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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR SET./23
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, seis estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme destacado na tabela abaixo (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Figura 1 – Severidade da seca referente ao mês de setembro considerando apenas os estados com calendário vigente.
Assim, referente ao mês de setembro, na região Sudeste apenas os estados de São Paulo e Minas Gerais estavam com calendário vigente de plantio e o mesmo apresentou 6 municípios com condição de seca moderada.
Na região Centro-Oeste, o único estado com calendário de plantio vigente, Mato Grosso do Sul apresentou condição normal para quase todo estado, com apenas 4 municípios com condição de seca fraca.
Na região Norte, por sua vez, 11 municípios apresentaram condição severa de seca, no Amazonas. Outros 32 municípios apresentaram condição de seca moderada, todos no estado do Amazonas, o único com calendário de plantio milho/feijão vigente em setembro.
A região Sul apresentou 1 municípios em Santa Catarina com condição moderada. Ressalta-se que toda a região encontra-se com calendário de plantio vigente para o mês de setembro e que esse mês foi marcado com extremo chuvoso no Rio Grande do Sul.
Por fim, em relação a região Nordeste, para o mês de setembro, não possuí calendáro de plantio de feijão ou milho vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de setembro/23, agosto/23 e julho/23. Destaca-se que em setembro encerra o calendário agrícola 2022/2023. Para o plantio realizado no mês de setembro (Figura 2), apenas à região Norte apresentou risco alto, 1 município no Amazonas. No mais 8 municípios apresentaram risco alto, 4 na região Norte, 3 no Sudeste e 1 no Sul.
Considerando o plantio em agosto (Figura 3), 7 municípios apresentaram risco alto, nas regiões Norte (5), Sudeste (1) e Sul (1). Outros 5 municípios apresentaram risco moderado, 3 na região Norte e 2 na região Sudeste.
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de julho (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de setembro, 23 municípios apresentaram risco alto, sendo eles divididos nas regiões Sudeste (9), Nordeste (5), Norte (3), Sul (2) e Centro-Oeste (4). Por fim, outros 21 municípios apresentaram risco moderado, sendo 8 na região Sudeste, 2 na região Norte, 3 na região Centro-oeste, 5 na região Sul e 3 na região Nordeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
A partir deste mês, inicia o monitoramento da safra 2023/24. Na primeira estimativa de outubro de 2023 para a safra 2022/24 previa-se uma produção de 317,5 milhões de toneladas. A partir do segundo boletim RiSAF apresentaremos a tabela indicando os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual estimada em novembro de 2023 comparado com a primeira estimativa (outubro 2023).
Bahia: o período atual destaca-se pelo preparo das áreas de cultivo de feijão comum, embora a semeadura não tenha começado devido à escassez de chuvas em setembro. O feijão-caupi também enfrenta atrasos no plantio devido à falta de chuvas. Quanto a cultura do milho, estima-se uma redução de 10% na área cultivada devido ao risco climático e à baixa rentabilidade na safra 2022/23, o que desestimula o cultivo. No geral, o plantio das lavouras de sequeiro aguarda o início e a regularização das chuvas.
ATENÇÃO: Na primeira semana do mês de setembro, uma chuva intensa afetou grande parte da regiao central do Rio Grande do Sul, em especial a regiao do Vale do Taquari, causando fatalidades, número elevado de desabrigados e também impactando a agricultura familiar. Contudo, é relevante destacar que, até o momento presente, o RiSAF ainda nao inclui os indicadores de extremos chuvosos, por essa razão, a região sul está classificada como de baixa severidade e risco em relação à agricultura familiar, mesmo diante desses eventos climáticos excepcionais.
DOWNLOAD DOS DADOS (CLIQUE AQUI)
REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.3, n. 36, Setembro 2023. ISSN: 2965-2014