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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – JUNHO/2024
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A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): JUNHO/2024 (Média municipal)
O Índice Integrado de Seca (IIS3) referente a junho de 2024 indica uma intensificação da seca no Brasil em relação ao mês anterior. O número de municípios em São Paulo e no sul de Minas Gerais classificados com seca extrema saltou de 12 em maio para 106 em junho. Além disso, o número de municípios em condição de seca severa triplicou em todo o país, atingindo agora 918 municípios.
B. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): PREVISÃO PARA JULHO/2024 (Média municipal)
A projeção do Índice Integrado de Seca (IIS) para julho de 2024 indica uma intensificação da situação de seca em diversas regiões do Brasil. No interior de São Paulo, a seca severa deverá se agravar, atingindo 65% do estado. A área entre o sul de Goiás, São Paulo e sudoeste de Minas Gerais também poderá apresentar um aumento no número de municípios classificados com seca severa. Essa situação demanda atenção e medidas preventivas para mitigar os impactos socioeconômicos e ambientais. Na Bacia do Rio Paraná, a situação de seca deverá permanecer crítica ao longo do mês de julho, com condições de seca variando de moderada a extrema em algumas áreas. Essa situação mantém a região em estado de alerta, necessitando de ações estratégicas para minimizar os impactos, especialmente aqueles decorrentes do risco de fogo.
C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: JUNHO/2024
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (áreas agroprodutivas), 739 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de maio. Destaque para o estado de Minas Gerais que teve 335 municípios com mais de 80% de sua área agroprodutiva afetada pela seca. Ressalta-se que desde maio, para análise do impacto da seca, não é mais considerada a categoria de seca moderada, como era feito anteriormente, apenas seca severa ou superior.
D. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, referente ao mês de junho de 2024, destaca-se no setor de abastecimento, o Cantareira, principal sistema de fornecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo. O Sistema Cantareira, após permanecer cinco meses consecutivos em condição de normalidade (outubro/23 a fevereiro/24), voltou a exibir, a partir de março de 2024, uma condição de seca hidrológica, atualmente, classificada em intensidade severa, de acordo com o Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI). Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas (rio Grande) e Três Marias (rio São Francisco) também estão classificadas em condição de seca hidrológica severa. Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) encontra-se numa condição de seca hidrológica severa, ao passo que, as bacias afluentes às estações de monitoramento de Ladário e Porto Murtinho apresentam situação muito crítica, caracterizada por seca excepcional. Na bacia do rio Paraná, entre as regiões Sudeste e Sul do país, a seca hidrológica varia de moderada à excepcional. A sub-bacia afluente à UHE Nova Ponte, por exemplo, está classificada em seca moderada, ao passo que nas sub-bacias afluentes às UHEs Itaipu, Jurumirim e Porto Primavera nota-se uma condição muito mais crítica, caracterizada por seca excepcional. Nas sub-bacias afluentes às UHEs Capivara, Emborcação, Itumbiara, Marimbondo e Rosana a seca hidrológica registrada, em junho, corresponde a intensidade extrema. Mais ao Sul do país, nas bacias afluentes às UHEs Segredo, Barra Grande, Passo Real, Foz do Chapecó e Salto Santiago, o índice TSI indica, para o mês de junho, uma condição de normalidade em relação à seca hidrológica. Na região Norte uma situação bastante crítica pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional. Ainda na bacia Amazônica, na sub-bacia afluente à UHE Belo Monte (rio Xingú) observa-se, atualmente, uma condição de seca hidrológica extrema. Entre as regiões Centro-Oeste e Norte do país, a bacia afluente à UHE Tucuruí (rio Tocantins) está classificada em seca hidrológica extrema. Por fim, localizado entre as regiões Sudeste e Nordeste do país, a bacia afluente à UHE Sobradinho (rio São Francisco) apresenta condição de seca hidrológica de intensidade moderada.
E. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL
Atualmente o Oceano Pacifico se encontra em fase de neutralidade. O Oceanic Niño Index (ONI) registrado foi de +0.4C, na média do trimestre AMJ. De acordo com o Climate Prediction Center (CPC-NOAA) há 65% de chance para que a La Niña se configure no trimestre julho-agosto-setembro/2024 (JAS/2024). Na porção oeste do Pacífico Equatorial as águas superficiais ainda permanecem ligeiramente aquecidas enquanto que no leste estão resfriando-se. As anomalias registradas durante a última semana são +0,4, +0,3, -0,1 e 0,0, respectivamente nos setores Niño 4 (oeste), Niño 3.4, Niño 3 e Niño 1+2 (leste). As principais previsões de vários modelos meteorológicos, desenvolvidas por diversos Centros de Meteorologia em todo o mundo (International Research Institute (IRI-EUA), Centro Europeu (ECMWF) e C3S) concordam em indicar condições para chuvas abaixo da média em virtualmente todo o Brasil, no trimestre julho-agosto-setembro/2024 (JAS/2024). Diferentemente, nos setores leste da região Nordeste e região Sul há chances para chuvas dentro da média. As previsões subsazonais indicam que julho deve ser um mês com volumes pluviométricos abaixo da média em toda a região central do Brasil. Enfatiza-se que até outubro/2024 a estação seca climatológica predomina na região de monção da América do Sul.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
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