Notícias
MONITORAMENTO DE SECAS E IMPACTOS NO BRASIL – SETEMBRO/2024
Monitoramento de Seca
A. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): SETEMBRO/2024 (Média municipal)
O Índice Integrado de Seca (IIS3) para o mês de setembro de 2024 indica aumento no número total de municípios com condição de seca extrema em relação ao mês de agosto (de 201 para 216). De acordo com a última atualização, 216 municípios continuam em condição de seca extrema, com destaque para São Paulo (72 municípios), Minas Gerais (54 ), Goiás (9), Amazonas (8), Mato Grosso do Sul (8) e Mato Grosso (17). A Tabela abaixo sumariza os totais de municípios e regiões em condição de secas severa e extrema. Apesar do menor número de municípios em relação às demais regiões, a Região Norte lidera em termos de área afetada.
De acordo com o monitoramento do CEMADEN, diversos municípios nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste já enfrentam a seca há mais de um ano, com destaque para:
Amazonas: Barcelos (16 meses), Santa Isabel do Rio Negro (16 meses), Codajás (15 meses), Maraã (15 meses), Guajará (14 meses), Fonte Boa (15 meses), Uarini (15 meses), Ipixuna (14 meses).
Outros estados: Rorainópolis - RR (14 meses), Eldorado do Carajás - PA (16 meses), Capixaba - AC (14 meses), Plácido de Castro - AC (14 meses), Castanheira - MT (12 meses), Rondolândia - MT (12 meses), Cabixi - RO (13 meses), Corumbiara - MT (13 meses), Chupinguaia - MT (13 meses), Mâncio Lima - AC (13 meses), Porto Walter - AC (14 meses), Rodrigues Alves - AC (14 meses), Capim Branco - MG (12 meses), Ipiaçu - MG (12 meses), Apiacás - MT (12 meses), Colniza - MT (12 meses).
B. ÍNDICE INTEGRADO DE SECA (IIS3): PREVISÃO PARA OUTUBRO/2024 (Média municipal)
A projeção do Índice Integrado de Seca (IIS) para outubro de 2024 alerta para o agravamento da seca em diversas regiões do Brasil. Destaque para a expansão dos municípios com condição de seca extrema, sendo estes localizados no Amazonas (11 municípios), Mato Grosso (50 municípios), Mato Grosso do Sul (11 municípios) e Goiás (20 municípios).
C. MONITORAMENTO DA SECA EM ÁREAS ÍNDIGENAS: SETEMBRO DE 2024
De acordo com os dados do IIS para o mês de agosto, 52 terras indígenas estão classificadas com condição de seca extrema (aumento em relação ao mês de agosto) e outras 142, com seca severa (aumento em relação ao mês de agosto), sendo a maior parte dessas localizadas nas regiões Norte e Centro-Oeste.
D. MONITORAMENTO DOS IMPACTOS DA SECA: VEGETAÇÃO E AGRICULTURA
Estimativa das Áreas Agroprodutivas Afetadas por Município: SETEMBRO/2024
No mês de agosto, 980 municípios apresentaram pelo menos 80% de suas áreas agroprodutivas potencialmente impactadas pela seca. A situação é especialmente crítica para as pastagens, que podem apresentar baixa qualidade devido à intensidade e duração da seca, podendo afetar a pecuária nessas regiões.
E. DIAS CONSECUTIVOS SEM CHUVA (Atualização em 01 de outubro de 2024)
De acordo com o mapa de dias consecutivos sem chuva, atualizado em 01 de outubro de 2024, mais de quinhentos municípios brasileiros já enfrentam um período crítico prolongado, com mais de 150 dias sem precipitação. A região mais afetada por essa condição concentra-se entre entre o Mato Grosso e Minas Gerais.
F. MONITORAMENTO DA SECA HIDROLÓGICA – Reservatórios para abastecimento público de água e para geração de energia hidrelétrica (UHE)
Com relação aos impactos da seca nos recursos hídricos, referente ao mês de setembro de 2024, destaca-se no setor de abastecimento, o Cantareira, principal sistema de fornecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo. O Sistema Cantareira, está, atualmente, classificado em seca hidrológica de intensidade excepcional, de acordo com o Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI). Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas (rio Grande) e Três Marias (rio São Francisco) estão classificadas em condição de seca hidrológica severa e extrema, respectivamente. Adicionalmente, na bacia do rio Paraíba do Sul, a condição de seca hidrológica varia de extrema a excepcional. Já na região do Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais (rio Jequitinhonha), as bacias afluentes às UHEs Irapé e Itapebi apresentaram, em setembro, condição de seca hidrológica excepcional. Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) encontra-se numa condição de seca hidrológica severa, ao passo que, as bacias afluentes às estações fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho apresentam situação muito crítica, caracterizada por seca excepcional. Na bacia do rio Paraná, entre as regiões Sudeste e Sul do país, a seca hidrológica varia de severa à excepcional. Nas bacias no Sul do país, afluentes às UHEs Segredo, Barra Grande, Passo Real e Foz do Chapecó, o índice TSI indica, para o mês de setembro, uma condição de normalidade em relação à seca hidrológica. Em contrapartida, a bacia afluente a UHE Salto Santiago, também no Sul, apresenta condição de seca caracterizada por uma intensidade fraca. Na região Norte uma situação bastante crítica pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional. Ainda na bacia Amazônica, na sub-bacia afluente à UHE Belo Monte (rio Xingú) observa-se, atualmente, uma condição de seca hidrológica extrema. Entre as regiões Centro-Oeste e Norte do país, as bacias afluentes à UHE Tucuruí, situadas nos rios Araguaia e Tocantins, enfrentam uma seca hidrológica que varia de severa a excepcional. Por fim, localizado entre as regiões Sudeste e Nordeste do país, a bacia afluente à UHE Sobradinho (rio São Francisco) apresenta condição de seca hidrológica de intensidade severa.
G. PREVISÃO SAZONAL E SUB-SAZONAL
Atualmente o Oceano Pacifico se encontra em fase de neutralidade. Embora as Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial tenham apresentado anomalias negativas nas últimas semanas, ainda não há um acoplamento sustentado entre o oceano e a atmosfera. De acordo com o Climate Prediction Center (CPC-NOAA) há 71% de chance para que a La Niña se configure até novembro/2024. Entretanto, as previsões carregam uma incerteza em relação à magnitude deste evento e a sua duração. No momento, a previsão é de uma La Niña fraca com término previsto até a primavera de 2025 (MAM). As principais previsões para o trimestre outubro-novembro-dezembro/2024 (International Research Institute (IRI-EUA), Centro Europeu (ECMWF), C3S e CPTEC/INPE) concordam em indicar condições para chuvas abaixo da média nas regiões Nordeste e no leste da região Norte do Brasil. No Brasil-Central (regiões Centro-Oeste e Sudeste) as previsões apontam para acumulados dentro da média. Durante o trimestre outubro-novembro-dezembro/2024 (OND/2024) se dá o início e amadurecimento da estação chuvosa nesta região. No oeste da região Norte as previsões apontam para chuvas acima da média. Na Região Sul, o panorama para o trimestre OND/2024 é de acumulados de chuva dentro da média. As previsões subsazonais indicam chances para um período chuvoso nas regiões Centro-Oeste e Sudeste durante o segundo decêndio de outubro (aproximadamente no período de 11 a 20).
CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DO BOLETIM EM PDF
REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br