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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR MAI./23
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dezessete estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme destacado na tabela abaixo (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de maio, a região Sudeste apresentou 2 municípios com condição de seca severa, ambos no estado de São Paulo, e 343 com condição de seca moderada, 137 em Minas Gerais e 206 em São Paulo.
Na região Centro-Oeste, 186 municípios apresentaram condição de seca moderada, sendo quase todos eles no Goiás (170).
Na região Norte, por sua vez, 132 municípios apresentaram condição de seca moderada, distribuídos pelos estados do Tocantins (77), Amazonas (28), Pará (23), Rondônia (3) e Roraima (1).
Por fim, a região Nordeste apresentou 64 município na Bahia com condição severa. Outros 164 municípios apresentaram condição moderada, distribuídos nos estados de Alagoas (16), Bahia (14), Paraíba (53), Pernambuco (48), Rio Grande do Norte (32) e Sergipe (1).
Em relação à região Sul, para o mês de maio, não há plantio de feijão ou milho segundo calendário da CONAB.
Figura 1 – Severidade da seca referente ao mês de maio considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de maio/23, abril/23 e março/23. Para o plantio realizado no mês de maio (Figura 2), 230 municípios apresentaram risco muito alto, sendo 151 na região Nordeste, 47 na região Sudeste, 22 na região Norte e 10 na região Centro-Oeste. Outros 152 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (26), Norte (50), Centro-oeste (17) e Nordeste (59).
Considerando o plantio em abril (Figura 3), 207 municípios apresentaram risco muito alto, 128 municípios na região Nordeste, 49 na região Sudeste, 22 na região Norte e 8 na região Centro-Oeste. Outros 153 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (25), Norte (52), Centro-oeste (17), Nordeste (58) e Sul (1).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de março (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de maio, 6 apresentaram risco muito alto (MG) e 113 apresentaram risco alto, sendo eles divididos nas regiões Sudeste (76), Nordeste (14) Norte (14) e Centro-Oeste (9). Por fim, outros 113 municípios apresentaram risco moderado, sendo 1 município na região Sul, 54 na região Sudeste, 31 na região Norte, 15 na região Centro-oeste e 12 na região Nordeste.
Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Mai/23.
Figura 3 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Abr/23.
Figura 4 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Mar/23.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2022 para a safra de grãos 2022/23 previa-se uma produção total de 312,4 milhões de toneladas. A estimativa atual indica a produção de 315,8 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se aumento de 1,1%.
Apesar do aumento no volume de produção, alguns estados relataram impactos devido ao déficit hídrico. A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual estimada em junho comparado com a primeira estimativa. Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção estimada em maio 2023 comparado a primeira estimativa de outubro 2022. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia: Durante o último mês, observou-se um progresso no plantio do feijão-comum cores , apesar das flutuações climáticas, que incluíram períodos de baixa precipitação em algumas regiões produtoras do nordeste baiano, especialmente nos primeiros vinte dias de maio. As altas temperaturas também representaram uma preocupação, principalmente para o estágio inicial de desenvolvimento da cultura.
Minas Gerais: as lavouras de feijão-comum cores situadas nas regiões mais ao sul do estado foram as mais afetadas por um período prolongado de estiagem, resultando em restrições mais severas. Já o feijão-caupi , concentrada no nordeste da Bahia, tem enfrentado restrições durante o plantio e no estágio inicial de desenvolvimento devido à escassez de chuvas na região, especialmente nos primeiros vinte dias de maio.
Paraná: uma parcela das lavouras de milho no estado já está sendo afetada em razão da seca, especialmente durante as fases críticas e mais suscetíveis da cultura. Essas fases, em sua maioria nos estágios reprodutivos, podem ter seu potencial produtivo reduzido caso a baixa umidade do solo persista.
Piauí : a diminuição das chuvas a partir da segunda quinzena de abril, e em maio, afetou negativamente o potencial produtivo do milho em várias áreas, especialmente nas regiões onde o plantio ocorreu em períodos mais tardios.
Rio Grande do Norte: a falta de chuvas nas últimas semanas teve um impacto nas regiões produtoras de feijão-caupi , especialmente nas áreas onde a cultura estava em estágios fenológicos críticos para alcançar seu potencial produtivo máximo. Observou-se, no campo, que as lavouras apresentam sintomas de estresse hídrico, com crescimento reduzido e brotamento precoce, além de baixa estatura devido à seca que afeta o estado.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link:
REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS
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Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.3, n. 32, maio 2023. ISSN: 2965-2014