MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – DEZEMBRO/2023

A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3 e 6): DEZEMBRO/2023 (Média municipal) 

IIS

O IIS-3 é indicado para avaliação dos impactos da seca na agricultura, especialmente para culturas de ciclo curto (até 90 dias). O IIS-6, por sua vez, representa as condições de seca considerando os últimos 6 meses, portanto, indica a condição de déficit hídrico de médio prazo.

O Índice Integrado de Seca (IIS3 e 6) referente ao mês de dezembro mostra condições de seca severa e extrema em grande parte dos estados de Rondônia, Tocantins e Goiás e, no norte do Mato Grosso. É importante destacar que 839 municípios do Brasil estão classificados com seca severa e 43 com seca extrema.

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 B. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA

Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: DEZEMBRO/2023

Impactos

Com relação à avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), de acordo com o índice VHI, 1.987 municípios apresentaram pelo menos 40% das suas áreas de uso impactadas no mês de dezembro, um aumento de 370 municípios em relação ao mês de novembro. 

C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS

TSI

Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, referente ao mês de dezembro de 2023, na região Centro-Oeste, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa, no rio Tocantins, encontra-se numa condição de seca excepcional em relação à seca hidrológica, segundo o Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI). Contudo, na bacia do rio Madeira, até a UHE Santo Antônio,  o TSI indica uma seca severa (TSI = -1.60).

D. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL PARA O BRASIL

O episódio atual do El Niño iniciou-se em junho de 2023 e mantém-se ativo (Janeiro/2024), provavelmente já em seu ápice. Este episódio deve se estender ainda até maio/2024. O El Niño tem potencial para intensificar eventos extremos de tempo e clima (ondas de calor, chuvas intensas e secas). Durante as últimas 4 semanas, as anomalias das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) têm se mantido estáveis nas regiões do Pacífico Central e Oeste (Niño 4), próximas à linha de Data Internacional (180W), e enfraquecido no Pacífico Leste, próximo à costa do Peru e Equador. As anomalias registradas durante a última semana são +1,0, +2,0, +1,9 e +1,4, respectivamente nos setores Niño 1+2 (mais a leste), Niño 3, Niño 3.4 e Niño 4 (mais a oeste). De acordo com Oceanic Niño Index (ONI; Huang et al. 2017), que é a média de 3 meses da anomalia de TSM na região do Niño 3.4 (5N-5S, 120-170W) durante o trimestre Outubro-Novembro-Dezembro o El Niño atual apresentou um ONI de +1,9, situando-o na sexta posição, em um ranking de episódios registrados desde 1950. Nesta mesma época do ano (Outubro-Novembro-Dezembro), o episódio mais intenso registrado foi o de 2015, considerado por muitos como um super El Niño. Neste mesmo período de sua evolução o El Niño de 2015 registrava um ONI de +2,6, o que é significativamente superior aos patamares atuais. Os dois episódios mais intensos do século 20 que foram os de 1982/83 e 1997/98 registraram, durante OND, ONI de +2,2 e +2,4, respectivamente. As principais previsões de vários modelos meteorológicos, desenvolvidas por diversos Centros de Meteorologia em todo o mundo (International Research Institute (IRI-EUA), do Centro Europeu (ECMWF), CPTEC/INPE e C3S) indicam chuvas abaixo da média no setor oeste-noroeste da Amazônia, durante o trimestre JFM/2024. Na região Sul há indícios de que o trimestre volte a acumular chuva acima da média, principalmente no sul do RS. As previsões subsazonais indicam chances para chuva acima da média no último decêndio de janeiro/2024.

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