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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 12/06/2024 ANO 07 Nº 67
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de maio, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre junho, julho e agosto (JJA) de 2024.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de maio de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 273 alertas, sendo 135 de origem hidrológica e 138 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 10 de junho de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios na porção norte da região Norte, porção leste da região Nordeste, porção sudeste da região Sudeste e em grande parte da região Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica. Em grande parte das regiões Norte e Centro-Oeste e parte da região Sudeste do Brasil apresentam níveis abaixo ou muito abaixo da climatologia e, rios dentro da média climatológica nas demais áreas do Brasil.
A previsão sazonal para o trimestre JJA do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média nos rios localizados nos estados de Roraima e do Amapá, porção leste da região Nordeste e em alguns rios localizados no estado do Rio Grande do Sul. Em grande parte da região Norte, em toda a região Centro-Oestre, na porção oeste da região Norte e em grande parte da região Sudeste a previsão indica probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica e probabilidade de vazões dentro da média climatológica para o período nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3) referente ao mês de maio indica municípios com condições de seca severa distribuídos principalmente nos estados das regiões Norte, Centro-Oeste e no interior de São Paulo. De acordo com o índice, 12 municípios do interior de São Paulo estão classificados como seca extrema, 227 municípios distribuídos entre as regiões Centro-Oeste e Norte estão classificados com condições de seca severa (4 no Amazonas, 5 no Pará, 7 no Amapá, 8 em Tocantins, 6 em Minas Gerais, 163 em São Paulo, 9 no Paraná, 3 no Mato Grosso do Sul, 3 no Mato Grosso e 2 em Goiás).
O IIS-3 previsto para junho de 2024 indica um agravamento da situação de seca, com aumento no número de municípios caracterizados com seca extrema e severa em diferentes regiões do Brasil. No interior de São Paulo, a seca extrema deve se intensificar, passando de 12 para 22 municípios potencialmente afetados. A região entre o sudeste de Goiás, centro-norte de São Paulo e sudoeste de Minas Gerais, parte da Bacia do Rio Paraná, também poderá apresentar um aumento no número de municípios classificados com seca severa. A Bacia do Rio Paraná, por sua vez, já apresentou condições de seca hidrológica que variaram de moderada a excepcional em algumas áreas no último mês de maio, o que coloca a região em estado de alerta para os próximos meses.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de maio, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI), permite a caracterização das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água (Figura 3).
Na Região Sudeste, o TSI indica que o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, atualmente, está classificado em seca hidrológica de intensidade severa, situação estável quando comparado ao mês anterior. Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas e Três Marias, encerraram o mês de maio em uma condição de seca hidrológica moderada e severa, respectivamente, condição similar à do mês anterior. Ressalta-se que nos últimos 6 meses a situação em ambas as bacias a vêm piorando em termos de seca hidrológica, com uma clara tendência negativa do TSI. Ainda no Sudeste, na região do Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais (rio Jequitinhonha), as bacias afluentes às UHEs Irapé e Itapebi apresentaram condição de normalidade, situação similar à do mês anterior.
Na bacia hidrográfica do rio Paraná, localizada entre as regiões Sudeste e Sul do país, as sub-bacias afluentes às UHEs Jurumirim, Marimbondo e Rosana apresentaram uma intensificação da seca hidrológica de extrema para excepcional, de severa para extrema e de moderada para severa, respectivamente. Em contrapartida, na sub-bacia afluente à UHE Emborcação, foi registrado uma desintensificação da seca hidrológica, de excepcional para extrema. Já as sub-bacias afluentes às UHEs Capivara, Itaipu, Itumbiara, Nova Ponte e Porto Primavera mantiveram-se estáveis com relação ao mês anterior, em condição de seca hidrológica severa, extrema, extrema, moderada e excepcional, respectivamente.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins), apresentou estabilidade em relação a condição de seca hidrológica, caracterizada por intensidade severa. Ainda no Centro-Oeste, as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, continuam em condição de seca hidrológica excepcional. Ressalta-se que, a Agência Nacional de Águas (ANA) declarou, no dia 14 de maio de 2024, situação crítica de escassez quantitativa dos recursos hídricos na região hidrográfica do Paraguai, que terá vigência até 31 de outubro de 2024, podendo ser prorrogada caso a situação de escassez persista.
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
A previsão de vazão para o trimestre JJA de 2024, de acordo com Global Flood Awareness System (GloFas) aponta, a partir de junho de 2024, para um período de vazante nos principais rios que da bacia Amazônica, incluindo os rios Negro e Madeira ao oeste da bacia, rio Solimões na porção central e rios Amazonas e Tapajós ao leste (Figura 4). De acordo com as previsões, as vazões (linha preta continua) deverão se manter abaixo da média climatológica (linha pontilhada preta) na região norte.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Larissa Silva, Lidiane Costa,Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.