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MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – DEZEMBRO/2021
Sumário
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de dezembro, quando comparado ao do mês de novembro, aponta a intensificação da seca nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e todos os estados da Região Sul.
De acordo com a avaliação dos impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens (agroprodutivas), 1.681 municípios apresentaram pelo menos 40% de suas áreas de uso impactadas no mês de dezembro. Os estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul foram os que tiveram os maiores números de municípios com 40% ou mais de áreas agroprodutivas afetadas. Neste mês, Paraná e Rio Grande do Sul se destacaram como os estados que tiveram mais municípios com impacto da seca superior a 80% da área agroprodutiva.
Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, na Região Sul destacam-se as usinas hidrelétricas (UHE) Itaipu, Segredo, Passo Real e Barra Grande com vazões abaixo da média histórica: 62%, 26%, 28% e 19%, respectivamente. Na Região Centro-Oeste, a vazão natural da UHE Serra da Mesa foi 49% acima da média, e o nível de armazenamento do reservatório foi de 32% no final de dezembro. Na Região Sudeste, a UHE Furnas registrou no mês de dezembro vazão 23% abaixo da média histórica do mês, e o armazenamento no reservatório encerrou o mês com 29% do volume útil. Ainda no Sudeste do país, a vazão natural da UHE Três Marias foi 15% acima da média histórica e o reservatório finalizou novembro com 53% do volume útil. Adicionalmente, no Sistema Cantareira, principal sistema hídrico de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, a vazão afluente foi 48% da média, e o armazenamento em torno de 25% do volume útil, situação pior que no mesmo período pré-crise (27% no final de dezembro de 2013).
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS) PARA O BRASIL: DEZEMBRO/2021
Índice Integrado de Seca (IIS) referente ao mês de dezembro de 2021 nas escalas: 3 meses (IIS-3, esquerda) e 6 meses (IIS-6, direita).
Saiba mais sobre o IIS
O Índice Integrado de Seca (IIS) consiste na combinação do Índice de Precipitação Padronizada (SPI), a Água Disponível no Solo (ADS) juntamente com o Índice de Suprimento de Água para a Vegetação (VSWI) ou com o Índice de Saúde da Vegetação (VHI), ambos estimados por sensoriamento remoto. O SPI é um índice amplamente utilizado para detectar a seca meteorológica em diversas escalas e pode ser interpretado como o número de desvios padrões nos quais a observação se afasta da média climatológica. O índice negativo representa condições de déficit hídrico, nas quais a precipitação é inferior à média climatológica. O índice positivo representa condições de excesso hídrico, que indicam precipitação superior à média histórica.
Para integrar o IIS, o SPI é calculado a partir de dados observacionais de precipitação disponíveis no CEMADEN, no Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e Centros Estaduais de Meteorologia. O SPI é calculado com base na formulação proposta por Mckee et al. (1993) e considerando as escalas de 3, 6 e 12 meses, obtendo como produto final SPI na resolução espacial de 5km. O IIS possui as seguintes classes: condição normal (6), seca fraca (5), seca moderada (4), seca severa (3), seca extrema (2) e seca excepcional (1).
B. VARIAÇÃO MENSAL DO IIS: dezembro em relação a novembro
C. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Mapa de Índice da Saúde da Vegetação (VHI) para o Brasil referente ao mês de dezembro e gráfico das áreas impactadas pela seca por região (áreas com VHI < 30)
Saiba mais sobre o Índice de Saúde da Vegetação (VHI)
O Índice de Saúde da Vegetação (VHI) da NOAA/NESDIS é calculado a partir de dados do Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI, sigla em inglês) e temperatura de brilho, devidamente calibrados e filtrados, resultando da composição de dois subíndices, o VCI (
Vegetation Condition Index
) e o TCI (
Temperature Condition Index
). O NDVI e a temperatura de brilho apresentam dois sinais ambientais distintos, o de resposta lenta do estado da vegetação (clima, solo, tipo de vegetação) e o de resposta mais rápida relacionado com a alteração das condições atmosféricas (precipitação, temperatura, vento, umidade). Este índice permite identificar o início/fim, área afetada, intensidade e duração da seca e sua relação com os eventuais impactos.
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: Dezembro/2021
D. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: RECURSOS HÍDRICOS
O IIS-6 para a área da bacia afluente ao reservatório da UHE Serra da Mesa (Centro-Oeste) apresenta uma situação de normalidade a seca fraca (figura abaixo). Para as bacias das UHEs Três Marias, Furnas e para o Sistema Cantareira (Sudeste), o IIS-6 indica seca variando de uma condição de normalidade a seca moderada. Para a bacia do rio Paraná, afluente à UHE Itaipu, o IIS-6 indica uma situação pior na condição de seca em relação ao mês anterior, predominando condições de seca fraca a extrema. Para as sub-bacias localizadas na bacia do rio Paraná (as UHEs Emborcação, Itumbiara, Marimbondo, Jurumirim, Nova Ponte e Capivara), o IIS-6 apresenta uma condição de seca variando da condição de normalidade a seca extrema. Nas bacias localizadas na Região Sul do país, incluindo as UHE Segredo, Barra Grande e Passo Real, pode ser observada seca moderada a extrema, indicando uma situação pior na condição de seca em relação ao mês anterior .
Em dezembro de 2021, a vazão afluente no Sistema Cantareira, principal sistema hídrico que abastece a Região Metropolitana de São Paulo, foi 48% da média histórica do mês e os reservatórios fecharam o mês com 25% do volume útil (faixa de operação “Restrição”), representando uma diminuição de aproximadamente 1% em relação ao final do mês anterior. Para o reservatório da UHE Três Marias, a vazão natural representou 115% da média histórica do mês e o reservatório operou, em 31 de dezembro de 2021, com 53% de seu volume útil (faixa de operação “Atenção”), apresentando um aumento de 17% em relação ao final do mês anterior. A vazão natural do reservatório da UHE Furnas representou 77% da média do mês, e o armazenamento no reservatório, em 31 de dezembro, foi 29% do volume útil, representando um aumento de 8% em relação ao final do mês anterior. No reservatório da UHE Serra da Mesa a vazão natural representou 149% da média do mês de dezembro. O reservatório operou com 32% de seu volume útil, representando um aumento de 9% em relação ao mês anterior .
Para a Região Sul do país, na bacia hidrográfica da UHE Itaipu, localizada no Rio Paraná - Santa Catarina, uma das maiores hidrelétricas do mundo, a vazão foi 62% da média histórica para o mês de dezembro. Na bacia de drenagem da UHE Segredo (Gov. Ney Aminthas de Barros Braga), localizada no Rio Iguaçu, a vazão representou 26% da média do mês de dezembro, e o nível de armazenamento no reservatório atingiu 32%, o que representa um aumento de 1% em relação ao mês anterior. Na bacia afluente à UHE Barra Grande (no rio Uruguai, entre os estados de RS e SC) a vazão representou 28% da média. O nível de armazenamento do reservatório atingiu 42% no final de dezembro, representando um decréscimo de 14% em relação ao valor no final de novembro. Para a bacia de drenagem da UHE Passo Real, localizada no Rio Jacuí - Rio Grande do Sul, a vazão afluente registrada foi 19% da média, e o armazenamento no reservatório foi 43% do seu volume útil, representando uma diminuição de 5% em relação ao nível do mês anterior .
REGISTRO DE IMPACTOS
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Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link:
REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS
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Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br