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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 13/11/2024 ANO 07 Nº 72
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de outubro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre outubro, novembro e dezembro (NDJ) de 2024/2025.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de outubro de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 215 alertas, sendo 100 de origem hidrológica e 115 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 11 de novembro de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios na porção leste das regiões Norte e Nordeste, grande parte das regiões Sudeste e Sul e parte da Região Centro-Oeste do Brasil encontram-se com níveis na média ou acima da média climatológica e nas demais áreas do país os níveis dos rios encontram-se abaixo ou muito abaixo da climatologia.
A previsão sazonal para o trimestre NDJ do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade para ocorrência de vazões dentro da média climatológica para o período na porção leste, porção centra da Região Sudeste e em toda a região Sul do Brasil e probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3) de outubro de 2024 indica uma ligeira melhora no cenário nacional, com a redução do número total de municípios em seca extrema comparado a setembro. Apesar disso, a situação ainda é crítica em algumas regiões. Municípios no Acre, o sudoeste do Amazonas, Rondônia e o norte do Mato Grosso continuam com condição de seca extrema. No Nordeste, a situação se agravou, especialmente em Alagoas e Sergipe, onde se observa um aumento no número de municípios com seca severa e extrema.
De acordo com a previsão de IIS-3 para o mês de novembro, nota-se uma melhora nas condições de seca extrema e severa nos estados das regiões Norte, Centro Oeste e Sudeste. A condições de seca extrema é observada somente no Estado do Acre. De acordo com a previsão, 323 municípios estão classificados com seca severa, 1454 com seca moderada e 2601 com seca fraca.
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A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar, referente ao mês de outubro, podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado Precipitação-Vazão (TSI), permite a caracterização e previsão das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água (Figura 3).
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Na Região Sudeste, o TSI indica que o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, está atualmente classificado em seca hidrológica de intensidade severa, o que caracteriza uma desintensificação da seca quando comparado ao mês anterior (excepcional). Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas e Três Marias encerraram o mês de outubro em uma condição de seca hidrológica severa. Destaca-se que, em Furnas, a condição é similar à do mês anterior, enquanto em Três Marias foi registrada uma desintensificação da seca comparativamente a setembro (extrema).
Entre as regiões Sudeste e Sul do país, as sub-bacias que compõem a bacia hidrográfica do rio Paraná apresentaram, no mês de outubro, uma situação variando entre estabilidade e agravamento da seca hidrológica em relação ao mês anterior. A sub-bacia afluente à UHE Nova Ponte permaneceu classificada em condição de seca hidrológica de intensidade severa, assim como no mês anterior.
Na região Sul do país, as bacias afluentes às UHEs Barra Grande, Passo Real e Foz do Chapecó se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, em uma condição de normalidade em relação a seca hidrológica. Por outro lado, na bacia afluente a UHE Segredo e Salto Santiago bem como na bacia afluente a estação fluviométrica de Porto Capanema, também no Sul, a condição de seca é de intensidade moderada.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) apresentou uma desintensificação da condição de seca hidrológica em outubro, passando de intensidade severa, registrada em setembro, para moderada. Ainda no Centro-Oeste, as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, continuam em condição de seca hidrológica excepcional.
A região Norte do país também enfrenta uma condição crítica de seca, o que tem impactado severamente os níveis dos rios. Uma situação alarmante pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional, condição idêntica ao mês passado. A sub-bacia afluente à UHE Belo Monte (rio Xingú) também apresentou estabilidade da seca hidrológica comparativamente ao mês anterior, caracterizada por intensidade extrema. A bacia afluente à UHE Tucuruí (rio Tocantins) se encontra, atualmente, em condição de seca hidrológica extrema, assim como no mês anterior.
Na região Nordeste, a bacia afluente à UHE Sobradinho (rio São Francisco), atualmente classificada em seca severa, se manteve estável quando comparado ao mês anterior.
De acordo com as previsões do TSI para o mês de novembro (Figura 3), a condição de seca atual deverá ser atenuada em parte das bacias que compreendem as regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, onde a estação chuvosa já se encontra bem estabelecida. Nas demais regiões, a seca tende a se manter estável, com possibilidade de intensificação apenas nas bacias afluentes mais ao Sul do país, afluente as UHEs Passo Real (rio Jacuí) e Salto Santiago (Iguaçu).
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
A previsão de vazão para o trimestre NDJ de 2024, conforme o modelo global de vazão, conhecido como Global Flood Awareness System (GloFAS), aponta para um aumento das vazões nos rios que compõem a bacia Amazônica, em função da estação chuvosa projetada para a região. Contudo, espera-se que as vazões (representadas pela linha preta contínua) permaneçam abaixo da média climatológica (indicada pela linha preta pontilhada) na região Norte ao longo dos próximos três meses. Essa condição inclui os rios Negro e Madeira, situados no oeste da bacia, o rio Solimões na porção central, e os rios Amazonas e Tapajós na região leste (Figura 4). Cabe destacar que apenas na bacia do rio Negro, especificamente na região de Barcelos, a vazão pode atingir valores próximos à média no final de janeiro de 2025.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Larissa Silva, Lidiane Costa,Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.