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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 15/06/2023 ANO 06 Nº 55
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil , elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres naturais de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de maio de 2023 , e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre junho, julho, agosto (JJA) de 2023.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de maio de 2023, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 86 alertas, com 27 ocorrências registradas em municípios monitorados, sendo 13 de origem hidrológica e 14 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação atual dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, é apresentada na Figura 1a . Observa-se que os rios na porção oeste das regiões Norte e Centro-oeste, na porção leste das regiões Nordeste e Sudeste e na porção norte da região Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica.
Figura 1 – Situação dos níveis dos rios no Brasil em 12 de junho em relação à climatologia da estação hidrológica de medição (a) e previsão sazonal de vazão de junho a agosto de 2023 – JJA, (b).
A previsão sazonal para o trimestre JJA do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média nos rios localizados na porção oeste da região Norte e em alguns tributários do Rio São Francisco.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de maio indica a permanência de condição de seca severa e extrema em 302 municípios localizados no Rio Grande do Sul. Na escala de curto prazo (IIS-3), observa-se a intensificação da seca no norte de Minas Gerais, no sul da Bahia e no interior do Tocantins. Em MG, 123 municípios foram classificados com categorias de secas severa e extrema, um aumento de 79% em relação ao mês anterior.
Figura 2 - Índice Integrado de Seca (IIS-6) para o Brasil, observado no mês de maio (a) e projeções para o mês de junho de 2023, considerando um cenário de chuvas 40% abaixo (b) e 40% acima da climatologia (c).
Os cenários de IIS para o mês de junho (Figuras 2b e 2c), considerando cenários de chuvas 40% abaixo e 40% acima da média, indicam permanência de seca severa e extrema em municípios localizados no Rio Grande do Sul. Os cenários também indicam condição de seca modera e severa em municípios localizados nos estados de Goiás, Tocantins, leste do Pará e norte de Minas Gerais.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de maio, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
De acordo com Índice Padronizado de Precipitação (SPI), na escala temporal de 12 meses (Figura 3) ocorreu intensificação da seca hidrológica, no mês de maio, comparativamente ao mês anterior, principalmente em parte da região Sul do país. Nas bacias afluentes às UHE’s Passo Real (RS), Barra Grande (entre os Estados do RS e SC) e Segredo (entre os Estados de SC e PR), a intensificação da seca ocorreu entre as classes de seca variando entre extrema a excepcional, fraca a extrema e fraca a moderada, respectivamente. Destaque para a bacia afluente à UHE Passo Real, em uma situação bastante crítica, que atualmente está com 47% de sua área total classificada em seca excepcional.
Na bacia do rio Paraná, a situação mais crítica se encontra na região de cabeceira, nas sub-bacias afluentes às UHEs Emborcação e Itumbiara, por exemplo, com apenas 17% e 32% do total da área classificadas em uma condição de normalidade, respectivamente. Intensificação da seca hidrológica também se observa nas sub-bacias afluentes às UHEs Capivara e Jurumirim, nas classes fraca e moderada.
Na região Sudeste, o Sistema Cantareira também registrou intensificação da seca em relação ao mês anterior, nas classes variando de seca fraca a extrema. Atualmente essa região possui cerca de 60% do total da sua área classificada em condição de normalidade em relação a seca hidrológica, de acordo com o SPI-12.
Figura 3 – Indice Padronizado de Precipitação (SPI) - na escala temporal de 12 meses - para os meses de abril de 2023 (esquerda) e maio de 2023 (direita). As delimitações coloridas representam as principais bacias monitoradas ao longo do país; e as tabelas inferiores contém um resumo das frações de área de cada bacia referente às diferentes classes de seca (variando de excepcional a seca fraca) e à condição dentro da normalidade.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o
Boletim de Impactos
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disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1.
Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden (
hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br
).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta do Cemaden: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fernando Silva, Jerusa Peixoto, Larissa Silva, Lidiane Costa, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz, Vinicius Sperling.