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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 16/04/2024 ANO 07 Nº 65
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de março, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre abril, maio e junho (AMJ) de 2024.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de março de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 484 alertas, sendo 268 de origem hidrológica e 216 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 16 de abril de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios na porção leste das regiões Norte, em grande parte da região Nordeste e Sudeste e Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica. Em grande parte da região Norte e na porção oeste da região Centro-Oeste e parte da região Sudeste do Brasil apresentam níveis abaixo ou muito abaixo da climatologia e, rios dentro da média climatológica nas demais áreas do Brasil.
A previsão sazonal para o trimestre AMJ do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média nos principais rios localizados na porção leste da região Nordeste, porção nordeste da região sudeste e porção central do estado do Amazonas. Na porção oeste das regiões Norte, Nordeste e grande parte da região Sul do Brasil, a previsão indica probabilidade de vazões dentro da média climatológica e probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica para o período nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3) referente ao mês de março indica municípios com condições de seca severa principalmente no Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Tocantis, Mato Grosso do Sul e no Paraná. Municípios com condição de seca extrema estão concentrados no sul de Goiás e em parte de São Paulo. De acordo com o índice, 538 municípios do Brasil estão classificados com seca severa e 54 com seca extrema (52 em SP e 2 em GO).
O Índice Integrado de Seca (IIS3) previsto para o mês de abril indica que a situação de seca pode ser amenizada em partes das regiões Centro-Oeste, Sudeste e no norte do Paraná, o que pode ocorrer em função das chuvas previstas dentro do esperado ou acima do normal para estas regiões no mês de abril. De acordo com o índice, 99 municípios do Brasil poderão ser classificados com seca severa.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de março, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
A partir do Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI), uma caracterização da seca nas principais bacias hidrográficas do país pode ser visualizada na Figura 3. De modo geral, a escala temporal padrão utilizada nas análises corresponde a 12 meses, exceto para algumas bacias cuja extensão é muito pequena comparativamente às demais. Nestas bacias menores, que possuem uma resposta hidrológica rápida aos eventos de precipitação, convencionou-se o uso da escala temporal correspondente a 6 meses. Ressalta-se que, o foco do monitoramento da seca hidrológica é para as bacias afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água.
Na Região Sudeste, o TSI indica que o Sistema Cantareira - responsável pelo abastecimento de grande parte da região metropolitana de São Paulo - atualmente, está classificado em seca hidrológica fraca. Ainda no Sudeste, na região do Vale do Jequitinhonha, no estado de Minas Gerais (rio Jequitinhonha), as bacias afluentes às UHEs Irapé e Itapebi apresentaram, em março, condição de normalidade.
Entre as regiões Sudeste e Sul do país está localizada a bacia do rio Paraná, que representa a maior capacidade instalada de geração de energia hidrelétrica do Brasil - 41,6 mil MW, com área total de, aproximadamente, 880 mil km2 (10% do território nacional). Nas sub-bacias afluentes às UHEs Jurumirim, Capivara e Rosana, que compõem a bacia do rio Paraná, foi registrada, em março, intensificação da seca hidrológica.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa, que atualmente está classificada em seca hidrológica moderada. Na região Norte uma situação bastante crítica pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional. Ainda na bacia Amazônica, na sub-bacia afluente à UHE Belo Monte também ocorreu intensificação da seca no mês de março, comparativamente a fevereiro.
Na região Sul do país, em contrapartida, as bacias afluentes às UHEs Segredo, Barra Grande, Passo Real, Foz do Chapecó, Porto Capanema e Salto Santiago se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, em uma condição de normalidade em relação a seca hidrológica.
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
A previsão de vazão estendida até junho de 2024, de acordo com Global Flood Awareness System (GloFas) aponta, a partir de maio de 2024, para um período de vazante nos principais rios que compõem a hidrografia da bacia Amazônica, incluindo os rios Negro e Madeira ao oeste da bacia, rio Solimões na porção central e rios Amazonas e Tapajós ao leste (Figura 4).
À exceção dos rios Negro e Solimões, as vazões deverão se manter abaixo da média climatológica (linha pontilhada preta) na região norte. Ressalta-se que, o rio Solimões, devido seu grande volume hídrico, regula o nível do rio Negro próximo a cidade de Manaus, por efeito de barramento hidráulico.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fernando Silva, Jerusa Peixoto, Larissa Silva, Lidiane Costa, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.