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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 15/03/2023 ANO 06 Nº 52
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil , elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres naturais de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de fevereiro de 2023, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre março, abril e maio de 2023 (MAM).
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de fevereiro de 2023, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 507 alertas, com 99 ocorrências registradas em municípios monitorados, sendo 54 de origem hidrológica e 45 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
Situação dos níveis dos principais rios do Brasil nas últimas semanas, na porção extremo norte da região Norte, principalmente no estado de Roraima, na porção leste da região Nordeste, na região Sudeste, entre a porção sul de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo e na porção norte da região Sul, entre os estados de Paraná e Santa Catarina a maioria das estações hidrológicas registraram níveis dos rios acima ou muito acima da média climatológica para o período. Na porção este das regiões Norte e Centro-Oeste e Nordeste e na porção sul da Região Sul do Brasil várias estações apresentam níveis abaixo ou muito abaixo da média e, rios dentro da média nas demais áreas do país (Figura 1a) .
Figura 1 – Situação dos níveis dos rios no Brasil em 10 de março em relação a climatologia da estação hidrológica de medição (a) e previsão sazonal de vazão de março a maio de 2023 – MAM, (b).
A previsão sazonal dos níveis dos principais rios para o trimestre MAM (Figura 1b) indica tendência de vazões superiores à média climatológica nos rios localizados na porção extremo norte, nos estados de Roraima e Amapá, na região Norte, em parte de alguns rios tributários do Rio São Francisco, na região Nordeste e em alguns da porção norte da Região Sul, no estado do Paraná, vazões abaixo ou muito abaixo da média na porção sudoeste das regiões Norte e Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e na porção sul da região Sul e vazões dentro da média nas demais áreas do Brasil.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS) para o mês de fevereiro indica a permanência de condição de seca moderada a severa principalmente no Pará, norte do Mato Grosso e no Tocantins. A situação de seca permanece mais crítica no Rio Grande do Sul, onde 9 municípios apresentaram condição de seca excepcional e, outros 131 municípios condição de seca extrema.
Figura 2 - Índice Integrado de Seca (IIS-6) para o Brasil, observado no mês de fevereiro (a) e projeções para o mês de março de 2023, considerando um cenário de chuvas 30% abaixo (b) e 30% acima da climatologia (c).
Os cenários de IIS para o mês de março ( Figuras 3b e 3c ), considerando cenários de chuvas 30% abaixo e 30% acima da média, ambos indicam seca moderada e severa em municípios localizados no norte de MT, sul do PA e oeste de TO. Para a Região Sul, ambos os cenários indicam a permanência de seca severa à excepcional no RS.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de fevereiro, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
De acordo com Índice Integrado de Precipitação (SPI), na escala temporal de 12 meses ( Figura 3 ) ocorreu uma intensificação da seca hidrológica, no mês de fevereiro, comparativamente ao mês anterior, em parte da região Sudeste e Centro-Oeste do país, incluindo a estação naval de Ladário (rio Paraguai) e as bacias afluentes às UHEs Serra da Mesa (rio Tocantins) e Três Marias (rio São Francisco), bem como em parte da bacia do rio Paraná, como nas sub-bacias afluentes às UHEs Marimbondo, Emborcação, Nova Ponte e Itumbiara. Além disso, de acordo com o SPI-12, também ocorreu intensificação em parte do estado do Rio Grande do Sul, englobando a bacia afluente a UHE Passo Real. As demais bacias monitoradas exibiram uma situação variando entre uma condição de estabilidade e desintensificação da seca hidrológica.
Figura 3 – Indice Padronizado de Precipitação (SPI) - na escala temporal de 12 meses - para os meses de dezembro de 2022 (esquerda) e fevereiro de 2023 (direita). As delimitações coloridas representam as principais bacias monitoradas ao longo do país; e as tabelas inferiores contém um resumo das frações de área de cada bacia referente às diferentes classes de seca (Fraca a Excepcional) e à condição dentro da normalidade.
No Sul do país, a UHE Itaipu que está classificada em uma condição de seca moderada, apresentou, no mês de fevereiro, aumento na vazão, em relação ao mês anterior, atingindo valor de 7% acima da média histórica para o período. Destaque para a UHE Passo Real, classificada em seca hidrológica excepcional, que registrou pelo 5º mês consecutivo quebra do recorde mínimo de vazão, com valor de apenas 21% em relação à média histórica. Além disso, o volume armazenado no reservatório da UHE Passo Real apresentou queda, fechando o mês com 48% da capacidade total.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o
Boletim de Impactos
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disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1.
Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden (
hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br
).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretor do Cemaden: Osvaldo Luiz Leal de Moraes
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Fernando Silva, Jerusa Peixoto, Larissa Silva, Lidiane Costa, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz, Vinicius Sperling.