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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR MAR./24
RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dezesseis estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de março, a região Sudeste apresentou 5 municípios com condição de seca extrema, sendo 63 todos eles no estado de São Paulo; 117 com condição severa, 2 em Minas Gerais e 115 em São Paulo; e por fim 623 com condição de seca moderada, sendo, 228 no estado de Minas Gerais e 393 no estado de São Paulo.
Na região Centro-Oeste, 39 municípios apresentaram condição de seca severa em março, sendo 22 deles no estado do Mato Grosso. Outros 277 municípios apresentaram condição de seca moderada no mês de março, sendo, 165 no estado de Goiás, 72 no Mato Grosso e 40 no Mato Grosso do Sul.
Na região Norte, por sua vez, 31 municípios apresentaram condição de severa e outros 107 municípios com condição de seca moderada. Destes números o estado do Tocantins apresentou 31 municípios com condição de seca severa e 75 municípios com condição de seca moderada.
Na região Nordeste, apenas 6 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de março, sendo todos eles no Maranhão.
Por fim, em relação à região Sul, apenas o Paraná estava com calendário vigente e apresentou 13 municípios com condição de seca extrema, 93 municípios com condição de seca severa e 114 municípios com condição de seca moderada.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de março/24, fevereiro/24 e janeiro/24. Para o plantio realizado no mês de março (Figura 2), 105 municípios apresentaram risco alto em relação a seca, 39 na região Sudeste, 32 na região Norte, 18 na região Sul, 11 na região Centro-Oeste e 5 na região Nordeste. Outros 345 municípios apresentaram risco moderado, 142 na região Sudeste, 96 na região Sul, 65 na região Centro-Oeste, 41 na região Norte e 1 na região Nordeste.
Considerando o plantio em fevereiro (Figura 3), 55 municípios apresentaram risco alto, distribuídos entre as regiões Norte (28), Sudeste (12), Sul (6), Centro-Oeste (5) e Nordeste (4). Além disso, outros 310 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (127), Sul (96), Centro-Oeste (47), Norte (36) e Nordeste (4).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de janeiro (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de março. Ao todo 47 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas as regiões Norte (18), Nordeste (12), Sudeste (8), Centro-Oeste (6) e Sul (3). Outros 278 apresentaram risco moderado, sendo 182 na região Sudeste, 39 na região Sul, 31 na região Centro-Oeste e 26 na região Norte.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2023 para a safra de grãos 2023/24 previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A sétima estimativa da safra divulgada em abril de 2024 indica o volume de produção de 294,1 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se uma redução de 7,4% ou aproximadamente 23 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em abril de 2024 comparado com a primeira estimativa (outubro 2023). Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Mato Grosso do Sul: a restrição hídrica e o intenso calor durante o período impactaram negativamente o final do ciclo das lavouras de milho no Pantanal e em alguns talhões do município de Bandeirantes, resultando em uma provável redução no peso dos grãos nessas áreas.
Paraná: com o plantio de milho praticamente finalizado, a atenção se volta para a falta de chuvas regulares e o clima quente que persiste desde o início dos cultivos, especialmente em regiões como o extremo-oeste do Paraná, onde há pouca ou nenhuma precipitação.
Rio Grande do Sul: O potencial produtivo do feijão comum diminuiu ligeiramente devido a uma estiagem e altas temperaturas recentes, que causaram maior abortamento floral.
São Paulo: a escassez de chuva durante o período vegetativo e as altas temperaturas prejudicaram o milho plantado em setembro e na primeira quinzena de outubro.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.4, n. 42, Março 2024. ISSN: 2965-2014