“Monitoramento de variáveis climáticas para alertas de risco de desastres no Brasil”, com abordagens sobre percepção do risco, conhecimento sobre o clima, as vulnerabilidades socioambientais e saúde pública foi a temática levada pela pesquisadora Luciana Londe, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas (Cemaden) para discussão no 10º Seminário de Saúde em Desastres, ocorrido em outubro passado em Brasília (DF), promovido pelo Ministério da Saúde.
O seminário reuniu profissionais e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), especialistas em gestão de riscos de desastres e pesquisadores, para discutir sobre a atuação dos serviços de saúde frente a desastres ambientais, que podem ferir e expor a população a doenças.
“As ações para a prevenção e controle dos desastres foram discutidas nesse seminário, com a finalidade de evitar os impactos significativos na saúde da população, além do planejamento da infraestrutura dos serviços de saúde.”, informa a pesquisadora do Cemaden, Luciana Londe. A pesquisadora considera importante esse diálogo entre gestores e pesquisadores da Saúde e de Desastres, para ações de prevenção de risco de desastres e no planejamento para as emergência dos impactos dos eventos climáticos, no caso do potencial de danos diretos e indiretos causados pelos desastres socioambientais.
No Brasil, a estiagem e as inundações são as ocorrências mais frequentes e influenciam nos índices de mortalidade, além de prejudicarem a saúde física e mental de milhões de pessoas. Foram considerados, também, o aumento de doenças infecciosas – respiratórias e de transmissão hídrica e alimentar – e o agravamento das doenças crônicas e de transmissão por vetores.
Impactos dos desastres e formulação de ações
As inundações acometem todas as regiões e têm impactos significativos sobre a saúde da população e a infraestrutura dos serviços de saúde. O Plano de Contingência de Inundações é uma das medidas do Ministério da Saúde para organizar a atuação do Sistema Único de Saúde em resposta a esses eventos. As inundações podem ocorrer em todos os estados e, por isso, aumenta a preocupação dos efeitos sobre a saúde da população.
Nos últimos 16 anos, 69,8% dessas situações foram por eventos climatológicos seguidos de hidrológicos (21,0%), meteorológicos (7,6%), geológicos (1,1%), biológicos (0,3%) e tecnológicos (0,2%). Esse cenário exigiu maior organização do SUS para a ampliação da capacidade de atuação e a adoção de medidas para preparar à resposta no cuidado à saúde da população.
Os debates no seminário resultaram na formulação de quatro pilares de capacidade de resposta de emergência que o Brasil e outros países estão desenvolvendo: 1) Autoavaliação de atendimentos anteriores, com maior representatividade e inclusão de estados e municípios; 2) Estabelecer metodologia para novas realidades; 3) Portfólio de simulados e simulacros: exercício para atender realidades diferentes; 4) Recepção da avaliação externa, ou seja, ouvir outros gestores.
Os trabalhos científicos e painéis dos pesquisadores em Saúde e em Desastres Naturais apresentados no seminário nacional estão disponibilizados no endereço :
https://drive.google.com/drive/folders/1xmeKxbsOiVfpgupsDSCGLqlwSqxvNNpG?usp=sharing
Fonte : Ascom/Cemaden com Agência Saúde