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RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR: NOVEMBRO/2022
RiSAF - RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR NOV./22.
SEVERIDADE DA SECA PARA AGRICULTURA
De acordo com o calendário de plantio da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para as culturas de feijão e milho, dezenove estados encontram-se com calendário de plantio vigente, conforme tabela abaixo (Figura 1).
Nesse sentido, para o mês de novembro, a região Norte apresentou condições de severidade de seca entre moderada e severa para os estados do Acre e Roraima. A região Nordeste, com calendário vigente para feijão e/ou milho, apresentou condições normais. Na região Centro-oeste 30 municípios apresentaram severidade de seca extrema, além de 182 municípios com condição de seca entre moderada e 92 severa.
Na região Sul, por sua vez, o destaque foi para o estado do Rio Grande do Sul, que teve severidade de fraca a severa. Por fim, a região Sudeste apresentou severidade da seca entre fraca a extrema para os estados com plantio no mês de feijão e/ou milho em novembro.
Figura 1 – Severidade da seca referente ao mês de outubro considerando apenas os estados com calendário vigente.
O monitoramento da severidade da seca no contexto da agricultura familiar é realizado por meio do Índice Integrado de Seca (IIS), tal índice combina informações sobre: déficit de precipitação na escala de um mês, por meio do SPI1,; umidade do solo, pelo cálculo da anomalia da umidade do solo considerando um metro de profundidade; e o índice de saúde da vegetação (VHI), que combina dados de temperatura e condição do vigor vegetativo. A partir do IIS é possível inferir áreas com maior potencial de impactos em razão da seca.
As diferentes condições da severidade da seca podem indicar atenção nas diferentes etapas do ciclo das culturas. Seca fraca sinaliza uma atenção, mas não necessariamente impacta na produção, secas entre moderada a excepcional já podem sinalizar algum impacto. Se as condições de seca moderada a excepcional ocorrerem no início do plantio, pode indicar o atraso no calendário de plantio; e caso ocorra no meio do ciclo, pode indicar a quebra de safra.
RISCO DE SECA NA AGRICULTURA FAMILIAR
A Figura 2 mostra o risco de seca para o plantio realizado no mês de novembro/22 e outubro/22. Para o plantio em novembro, 78 municípios apresentaram risco da seca alto, divididos entre as regiões Sudeste (43), Centro-Oeste (32) e Norte (3). Outros 678 municípios apresentaram risco moderado para o plantio em novembro, distribuídos nas regiões Sudeste (443), Centro-Oeste (132), Sul (54) e Norte (49). Para os municípios que realizaram o início de plantio no mês de outubro, apresentaram apenas 32 municípios com risco alto, sendo 16 na região Sudeste,15 na região Centro-Oeste e 1 na região Norte. Outros 611 municípios apresentaram risco moderado para o plantio em outubro, sendo 406 deles na região Sudeste e demais nas regiões Centro-Oeste (137), Norte (42) e Sul (26).
Figura 2 – Risco da Seca na Agricultura Familiar. Plantio: Out/22.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
IMPACTO DA SECA NA AGRICULTURA
Na primeira estimativa de outubro de 2022 para a safra de grãos 2022/23 previa-se uma produção total de 312,4 milhões de toneladas. A estimativa atual indica uma produção de 312,2 milhões de toneladas, comparativamente à primeira estimativa, observa-se uma redução de 0,1%, ou 165.600 mil toneladas. Parte da redução está associada às restrições hídricas aliadas à baixa umidade do solo em parte da Região Centro-Oeste e no Matopiba.
A Tabela 1 indica os estados, as culturas impactadas e a variação da produção estadual estimada em dezembro comparado com a primeira estimativa. Além da seca, outros fatores como a diminuição ou o aumento da área semeada, migração para culturas mais rentáveis e a infestação de pragas podem influenciar na variação na produção.
Tabela 1 – ulturas impactadas pela seca nos estados e variação total da produção estimada em novembro comparado a primeira estimativa de outubro. As culturas consideram a produção total (Fonte: CONAB).
A seguir são apresentados os principais destaques em relação à produção agrícola em alguns estados:
Goiás: a estiagem associada ao aumento da temperatura impactou algumas áreas produtoras de feijão-comum cores , cerca de 2% das lavouras estão em condições ruins. Já o milho (primeira safra), sofreu com atrasos na semeadura ocasionada pela irregularidade das chuvas que tem se configurado abaixo do esperado. Quanto a soja , teve plantio suspenso motivado pela irregularidade das chuvas, altas temperaturas e baixa umidade do solo, o resultado deste cenário acarretou a piora das condições de desenvolvimento das lavouras, estima-se que 10% das lavouras estejam em condições ruins e 40% em condições regulares.
Maranhão: o atraso no início das chuvas prejudicou o começo do plantio do feijão-caupi em outubro, só podendo ser iniciado em novembro.
Mato Grosso: o processo de semeadura do arroz nas principais áreas produtoras foi prejudicado, reflexo do baixo volume de precipitação no estado. Quanto a cultura do feijão-caupi , algumas regiões apresentaram escassez de chuva, mas o processo de semeadura continua avançando. Já a cultura da soja, as altas temperaturas provocaram estresse hídrico nas plantas em várias regiões do estado, resultando na necessidade de replantio dos cultivos mais atingidos.
Minas Gerais: o baixo volume de chuvas em outubro resultou na baixa umidade do solo, esse cenário foi o responsável pelo atraso do plantio do milho primeira safra.
Pará: as principais regiões produtoras estão aguardando a regularidade das chuvas para plantar arroz , destaque para os agricultores familiares que são responsáveis por grande parte da produção.
Paraná: o déficit hídrico observado em julho reduziu a produtividade das lavouras de trigo .
Rio Grande do Sul: a região Noroeste do estado foi afetada com escassez de chuvas e temperaturas elevadas que prejudicou o cultivo de milho (primeira safra), as lavouras apresentaram déficit hídrico e o potencial produtivo foi comprometido. Quanto a cultura da soja , foi registrado atraso no plantio devido as baixas precipitações.
O risco de seca na agricultura familiar é avaliado considerando o cultivo de feijão e/ou milho não irrigados. O risco considera a exposição ao déficit hídrico associada às vulnerabilidades e capacidades adaptativas de cada município em relação ao sistema de agricultura familiar. Além disso, é utilizado o calendário agrícola disponibilizado pela CONAB*.
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REGISTRO DE IMPACTOS
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