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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 14/08/2024 ANO 07 Nº 69
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de julho, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre agosto, setembro e outubro (ASO) de 2024.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de julho de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 21 alertas, sendo 8 de origem hidrológica e 13 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 12 de agosto de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios na porção extremo norte da região Norte, porção leste das regiões Nordeste e Sudeste e parte da região Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica. Em grande parte das regiões Norte e Centro-Oeste, porção oeste das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil apresentam níveis abaixo ou muito abaixo da climatologia e, rios dentro da média climatológica nas demais áreas do Brasil.
A previsão sazonal para o trimestre ASO do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade superior a 75% para ocorrência de vazões acima da média nos rios localizados na porção leste da região Nordeste. Em grande parte da região Norte, em toda a região Centro-Oestre, na porção oeste da região Nordeste e no e no Rio São Francis e grande parte da região Sudeste a previsão indica probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica e probabilidade de vazões dentro da média climatológica para o período nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3 e 6) referente ao mês de julho mostra condições de seca extrema e severa em municípios localizados entre os estados do Amazonas, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais , São Paulo e Espírito Santo, num total de 404 municípios apresentando condições de seca extrema e 1361 com condições de seca severa de acordo com o IIS3. Na escala de 6 meses IIS6 o estado de São Paulo concentra o maior número de municípios com condição de seca extrema e os demais estados da região sudeste, Paraná e os estados das regiões centro oeste e norte apresentam condições de seca severa e moderada.
De acordo com a previsão de IIS-3 para o mês de agosto, nota-se que se mantêm as condições de seca extrema nos estados das regiões Norte, Centro Oeste e Sudeste.As condições de seca extrema são observadas no Estado de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Mato Grosso e Pará, Rondônia e na divisa do Amazonas com o Acre. De acordo com a previsão, 461 municípios estão classificados com seca extrema, 1036 com seca severa, 1232 com seca moderada e 1200 com seca fraca.
A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de julho, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado precipitação-vazão (TSI), permite a caracterização das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água (Figura 3).
Na Região Sudeste, o TSI indica que o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, atualmente, está classificado em seca hidrológica de intensidade severa, situação estável quando comparado ao mês anterior. Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas e Três Marias, encerraram o mês de julho em uma condição de seca hidrológica severa, condição é similar à do mês anterior. Ressalta-se que nos últimos 8 meses a situação em ambas as bacias a vêm piorando em termos de seca hidrológica, com uma clara tendência negativa do TSI.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins), apresentou estabilidade em relação a condição de seca hidrológica, caracterizada por intensidade severa. Ainda no Centro-Oeste, as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, continuam em condição de seca hidrológica excepcional.
Na região Norte, uma situação bastante crítica pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional, condição idêntica ao mês passado. A sub-bacia afluente à UHE Belo Monte (rio Xingú) também apresentou estabilidade da seca hidrológica comparativamente ao mês anterior (extrema).
Na região Sul do país, as bacias afluentes às UHEs Segredo, Barra Grande, Passo Real, Foz do Chapecó e Salto Santiago se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, em uma condição de normalidade em relação a seca hidrológica.
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
A previsão de vazão para o trimestre JAS de 2024, de acordo com Global Flood Awareness System (GloFas) aponta para um período de vazante nos principais rios que da bacia Amazônica (até setembro), incluindo os rios Negro e Madeira ao oeste da bacia, rio Solimões na porção central e rios Amazonas e Tapajós ao leste (Figura 4). De acordo com as previsões, as vazões (linha preta continua) deverão se manter abaixo da média climatológica (linha pontilhada preta) na região norte para os próximos três meses.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Larissa Silva, Lidiane Costa,Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.