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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – SETEMBRO/2023
Carrossel
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS): SETEMBRO/2023
Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de SETEMBRO de 2023 nas escalas: 3 meses (IIS-3, esquerda) e 6 meses (IIS-6, direita). O IIS-3 é indicado para avaliação dos impactos da seca na agricultura, especialmente para culturas de ciclo curto (até 90 dias). O IIS-6, por sua vez, representa as condições de seca considerando os últimos 6 meses, portanto, indica a condição de déficit hídrico de médio prazo.
O Índice Integrado de Seca (IIS3 e 6) referente ao mês de setembro mostra condições de seca moderada a severa, sobretudo nos estados da Região Norte, abrangendo o Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá e Maranhão. É importante destacar que 28 municípios da Região Norte estão classificados com seca severa.
B. PROPAGAÇÃO DA SECA: SETEMBRO/2023
A Figura acima indica as regiões com intensificação da seca (áreas em vermelho), bem como aquelas em que já se observa a recuperação em comparação com meses anteriores (áreas em verde).
C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: SETEMBRO/2023
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (áreas agroprodutivas), 1.031 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de agosto. Destaque para Minas Gerais, com 235 municípios com mais de 80% de área afetada no mês de agosto.
A Figura abaixo destaca os impactos em áreas agroprodutivas na região Norte, bem como o quantitativo de imóves rurais afetados. Os estados do Amazonas e do Acre apresentam 14 e 12 municípios com mais de 80% de suas áreas agroprodutivas afetadas pela seca, respectivamente.
D. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
Situação dos níveis dos rios Negro e Solimões e previsão para os próximos meses
Nas Tabelas abaixo apresentam-se dados históricos de medições de níveis do Rio Negro e do Rio Solimões, ou seja, dados médios do mês de setembro (Média 09) e mínimas do mesmo mês (Mínima 09) e do mês de outubro (Mínima 10).
Rio Negro |
|||||
Estação |
Data da ultima medição |
Nível mais recente (m) |
Média histórica (09) |
Mínima histórica (09) |
Mínima histórica (10) |
Taquara |
27/09/2023 |
10,79 |
12,79 |
10,38 |
10,01 |
Caricuriari |
27/09/2023 |
3,37 |
10,46 |
7,11 |
6,55 |
Barcelos |
27/09/2023 |
2,74 |
5,60 |
2,48 |
1,67 |
Manaus |
27/09/2023 |
16,38 |
22,30 |
14.97 |
18.90 |
Dados de cotas em estações de medições no Rio Negro, AM. (FONTE dos dados: ANA)
Rio Solimões |
|||||
Estação |
Data da ultima medição |
Nível mais recente (m) |
Média histórica (09) |
Mínima histórica (09) |
Mínima histórica (10) |
Fonte Boa |
27/09/2023 |
10,5 |
12,97 |
9,11 |
8,02 |
Tefé |
27/09/202 |
2,14 |
6,04 |
0 |
-0,92 |
Coari |
25/07/2023 |
2,9 |
8,55 |
2,44 |
0,37 |
Manacapuru |
27/09/202 |
8,06 |
13,06 |
5,87 |
2,90 |
Dados de cotas em estações de medições no Rio Solimões, AM. (FONTE dos dados: ANA)
Situação da seca no Centro-Sul do Brasil
De acordo com o IIS-6 (Figura abaixo), a bacia afluente ao reservatório da UHE Serra da Mesa (Centro-Oeste), registrou, em setembro de 2023, desintensificação da seca em comparação ao mês anterior (fraca a moderada), visto que, atualmente, Serra da Mesa encontra-se numa condição variando entre normal e seca fraca.
Na bacia afluente ao reservatório da UHE Três Marias, no Sudeste, observou-se uma desintensificação da condição de seca em relação ao mês de agosto (fraca a moderada), e atualmente sua condição varia entre normal e seca fraca. Ainda no Sudeste, o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com o IIS-6, também apresentou, no mês de setembro, estabilidade em relação ao mês anterior, com uma condição variando entre normal e seca fraca.
Na bacia do rio Paraná, afluente à UHE Itaipu, o IIS-6 aponta, para o mês de setembro, uma condição melhor comparativamente ao mês anterior (condição normal à seca severa), variando entre a normalidade e a seca moderada. Ainda nessa bacia, observa-se que na região de cabeceira (norte) ainda é possível notar uma situação de seca mais acentuada em relação às áreas ao sul. Ainda na bacia do rio Paraná, as sub-bacias afluentes às UHEs Nova Ponte, Emborcação e Itumbiara apresentaram, no mês de setembro, condição variando entre normalidade e seca fraca. Essa situação representa uma desintensificação da seca em relação ao mês anterior (seca fraca a moderada). A desintensificação da seca também foi registrada na bacia afluente à UHE Marimbondo. Atualmente, Marimbondo está classificada, de acordo com IIS, em condição variando entre normal a seca fraca, similar ao mês anterior. Nas bacias afluentes às UHE Jurumirim e Capivara observa-se uma condição entre a normalidade e seca moderada, indicando uma intensificação da seca em relação ao mês anterior (normal e seca fraca). Ainda de acordo com o IIS-6, na região Sul do país foi registrada, no mês de setembro, na bacia afluente à UHE Passo Real uma condição de normalidade, indicando desintensificação da sea. Também no Sul do país, nas bacias afluentes às UHEs Segredo e Barra Grande o IIS-6 indica situação de normalidade e seca fraca.
Previsão sazonal de vazão para os rios em todo o Brasil
Os dados de previsão sazonal de vazão, gerados mensalmente pelo modelo global GloFlas (Global Flood Awareness System), para os próximos 3 meses são apresentados na Figura abaixo As cores em cinza indicam rios com previsões de vazão dentro da média climatológica, as cores em laranja indicam rios com previsão de vazão abaixo da média climatológica, enquanto as cores em azul indicam rios com previsão de vazão acima da média climatológica.
A previsão de vazão para o período de 15 de setembro a 25 de dezembro de 2023, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões abaixo da média nos rios localizados em toda a região Norte e na região Centro-Oeste do Brasil, com exceção do estado do Amapá e porção nordeste do estado do Pará.
E. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
O Oceano Pacífico tropical segue evoluindo um episódio de El Niño. O índice mensal de Oscilação Sul passou de -0.3 em julho para -0.8 em agosto e -1.3 em setembro, indicando que a atmosfera está em processo de acoplamento com o oceano e reforçando o aumento das temperaturas superficiais no Oceano Pacífico. Desde o mês de março/2023 as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) têm apresentado um paulatino aquecimento, principalmente nas regiões mais próximas à costa do Peru e Equador. Durante setembro estas águas superficiais anomalamente mais quentes têm atingido também os setores do Pacifico Central (Nino 3 e Nino 3.4). As anomalias registradas durante a última semana são 2.6, 1.9, 1.5 e 1.2, respectivamente nos setores Niño 1+2 (mais a leste), Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4 (mais a oeste). Os principais centros de previsão sazonal no mundo ressaltam que este episódio deve continuar se desenvolvendo e atingirá o seu ápice durante o trimestre DJF/2023-24. Assim, durante o próximo trimstre (OND/2023) o El Niño estará ativo e influenciando o clima no Brasil. As previsões multi-modelo de chuva, para o trimestre OND/2023, do International Research Institute (IRI-EUA), do Centro Europeu (ECMWF) e do CPTEC/INPE concordam ao prever chances maiores para chuvas abaixo da média no centro-norte do país. Os estados sob o risco de seca são: Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Maranhão, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Bahia. Na região sul do Brasil as previsões indicam maior chance de chuva acima da média durante o trimestre OND/2023. Sabe-se que o sinal característico do El Niño é de chuvas acima da média nos estados da região sul e chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste. As previsões subsazonais do ECMWF, CFS e CPTEC/INPE indicam que até o final de outubro há pouca chance para chuvas acima da média na maior parte do Brasil. Isto inclui as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Na região Sul há condições para chuvas acima da média nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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