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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR JUN./23
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dezessete estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme destacado na tabela abaixo (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de junho, a região Sudeste apresentou 7 municípios com condição de seca severa e 218 com condição de seca moderada, desses 147 em Minas Gerais.
Na região Centro-Oeste, 1 município com condição severa de seca e 151 municípios apresentaram condição de seca moderada, sendo quase todos eles no Goiás (141).
Na região Norte, por sua vez, 41 municípios apresentaram condição severa de seca, distribuídos entre os estados do Amazonas (18), Amapá (1), Pará (19) e Tocantins (3). Outros 120 municípios apresentaram condição de seca moderada, distribuídos pelos estados do Tocantins (72), Amazonas (19), Amapá (3), Pará (25) e Rondônia (1).
Por fim, a região Nordeste apresentou 1 município na Bahia com condição severa. Outros 114 municípios apresentaram condição moderada, distribuídos nos estados de Bahia (98), Paraíba (6), Rio Grande do Norte (9) e Sergipe (1).
Em relação à região Sul, para o mês de junho, não há plantio de feijão ou milho segundo calendário da CONAB.
Figura 1 – Severidade da seca referente ao mês de junho considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de junho/23, maio/23 e abril/23. Para o plantio realizado no mês de junho (Figura 2), 136 municípios apresentaram risco muito alto, sendo 64 na região Nordeste, 50 na região Sudeste, 15 na região Norte e 7 na região Centro-Oeste. Outros 124 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (28), Norte (52), Centro-oeste (15) e Nordeste (29).
Considerando o plantio em maio (Figura 3), 1 município apresentou risco muito alto (Minas Gerais), 145 municípios apresentaram risco alto, 51 na região Nordeste, 52 na região Sudeste, 34 na região Norte e 8 na região Centro-Oeste. Outros 139 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (26), Norte (66), Centro-oeste (15) e Nordeste (32).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de abril (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de junho, 151 apresentaram risco alto, sendo eles divididos nas regiões Sudeste (52), Nordeste (67) Norte (25) e Centro-Oeste (7). Por fim, outros 133 municípios apresentaram risco moderado, sendo 24 na região Sudeste, 58 na região Norte, 16 na região Centro-oeste e 35 na região Nordeste.
Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Jun/23.
Figura 3 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Mai /23.
Figura 4 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Abr/23.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2022 para a safra de grãos 2022/23 previa-se uma produção total de 312,4 milhões de toneladas. A estimativa atual indica a produção de 317,6 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se aumento de 1,7%.
Apesar do aumento no volume de produção, alguns estados relataram impactos devido ao déficit hídrico. A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual estimada em março comparado com a primeira estimativa. Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção estimada em julho 2023 comparado a primeira estimativa de outubro 2022. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia: as lavouras de milho estão atualmente nas fases de enchimento de grãos e maturação, com desenvolvimento variando entre regular e ruim, dependendo da distribuição espacial da chuva e das práticas de manejo adotadas pelos produtores. Em junho, a maior parte do oeste do estado recebeu chuvas inferiores a 20 mm, embora o quadro de restrição hídrica seja menos severo em comparação ao mesmo período de 2022. No entanto, as poucas chuvas ocorridas durante o ciclo da cultura estão limitando o potencial produtivo do milho.
Rio Grande do Norte: as chuvas foram escassas, resultando em temperaturas altas, baixa umidade do ar e ventos constantes nas áreas produtoras de arroz . Isso levou ao ressecamento do solo, das plantas e à evapotranspiração da cultura. Alguns agricultores estão realizando irrigação para manter a umidade do solo adequada para o desenvolvimento da cultura. Nas últimas semanas, o cultivo de feijão-caupi enfrentou condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras. A falta de chuvas e as altas temperaturas resultaram em um déficit hídrico para muitas lavouras, o que levou a uma expectativa de redução do potencial produtivo em comparação com as estimativas anteriores. Quanto às lavouras de milho , o período entre maio e junho registrou baixos índices de chuva em todas as regiões produtoras do estado. Essas chuvas ficaram aquém do esperado e, combinadas com o aumento das temperaturas, resultaram na redução da umidade do ar e em ventos mais frequentes, causando o ressecamento do solo e aumentando a evapotranspiração da cultura.
Rio Grande do Sul: No último mês, a colheita do feijão comum preto foi finalizada. Foi observada uma redução na área plantada em comparação com a estimativa anterior. A falta de chuvas durante parte da janela ideal de semeadura e o preço mais atrativo da soja desencorajaram o cultivo do feijão segunda safra no estado, explicando a queda em relação ao que havia sido projetado anteriormente.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link:
REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS
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Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.3, n. 33, junho 2023. ISSN: 2965-2014