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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR MAR./23
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, vinte e um estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme destacado na tabela abaixo (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Figura 1 – Severidade da seca referente ao mês de março considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Mar/23.
Figura 3 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Fev/23.
Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Jan/23.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2022 para a safra de grãos 2022/23 previa-se uma produção total de 312,4 milhões de toneladas. A estimativa atual indica a produção de 312,5 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se aumento de 0,1%.
Apesar do aumento no volume de produção, alguns estados relataram impactos devido ao déficit hídrico. A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual estimada em março comparado com a primeira estimativa. Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção estimada em abril 2023 comparado a primeira estimativa de outubro 2022. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia : houve uma variação no cultivo do feijão-caupi entre as principais regiões produtoras, com algumas localidades sofrendo de restrição hídrica e outras enfrentando chuvas excessivas durante a colheita. Isso resultou em perdas pontuais para a cultura.
Minas Gerais: o feijão-comum cores , em algumas localidades dos municípios da região Noroeste e Alto Paranaíba, tem enfrentado períodos mais prolongados de estiagem, variando de 10 a 15 dias, gerando preocupação com relação ao seu potencial produtivo. No caso do milho , as plantações semeadas fora da janela encontram-se em alerta, já que em determinadas regiões já há escassez de água, prejudicando os tratos culturais, especialmente a adubação de cobertura.
Paraná: uma parcela das regiões cultivadas com feijão-comum cores está no estágio reprodutivo, e nestas áreas, houve um déficit pluviométrico em determinados períodos recentes, gerando inquietação quanto ao potencial produtivo desta cultura.
Rio Grande do Sul: na região do Alto Uruguai, os agricultores desistiram de semear o feijão-comum cores por falta de chuvas favoráveis. As lavouras de milho semeadas até metade de outubro correspondem a 76% da área e já estão colhidas, porém, as precipitações irregulares resultaram em perdas de até 80% do potencial produtivo. Na região das Missões, houve áreas com 100% de perdas devido à falta de chuvas, e na maioria das regiões, especialmente na metade oeste do estado, a estiagem consolidou grandes perdas de produtividade.
Santa Catarina: a falta de chuvas na região oeste, especialmente nos municípios do Vale do Rio Uruguai e extremo-oeste do estado, reduziu a produtividade esperada do milho .
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link:
REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS
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Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br