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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR NOV./23
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, seis estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme destacado na tabela abaixo (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de novembro, a região Sudeste apresentou 7 municípios com condição de seca extrema, 402 com condição severa e 789 com condição de seca moderada, sendo, respectivamente, 341 e 438 no estado de Minas Gerais.
Na região Centro-Oeste, os estados do Mato Grosso e Goiás apresentaram, respectivamente, 3 e 23 municípios com condição de seca extrema. Outros 178 municípios apresentaram condição de seca extrema e 179 municípios em condição de seca moderada no mês de novembro, sendo a maioria deles distribuídos nos estados do Mato Grosso e Goiás.
Na região Norte, por sua vez, 53 municípios apresentaram condição de seca extrema, 35 no estado de Rondônia, 16 no Tocantins, 1 no Acre e 1 no estado do Pará. A região apresentou 148 municípios com condição de seca severa e outros 100 municípios com condição de seca moderada.
Na região Nordeste, a Bahia e o Maranhão são os únicos estados com calendário de plantio vigente para novembro. O estado da Bahia teve 3 municípios com condição de seca extrema, 131 municípios com condição de seca severa e 196 municípios com condição de seca moderada. O Maranhão, por sua vez, teve 5 municípios com condição de seca severa e 76 municípios com condição de seca moderada.
Por fim, em relação à região Sul, para o mês de novembro, apresentou apenas 77 municípios com condição de seca fraca.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de novembro/23, outubro/23 e setembro/23. Para o plantio realizado no mês de novembro (Figura 2), 62 municípios apresentaram risco muito alto em relação à seca, 26 na região Nordeste, 23 na região Sudeste, 10 na região Norte e 3 na região Centro-Oeste. As regiões Nordeste, Norte, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram respectivamente 211, 152, 196 e 65 municípios com risco à seca alto para o plantio em novembro. Por fim, outros 739 municípios apresentaram risco moderado, sendo 328 deles na região Sudeste.
Considerando o plantio em outubro (Figura 3), 36 municípios apresentaram risco muito alto, distribuídos entre as regiões Nordeste (21), Sudeste (8) e Norte (7). Além disso, outros 495 municípios apresentaram risco alto, sendo 169 deles na região Nordeste, 142 na região Sudeste, 135 na região Norte e 49 na região Centro-Oeste. Por fim, 496 municípios apresentaram risco moderado para o plantio realizado no mês de outubro, todos eles distribuídos nas regiões Centro-Oeste (119), Nordeste (121), Norte (117) e Sudeste (139).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de setembro (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de novembro. Apenas um município no Amazonas apresentou risco muito alto e outros 60 municípios apresentaram risco alto, sendo eles divididos nas regiões Norte (27) e Sudeste (33). Além disso, outros 40 municípios apresentaram risco moderado, sendo 21 na região Norte e 19 na região Sudeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2023 para a safra de grãos 2023/24 previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A estimativa da safra divulgada em dezembro de 2023 indica a produção de 312,3 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se diminuição de -1,6%.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em dezembro de 2023 comparado com a primeira estimativa (outubro 2023). Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Amazonas: experimentou um prolongado período de estiagem, resultando em um atraso de 60 dias no cronograma de plantio dos grãos de milho.
Distrito Federal: as escassas precipitações registradas em novembro, aliadas às elevadas temperaturas, revelaram-se insuficientes para manter o nível apropriado de umidade nos solos e para favorecer o desenvolvimento vegetativo ideal das lavouras, resultando em perdas no potencial produtivo do feijão-comum cores.
Pernambuco: neste momento, a maioria das plantações de feijão-caupi encontra-se em fase reprodutiva, sendo que diversas enfrentam estresse devido à escassez de precipitações na região.
Piauí: prevê-se uma redução na área destinada ao cultivo de arroz de sequeiro nesta safra. Tradicionalmente, o processo de semeadura dessa cultura tem início em novembro, entretanto, devido ao atraso no início do período chuvoso, não há registro de semeadura no estado até o momento. Da mesma forma, a semeadura da cultura do feijão-caupi ainda não foi iniciada devido à escassez de chuvas no último mês.
Rondônia: a estiagem prolongada, acompanhada por altas temperaturas e escassez de recursos hídricos nas áreas de cultivo, comprometeu a viabilidade da implantação e do desenvolvimento da cultura do arroz.
Tocantins: no que se refere ao cultivo de arroz irrigado, a escassez de chuvas na região e a irregularidade das mesmas não foram adequadas para promover, de maneira satisfatória, o aumento nos níveis dos reservatórios responsáveis pelo fornecimento de água para a irrigação das áreas.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.3, n. 38, Novembro 2023. ISSN: 2965-2014