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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR JUL./24
RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dez estados encontram-se com calendário de plantio vigente (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Assim, referente ao mês de julho, a região Sudeste apresentou 2 municípios com condição de seca extrema. Além disso, a região apresentou 157 municípios com condição severa e 324 municípios com condição de seca moderada, todos no estado de São Paulo.
Na região Centro-Oeste, para o mês de maio, 13 municípios apresentaram condição de seca extrema, todos no estado do Mato Grosso. Outros 70 municípios apresentaram condição de seca severa, 52 no Mato Grosso e 18 no Mato Grosso do Sul. Por fim, outros 89 municípios apresentaram condição de seca moderada.
Na região Norte, por sua vez, 4 municípios apresentaram condição de extrema, sendo todos eles no estado do Amazonas. Outros 58 municípios com condição de seca severa, sendo eles distribuídos nos estados do Tocantins (33) e Amazonas (25). Por fim, 120 municípios com condição seca moderada, distribuídos nos estados do Tocantins (88) e no Amazonas (32).
Na região Nordeste, 20 municípios apresentaram condição de seca severa e outros 79 municípios apresentaram condição de seca moderada para o mês de julho, sendo destes o estado de Sergipe o mais afetado, com 17 municípios com condição de seca severa e 50 com condição de seca moderada.
Por fim, em relação à região Sul, para o mês de julho, segundo o calendário da CONAB, apenas o estado do Rio Grande do Sul encontra-se com calendário vigente para plantio e apresentou 20 municípios com condição de seca moderada.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de julho/24, junho/24 e maio/24. Para o plantio realizado no mês de julho (Figura 2), 8 municípios apresentaram risco muito alto, todos na região Norte. Outros 133 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, 67 na região Norte, 34 na região Nordeste, 25 na região Centro-Oeste e 7 na região Sudeste. Outros 355 municípios apresentaram risco moderado, sendo 161 deles na região Sudeste e 83 na região Centro-Oeste.
Considerando o plantio em junho (Figura 3), 6 municípios apresentaram risco muito alto, 4 na região Norte e 2 na região Sudeste. Outros 339 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos entre as regiões Sudeste (167), Norte (97), Centro-Oeste (39) e Nordeste (36). Além disso, outros 1.142 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (757), Centro-Oeste (252), Norte (120) e Nordeste (36).
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de maio (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de julho. Ao todo, 6 municípios apresentaram risco muito alto em relação à seca, 3 na região Sudeste, 2 na região Norte e 1 na região Centro-Oeste. Outros 434 municípios apresentaram risco alto em relação à seca, distribuídos nas as regiões Sudeste (261), Norte (102), Centro-Oeste (41) e Nordeste (30). Outros 1.159 municípios apresentaram risco moderado, sendo 766 na região Sudeste, 242 na região Centro-Oeste, 146 na região Norte e 5 na região Nordeste.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2023 para a safra de grãos 2023/24 previa-se uma produção total de 317,5 milhões de toneladas. A décima primeira estimativa da safra divulgada em agosto de 2024 indica o volume de produção de 298,6 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se uma redução de 5,9% ou aproximadamente 18 milhões de toneladas.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas de milho, arroz e feijão impactadas e a variação da produção estadual divulgada em agosto de 2024 comparado com a primeira estimativa (outubro 2023). Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia: a colheita do feijão-caupi (segunda safra) foi concluída. No entanto, a escassez de chuvas prejudicou os resultados dessa safra em comparação com a anterior, mesmo considerando a maior rusticidade e resistência da cultura à falta de água.
Mato Grosso do Sul: os impactos da estiagem se consolidaram, afetando o milho (segunda safra) durante seu período reprodutivo e resultando em uma redução significativa da produtividade em grande parte do estado.
Minas Gerais: as plantações de arroz de sequeiro na região norte do estado enfrentaram sérias dificuldades devido à falta de chuvas, resultando em uma diminuição considerável na produtividade das culturas, já que a escassez hídrica comprometeu etapas importantes do ciclo de crescimento das plantas.
Paraná: o cultivo de feijão cores (terceira safra) na região norte do estado enfrenta condições climáticas adversas, caracterizadas por altas temperaturas e baixa umidade no solo. Durante o ciclo do milho (segunda safra), vários municípios no Extremo Oeste, além das regiões Noroeste e Norte, experimentaram déficit hídrico. Esses fatores, combinados com as elevadas temperaturas, resultaram em perdas significativas na produtividade de muitas lavouras.
Piauí: a produtividade do milho (primeira safra) foi 20% menor em relação à safra 2022/23, principalmente devido à diminuição das chuvas a partir da segunda quinzena de abril. A escassez hídrica comprometeu o desenvolvimento e o enchimento dos grãos nas lavouras que foram semeadas tardiamente.
Rondônia: a ausência de chuvas em momentos cruciais do ciclo do feijão cores (segunda safra), como na fase de floração e enchimento dos grãos, resultou em uma produção final muito inferior ao previsto. Essa situação foi agravada pela diminuição da área plantada em comparação com o ano anterior.
São Paulo: a cultura do milho (segunda safra) foi severamente impactada pela falta de chuvas e pelas altas temperaturas, o que causou danos consideráveis ao desenvolvimento do cereal.
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REGISTRO DE IMPACTOS : Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link: REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS .
Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.4, n. 46, Julho 2024. ISSN: 2965-2014