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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – MAIO/2021
sumário
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de maio, quando comparado ao do mês de abril, aponta a permanência das condições de seca em grande parte do Brasil, além da sua intensificação principalmente nas regiões Norte e Nordeste e em estados do centro-sul do país.
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), 2.445 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de maio. De forma geral as regiões mais impactadas foram Sudeste e Sul, que tiveram respectivamente 63% e 56% dos municípios com áreas agroprodutivas afetadas acima de 40%.
Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, na Região Sul destacam-se a usina hidrelétrica (UHE) Itaipu, com vazão de 46% da média histórica, valor menor que o mínimo absoluto já registrado no período 1993-2020 para o mês de maio. A UHE de Segredo, que no início da estação chuvosa de 2020 registrou valores de vazão inferiores aos mínimos absolutos, apresentou uma melhora significativa a partir de dezembro, contudo, a partir de março de 2021 vem registrado valores abaixo da média histórica, e no mês de maio a vazão foi cerca de 25% da média. A UHE de Passo Real, ainda na região Sul, com vazão igual a 39% do esperado no mês. Na Região Centro-Oeste, as vazões naturais da UHE de Serra da Mesa foram 69% da média, e o nível de armazenamento do reservatório permaneceu em 37% no final de maio. Na Região Sudeste, destaque para a UHE de Furnas que registrou no mês de maio cerca de 45% da vazão média e o armazenamento no reservatório encerrou o mês com 3% do volume útil. Ainda no Sudeste do país, o reservatório da UHE de Três Marias apresenta uma situação menos crítica em termos de volume armazenado no reservatório, com 66% do volume útil, no entanto a vazão natural ficou em torno de 45% da média do mês de maio. Adicionalmente, no Sistema Cantareira, principal sistema hídrico de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, a vazão afluente foi 34% da média, e o armazenamento em torno de 48% do volume útil, situação pior quando comparado ao mesmo período do ano de 2020 (58%).
O ciclo da mais recente La Niña terminou, porém, este episódio muito provavelmente teve influência para compor o cenário crítico de seca no Brasil central. Esta situação de neutralidade deve perdurar durante o trimestre junho-julho-agosto de 2021 (JJA/2021). Ainda que não haja influência da La Niña, vale recordar que os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso se encontram em período climatológico de estiagem, durante o qual não ocorre chuva substancial. As previsões sazonais multi-modelo de chuva do
International Research Institute
e do CPTEC/INMET/FUNCEME (ambas produzidas em maio/2021) concordam em prever, durante JJA/2021, condições desfavoráveis para chuva nos estados da Região Sul. O modelo de previsão sazonal do Centro Europeu (ECMWF) também indica um cenário equivalente. Em termos da climatologia de chuva, os estados da Região Sul apresentam bons índices pluviométricos durante o trimestre JJA. As previsões subsazonais (até 4a semana) indicam, para a Região Sul, um cenário desfavorável para a precipitação até meados de julho.
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS) PARA O BRASIL: MAIO/2021
Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de maio de 2021 nas escalas: 3 meses (IIS-3, esquerda) e 6 meses (IIS-6, direita).
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Saiba mais sobre o Índice Integrado de Seca (IIS)
O Índice Integrado de Seca (IIS) consiste na combinação do Índice de Precipitação Padronizada (SPI) com o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI) ou com o Índice de Saúde da Vegetação (VHI) e a Umidade do Solo. Baixos níveis de água no solo tem o potencial para iniciar o processo de estresse hídrico na vegetação, com possíveis danos ao desenvolvimento vegetativo e perda de produtividade. Os dados de Umidade do Solo são derivados do satélite Grace (NASA), que estima a quantidade de água em uma camada de 1 m de solo a partir de perturbações na gravidade causadas pela presença da umidade. Esse produto tem resolução espacial de aproximadamente 25 km.
Para integrar o IIS, o SPI é calculado a partir de dados observacionais de precipitação disponíveis no CEMADEN, no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centros Estaduais de Meteorologia. O cálculo do SPI é baseado na formulação proposta por Mckee et al. (1993), considerando as escalas de 3, 6 e 12 meses, obtendo-se o produto final na resolução espacial de 5km. O IIS possui as seguintes classes: condição normal (6), seca fraca (5), seca moderada (4), seca severa (3), seca extrema (2) e seca excepcional (1).
B. VARIAÇÃO MENSAL DO IIS3: Maio em relação à abril
C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Mapa de Índice da Saúde da Vegetação (VHI) para o Brasil referente ao mês de maio e gráfico das áreas impactadas pela seca por região (áreas com VHI < 30)
Saiba mais sobre o Índice de Saúde da Vegetação (VHI)
O Índice de Saúde da Vegetação (VHI) da NOAA/NESDIS é calculado a partir de dados do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês) e temperatura de brilho, devidamente calibrados e filtrados, resultando da composição de dois sub-índices, o VCI (Vegetation Condition Index) e o TCI (Temperature Condition Index). O NDVI e a temperatura de brilho apresentam dois sinais ambientais distintos, o de resposta lenta do estado da vegetação (clima, solo, tipo de vegetação) e o de resposta mais rápida relacionado com a alteração das condições atmosféricas (precipitação, temperatura, vento, umidade). Este índice permite identificar o início/fim, área afetada, intensidade e duração da seca e sua relação com os eventuais impactos.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Maio/2021
D. MONITORAMENTO DA UMIDADE DO SOLO
Perdas na produtividade agrícola podem ocorrer devido a períodos prolongados de seca e valores baixos de água disponível no solo, especificamente valores abaixo de 40%. O mapa mostra classes de seca baseadas na fração de água no solo em relação à média histórica. Os dados são derivados do satélite Grace (NASA), que estima a quantidade de água em uma camada de 1 m de solo a partir de perturbações na gravidade causadas pela presença da umidade. Esse produto tem resolução espacial de aproximadamente 25 km, gerados 4 vezes por mês. Os resultados mostrados aqui representam a média dos resultados divulgados para o mês de maio.
As classes de seca baseadas na umidade do solo para o mês de maio de 2021 são mostradas na figura a seguir. Os estados mais afetados com seca excepcional são Tocantins, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Adicionalmente, partes do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia também apresentaram baixos níveis de água no solo e seca excepcional.
E. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
O IIS-6 para a área da bacia afluente ao reservatório da UHE de Serra da Mesa (Centro-Oeste) apresenta uma situação de normalidade à seca moderada. Para as bacias das UHEs de Três Marias, Furnas e para o Sistema Cantareira (Sudeste), o IIS-6 indica seca variando de fraca à extrema. Para a bacia da UHE de Itaipu, o IIS-6 indica uma melhoria da condição de seca em relação ao mês anterior, embora ainda predominem condições de seca moderada à extrema. Nas bacias localizadas na Região Sul do país (incluindo as UHE de Segredo, Barra Grande e Passo Real), pode ser observada uma situação de seca fraca, indicando uma melhoria da condição principalmente para a bacia da UHE Passo Real, localizada no Rio Grande do Sul .
Em maio de 2021, a vazão afluente no Sistema Cantareira, principal sistema hídrico que abastece a Região Metropolitana de São Paulo, foi 34% da média histórica do mês e os reservatórios fecharam o mês com 48% do volume útil (faixa de operação “Atenção”), representando uma diminuição de aproximadamente 3% em relação ao final do mês anterior. Para o reservatório da UHE Três Marias, a vazão natural foi 45% da média do mês e o reservatório operou, em 31 de maio de 2021, com 66% de seu volume útil (faixa de operação “Normal”), apresentando uma diminuição de 4% em relação ao final do mês anterior. A vazão natural do reservatório da UHE Furnas representou 45% da média do mês, e o armazenamento no reservatório, em 31 de maio, foi 37% do volume útil, representando uma redução de 2% em relação ao final do mês anterior. No reservatório da UHE Serra da Mesa a vazão natural representou 69% da média do mês de maio. O reservatório operou em situação estável este mês, permanecendo com o mesmo percentual (37%) apresentado no final do mês passado.
Para a Região Sul do país, na bacia hidrográfica da UHE Itaipu, localizada no Rio Paraná – Santa Catarina, uma das maiores hidrelétricas do mundo, a vazão foi 46% da média histórica para o mês de maio, valor menor que o mínimo absoluto já registrado no período 1993-2020. Na bacia de drenagem da UHE Segredo (Gov. Ney Aminthas de Barros Braga), localizada no Rio Iguaçu, a vazão representou 25% da média do mês de maio, e o nível de armazenamento no reservatório atingiu 59%, o que representa uma diminuição de 2% em relação ao mês anterior. Na bacia afluente à UHE Barra Grande (no rio Uruguai, entre os estados de RS e SC) a vazão representou 39% da média. O nível de armazenamento do reservatório atingiu 60% no final de maio, representando um acrescimento de 5% em relação ao valor no final de abril. Para a bacia de drenagem da UHE Passo Real, localizada no Rio Jacuí – Rio Grande do Sul, a vazão afluente registrada foi 69% da média, e o armazenamento no reservatório foi 31% do seu volume útil, o que representa um acréscimo de 3% em relação ao mês anterior.
F. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
Em maio de 2021, a vazão afluente no Sistema Cantareira, principal sistema hídrico que abastece a Região Metropolitana de São Paulo, foi 34% da média histórica do mês e os reservatórios fecharam o mês com 48% do volume útil (faixa de operação “Atenção”), representando uma diminuição de aproximadamente 3% em relação ao final do mês anterior. Para o reservatório da UHE Três Marias, a vazão natural foi 45% da média do mês e o reservatório operou, em 31 de maio de 2021, com 66% de seu volume útil (faixa de operação “Normal”), apresentando uma diminuição de 4% em relação ao final do mês anterior. A vazão natural do reservatório da UHE Furnas representou 45% da média do mês, e o armazenamento no reservatório, em 31 de maio, foi 37% do volume útil, representando uma redução de 2% em relação ao final do mês anterior. No reservatório da UHE Serra da Mesa a vazão natural representou 69% da média do mês de maio. O reservatório operou em situação estável este mês, permanecendo com o mesmo percentual (37%) apresentado no final do mês passado.
Para a Região Sul do país, na bacia hidrográfica da UHE Itaipu, localizada no Rio Paraná – Santa Catarina, uma das maiores hidrelétricas do mundo, a vazão foi 46% da média histórica para o mês de maio, valor menor que o mínimo absoluto já registrado no período 1993-2020. Na bacia de drenagem da UHE Segredo (Gov. Ney Aminthas de Barros Braga), localizada no Rio Iguaçu, a vazão representou 25% da média do mês de maio, e o nível de armazenamento no reservatório atingiu 59%, o que representa uma diminuição de 2% em relação ao mês anterior. Na bacia afluente à UHE Barra Grande (no rio Uruguai, entre os estados de RS e SC) a vazão representou 39% da média. O nível de armazenamento do reservatório atingiu 60% no final de maio, representando um acrescimento de 5% em relação ao valor no final de abril. Para a bacia de drenagem da UHE Passo Real, localizada no Rio Jacuí – Rio Grande do Sul, a vazão afluente registrada foi 69% da média, e o armazenamento no reservatório foi 31% do seu volume útil, o que representa um acréscimo de 3% em relação ao mês anterior.
F. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
Embora as águas superficiais no Pacífico ainda estejam ligeiramente frias, os indicadores atmosféricos mostram patamares de neutralidade. Em outras palavras, a última La Niña terminou seu ciclo e tampouco há condições de El Niño. Esta situação de neutralidade deve perdurar durante o trimestre junho-julho-agosto de 2021 (JJA/2021), segundo a previsão por consenso entre o Climate Prediction Center e o International Research Institute, ambos dos EUA. O cenário crítico de seca no Brasil central (seca severa a extrema), muito provavelmente se deve à influência da La Niña durante a última estação chuvosa. A La Niña atua no sentido de aumentar a chance para déficit de chuva na Região Sul e no Brasil-Central.
As previsões sazonais multi-modelo de chuva do International Research Institute e do CPTEC/INMET/FUNCEME (ambas produzidas em maio/2021) concordam em prever, durante JJA/2021, condições desfavoráveis para chuva nos estados da Região Sul. O modelo de previsão sazonal do Centro Europeu (ECMWF) também indica um cenário equivalente. Vale recordar que os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Mato Grosso se encontram em período climatológico de estiagem, durante o qual não ocorre chuva substancial. Este período se prolonga até setembro-outubro, quando é esperado que se inicie a próxima estação chuvosa. Diferentemente, os estados da Região Sul apresentam bons índices pluviométricos durante o trimestre JJA.
As previsões subsazonais (até 4a semana) indicam, para a Região Sul, um cenário desfavorável para a precipitação até meados de julho. Durante os meses de maio a agosto não há atividade relevante da Oscilação de Madden-Julian (OMJ) que possa influenciar o padrão de chuvas no Brasil. Durante o verão (setembro a março) a OMJ tem influência positiva em episódios de chuva no Brasil.
REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br