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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – NOVEMBRO/2022
Sumário
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de NOVEMBRO indica a permanência de condição de seca moderada a severa principalmente no Acre, Mato Grosso, Rondônia e no Rio Grande do Sul. Condição de seca extrema foi observada em municípios localizados entre os estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo.
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), 879 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de novembro. Destaque para o estado do Rio Grande do Sul que teve 128 municípios com área agroprodutiva impactada pela seca acima de 80%.
Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, referente ao mês de NOVEMBRO de 2022 , destaca-se, na região Sul do país, a usina hidrelétrica (UHE) Itaipu, numa condição de seca hidrológica Extrema (de acordo com o SSFI). Em novembro, a vazão média em Itaipu foi equivalente a 89% da média histórica. No Sudeste do país destaca-se o Sistema Cantareira, em uma condição de seca hidrológica Severa , onde foi registrada vazão afluente de 80% da média histórica do mês, enquanto o armazenamento nos reservatórios encerrou o mês com 33% do volume útil (faixa de operação “Alerta”). Ainda na Região Sudeste, a UHE Furnas, que se encontra numa seca hidrológica Fraca , registrou vazão equivalente a 76% da média do mês, e o armazenamento no reservatório encerrou o mês com 55% do volume útil (faixa de operação “Atenção”). Na UHE Três Marias, também na região Sudeste, que apresenta uma condição Normal em relação à seca hidrológica, foi registrado vazão cerca de 69% da média histórica, e o reservatório finalizou o mês com 52% do volume útil (faixa de operação “Atenção”). Na Região Centro-Oeste, a vazão na UHE Serra da Mesa, também classificada numa condição de seca hidrológica Normal , foi 96% da média, e o nível de armazenamento do reservatório, no final de novembro, atingiu 54% da capacidade total (faixa de operação “Normal”). Ainda no Sul, na UHE Passo Real, que atualmente apresenta condição de seca hidrológica Normal , foi registrada em novembro vazão inferior ao mínimo absoluto mensal (20%) e volume útil de 62%. Nas UHEs Segredo e Barra Grande que também apresentam uma condição de Normalidade em relação a seca hidrológica, as vazões também mantiveram-se abaixo da média histórica (93% e 34%, respectivamente) e o volume armazenado finalizou o mês com cerca de 83% e 74% da capacidade total, respectivamente.
Ainda existe um episódio de La Niña atuando. A previsão por consenso entre o Climate Prediction Center e o International Research Institute indica que este episódio deva perdurar até o trimestre FMA de 2023, enfraquecendo gradativamente até lá. É importante recordar que a La Niña atua no sentido de aumentar a chance para déficit de chuva na Região Sul e no Brasil-Central. As previsões sazonais multi-modelo de chuva do CPTEC/INMET/FUNCEME (iniciando das condições observadas em novembro/2022) preveem, durante DJF/2022-23, condições desfavoráveis para chuva nos estados da Região Sul. A previsão do modelo do Centro Europeu (ECMWF), iniciada em novembro/2022, aponta que a potencial seca nestas regiões é mais intensa para o Rio Grande do Sul. Porém o panorama é de uma potencial seca moderada. As previsões subsazonais (3 a - 4 a semana: final de dezembro a início de janeiro) indicam chuva abaixo da média somente no extremo sudoeste da Região Sul.
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS) PARA O BRASIL: NOVEMBRO/2022
Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de NOVEMBRO de 2022 nas escalas: 3 meses (IIS-3, esquerda) e 6 meses (IIS-6, direita). O IIS-3 é indicado para avaliação dos impactos da seca na agricultura, especialmente para culturas de ciclo curto (até 90 dias). O IIS-6, por sua vez, representa as condições de seca considerando os últimos 6 meses, portanto, indica a condição de déficit hídrico de médio prazo.
Saiba mais sobre o IIS
O Índice Integrado de Seca (IIS) consiste na combinação do Índice de Precipitação Padronizada (SPI), a Água Disponível no Solo (ADS) juntamente com o Índice de Saúde da Vegetação (VHI). O SPI é um índice amplamente utilizado para detectar diferentes tipologias de seca considerando diversas escalas de tempo e pode ser interpretado como o número de desvios padrões nos quais a observação se afasta da média climatológica. O índice negativo representa condições de déficit hídrico, nas quais a precipitação é inferior à média climatológica. O índice positivo representa condições de excesso hídrico, que indicam precipitação superior à média histórica. O
SPI é calculado a partir de dados de precipitação provenientes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e com base na formulação proposta por Mckee et al. (1993), considerando as escalas de 3, 6 e 12 meses.
O índice VHI (
NOAA/NESDIS) é um índice de condição da vegetação, calculado a partir de dados de NDVI e temperatura de brilho.
O VHI é disponibilizado em uma escala de valores de 0 a 100, em que valores abaixo de 40 indicam condição de estresse vegetativo. A ADS é um
produto do satélite GRACE e descreve a Água Disponível no Solo (ADS) em várias profundidades.
O IIS é calculado como uma média dos índices SPI3, AUS e VHI igualmente classificados por categorias de seca. Na composição final do IIS, o SPI3 representa a seca já estabelecida, a AUS indica a seca já afetando a água no solo e possível impacto na vegetação e o VHI indica as áreas onde a seca já está impactando a vegetação.
O IIS possui as seguintes classes: condição normal (6), seca fraca (5), seca moderada (4), seca severa (3), seca extrema (2) e seca excepcional (1).
B. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Mapa de Índice da Saúde da Vegetação (VHI) para o Brasil referente ao mês de NOVEMBRO e gráfico das áreas impactadas pela seca por região (áreas com VHI < 30).
Saiba mais sobre o Índice de Saúde da Vegetação (VHI)
O Índice de Saúde da Vegetação (VHI) da NOAA/NESDIS é calculado a partir de dados do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês) e temperatura de brilho, devidamente calibrados e filtrados, resultando da composição de dois subíndices, o VCI (
Vegetation Condition Index
) e o TCI (
Temperature Condition Index
). O VHI permite identificar o início/fim da condição de estresse vegetativo, área afetada, intensidade e duração da seca e sua relação com os eventuais impactos.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: NOVEMBRO/2022
C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
O IIS-6 para a bacia afluente ao reservatório da UHE Serra da Mesa (Centro-Oeste), bem como o Sistema Cantareira (Sudeste) apresentaram, em novembro, uma situação de seca variando de fraca a moderada. Ainda no Sudeste, as bacias afluentes das UHEs Três Marias e Furnas, de acordo com o IIS-6, encontram-se classificadas numa condição de seca mais crítica, variando entre fraca a severa. Na bacia do rio Paraná, afluente à UHE Itaipu, o IIS-6 aponta para uma condição variando de normal à seca extrema. Ressalta-se que, a porção ao sul da bacia do rio Paraná se encontra numa condição melhor comparativamente às regiões de cabeceira, ao norte. Nas sub-bacias das UHEs localizadas na bacia do rio Paraná, como, Emborcação, Itumbiara, Marimbondo, Jurumirim, Nova Ponte e Capivara, o IIS-6 também indica condição variando entre normal e seca extrema. Nas bacias localizadas mais ao Sul do país, incluindo as UHEs Segredo e Barra Grande, pode ser observada uma condição variando de normal a fraca, condição similar ao mês anterior. Já em Passo Real, também no Sul, observa-se uma condição de seca moderada, situação pior comparativamente ao mês anterior.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br