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Cemaden e ANA integram sistema de monitoramento do Rio Paraíba do Sul
Com a finalidade de desenvolver um sistema integrado de ações para emissão de alertas e previsão do impacto das inundações e de ruptura de barragens, bem como de propagação de poluentes na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), está ampliando o acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) para o intercâmbio técnico-científico entre as equipes das duas instituições.
O acordo de ação integrada tem como base a utilização do sistema computacional denominado Sistema de Previsão de Eventos Críticos (Sisprec), o qual obtém dados automaticamente do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe), do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e também dados da ANA.
Na semana passada, houve um outro acordo de gestão hidrográfica, definindo-se os aspectos técnicos de integração do sistema do Banco de Dados da ANA e do Cemaden. A ANA apresentou ao setor de Operação e Modelagem do Cemaden a metodologia de classificação de bacias hidrográficas com bases na configuração natural do sistema de drenagem (sistema adotado pela ANA e em outros países, denominado de “ ottocodificada”).
Nesta quinta-feira (11/12), o especialista em Recursos Hídricos da ANA, Othon Fialho de Oliveira, está em São José dos Campos, para o treinamento aos tecnologistas e pesquisadores do Cemaden, trazendo informações e apresentando o Sistema de Previsão de Eventos Críticos na Bacia do Rio Paraíba do Sul (Sisprec), que amplia a recepção de dados vindos das outras instituições (CPTEC/Inpe e ONS).
O desenvolvimento do Sisprec envolve a utilização de ferramentas que analisam os dados da previsão do tempo, bem como a criação de um histórico de precipitações, permitindo gerar simulações de possíveis enchentes na Bacia do Paraíba do Sul. Esses dados possibilitam desenvolver ações integradas para a gestão de risco e o gerenciamento de desastres relacionados aos recursos hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul, com maior detalhamento aos rios Pomba, Muriaé, Carangola, Paraibuna e Paraíba do Sul.
A Bacia do Rio Paraíba do Sul estende-se por 184 municípios, uma das regiões mais habitadas e industrializadas do Brasil, abrangendo o Vale do Paraíba Paulista (13.500 km²), a Zona da Mata Mineira (20.900 km²) e quase metade do Estado do Rio de Janeiro (21.000 km²). Conforme dados do IBGE, o trecho da bacia referente à maioria dos municípios paulistas e do sul fluminense é o mais industrializado e urbanizado. Denominado de macroeixo Rio-São Paulo, o trecho envolve várias regiões metropolitanas, somando mais de 30 milhões de habitantes.
Protocolo de Ações Integradas de monitoramento e alerta de inundações
Desde dezembro de 2013, quando foi emitida a Portaria Conjunta n° 148/2013, ficou estabelecido o Protocolo de Ação Integrada para os casos de Inundação Gradual, definindo as competências entre a Agência Nacional de Águas (ANA), o Centro Nacional de Monitoramento a Alertas de Desastres Naturais – Cemaden, representado pela Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped/MCTI), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) representado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec/MI) e a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).
O Protocolo de Ação Integrada entre as instituições federais – envolvidas diretamente com o monitoramento e alerta de inundações – reforça a necessidade de intercâmbio técnico-científico dessas instituições para o enfrentamento de desastres relacionados a inundações, os quais afetam, todos os anos, grande número de pessoas, além dos prejuízos gerados por esse tipo de desastre.