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Mudanças climáticas e eventos climáticos extremos foram abordados em palestra pelo climatologista do Cemaden
No dia 16 de março, em celebração ao Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – promoveu a palestra intitulada “Variabilidade Climática, Mudanças Climáticas, Emergência Climáticas e Desastres Naturais”, no auditório da instituição, com transmissão online pelo YouTube do Cemaden.
O palestrante foi o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden/MCTI, que fez abordagem sobre os riscos climáticos, vulnerabilidades, eventos extremos e seus impactos socioambientais e econômicos.
Foram abordados os estudos recentes, produzidos pela comunidade científica nacional e internacional, resumidos no Sexto Informe de Avaliação do Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima (IPCC AR6), publicados em 2021 e 2022, que apontam, cientificamente, o aumento da temperatura média da Terra nos últimos anos. “A ciência do clima é cada vez mais capaz de mostrar que muitos dos eventos climáticos extremos, que estamos enfrentando, se tornaram mais prováveis e mais intensos devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem. Vimos isso repetidamente em 2022 e 2023, com impactos significativos e trágicos”, explica o climatologista José Marengo.
Desastres no Brasil
Em relação aos desastres no Brasil, extremos de chuva deflagraram enxurradas, deslizamentos de terra e inundações que, somente em 2022, mataram mais de 500 pessoas. Até março de 2023, foram registrados desastres em cidades do Litoral Norte de São Paulo, e em Franco da Rocha (SP), São Gonçalo (RJ) e Manaus (AM), todos eles deflagrados por chuvas intensas, que estão cada vez mais frequentes e violentas. “Porém, a chuva não mata as pessoas. O risco climático não é necessariamente causado apenas pelas variações ou mudanças do clima, mas pode estar associado a outros aspectos, como urbanização mal planejada, que aumenta a vulnerabilidade e exposição da população morando em áreas de risco, muitas vezes ‘legalmente’ ”, afirma Marengo.
Explicou que no Brasil, 85% da população vive nas cidades. “Então, se não encontrarmos soluções viáveis e sustentáveis sobre como transformar as cidades brasileiras em áreas sustentáveis socialmente, economicamente, logisticamente, a médio e longo prazo, teremos grande dificuldades no futuro com as mudanças climáticas”, afirma o climatologista.
Efeitos socioeconômicos das mudanças climáticas
Na palestra, foram apresentados os diversos efeitos na sociedade, tanto na área econômica, de saúde, de água potável, deslocamento de populações, capacidade de trabalho, nível do mar entre outros.
“Torna-se cada vez mais premente que intensifiquemos as ações voltadas ao aprimoramento de sistemas de alerta antecipado para construir resiliência aos riscos climáticos atuais e futuros em comunidades vulneráveis” destaca o climatologista José Marengo, abordando no final, os grandes desafios para a divulgação sobre as mudanças climáticas.
Instituição do Dia Nacional da Conscientização de Mudanças Climáticas
Desde 2011, celebramos em 16 de março, no Brasil, o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas. A data comemorativa foi instituída por meio da Lei Federal N o 12.533, de 2 dezembro de 2011. A legislação assegura o cumprimento do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS 13), que se refere à tomada de medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
Para rever na íntegra a palestra do climatologista José Marengo, está disponibilizado no YouTube do Cemaden pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=2VgGx1SeH8c
Fonte: Ascom/Cemaden