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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 15/05/2023 ANO 06 Nº 54
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil , elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres naturais de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de abril de 2023 , e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre maio, junho, julho (MJJ) de 2023.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de abril de 2023, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 265 alertas, com 37 ocorrências registradas em municípios monitorados, sendo 24 de origem hidrológica e 13 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação atual dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, é apresentada na Figura 1a . Observa-se que os rios na porção oeste das regiões Norte e Centro-oeste, na porção leste da região Nordeste, na porção leste e sul da região Sudeste e na região Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica.
Figura 1 – Situação dos níveis dos rios no Brasil em 10 de abril em relação a climatologia da estação hidrológica de medição (a) e previsão sazonal de vazão de abril a junho de 2023 – AMJ, (b).
A previsão sazonal para o trimestre MJJ do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b , indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média nos rios localizados nas porção sul da região Norte e oeste da Região Centro-Oeste e em alguns tributários do Rio São Francisco.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de abril indica condição de seca extrema em 84 municípios localizados no Rio Grande do Sul, 116 municípios no norte de Minas Gerais e outros 5 municípios na Bahia. Em relação ao mês anterior e considerando a escala de curto prazo (IIS-3), observa-se a intensificação da seca em grande parte de Minas Gerais, sul da Bahia e interior do Tocantins.
Figura 2 - Índice Integrado de Seca (IIS-6) para o Brasil, observado no mês de abril (a) e projeções para o mês de maio de 2023, considerando um cenário de chuvas 30% abaixo (b) e 30% acima da climatologia (c).
Os cenários de IIS para o mês de maio ( Figuras 2b e 2c ), considerando cenários de chuvas 30% abaixo e 30% acima da média, indicam permanência de seca severa e extrema em municípios localizados no Rio Grande do Sul. Os cenários também indicam condição de seca modera e severa em municípios localizados no TO, leste do PA e norte do MG.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de abril, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
De acordo com Índice Padronizado de Precipitação (SPI), na escala temporal de 12 meses ( Figura 3 ) ocorreu intensificação da seca hidrológica, no mês de abril, comparativamente ao mês anterior, principalmente em parte da região Sul do país. Nas bacias afluentes às UHE’s Passo Real (RS) e Barra Grande (entre os Estados do RS e SC), por exemplo, a intensificação da seca ocorreu entre as classes de seca variando entre fraca e excepcional e fraca e moderada, respectivamente. Destaque para abacia afluente à UHE Passo Real, em uma situação bastante crítica, que atualmente está com apenas 1% de sua área total classificada em uma condição de normalidade.
Na porção mais ao norte da bacia do rio Paraná, como as sub-bacias afluentes às UHEs Nova Ponte, Emborcação e Itumbiara, apesar da desintensificação da seca, observa-se também uma situação de atenção uma vez que, apenas de 21% a 34% de tais áreas estão classificadas numa condição de normalidade em relação a seca hidrológica, de acordo com o SPI-12.
Na região Centro-Oeste, a bacia afluente a UHE Serra da Mesa também não registrou intensificação da seca, porém, nota-se que 34% da área total da bacia está classificada em condição de seca extrema e severa, situação que tenderá a se agravar uma vez que, a partir de agora inicia-se a estação seca para essa região com redução dos índices pluviométricos.
Figura 3 – Indice Padronizado de Precipitação (SPI) - na escala temporal de 12 meses - para os meses de março de 2023 (esquerda) e abril de 2023 (direita). As delimitações coloridas representam as principais bacias monitoradas ao longo do país; e as tabelas inferiores contém um resumo das frações de área de cada bacia referente às diferentes classes de seca (variando de excepcional a seca fraca) e à condição dentro da normalidade.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o
Boletim de Impactos
e
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disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1.
Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden (
hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br
).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretor do Cemaden: Osvaldo Luiz Leal de Moraes
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fernando Silva, Jerusa Peixoto, Larissa Silva, Lidiane Costa, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz, Vinicius Sperling.