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Cemaden apresenta pesquisas científicas na Reunião Anual da União Geofísica Americana nos E.U.A.
Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - participaram da Reunião Anual da União Geofísica Americana 2023 (AGU- American Geophysics Union), realizado em São Francisco, California (EUA), nos dias 11 a 15 de dezembro, apresentando estudos e pesquisas realizados por pesquisadores do Cemaden, em parceria com instituições nacionais e internacionais.
O climatologista Jose Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, apresentou dois estudos científicos que entraram na programação de palestras do evento. A primeira, intitulada “ Desastres hidrogeológicos na cidade de São Sebastião, no litoral norte do estado de São Paulo, em fevereiro de 2023” , abordou sobre o evento meteorológico ocorrido nos dias 18 e 19 de fevereiro deste ano, a emissão de alerta alto e muito alto feito pelo Cemaden. Mesmo com o alerta com dias de antecedência, o evento climático resultou em 65 vítimas fatais e danos materiais. Cientistas consideraram a necessidade de melhorar a percepção da iminência de um desastre e implementação de sistemas de alerta multirriscos. Liderado por Marengo, participaram desses estudos diversos pesquisadores do Cemaden, da Unesp, do INMET, do Instituto Nacional de Educação de Singapura e do Instituto de Estudos Avançados da USP.
Outra apresentação feita pelo climatologista Marengo no evento da AGU foi sobre “Mudanças observadas nos extremos da hidrologia e duração da estação seca na Amazônia: impactos no risco de desastres hidroclimáticos”, mostrando as associações entre os extremos da hidrologia da Amazônia, as anomalias pluviométricas e o aumento da duração da estação seca. Também foram considerados os possíveis impactos do El Niño 2023-2024, que vem afetando o clima da Amazônia. Liderado também por Marengo, esses estudos tiveram a participação da pesquisadora Ana Paula Cunha, do Cemaden; da Universidade de Toulouse (França), do Programa de Pós-Graduação em Desastres (Unesp/Cemaden); do Instituto de Geociências e Meio Ambiente da França e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
Secas no nordeste brasileiro
O pesquisador da área de agrometeorologia do Cemaden, Marcelo Zeri também participou da conferência União Geofísica Americana (American Geophysics Union, AGU) em São Francisco, Estados Unidos, mostrando os resultados do monitoramento de secas no Nordeste do Brasil. O trabalho apresentou os primeiros dados de torres micrometeorológicas já instaladas na região. Essas torres permitem a medida da evapotranspiração e trocas de carbono entre a vegetação e atmosfera, entre outras variáveis meteorológicas. Esses dados permitem acompanhar a evolução das condições de seca, o seu efeito na vegetação, e a comparação com outras medidas, como aquelas feitas por satélites
Duas torres já foram instaladas desde meados de 2023: uma em Petrolina, Pernambuco, em parceria com a Embrapa Semiárido, e outra na Floresta Nacional de Açu, no Rio Grande do Norte, em área de Caatinga preservada, mantida por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A terceira torre será instalada no começo de 2024 numa área de Caatinga preservada perto do município de Quixeramobim (CE), em parceria com a Universidade Federal do Ceará e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Hidrologia
Na área de Hidrologia, a pesquisadora do Cemaden, Larissa Antunes Pimentel fez a exposição do estudo científico sobre “Avaliação do mapeamento de inundações na agricultura familiar na sub-bacia do Rio Juruá na Região Amazônica”.
Estudos de movimento de massa e deslizamentos
O pesquisador do Cemaden, Cassiano Antonio Bortolozo apresentou dois estudos. O primeiro intitulado “Investigando a aplicabilidade do método DC para avaliação da variação da umidade do solo em estudos de movimento de massa: experimentos de campo com sensores de umidade do solo e testes de amostras de laboratório”. A pesquisa mostra as capacidades de visualização de levantamentos geofísicos que permitem uma representação mais detalhada e precisa do subsolo, enriquecendo, em última análise, a compreensão do comportamento de taludes, melhorando significativamente as avaliações de risco de deslizamentos.
A outra pesquisa explanada por Bortolozo foi a intitulada: “Uma nova abordagem para definir limites de acumulação de chuva para ocorrência de deslizamentos usando análise de cluster na Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco. O objetivo dos estudos é aumentar a precisão e a eficiência dos sistemas de alerta de deslizamentos de terra, contribuindo, em última análise, para aumentar a segurança e a preparação para desastres em áreas propensas a deslizamentos de terra. Os limites definidos foram aplicados a um evento de deslizamento significativo em 2021, que demonstraram uma base sólida para o limite operacional utilizado na Sala Operacional do Cemaden.
Os dois estudos foram liderados pelo pesquisador Cassiano Bortolozo e tiveram a participação de vários pesquisadores do Cemaden; do Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp/ICT e da Universidade de Bath, do Reino Unido.
AGU (The American Geophysical Union ) 2023 -São Francisco-California
Todos os anos, a reunião anual da AGU reúne mais de 25.000 participantes de mais de 100 países para compartilhar pesquisas e se conectar com amigos e colegas. Cientistas, educadores, decisores políticos, jornalistas e comunicadores participam na AGU23 para compreender melhor o nosso planeta e o ambiente, abrindo caminhos para a descoberta, abrindo uma maior consciência para enfrentar as alterações climáticas, abrindo maiores colaborações para levar a soluções e abrindo os campos e profissões da ciência a um todo.
Fonte: Ascom/Cemaden