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Boletim de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil – 11/12/2024 ANO 07 Nº 73
- Foto: Alan Pimentel
A presente edição do Boletim Mensal de Impactos de Extremos de Origem Hidro-Geo-Climático em Atividades Estratégicas para o Brasil, elaborado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), apresenta: (a) a avaliação das ocorrências e alertas para desastres de origem hidro-geo-climático (inundações, enxurradas e movimento de massa) para o mês de novembro, e (b) o diagnóstico e cenários dos extremos pluviométricos (secas e inundações) e seus impactos em diferentes setores econômicos do Brasil para o trimestre dezembro, janeiro e fevereiro (DJF) de 2024/2025.
Envio de Alertas e Registro de Ocorrências
No mês de novembro de 2024, foram enviados pela Sala de Situação do Cemaden 349 alertas, sendo 221 de origem hidrológica e 128 de origem geológica.
Risco Hidrológico: Situação Atual e Prevista
A situação dos níveis dos principais rios do Brasil em relação à média climatológica das estações hidrológicas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - ANA, para o dia 10 de dezembro de 2024 é apresentada na Figura 1a. Observa-se que os rios no estado do Amapá, na porção leste da região Nordeste e grande parte da região Sul do Brasil encontram-se com níveis acima ou muito acima da média climatológica, muitos rios na porção sudoeste da região sudeste e região Centro-Oeste do Brasil encontram-se dentro da média climatológica e nas demais áreas do país os níveis dos rios encontram-se abaixo ou muito abaixo da climatologia.
A previsão sazonal para o trimestre DJF do modelo Global Flood Awareness System (GloFAS) na Figura 1b, indica a permanência de probabilidade para ocorrência de vazões dentro da média climatológica para o período no estado do Amapá, na porção leste da região Nordeste, porção sudeste da Região Sudeste e em toda a região Sul do Brasil e probabilidade acima de 75% para vazões abaixo da média climatológica nas demais áreas do país.
Impactos da Seca na Vegetação e na Agricultura
O Índice Integrado de Seca (IIS3) de novembro de 2024 indica uma melhora no cenário nacional, com a redução do número total de municípios em seca extrema comparado a outubro. Municípios no Acre, o sudoeste do Amazonas, Rondônia e o norte do Mato Grosso continuam com condição de seca extrema. No Nordeste, a condição de seca extrema é observada em municípios do estado de Sergipe.
O IIS3 previsto para o final de dezembro de 2024 indica um aumento do número de municípios classificados com seca moderada e severa. A previsão é de que o número de municípios em seca moderada passe de 1506 para 2601, e os em seca severa de 378 para 707. De maneira geral, a previsão é de que as condições de seca piorem em todo o país.
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A descrição da estimativa do IIS e a avaliação dos impactos de secas a nível nacional e também na agricultura familiar podem ser consultados, respectivamente:
Boletim de Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil
RiSAF - Boletim de Risco de Seca na Agricultura Familiar
Convidamos você a contribuir com informações sobre os impactos das secas em sua região através do Formulário para Registro e Avaliação de Impactos das Secas.
Impactos da Seca nos Recursos Hídricos
O Índice Padronizado Bivariado Precipitação-Vazão (TSI), permite a caracterização e previsão das secas hidrológicas nas principais bacias hidrográficas afluentes às principais usinas hidrelétricas (UHEs) do país, bem como, as bacias associadas ao abastecimento de água e navegabilidade (Figura 3).
Na Região Sudeste, o TSI indica que o Sistema Cantareira, principal sistema de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo, permanece classificado em seca hidrológica severa, sem alterações em relação ao mês anterior. Ainda no Sudeste, as bacias afluentes às UHEs Furnas e Três Marias encerraram outubro em seca hidrológica moderada, indicando uma desintensificação em relação ao mês anterior, quando as condições eram de seca severa e extrema, respectivamente.
Entre as regiões Sudeste e Sul do país, as sub-bacias da bacia hidrográfica do rio Paraná apresentaram, em novembro, uma condição de seca hidrológica variando entre estabilidade e atenuação em relação ao mês anterior. As sub-bacias afluente às UHEs Segredo, Salto Santiago e Salto Caxias permaneceram classificadas em condição de seca hidrológica variando entre severa e extrema, assim como no mês anterior.
Na região Sul do país, as bacias afluentes às UHEs Barra Grande, Passo Real e Foz do Chapecó passaram de uma condição de normalidade em outubro para uma seca de intensidade moderada em novembro.
Na região Centro-Oeste do país, a bacia afluente à UHE Serra da Mesa (rio Tocantins) apresentou uma desintensificação da condição de seca hidrológica em outubro, passando de intensidade severa, registrada em outubro, para fraca em novembro. Ainda no Centro-Oeste, as bacias afluentes às estações de medições fluviométricas de Ladário e Porto Murtinho, localizadas às margens do rio Paraguai, continuam em condição de seca hidrológica excepcional.
A região Norte do país também enfrenta uma condição crítica de seca, o que tem impactado severamente os níveis dos rios. Uma situação alarmante pode ser observada na bacia do rio Madeira, afluente à UHE Santo Antônio, que atualmente está classificada em seca excepcional, condição idêntica ao mês passado. Por outro lado, a sub-bacia afluente à UHE Belo Monte (rio Xingú, atualmente classificada em seca severa, apresentou atenuação da seca hidrológica comparativamente ao mês anterior (extrema). A bacia afluente à UHE Tucuruí (rio Tocantins) se encontra, atualmente, em condição de seca hidrológica extrema, assim como no mês anterior.
Na região Nordeste, a bacia afluente à UHE Sobradinho (rio São Francisco), atualmente classificada em seca extrema, se manteve estável quando comparado ao mês anterior.
De acordo com as previsões do TSI para o mês de novembro (Figura 3), a condição de seca em dezembro deverá ser atenuada em grande parte do país, incluindo principalmente as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do país. Nas demais regiões, a seca ainda tende a persistir, com possibilidade de intensificação nas bacias afluentes às UHEs Barra Grande (rio Uruguai, RS/SC), Foz Chapecó (rio Uruguai, RS/SC), Irapé (rio Jequitinhonha, MG) e Porto Estrela (rio Doce, MG).
Previsão Sazonal de Vazão na Região Amazônica
A previsão de vazão para o trimestre NDJ de 2024, conforme o sistema global de previsão de vazão, conhecido como Global Flood Awareness System (GloFAS), aponta para um aumento das vazões nos rios que compõem a bacia Amazônica, em função da estação chuvosa para a região. Contudo, espera-se que as vazões (representadas pela linha preta contínua) permaneçam abaixo da média climatológica (indicada pela linha preta pontilhada) na região Norte ao longo dos próximos três meses. Essa condição inclui os rios Negro e Madeira, situados no oeste da bacia, o rio Solimões na porção central, e os rios Amazonas e Tapajós na região leste (Figura 5). Cabe destacar que apenas na bacia do rio Negro, especificamente na região de Barcelos, a vazão pode atingir valores próximos à média em fevereiro de 2025.
Obtenha mais Informações
Para obter informações mais detalhadas, consulte o Boletim de Impactos e baixe também a apresentação da Reunião de Impactos disponíveis para download nos links abaixo.
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Notas Importantes
1. Os relatórios com informações mais detalhadas sobre a situação atual das principais reservas hídricas e condições de seca em todo o País, bem como as projeções hidrológicas e possíveis cenários de impactos da seca, encontram-se disponíveis e atualizados no Website do Cemaden ( hhttps://www.gov.br/cemaden/pt-br ).
2. As informações/produtos apresentados não podem ser usados para fins comerciais, copiados integral ou parcialmente para a reprodução em meios de divulgação, sem a expressa autorização do Cemaden/MCTI e dos demais órgãos com os quais o Cemaden mantém parcerias. Os usuários deverão sempre mencionar a fonte das informações/dados da instituição como sendo do Cemaden/MCTI. Ressaltamos que a geração e a divulgação das informações/produtos consideram critérios de qualidade e consistência dos dados.
3. Registramos, ainda, que os dados da rede de monitoramento de desastres naturais disponibilizados via Mapa Interativo no website do Cemaden não passaram por nenhum tratamento, portanto poderá haver inconsistências nesses dados.
Equipe Responsável
Diretora Substituta: Regina Célia dos Santos Alvalá
Coordenador Responsável: José A. Marengo
Revisor Científico desta Edição: José A. Marengo
Pesquisadores Colaboradores: Adriana Cuartas, Ana Paula Cunha, Alan Pimentel, Elisângela Broedel, Larissa Silva, Lidiane Costa,Márcia Guedes, Marcelo Seluchi, Marcelo Zeri, Rafael Luiz.