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Cemaden recebe Secretário Executivo do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares - CTBTO
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), recebeu, nesta quarta-feira (31), uma comitiva internacional com membros do CTBTO (sigla em inglês para Tratado de Proibição de Testes Nucleares). A comitiva do CTBTO foi acompanhada por Diplomatas do Ministério de Relações Exteriores (MRE) e pelo Coordenador Do Instituto de Radioproteção e Dosimetria da CNEN.
O encontro serviu para estreitar as relações do órgão internacional com o Cemaden. O CEMADEN foi designado pelo Governo Brasileiro para sediar o CND. O CND é um repositório dos dados coletados pelas 337 estações da rede mundial que consiste de estações sismológicas, de radionuclídeos e hidroacústicas. No Brasil, a rede mundial possui cinco estações sismológicas e duas de radionuclídeos que são operadas pelo Observatório Sismológico da UNB e pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria da CNEN, respectivamente.
Todos os países que aderiram ao Tratado devem sediar um Centro de Dados. A existência de tal Centro, disseminado pelos países, é uma garantia da transparência do sistema e uma ferramenta importante para a vigilância mundial. Ao CND compete o recebimento e armazenamento de tais dados bem como a sua disseminação a instituições de pesquisa e desenvolvimento.
De acordo com o Dr. Osvaldo Moraes, o CEMADEN foi indicado pelo MCTI, ao governo brasileiro, para sediar o CND nacional por ser uma instituição que possui experiência e capacidade em receber, processar, armazenas e disseminar dados ambientais.
Coibindo testes atômicos
Criado em 1996, o órgão internacional tem a missão de identificar e mapear qualquer teste nuclear realizado no planeta. De acordo com o site do CTBTO, a vigilância do instituto ajuda a coibir ações nucleares pelo mundo. O órgão afirma que, entre 1945 e 1996 - ano de sua criação - mais de 2 mil testes nucleares foram realizados. Depois disso, foram registrados apenas oito testes. Seis deles na Coréia do Norte, um na Índia e outro no Paquistão.
Além disso, a ação ainda dificulta que novos países se tornem potências atômicas e dificulta a criação de bombas mais poderosas para as nações que já possuem um arsenal. No total, 196 países, incluindo o Brasil, são signatários do Tratado. O monitoramento pode, subsidiariamente, auxiliar o alerta de desastres como os causados por tsunamis, por exemplo, pois a rede detecta não apenas abalos sísmicos causados por explosões nucleares como também abalos decorrentes de terremotos.