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Jovem pesquisadora do Cemaden recebe prêmio pela contribuição à pesquisa em mudanças climáticas
A pesquisadora Fabiani Denise Bender, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - é uma das homenageadas da 65ª edição do Prêmio Fundação Bunge.
O prêmio é concedido, anualmente, a personalidades de destaque em diversos ramos das Ciências, das Letras e das Artes nacionais. Fabiani Bender foi contemplada na categoria Juventude, na área de Ciências Agrárias, que neste ano tem como tema “Impacto das Mudanças Climáticas na Produção de Alimentos”. Nesta mesma área, na categoria Vida e Obra, o indicado é o pesquisador Eduardo Delgado Assad da Embrapa Informática Agropecuária e professor de mestrado da FGV/FGVAgro. O anúncio dos contemplados foi realizado no dia 30 de setembro e a cerimônia de premiação deverá ocorrer em novembro.
Prêmio Fundação Bunge
O Prêmio, um dos mais tradicionais e respeitado pelo meio acadêmico, foi criado em 1955 pela Fundação Bunge para incentivar o conhecimento científico em diversas áreas, homenagear o poder transformador dos indivíduos na sociedade e estimular novos talentos. Os candidatos são indicados por representantes das principais universidades e entidades científicas do País. Os vencedores são escolhidos por comissões técnicas, compostas por especialistas nas áreas de premiação.
Para Bender, ver o reconhecimento em seu campo de atuação é uma grande satisfação. “Essa premiação sem dúvida, é fruto da oportunidade de trabalhar junto à grandes referências científicas nacionais e internacionais nas áreas de agrometeorologia e de mudanças climáticas, das universidades e de outras instituições de pesquisa.”
Trajetória acadêmica
A pesquisadora do Cemaden, Fabiani Denise Bender é Bacharel em Meteorologia pela Universidade Federal de Santa Maria (2010). É mestre em Ciências Atmosféricas pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo - IAG/USP (2012); Doutora (2017) e Pós-Doutora (2019) em Ciência, pelo programa de Engenharia de Sistemas Agrícolas, pela ESALQ/USP, Piracicaba, SP. Atua hoje no Cemaden, no programa de mudanças climáticas, onde contribui na consolidação de trabalhos de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico, na avaliação de impactos em atividades estratégicas para o Brasil.
Participa de pesquisa voltada para a avaliação dos impactos do clima e das mudanças climáticas na produtividade de diferentes culturas agrícolas, e estratégias de manejo para minimização de seus impactos. Tem experiência nas áreas de agrometeorologia e climatologia com enfoque no uso de modelos de simulação de culturas, e aplicações em diferentes cenários climáticos na avaliação do risco climático. Considerando a complexa interpelação solo-planta-atmosfera, a abordagem de ensemble (critério científico para reduzir incertezas em cenários de clima futuro). Além da aplicação de modelos de simulação de culturas amplamente utilizados, as projeções de clima futuro são baseadas em cenários de emissão definidos pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), resultando em produção científica de impacto, publicada em periódicos nacionais e internacionais conceituados.
Mudanças climáticas
Em 2021, a Fundação Bunge elegeu as mudanças climáticas como tema para a premiação, destacando o papel da ciência em prever cenários, antecipar dificuldades e oferecer soluções para a superação dos desafios impostos para a humanidade, sobretudo em relação à produção de alimentos.
“Considerando o Sexto relatório de Avaliação – AR6, do IPCC, o aumento dos eventos climáticos extremos já está impactando, significativamente, nossa sociedade. E o aquecimento global está redefinindo a agricultura. Por se tratar de uma questão de segurança alimentar, visando a sustentabilidade, os caminhos possíveis para lidar com as mudanças climáticas são a mitigação e adaptação”, afirma Bender.
Fonte: Ascom/Cemaden