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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 15/10/2024 ANO 07 Nº 71
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de setembro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre outubro, novembro e dezembro (OND) de 2024.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de setembro de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 15 alertas, sendo 10 de origem hidrológica e 5 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 14 de outubro de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios na porção norte da região Norte, entre os estados de Roraima e Amapá, porção sudeste da região Sudeste e grande parte da região Sul do Brasil encontram-se com níveis na média ou pouco acima da média climatológica e rios com níveis abaixo ou muito abaixo da climatologia nas demais áreas do Brasil.
A previsão sazonal para o trimestre OND do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média em alguns rios menores localizados nos estados do Amapá e da Bahia, nas regiões Norte e Nordeste, respectivamente. Na porção leste da região Nordeste a grande parte da região Sul, exceto na porção norte do estado do Panará, vazões dentro da média climatológica para o período e probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3) de setembro de 2024 indica aumento no número total de municípios com seca extrema em relação a agosto. A situação permanece crítica, principalmente no oeste do Amazonas e Acre, leste de Rondônia, oeste do Mato Grosso, e, na divisa dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. Dos 216 municípios com condição de seca extrema, 72 estão localizados em São Paulo, 54 em Minas Gerais, 17 no Mato Grosso, 16 no Rio de Janeiro, 14 em Rondônia, 11 no Espírito Santo, 9 em Goiás, 8 no Amazonas, 6 em Sergipe, 5 no Acre e 4 no Mato Grosso do Sul.
De acordo com a previsão de IIS-3 para o mês de outubro, nota-se que se mantêm as condições de seca extrema nos estados das regiões Norte, Centro Oeste e Sudeste. As condições de seca extrema são observadas no Estado de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Pará, Rondônia e na divisa do Amazonas com o Acre. De acordo com a previsão, 293 municípios estão classificados com seca extrema, 1177 com seca severa, 1490 com seca moderada e 1434 com seca fraca.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de setembro, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI), permite a caracterização e previsão das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água (Figura 3).
Na Região Sudeste, o TSI indica que o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, está atualmente classificado em seca hidrológica de intensidade excepcional, o que caracteriza uma intensificação da seca quando comparado ao mês anterior (severa). Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas e Três Marias encerraram o mês de setembro em uma condição de seca hidrológica severa e extrema, respectivamente.
Entre as regiões Sudeste e Sul do país, as sub-bacias que compõem a bacia hidrográfica do rio Paraná, apresentaram, no mês de setembro, uma estabilidade da seca hidrológica com relação ao mês anterior. A sub-bacia afluente à UHE Nova Ponte está classificada em uma condição de seca hidrológica de intensidade severa. Já as sub-bacias afluentes às UHEs Rosana, Capivara, Emborcação e Itumbiara e Marimbondo estão em condição de seca extrema, ao passo que Jurumirim, Porto Primavera e Itaipu apresentam condição de seca excepcional.
Na região Sul do país, as bacias afluentes às UHEs Segredo, Barra Grande, Passo Real e Foz do Chapecó se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, em uma condição de normalidade em relação a seca hidrológica. Por outro lado, na bacia afluente a UHE Salto Santiago, também no Sul, foi registrado uma condição de seca a partir do mês de agosto, e atualmente está classificada em intensidade fraca.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins), apresentou estabilidade da condição de seca hidrológica, caracterizada por intensidade severa. Ainda no Centro-Oeste, as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, continuam em condição de seca hidrológica excepcional. O nível médio do rio Paraguai nas estações de Ladário e Porto Murtinho correspondem a apenas 11% e 17% da média histórica, respectivamente.
A região Norte do país também enfrenta uma condição crítica de seca, o que tem impactado severamente os níveis dos rios. Uma situação alarmante pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional, condição idêntica ao mês passado. A sub-bacia afluente à UHE Belo Monte (rio Xingú) também apresentou estabilidade da seca hidrológica comparativamente ao mês anterior, caracterizada por intensidade extrema. A bacia afluente à UHE Tucuruí (rio Tocantins) se encontra, atualmente, em condição de seca hidrológica extrema, assim como no mês anterior.
Na região Nordeste, a bacia afluente à UHE Sobradinho (rio São Francisco), atualmente classificada em seca extrema, exibiu uma intensificação da seca quando comparado ao mês anterior (moderada).
De acordo com as previsões do TSI para o mês de outubro (Figura 3), a seca deverá persistir em grande parte do país durante o mês de outubro (à exceção do Sistema Cantareira e bacia afluente a UHE Irapé), podendo apresentar uma intensificação nas bacias do rio Doce, rio Paraíba do Sul, rio Paraná e tributários, rio São Francisco, rio Tocantins e rio Xingú. Além disso, as previsões também indicam que, no Sul do país, as bacias afluentes do rio Iguaçu (Segredo e Baixo Iguaçu), após 12 meses em condição de normalidade, devem retornar, em outubro, a uma condição de seca, variando entre fraca e severa. Ainda no rio Iguaçu, na bacia afluente a UHE Salto Santiago, as previsões também apontam intensificação da seca em outro.
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
A previsão de vazão para o trimestre OND de 2024, de acordo com Global Flood Awareness System (GloFas) aponta para o início da subida das vazões nos principais rios que da bacia Amazônica, incluindo os rios Negro e Madeira ao oeste da bacia, rio Solimões na porção central e rios Amazonas e Tapajós ao leste (Figura 4). De acordo com as previsões, as vazões (linha preta continua) deverão se manter abaixo da média climatológica (linha pontilhada preta) na região norte para os próximos três meses.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Larissa Silva, Lidiane Costa,Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.