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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – MARÇO/2023
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS): MARÇO/2023
Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de FEVEREIRO de 2023 nas escalas: 3 meses (IIS-3, esquerda) e 6 meses (IIS-6, direita). O IIS-3 é indicado para avaliação dos impactos da seca na agricultura, especialmente para culturas de ciclo curto (até 90 dias). O IIS-6, por sua vez, representa as condições de seca considerando os últimos 6 meses, portanto, indica a condição de déficit hídrico de médio prazo.
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de março indica a permanência de condição de seca severa e extrema em 67 municípios localizados no Rio Grande do Sul. No entanto, em comparação ao mês de fevereiro, considerando o IIS-6 (médio prazo), observa-se a redução do número de municípios em condição de seca excepcional e extrema, o que ocorreu principalmente no Rio Grande do Sul e no norte de Mato Grosso.
Na escala de curto prazo (IIS-3), observa-se a intensificação da seca no norte de Minas Gerais e no interior do Tocantins, onde 10 municípios passaram para condição de seca extrema (Campo Azul-MG, Dom Bosco-MG, Engenheiro Navarro-MG, Icaraí de Minas-MG, Japonvar-MG, Luislândia-MG, São Francisco-MG, Ubaí-MG, Cristalândia-TO, Santa Rita do Tocantis-TO).
B. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Mapa de Índice da Saúde da Vegetação (VHI) para o Brasil referente ao mês de MARÇO/2023 e gráfico das áreas impactadas pela seca por região (áreas com VHI < 30).
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: MARÇO/2023
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), 1.552 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de março. Destaque para o estado do Rio Grande do Sul que teve pelo terceiro mês consecutivo mais de 400 municípios com área agroprodutiva impactada pela seca acima de 80%, nesse mês de março foram 417 municípios no total, 5 à menos que o mês de fevereiro.
C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
De acordo com o IIS-6, a bacia afluente ao reservatório da UHE Serra da Mesa (Centro-Oeste), apresentou, em março de 2023 , uma condição de seca hidrológica variando de fraca a moderada. Ressalta-se que nessa região a situação da seca se manteve estável, comparativamente ao mês anterior. Na bacia afluente ao reservatório da UHE Três Marias, no Sudeste, foi registrada uma intensificação da seca em relação ao mês de fevereiro. Em março, Tres Marias apresentou condição variando entre a normalidade (no extremo Sul da bacia) e seca moderada, ao passo que, no mês anterior a bacia ainda estava classificada numa situação variando entre a normal e seca fraca. Ainda em março, a bacia afluente ao reservatório da UHE Furnas (Sudeste) apresentou uma condição oscilando entre a normalidade e uma seca fraca, assim como no mês anterior. Ressalta-se, no entanto, que em Furnas a fração da área classificada em uma condição de seca fraca aumentou consideravelmente em março, comparativamente ao mês anterior. Também no Sudeste, o Sistema Cantareira, principal sistema hídrico que abastece a Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com o IIS-6, encontra-se classificado numa condição de seca fraca, condição semelhante à do mês anterior.
Na bacia do rio Paraná, afluente à UHE Itaipu, o IIS-6 aponta uma condição variando de normal à seca severa, situação similar em relação ao mês anterior. Ressalta-se que, em termos de IIS-6, a porção ao sul da bacia do rio Paraná se encontra numa condição melhor comparativamente às regiões de cabeceira, ao norte. Nas sub-bacias das UHEs localizadas na bacia do rio Paraná, como, Emborcação, Itumbiara e Nova Ponte, o IIS-6 indica condição variando entre seca fraca a moderada (condição semelhante ao mês anterior), ao passo que em Marimbondo, houve uma intensificação da seca, atualmente classificada em condição variando de normal a seca moderada. Adicionalmente, nas sub-bacias das UHEs Jurumirim e Capivara, foi registrada uma condição oscilando entre normal e seca fraca, similar ao mês anterior.
Nas bacias localizadas mais ao Sul do país, incluindo as bacias afluentes às UHEs, Segredo e Barra Grande pode ser observada, de modo geral, uma condição de seca fraca. Em Segredo houve uma intensificação da seca durante o mês de março, uma vez que, em fevereiro grande parte da bacia ainda estava classificada numa condição de normalidade. Por outro lado, em Barra grande observou-se uma desintensificação da seca, pois grande fração da área da bacia estava, em fevereiro, em condição de seca moderada. Na bacia afluente à UHE Passo Real, também no Sul, atualmente encontra-se classificada numa condição de seca variando de severa à extrema, condição semelhante à do mês anterior.
D. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
O estado atual do sistema El Niño-Oscilação Sul (ENOS) é de neutralidade, isto é, não há atualmente nenhum episódio nem de El Niño, nem La Niña. Os principais centros de previsão sazonal no mundo ressaltam que um El Niño pode se desenvolver ainda este ano (2023). Normalmente, os episódios de El Niño se iniciam durante a primavera do Hemisfério Sul. Desta forma, há expectativa de um lento retorno a patamares normais de chuva na Região Sul do Brasil nos meses vindouros, o que poderia amenizar a situação de seca que o estado do Rio Grande do Sul vem enfrentando nos últimos meses. A previsão por consenso entre o Climate Prediction Center e o International Research Institute indica que chances de 49% para a ocorrência de um El Niño durante o trimestre MJJ/2023. Porém é importante recordar que existe uma maior incerteza nas previsões sobre a evolução do fenômeno ENOS nesta época do ano (outono austral). As previsões multi-modelo de chuva do International Research Institute (IRI-EUA), da Organização Meteorológica Mundial (WMO) e CPTEC/INPE indicam chances para chuvas dentro da média na maior parte do país. Nos setores centro-norte e nordeste as chances são para chuvas dentro ou acima da média. O trimestre considerado é AMJ/2023. As previsões subsazonais consultadas (IRI, CFS e ECMWF) indicam majoritariamente para o final de abril e início de maio (3 a - 4 a semana, a partir de agora) maiores chances para chuva abaixo da média na região Sul do Brasil.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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