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A gestão e a prevenção de risco de desastres envolvendo “Educação, Comunicação e Participação” foram discutidas em evento do Cemaden
A terceira live do “Encontros da Ciência e Comunicação”, realizada no último dia 09 de setembro, envolveu pesquisadores, docentes e comunicadores para discutir e refletir sobre os desafios da pesquisa e da atuação junto à sociedade, trazendo experiências participativas de vários segmentos da sociedade para a gestão e a prevenção de risco de desastres socioambientais e biológicos.
O evento promovido pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) - unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) - faz parte da Programação 10 Anos Cemaden e foi transmitido pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden, com a participação simultânea do público, encaminhando considerações, questionamentos e sugestões pelo Chat.
“A temática é muito oportuna e pertinente, no sentido que se incorpora na abordagem da gestão de risco e resposta a desastres.”, afirma a diretora-substituta e coordenadora de Relações Institucionais do Cemaden, Regina Alvalá, que fez a abertura dessa live. “No contexto de desastres, às vezes temos a percepção de que sua gestão deva ser abordada apenas à luz dos avanços e conhecimentos científicos. Mas tanto quanto essas denominadas Ciências duras, também devem ser considerados as abordagens e os aspectos das vulnerabilidades envolvendo a ‘Educação, Comunicação e Participação’, enfatiza Alvalá.
“Principalmente, nestes momentos difíceis e desafiadores - desde a pandemia até os efeitos das mudanças climáticas - percebemos a necessidade da população, dos cidadãos estarem juntos na gestão, e, principalmente, na fase de prevenção de risco de desastres.”, reforça a moderadora da live, a pesquisadora do Cemaden Educação, geógrafa e jornalista Débora Olivato.
Experiências e ações em educação, comunicação e participação
“Os conhecimentos científicos precisam ser compreendidos por toda a sociedade. Nesse momento, entra a comunicação para a prática e proteção de vida”, afirma a pesquisadora Sâmia Nascimento Sulaiman, docente Centro de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pesquisadora do Laboratório de Gestão de Risco (LabGRis) da Universidade Federal do ABC (UFABC). Mostrou algumas experiências de trabalhos de projetos de extensão acadêmica, com estratégias e material de comunicação para as comunidades, integrando os moradores as áreas de risco nas discussões e propostas. “Temos que criar mais espaços de diálogos e discussões, com soluções compartilhadas entre os moradores de áreas de risco e as instituições públicas.”, afirma a pesquisadora, ressaltando que a pesquisa deve pensar em um sistema de rede de apoio, a fim de dar continuidade aos projetos intersetoriais e ações integradas, de forma a superar e potencializar os processos educativos.
Apresentando alguns projetos e iniciativas envolvendo escolas, moradores das áreas de risco, instituições públicas e universidades, o pesquisador Allan Yu Iwama - do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina, pela Fiocruz, e professor visitante pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – destaca a importância do trabalho colaborativo e a criação de rede de educação para redução de risco e desastres. Deu exemplos dos projetos desenvolvidos nas áreas de risco na região do Litoral Norte Paulista (Ilha Bela, Caraguatatuba e Ubatuba), junto ao Cemaden Educação. Também relatou a inclusão da Universidade de São Paulo na ampliação dessa rede, no fortalecimento de material pedagógico, vídeos e estratégias de comunicação com linguagem acessível. Citou, também, outros projetos como o CoAdapta, em escola de Ubatuba, com oficinas, trabalhos práticos, cursos, com base no conhecimento local. “Os desafios estão na continuidade dos projetos, de forma a dar sustentabilidade a esses projetos”, afirma Iwama.
“Incentivar e promover a participação da população, das comunidades e das escolas na área de Redução de Risco e Desastres (RRD) é um tema emergente emergencial”, afirma a pesquisadora do Cemaden, antropóloga Rachel Trajber, coordenadora do Programa Cemaden Educação. Explica a importância da inclusão dessa temática no currículo das escolas, que atualmente, está como disciplina opcional. “É necessário ter uma postura crítica e de percepção de riscos socioambientais. A relação escola-comunidade é fortalecida e se torna transformadora da realidade local”, afirma a pesquisadora. Explanou sobre o Programa Cemaden Educação, que desde 2014 representa um micro-Cemaden local, desenvolvendo a ciência cidadã, onde a própria escola produz os conhecimentos e faz o monitoramento local. Apresentou a campanha #AprenderParaPrevenir, em sua 6ª edição, envolvendo pessoas, escolas, Defesas Civis, universidades, instituições governamentais e Organizações não-governamentais. “A mobilização dessa campanha amplia a reflexão e a participação das pessoas na prevenção de risco de desastres, promovendo a transformação e intervenções locais”, afirma Trajber.
A temática "Educação, Comunicação e Participação: desafios para a prevenção de riscos e desastres", do evento Encontros da Ciência e Comunicação, teve a apresentação com a pesquisadora do Projeto Elos do Cemaden, jornalista Eloísa Beling Loose. As discussões na íntegra estão disponibilizadas no Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden, com acesso pelo link:
Encontros da Ciência e Comunicação
Dentro da Programação 10 Anos Cemaden, o “Encontros da Ciência e Comunicação” abriu discussões temáticas entre pesquisadores, jornalistas, professores universitários e profissionais da área de gestão de desastres. O evento foi programado para ser realizado em quatro lives, divididas em três eixos de abordagens sobre Ciência e Comunicação: Comunicação Científica e Imprensa (realizada no dia 31 de agosto), Comunicação com a População (dias 01 e 09 de setembro) e o último, Comunicação científica: do cientista até a população, no próximo dia 15 de setembro, às 14 horas. Todos os debates estão disponibilizados pelo Canal YouTube da Série de Debates do Cemaden,
Mais informações sobre a Programação 10 Anos Cemaden e do evento Encontros da Ciência e Comunicação estão disponibilizadas no site do Cemaden, pelo endereço:
https://www.gov.br/cemaden/pt-br/conteudo/10-anos-cemaden/programacao
Fonte : Ascom/Cemaden