim Diário de Previsão de Risco Geo-hidrológico e o Mapa Interativo (com informações de monitoramento da rede observacional do Cemaden_estão disponibilizados ao público no site do Cemaden. “Para aprimorar a emissão dos alertas, é importante que as Defesas Civis Municipais preencham o formulário de retorno sobre o alerta emitido pelo Cemaden, indicando e informando sobre os processos das ocorrências de desastres ou não-ocorrência.”, enfatiza a tecnologista do Cemaden.
O coordenador de Monitoramento e Alerta, do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC/MDR), geólogo Tiago Molina Schnorr, ressaltou a importância dos alertas na tomada de decisão das Defesas Civis Estaduais e Municipais, bem como as ações junto à população das áreas de risco de desastres. “Temos uma plataforma com 600 usuários cadastrados das Defesas Civis, que fazem utilização do alerta para envio de mensagens à população”, afirma Tiago Schnorr. O coordenador informa que também utilizam o sistema SMS, com 10 milhões de usuários cadastrados, sistema que está em fase de aprimoramento. Informou o aviso de alerta de risco para 16 milhões de usuários pela TV por assinatura e também a comunicação via Telegram, que possibilita interação com a população. “ A percepção de risco pelas pessoas é um processo gradual. Envolve diversas ações integradas entre instituições e sociedade, levando informações qualificadas para subsidiar percepção e prevenção de risco”, afirma Schnorr.
Como ponta da divulgação do alerta do risco para a população, Ubiracy Antônio Pinto, especialista em T.I., radioamador e agente de Defesa Civil, responsável pelo Centro de Monitoramento e Comunicação, da Secretaria Municipal de Defesa Civil de Teresópolis (RJ), fala sobre o trabalho de parceria e integração junto a toda sociedade e população das áreas de risco. Informa que as ações de prevenção vêm sendo aprimoradas desde os anos de 2011 e 2012, quando ocorreram os dois grandes desastres na região serrana do Rio de Janeiro. Explicou sobre o Projeto Proteger, de Teresópolis, com informações detalhadas sobre as comunidades de risco, com mapas de georreferenciamento, pontos de fuga, formação e treinamento dos Núcleos de Proteção e Defesa Civil, formado por voluntários. “Além das equipes multidisciplinares do Projeto Proteger, temos parcerias com universidades, outras secretarias municipais, com a de Ação Social, que nos acompanha nos bairros com áreas de alto risco de desastres.”, afirma Ubiracy Pinto. “Também, conseguimos formar uma grande rede com vários segmentos da sociedade, entre eles, os radioamadores. Fazemos exercícios e testes de prevenção, com grande participação da população.”
As discussões sobre a temática “A comunicação do alerta: caminhos da informação sobre os riscos até a sociedade” foram moderadas pelo pesquisador e coordenador-geral substituto de Operação e Modelagem, meteorologista Giovanni Dolif, e a apresentação do evento, pela pesquisadora do Cemaden, jornalista Eloísa Beling Loose.
O debate na íntegra sobre essa temática está disponibilizado no Canal YouTube da Série de Debates, pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=AaH8-g5BkNM
Encontros da Ciência e Comunicação
O evento Encontros da Ciência e Comunicação traz discussões temáticas entre pesquisadores, jornalistas, professores universitários e profissionais da área de gestão de desastres. As discussões serão realizadas em quatro lives, divididas, com três eixos de abordagens sobre Ciência e Comunicação: Comunicação Científica e Imprensa (dia 31 de agosto), Comunicação com a População (dias 01 e 09 de setembro- 15 horas) e Comunicação Científica: do cientista até a população ( dia 15 de setembro- 14 horas). Serão transmitidas pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden, com a participação simultânea do público, que poderá fazer perguntas pelo Chat.
Mais informações sobre a Programação 10 Anos Cemaden e do evento Encontros da Ciência e Comunicação estão disponibilizadas no site do Cemaden, pelo endereço:
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/conteudo/10-anos-cemaden/programacao
Fonte : Ascom/Cemaden