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Estudo analisa papel das ONGs na governança de riscos de desastres na América Latina e Caribe
Um artigo científico publicado na Enciclopédia de Pesquisa da Universidade de Oxford (Reino Unido) mostra o papel desempenhado pelas Organizações Não-Governamentais – internacionais e nacionais, de países da América Latina e Caribe – no campo da gestão de risco de desastres. Os estudos mostram o importante potencial colaborativo e de intermediação nas políticas públicas, como a utilização de métodos e modelos inovadores em projetos-piloto, integrando e vinculando práticas de Redução de Risco de Desastres (RRD) e de adaptação às mudanças climáticas.
A publicação compõe uma coletânea da Universidade de Oxford sobre Natural Hazards Science, que congregou estudos de diferentes partes do mundo.
O capítulo “Organizações Não Governamentais e Governança frente a Ameaças Naturais na América Latina América e Caribe” (Non-Governmental Organizations and Natural Hazard Governance in Latin America and the Caribbean), teve a participação do pesquisador Victor Marchezini, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Os estudos foram coordenados pelo pesquisador Ben Wisner, da University College London e também teve a participação do pesquisador Alonso Brenes, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais.
O artigo cita que as organizações não-governamentais internacionais (INGOs) e as ONGs nacionais têm desempenhado atividades, em vários países, na Redução de Risco de Desastres (RRD) e na governança de ameaças naturais como tempestades, inundações, secas, deslizamentos e biológicas como doenças vetoriais. Na América Latina e Caribe, a governança de risco de desastres tem sido representada, principalmente, por órgãos governamentais.
O pesquisador do Cemaden, Victor Marchezini lembra que, no Brasil, a participação da sociedade civil nas ações para prevenção e redução de risco de desastres está prevista por legislação, dentro da própria Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).
“Há um consenso mundial sobre a inclusão de atividades de preparação proativa e de redução de vulnerabilidade a desastres junto à sociedade, tanto na prevenção quanto nas ações de resposta às emergências”, afirma Marchezini, destacando a importância das atividades das organizações não-governamentais no apoio da participação da sociedade civil na área de RRD e de mobilização comunitária, fazendo uma ponte entre governo e cidadãos.
Os estudos também analisam a distribuição geográfica das tipologias de riscos de desastres dentro da América Latina e Caribe. “As distribuições espaço-temporais mais detalhadas das ameaças naturais também interagem com os fatores econômicos, políticos, além dos arranjos sociais.”, explica Marchezini, informando que esses dados permitem identificar os riscos de desastres.
O acesso ao capítulo completo sobre “Organizações Não Governamentais e Governança frente a Ameaças Naturais na América Latina América e Caribe” (Non-Governmental Organizations and Natural Hazard Governance in Latin America and the Caribbean), na publicação da Universidade de Oxford, está disponibilizado no endereço:
Fonte: Ascom/Cemaden