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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR JUN./24
Boletim RiSAF
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, quinze estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de junho, a região Sudeste apresentou 253 municípios com condição de seca extrema, sendo 233 deles no estado de São Paulo e 20 em Minas Gerais. Além disso, a região apresentou 673 municípios com condição severa, 377 em São Paulo e 296 em Minas Gerais; e por fim 438 com condição de seca moderada, sendo, 406 no estado de Minas Gerais e 32 no estado de São Paulo.
Na região Centro-Oeste, para o mês de maio, 13 municípios apresentaram condição de seca extrema, todos no estado de Goiás. Outros 250 municípios apresentaram condição de seca severa, 78 em Goiás e 37 no Mato Grosso, e outros 116 municípios apresentaram condição de seca moderada.
Na região Norte, por sua vez, 10 municípios apresentaram condição de extrema, sendo 9 deles no estado do Pará. Outros 116 municípios com condição de seca severa, sendo eles distribuídos nos estados do Tocantins (60), Pará (29) e Amazonas (27). E por fim, 132 municípios com condição seca moderada, distribuídos principalmente nos estados do Tocantins (74) e no Amazonas (31).
Na região Nordeste, um município na Bahia apresentou condição severa e outros 42 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de junho, sendo destes 40 municípios na Bahia.
Por fim, em relação à região Sul, para o mês de junho, segundo o calendário da CONAB, não tem calendário vigente para plantio.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de junho/24, maio/24 e abril/24. Para o plantio realizado no mês de junho (Figura 2), 12 municípios apresentaram risco muito alto, 6 na região Sudeste e 6 na região Norte. Outros 538 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, 348 na região Sudeste, 103 na região Norte, 49 na região Centro-Oeste e 38 na região Nordeste. Outros 1.077 municípios apresentaram risco moderado, 710 na região Sudeste, 256 na região Centro-Oeste, 107 na região Norte e 4 na região Nordeste.
Considerando o plantio em maio (Figura 3), 6 municípios apresentaram risco muito alto, 3 na região Sudeste, 2 na região Norte e 1 na região Centro-Oeste. Outros 434 municípios apresentaram risco em relação a seca alto, distribuídos entre as regiões Sudeste (261), Norte (102), Centro-Oeste (41) e Nordeste (30). Além disso, outros 1.158 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (765), Centro-Oeste (242), Norte (146) e Nordeste (1).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de abril (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de junho. Ao todo, 2 municípios da região Norte apresentaram risco muito alto em relação à seca. Outros 246 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas as regiões Sudeste (141), Norte (72), Nordeste (19) e Centro-Oeste (14). Outros 924 municípios apresentaram risco moderado, sendo 666 na região Sudeste, 126 na região Norte, 119 na região Centro-Oeste, 11 na região Sul e 2 na região Nordeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2023 para a safra de grãos 2023/24 previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A décima estimativa da safra divulgada em julho de 2024 indica o volume de produção de 299,7 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se uma redução de 5,7% ou aproximadamente 18 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual divulgada em julho de 2024 comparado com a primeira estimativa (outubro 2023). Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia: a seca persistente está causando preocupação entre os produtores de feijão-caupi, que temem pelo resultado final da safra. A falta de chuvas nos últimos 30 dias, aliada às altas temperaturas, está limitando o desenvolvimento da cultura de milho e aumentando a incerteza sobre o futuro da safra.
Mato Grosso do Sul: o estresse hídrico e o calor excessivo tiveram um impacto devastador nas lavouras de feijão comum-cores, causando abortamento de flores e vagens e comprometendo a produção. A situação foi ainda mais agravada pela falta de chuvas na região sul, que prejudicou o potencial produtivo das lavouras de milho.
Minas Gerais: as lavouras de feijão comum-cores mais tardias sofreram reduções significativas devido à restrição hídrica, afetando negativamente o desenvolvimento da cultura.
Paraná: a colheita do feijão comum-cores foi finalizada no último mês, mas com redução no potencial produtivo, especialmente nas lavouras de plantio mais tardio. A escassez de precipitações e as altas temperaturas foram apontadas como uma das principais causas desse declínio. Além disso, déficits hídricos foram registrados em vários municípios do extremo-oeste, noroeste e norte do estado, o que, somado às altas temperaturas, resultou em perdas significativas no potencial produtivo de muitas lavouras de milho.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.4, n. 45, Junho 2024. ISSN: 2965-2014