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Cientistas elaboram Nota Técnica alertando a probabilidade de fogo nas áreas protegidas da América do Sul e Amazônia brasileira
Os incêndios florestais e queimadas na América do Sul atingiram máximos de ocorrências em 2020, entre fevereiro e junho, mas também, entre agosto e outubro. Somando esses oito meses deste ano, os focos de queimadas apresentam valores maiores do que os picos registrados em 1998 e em 2011. A ocorrência de incêndios impacta, negativamente, as pessoas, os ecossistemas e o clima. Estima-se em três mil mortes prematuras, anualmente, na América do Sul, resultantes de queimadas e incêndios florestais associados ao processo de desmatamento na Amazônia.
Um estudo publicado nesta semana, em forma de Nota Técnica, elaborado por cientistas sul-americanos e britânicos indica que é crítico o efeito combinado do desmatamento e das secas relacionados ao fogo. As emissões de carbono para a atmosfera – oriundas das queimadas e incêndios durante os anos de baixa precipitação – podem ser maiores do que as emissões associadas apenas ao processo de desmatamento.
Durante março, abril e maio de 2020, respectivamente, os focos de queimadas foram 21%, 49% e 10% maiores do que os picos registrados anteriormente, desde 1998. Em agosto, setembro e outubro de 2020, respectivamente, os focos de queimadas foram 3,5%, 9,3% e 17% maiores desde 2011.
O relatório elaborado como Nota Técnica apresenta dados e informações referentes ao período de dezembro de 2020, além de projeções até fevereiro de 2021. Foram identificadas as áreas prioritárias com alta probabilidade de ameaça de incêndio no período de dezembro a fevereiro de 2020- 2021. O foco são áreas protegidas na América do Sul, assentamentos no Brasil e imóveis rurais na Amazônia brasileira. O objetivo do documento é fornecer subsídios para apoiar e orientar a tomada de decisões e o planejamento local para o enfrentamento dessa situação emergente, além para mitigar o risco e os impactos de queimadas e incêndios florestais.
A Nota Técnica intitulada “Probabilidade de fogo nas Áreas Protegidas da América do Sul, Assentamentos do Brasil e Imóveis Rurais da Amazônia brasileira -dezembro 2020 – fevereiro 2021” foi elaborada por cientistas brasileiros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ambas unidades de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Da parte britânica, a participação de cientistas do MET Office Hadley Centre, instituto meteorológico do Reino Unido e COBRA Collective (CIC)- instituição social de pesquisa; das universidades da Colômbia (Universidad Nacional) e da Venezuela (Universidad Central e Universidad Simón Bolívar).
“O período crítico de temporada de incêndios no norte da América do Sul está apenas começando. “, destaca a pesquisadora do Cemaden, Liana Anderson, que liderou a organização do documento e complementa “O documento é o registro para o alerta a todos os líderes e populações deste continente, demonstrando que estratégias reais e investimentos para prevenção, monitoramento, combate e planejamento de ações contra incêndios são urgentes.”, destaca a pesquisadora.
O documento apresenta, entre outras informações, as categorias de fogo, a classificação dos Alertas de probabilidades de ocorrências de eventos de queimadas e incêndios florestais; a descrição dos números de variáveis como tendências de focos de queimadas, acumulado de focos no período de dezembro a fevereiro, previsões de chuvas, temperatura, análise do pico e duração da estação de seca.
A Nota Técnica com os estudos e recomendações estão disponibilizadas no link:
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(Fonte: Ascom/Cemaden)