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A Imprensa e a inserção da sociedade nas discussões sobre riscos de desastres foram abordadas em evento do Cemaden
Os debates contaram com a presença de profissionais e cientistas da área de Jornalismo – na abertura do evento Encontro da Ciência e Comunicação, dentro da Programação dos 10 Anos Cemaden - transmitido pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden. Os especialistas da área de Comunicação abordaram sobre o jornalismo científico nas redações, a necessidade de aumentar as pautas sobre riscos de desastres, as vulnerabilidades e inserção social, credibilidade das informações, entre outros assuntos sobre informação e cidadania.
Levar Informações e conhecimento científico para formação do senso crítico, conscientização de riscos e participação da sociedade nas ações de redução de risco e desastres foram os objetivos principais da primeira live e abertura do evento Encontros da Ciência e Comunicação, promovido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - dentro da Programação 10 Anos Cemaden, transmitido pelo Canal YouTube da Série de Debates.
A abertura oficial do evento, no dia 31 de agosto, foi realizada pelo diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, que destacou a importância da comunicação para o conhecimento de risco e ações de mitigação de desastres. “É importante a comunicação, não somente entre as instituições envolvidas na gestão de risco de desastres, mas também, com a população em geral, levando a ciência e os conhecimentos de risco à sociedade”, afirma Moraes.
“Temos que entender que os desastres são construções sociais, conceito de sociedade de risco”, afirma a jornalista e professora titular do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo, Cilene Victor, que foi a moderadora do debate. “A cobertura jornalística de ocorrências de desastres tende a ser, absurdamente, mais numerosa do que a cobertura sobre risco de desastres”, mostrando a necessidade de ampliar a discussão sobre risco junto à sociedade. Lembrou, também, o Acordo de Sendai, que orienta ações sobre prevenção e redução de desastres.
“É importante inserir a sociedade nas discussões sobre desastres. O papel da mídia é mostrar o risco, mas há pouca informação sobre a cidadania, ou seja, os direitos e deveres sobre a questão”, afirma a jornalista Ana Lúcia Azevedo, repórter especial do jornal O Globo, especializada nas áreas de Saúde, Ciência e Meio Ambiente, destacando que o assunto sobre Ciência encolheu nas redações. “É um assunto complexo. O repórter especializado deve ter domínio do assunto para poder passar as informações de forma clara e objetiva, incentivando a leitura.”
Citando, como referências, os principais pontos abordados no Minimanual de Cobertura Jornalística de Mudanças Climáticas, publicado, em 2020, pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (RS), Wilson Bueno da Costa , jornalista, professor sênior da Escola de Comunicações e Arte da USP e diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa, evidencia que o Jornalismo deve promover mais matéria sobre riscos de desastres. Observou que o jornalista não deve se ater somente nos impactos dos desastres, mas buscar as causas e soluções, com abordagem crítica e investigativa. “A cobertura deve ter comprometimento com a causa e o compromisso com o cidadão. Fazer o jornalismo com qualidade, utilizando fontes especializadas, com credibilidade, e dar voz ao cidadão”.
O evento sobre a Comunicação Científica e Imprensa, na temática “O Jornalismo Científico e o papel da Imprensa na redução de risco de desastres socioambientais” foi apresentado pela pesquisadora do Cemaden, jornalista Eloísa Beling Loose. O debate na íntegra sobre essa temática está disponibilizado no Canal YouTube da Série de Debates, pelo link:
https://www.youtube.com/watch?v=11BILkzdVT4
Encontros da Ciência e Comunicação
O evento Encontros da Ciência e Comunicação prevê discussões temáticas entre pesquisadores, jornalistas, professores universitários e profissionais da área de gestão de desastres. Para isso, foram programadas quatro lives, divididas em três eixos de abordagens sobre Ciência e Comunicação: Comunicação Científica e Imprensa (dia 31 de agosto), Comunicação com a População (dias 01 e 09 de setembro- 15 horas) e Comunicação Científica: do cientista até a população ( dia 15 de setembro- 14 horas)
Mais informações sobre a Programação 10 Anos Cemaden e do evento Encontros da Ciência e Comunicação estão disponibilizadas no site do Cemaden, pelo endereço:
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/conteudo/10-anos-cemaden/programacao
Fonte: Ascom/Cemaden