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Delegação de Moçambique e Cemaden conversam sobre possível cooperação na área educacional
Os desafios relacionados ao reflorestamento de manguezais, ao enfrentamento das mudanças climáticas e à redução de riscos de desastres, visando à proteção da biodiversidade costeira em Moçambique, foram tema da visita de especialistas da Associação de Educação de Jovens e Adultos de Nampula (ASEJANA) ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A delegação africana, integrada ao Projecto de Proteção da Biodiversidade Costeira (PROBICO) de Moçambique, foi recebida dia 18 de agosto pela diretora substituta do Cemaden, Regina Alvalá, e pela coordenadora do programa Cemaden Educação , Rachel Trajber.
O presidente da ASEJANA, Carlos Ramos, chamou a atenção para a importância de se promover um intercâmbio de saberes e experiências, com o objetivo de possibilitar o desenvolvimento de ações conjuntas de percepção e construção de soluções em escolas das regiões degradadas. “Nossa meta é conseguir reflorestar os 5 mil hectares de manguezais de Moçambique até 2024, mas até o momento não passamos de 50%”, afirmou. “Alguns manguezais correm risco de extinção, pelo uso indiscriminado da madeira, principalmente para construção civil e para cozinhar alimentos.”
Para Rachel Trajber, uma cooperação entre o Cemaden Educação e escolas de Moçambique possibilitaria o compartilhamento das metodologias desenvolvidas e do conhecimento adquirido pelo programa. “Outra possibilidade, que não exclui a primeira, seria propor à Direção do Cemaden uma cooperação entre países lusófonos, para buscarmos avanços em áreas onde há afinidade cultural com o Brasil.” Nesse contexto, foram sugeridas ainda cooperações na área de pesquisa, por exemplo, sobre o armazenamento de carbono pelos manguezais de Moçambique, e na área de monitoramento e prevenção de riscos desastres.
Também fizeram parte da delegação moçambicana Eliseu Luís Chiandela, técnico do Ministério da Terra e Ambiente de Moçambique e Ponto Focal de REDELUSO de Educação Ambiental; Gessy José Carangueza, directora provincial de Desenvolvimento Territorial e Ambiente de Nampula; e Daniel Justino, director do Serviço Distrital de Actividades Econômicas do Distrito de Mogincual.
Além de conhecer o programa Cemaden Educação, eles visitaram a Sala de Situação e assistiram a apresentações sobre Conhecimentos Tradicionais – modo de vida tradicional e meio ambiente, com foco no litoral norte paulista (Ana Gabriela Araújo/INPE), Observações de mudanças climáticas em territórios tradicionais costeiros no sudeste do Brasil (Rafael Damasceno/Cemaden), uso das PCDs no monitoramento de riscos de desastres (Demerval Gonçalves/Cemaden) e Projeto É Fogo (Liana Anderson/Cemaden).
Fonte: Ascom/Cemaden