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RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR JUL./23
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, onze estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme destacado na tabela abaixo (Figura 1).
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período que ocorre o déficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
Figura 1 – Severidade da seca referente ao mês de julho considerando apenas os estados com calendário vigente.
Assim, referente ao mês de julho, na região Sudeste apenas o estado de São Paulo está com calendário vigente e o mesmo apresentou 123 municípios com condição de seca de seca moderada.
Na região Centro-Oeste, 37 municípios apresentaram condição de seca moderada, sendo distribuídos nos estados do Mato Grosso (30) e Mato Grosso do Sul (7).
Na região Norte, por sua vez, 1 município apresentou m condição severa de seca, no Tocantins. Outros 87 municípios apresentaram condição de seca moderada, distribuídos pelos estados do Tocantins (60) e Amazonas (27).
A região Nordeste apresentou 2 municípios em Sergipe com condição severa. Outros 31 municípios apresentaram condição moderada, distribuídos nos estados de Ceará (14), Pernambuco (1) e Sergipe (16).
Por fim, em relação à região Sul, para o mês de julho, o Rio Grande do Sul, o único estado com calendário vigente, apresentou 17 municípios com condição de seca moderada.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre o déficit de precipitação na escala de um mês (SPI1), umidade do solo (anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade) e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca. As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente um impacto na produção, por outro lado, secas nas categorias moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto, dependendo do período do deficit hídrico. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
As Figuras 2, 3 e 4 mostram, respectivamente, o risco de seca para o plantio realizado nos meses de julho/23, junho/23 e maio/23. Para o plantio realizado no mês de julho (Figura 2), 68 municípios apresentaram risco muito alto, sendo 49 na região Norte, 16 na região Nordeste e 3 na região Centro-Oeste. Outros 51 municípios apresentaram risco moderado, distribuídos nas regiões Sudeste (1), Sul (3), Norte (28), Centro-oeste (4) e Nordeste (15).
Considerando o plantio em junho (Figura 3), 10 municípios apresentou risco muito alto, nas regiões Centr-oeste (1), Norte (2) e Nordeste (7). 186 municípios apresentaram risco alto, 95 na região Nordeste, 25 na região Sudeste, 55 na região Norte e 11 na região Centro-Oeste. Outros 145 municípios apresentaram risco moderado, 38 na região Nordeste, 11 na região Sudeste, 65 na região Norte e 31 na região Centro-Oeste.
Para os municípios que iniciaram o plantio no mês de maio (Figura 4), e, portanto, encerraram o seu ciclo no mês de julho, 130 apresentaram risco alto, sendo eles divididos nas regiões Sudeste (38), Nordeste (50) Norte (34) e Centro-Oeste (8). Por fim, outros 128 municípios apresentaram risco moderado, sendo 17 na região Sudeste, 62 na região Norte, 21 na região Centro-oeste e 28 na região Nordeste.
Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Jul/23.
Figura 3 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Jun/23.
Figura 4 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Mai /23.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
O impacto da seca na agricultura considera o boletim da CONAB e traz os destaques para o plantio de grãos no geral, possibilitando a comparação de estimativa de safra inicial e do mês corrente, panorama geral e as principais comodities.
Na primeira estimativa de outubro de 2022 para a safra de grãos 2022/23 previa-se uma produção total de 312,4 milhões de toneladas. A estimativa atual indica a produção de 320,1 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se aumento de 2,5%.
Apesar do aumento no volume de produção, alguns estados relataram impactos devido ao déficit hídrico. A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual estimada em agosto comparado com a primeira estimativa de outubro de 2023. Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
Tabela 1 - Culturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção estimada em agosto 2023 comparado a primeira estimativa de outubro 2022. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola nos estados com registro de impacto:
Bahia: a semeadura recente do feijão-caupi foi prejudicada pela diminuição das chuvas desde junho, resultando em menor germinação e desenvolvimento das últimas lavouras. Isso afetou a capacidade produtiva devido à falta de água durante o florescimento. Nas lavouras de milho , a redução das chuvas no nordeste do estado já está impactando a produção, especialmente em áreas como Feira de Santana, Euclides da Cunha e Ribeira do Pombal.
Ceará: a colheita do feijão-caupi está quase concluída. A falta de chuvas durante as fases críticas do ciclo, especialmente durante a fase reprodutiva, desempenhou um papel significativo na diminuição do potencial de produção. Quanto ao milho, a irregularidade das precipitações nos meses de desenvolvimento da cultura trouxe impactos negativos nas estimativas de produtividade do cereal em todo o estado, sendo já constatado queda de rendimento em diversas regiões.
Distrito Federal: a colheita atingiu 30% da área onde o milho foi semeado. Durante as últimas semanas, notou-se uma escassez de água e um intenso ataque de cigarrinhas, o que levou a uma diminuição na estimativa de produtividade em comparação com a análise anterior.
Pernambuco: n a progressão da safra atual de milho , a precipitação abaixo da média teve um impacto significativo na redução da produtividade em grande parte das áreas produtoras, especialmente na microrregião de Petrolina.
Rio Grande do Norte: Após um bom começo nas lavouras de milho , a escassez de chuvas entre maio e junho, juntamente com condições climáticas desfavoráveis como altas temperaturas, baixa umidade do ar e ventos constantes, levou ao ressecamento do solo e aumento da evapotranspiração da cultura. Esses fatores resultaram na diminuição do potencial produtivo em todas as regiões produtoras.
Sergipe: após um começo positivo no desenvolvimento da cultura de milho , a diminuição das chuvas em julho já está causando prejuízos em algumas áreas do estado. Por exemplo, em municípios como Poço Verde, algumas lavouras já estão sendo afetadas por essa redução das precipitações.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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Gostaria de contribuir registrando ocorrência de eventos de secas no seu município? Sua informação é bem-vinda, mesmo ocorrências de pequenos impactos são de extrema importância. Você pode enviar suas informações pelo link:
REGISTRO DE IMPACTOS DE SECAS
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Para mais informações fale conosco: secas@cemaden.gov.br
Como citar:
CEMADEN - CENTRO NACIONAL DEMONITORAMENTO E ALERTAS DE DESASTRES NATURAIS. RiSAF - Risco da Seca na Agricultura Familiar, SP, v.3, n. 34, julho 2023. ISSN: 2965-2014