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Cemaden discute sobre pesquisas científicas e monitoramento de seca no semiárido brasileiro
Pesquisadores do Cemaden – da área de agrometeorologia e de impactos do clima na sociedade – discutem com outros cientistas brasileiros sobre as vulnerabilidades socioambientais em regiões semiáridas e os impactos das mudanças climáticas. O encontro, organizado pela UFRN, foi um preparatório para a organização de uma conferência internacional.
O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, participou das discussões do Workshop sobre Cenários Ecológicos e Vulnerabilidade Socioambiental em Regiões Semiáridas, que reuniu cientistas brasileiros que trabalham com o tema. O objetivo foi o de apresentar novos conceitos e tecnologias, que ajudem a minimizar e prever os efeitos climáticos adversos sobre a população. O evento também discutiu sobre a importância dos modelos para o diagnóstico dos cenários e nas tomadas de decisões.
“A integração de atividades entre o Cemaden e a UFRN será importante para os estudos de quantificação da vulnerabilidade das populações à seca na região.”, afirma o pesquisador do Cemaden, agrometeorologista Marcelo Zeri, que apresentou as diferentes plataformas de monitoramento de chuva, de umidade do solo e os índices que quantificam as condições de água no solo.
O pesquisador do Cemaden, discutiu, também, sobre as estratégias de integração de modelos de cultivo e previsão meteorológica, visando a estimativa de risco agrícola para a agricultura familiar. Mostrou a criação de um índice de variabilidade de veranicos para a região semiárida. Zeri apresentou a disponibilização ao público sobre as informações dos boletins no Portal do Cemaden. Destacou, também, o desenvolvimento do aplicativo de celular (AgriSupport), utilizado para a interatividade de dados entre os produtores de agricultura familiar, o Cemaden e outras instituições relacionadas com atividades agropastoris.
No tema sobre impactos do clima na sociedade, os estudos para o desenvolvimento de previsão em escalas mais imediatas, de forma a reduzir a vulnerabilidade a extremos climáticos – os quais podem provocar desastres naturais – foram apresentados por outro pesquisador do Cemaden, o meteorologista e climatologista Christopher Cunningham.
“Há um crescente interesse nas comunidades científica, operacional e de aplicações para preencher uma lacuna que existe entre as previsões de tempo em médio prazo (até duas semanas) e as sazonais (três a seis meses).”, informa o pesquisador Cunningham. “Esse interesse é pelo fato dos extremos climáticos importantes ocorrerem nessa escala de tempo, como por exemplo, os episódios de veranicos e de chuvas intensas.”, completa o pesquisador do Cemaden.
Em sua palestra, Cunningham demonstrou a importância do conhecimento acerca das variações atmosféricas, em escalas subsazonais, bem como sua aplicação na prevenção e preparação para um iminente desastre, além da mitigação de suas consequências.
O encontro entre pesquisadores de diversas instituições foi organizado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Climáticas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ocorrido na segunda semana deste mês, em Natal (RN). O evento foi um preparatório para a organização de um seminário internacional, visando ampliar as discussões sobre os potenciais impactos das mudanças climáticas, no que se refere à vulnerabilidade de cenários ecológicos em regiões semiáridas.